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Assistência de enfermagem a crianças portadoras de paralisia cerebral e a seus cuidadores

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CONTEÚDO

ENSAIO TEÓRICO

FACCO, Thatiany Jesus De Moura [1]

FACCO, Thatiany Jesus De Moura. Assistência de enfermagem a crianças portadoras de paralisia cerebral e a seus cuidadores. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 02, Vol. 01, pp. 74-88. Fevereiro de 2019. ISSN: 2448-0959

RESUMO

Durante este trabalho abordaremos a importância do profissional de enfermagem no acompanhamento da criança que sofre de Paralisia Cerebral, e as melhores orientações para seus cuidadores. Somos Sabedores por diversos estudos aqui apresentados que a manutenção realizada pelo profissional de enfermagem nos casos de paralisia cerebral reduz em muito a mortalidade infantil, devendo ser cada um estudado de acordo com o diagnóstico da tipologia de paralisia apresentada no paciente. O objetivo deste estudo é abordar por meio de revisões bibliográficas relevantes os principais métodos que promovem com eficiência a reintegração da criança com paralisia cerebral , tendo em vista a assistência em saúde para melhorar o desempenho social e familiar com rotinas que favoreçam a qualidade de vida a família e longevidade a criança.

Palavra Chave : Paralisia Cerebral, Enfermagem, Cuidadores.

1. INTRODUÇÃO

A paralisia cerebral (PC) é considerada uma das principais causa de invalidez durante a infância, sendo considerada uma patologia que leva a um conjunto de desordens no desenvolvimento neurológico presente na primeira etapa da infância e persistindo até a idade adulta. Apesar de considerar-se a prematuridade e malformações congênitas como fatores de risco, em muitos casos as causas específicas não são identificadas (PIETA et al., 2017).

Pela primeira vez na história a Paralisia Cerebral foi estudada em 1843 por William John Little, um ortopedista inglês, que avaliou casos de 47 crianças com quadro clínico de espasticidade, as quais apresentavam histórico adverso ao nascimento. A partir de então, as demais áreas da saúde têm buscado estudar e propor medidas terapêuticas de modo a prevenir a qualidade de vida das pessoas com Paralisia Cerebral, procurando minimizar as sequelas consequentes destas lesões cerebrais e potencializar as capacidades. Na atualidade, os avanços na medicina da neonatologia permitem reduzir significativamente as taxas de mortalidade de bebês, além de favorecem a sobrevivência de bebês de alto risco (extremo baixo peso ao nascer, prematuro extremo, anóxia neonatal etc.), os quais podem apresentar morbidades, com maior risco para déficit de desenvolvimento e outras consequências (FERREIRA et al., 2013).

Estudos epidemiológicos comprovam que, a cada 1.000 crianças nascidas vivas, duas são afetadas por PC em todo o mundo, sendo que uma será afetada com o determinante de deficiência física de grau elevado na infância. Nos países em desenvolvimento, a incidência é maior, com índice de sete por 1.000 nascidos vivos. No Brasil, pode chegar de 30.000 a 40.000 novos casos por ano. As crianças com PC podem apresentar vários tipos de distúrbios físicos, neuromotores e cognitivos, além de outros agravos na saúde, como: desnutrição, doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), distúrbios de deglutição, transtorno na linguagem, deficiência auditiva e visual, crises convulsivas e pela força muscular respiratória insuficiente e alto risco de doenças respiratórias (BORGES et al., 2015).

O trabalho como a assistência à saúde dessas crianças orienta-se com uma base de lógica onde a oferta de serviços é para reduzir os índices de mortalidade. Porém, o cuidado com esses pacientes exige uma atenção de longo prazo, já que grande parte possui vários tipos de patologias crônicas, por causa de seu estado necessitam de cuidados diferenciados de acordo com o sua evolução. A falta de uma rede de atenção especializada tem sido uns dos grandes fatores que têm dificultado para que as crianças e adolescentes com paralisia cerebral tenham acesso aos diferentes serviços disponível pela rede de assistência a família com essa realidade de vida, os cuidadores que são sua família desempenha uma função muito importante na continuidade e desenvolvimento do cuidado, elaborando um papel de coordenação e de responsabilidade dos serviços de atenção primária (SANTOS; MARQUES; SOUZA, 2017).

A equipe de enfermagem e a área da saúde que deve, sobretudo, ajudar a família, disponibilizando de uma forma mais adequada os recursos necessários que terão que utilizar para enfrentar suas rotinas. Deve-se, igualmente, ajudar os pais a retornarem suas relações sociais, das quais muitas vezes se privam devido à situação do filho acabam se isolando do mundo.

O enfermeiro trabalha para organizar e integrar a criança com deficiência a uma realidade o mais normal possível, a fim de fornecer aprendizagens e, consequentemente, no desenvolvimento das competências sociais desta, derrubando assim as barreiras do isolamento social. Inserir programas precocemente que visem o suporte familiar permitirá estabelecer laços para seu funcionamento e promover o crescimento e desenvolvimento com os membros da família como um todo (MENDES; OCTAVIO, 2016).

As crianças portadoras de PC necessitam de uma demanda de cuidados maiores, é possível constatar que o ambiente domiciliar passa por toda uma mudança onde faz-se necessário o reajustar as funções de cada membro da família para se adequar no quadro de ações relativas ao cuidar. As tarefas como alimentação, estimulação, compreensão e afeto são papéis dos integrantes do processo de crescimento e desenvolvimento das crianças com deficiência, capazes de promover um melhor vínculo e interação entre a pessoa que fornece o cuidado e a pessoa cuidada. Além disso, os pais ou cuidadores precisam introduzir os filhos nas atividades rotineiras da vida com o intuito de aprimorar o desenvolvimento funcional dos mesmos e os profissionais da saúde devem conceder orientações aos pais, contribuindo para que estes estejam mais capacitados durante a prestação de cuidados aos filhos (MIRANDA, 2014).

A experiência de conviver com a paralisia cerebral pode causar grande impacto na família, podendo desestabilizá-la em geral, no entanto exige mudanças repentinas e desgastante no convívio familiar, podendo gerar sofrimento, além da imediata busca de querer saber o por que do ocorrido com sua criança, isso se torna um tanto cansativo para a vida da criança quanto para toda a família.

Em seu processo de viver, a família constrói um mundo de símbolos, práticas e saberes que são construídos, compartilhados e ressignificados nas interações sociais intra e extrafamiliares. Além disso, é conhecido que a disponibilidade de certos recursos sociais e psicológicos influencia no cuidado ao doente crônico e contribui para a melhoria da qualidade de vida das famílias. Desse modo, as redes de apoio social tornam-se importantes para orientar os sentimentos e condutas adotadas pelos familiares (LIMONGI, 2011).

No Brasil, pesquisas têm utilizado como referência o trabalho de Sharon Denham sobre Rotinas Familiares, pesquisadora e enfermeira norte americana, como modelo pioneiro no atendimento às famílias e crianças com PC. O estudo da enfermeira norte americana resultou em um modelo de cuidado para promoção da saúde das famílias. Rotinas familiares referem-se aos comportamentos regulares na vida diária, que organizam e estruturam a saúde da família (ALBEIRICE; EGGERT; FARIA, 2015).

As rotinas familiares são afetadas frente a situações de mudança e estresse, e de responsabilidade da enfermagem compreender como essas modificações podem ser realizadas para promover a saúde de seus membros e capacitá-los para dar continuidade ao tratamento e cuidados em casa. Conhecer as rotinas das famílias e compreender a dinâmica da vida e o cuidado familiar é uma forma dos profissionais direcionam o olhar para o que realmente e importante na assistência oferecida a eles, de maneira que, seja possível planejar o cuidado de forma integral (ALBEIRICE; EGGERT; FARIA, 2015).

A forma como se presta toda uma assistência a crianças com PC envolve uma organização de equipes multiprofissionais que buscam melhorias para aliviar o impacto desta patologia no seu desenvolvimento global. No entanto e necessário oferecer um atendimento que possibilite intervenções individuais para sua melhoria e permita o aprimoramento de suas potencialidades. O enfermeiro tem participação ativa na reabilitação e nos elementos decisivos nos processos interacionais cliente/família/equipe, a fim de que os recursos utilizados na promoção da saúde, prevenção de complicações, orientação para o autocuidado, voltados para o resgate da autoestima e autonomia funcional, sejam determinantes para viabilizar o desempenho das atividades da vida diária (FEITOSA et al., 2013).

Por isso, e importante ressaltar que o cuidado e atenção a essas crianças não se engloba somente a etapas de técnicas a serem desenvolvidas, mas envolve outras estratégias de cuidado, como o contato pele a pele, determinando aproximação e criação de vínculo. Os profissionais de enfermagem não devem se limitar nas diferenças e potencial da criança especial, mas reconhecer o esforço que o possibilita a melhorar na qualidade de vida, tornando-se extremamente importante no desenvolvimento dessas crianças, mostrando que é possível a autonomia e favorecendo o fluxo de cuidados específicos, sejam eles básicos ou complexos (SIMÕES et al., 2013).

Visto que a Paralisia Cerebral é uma patologia que na maioria dos casos impossibilita a criança de fazer atividades rotineiras como: engatinhar, rolar, sentar, andar, correr, se vestir sozinho, fazer suas próprias refeições e outras atividades onde o mesmo se torna dependente de seus familiares, uma opção que não foi escolhida, a família tem sua vida mudada sua rotina alterada para que possa se adequar a da criança, também necessitando de cuidados.

Sendo assim, questiona-se: como tem sido a assistência de enfermagem aos portadores de PC e aos seus familiares?

A necessidade especial de cuidados de saúde não está apenas relacionada à condição individual e intrínseca da criança, mas também ao ambiente social. Neste contexto o objetivo deste estudo foi descrever a assistência de enfermagem äs crianças portadoras de paralisia cerebral e a seus cuidadores.

2. METODOLOGIA

2.1 TIPO DO ESTUDO

Para alcance dos objetivos propostos foi realizado um estudo descritivo e exploratório, de natureza bibliográfica, tipo revisão integrativa.

A pesquisa bibliográfica é aquela desenvolvida “com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos” (GIL, 2002, p.44). Tem por finalidade “conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno” (OLIVEIRA, 2004, p.119), não sendo “… mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras” (LAKATOS & MARCONI, 2001, p.183).

As fases identificadas para o delineamento de uma pesquisa bibliográfica são: identificação das fontes de consulta; localização das fontes e obtenção do material; leitura do material e apontamentos; fichamento; organização lógica do assunto; redação do trabalho (GIL, 2002).

2.2 LOCAL

A seleção do material pesquisado foi feita a partir de buscas nos periódicos de enfermagem disponíveis on line..

2.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Foram incluídos artigos em inglês, português e espanhol, disponíveis em periódicos de enfermagem, indexados, na base de dados SciELO, que tinham regularidade e periodicidade de circulação e que estavam disponíveis, on line, no período de 2008 a 2018.

O período delimitado para a pesquisa foi 2008 a 2018, pois aborda o que mais recentemente foi estudado sobre a assistência de enfermagem às crianças portadoras de PC, bem como aos seus cuidadores.

2.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Foram excluídos deste estudo dissertações, teses, monografias e editoriais.

2.5 COLETA DE DADOS

Inicialmente foram identificados quais descritores estavam listados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) para pesquisa em suas bases de dados e em seguida quais eram as revistas da enfermagem disponíveis, virtualmente.

A busca pelos periódicos através dos descritores: enfermagem AND assistencia AND pediatria AND paralisia cerebral.

Os artigos foram identificados por meio de busca ativa nos volumes e números dos periódicos disponíveis on line incluídos no estudo, selecionando-se somente aqueles que, na leitura prévia dos títulos e dos resumos indicaram abordagem sobre assistência de enfermagem aos portadores de PC e a seus cuidadores. Os artigos foram separados por ano de publicação, submetidos a uma leitura cuidadosa e registrados em um instrumento que contém itens como ano e local da publicação, natureza do artigo, descritores utilizados, conteúdo específico do artigo.

2.6 ANÁLISE DE DADOS

A leitura dos artigos seguiu a proposta de Gil (2002, p. 78) que inclui as leituras exploratória, seletiva, analítica e interpretativa. A exploratória e seletiva envolve a determinação do “material que de fato interessa à pesquisa”.

A leitura analítica ordenar e sumariar as informações das fontes, permitindo a “obtenção de respostas ao problema da pesquisa”. Inicialmente é feita uma leitura integral da obra, com identificação, hierarquização e sintetização das ideias-chaves. Já a leitura interpretativa, “relaciona o que o autor afirma com o problema para o qual se propõe uma solução” (GIL, 2002, p.79).

O material foi organizado pela similaridade de conteúdo, separando o que foi publicado pelos enfermeiros sobre cuidados paliativos em pediatria, bem como o acolhimento do familiar nessa situação, o que permitiu o uso da análise estatística descritiva simples do conteúdo encontrado.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Dentre a análise realizada quase todas são publicações Brasileiras e em língua Portuguesa, sendo apenas uma de origem estrangeira .Diversos periódicos estudados foram de revistas renomadas dentro dos estudos aplicados. Na Tabela 1 apresentam-se algumas informações sobre os artigos incluídos nesta revisão da literatura. Barra do Garças-MT.

Título do artigo Periódico País de publicação Idioma Ano
  1. – Paralisia cerebral: estudo sobre o enfrentamento familiar.
Revista Mineira de Enfermagem Brasil Português 2011
  1. Rotinas de cuidados das famílias de crianças com paralisia cerebral.
Revista de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria Brasil Português 2015
  1. Therapeutic effects of a horse riding simulator in children with cerebral palsy.
Arquivos de Neuro-Psiquiatria de São Paulo Estados Unidos Inglês 2011
  1. O efeito do esporte adaptado na qualidade de vida e no perfil biopsicossocial de crianças e adolescentes com paralisia cerebral
Revista paulista de pediatria. Brasil Português 2014
(5) Descrição da evolução da comunicação alternativa na pragmática do adulto portador de autismo. Revista CEFAC: Atualização Científica em Fonoaudiologia e Educação Brasil Português 2013
  1. Como elaborar projetos de pesquisa
Editora Atlas de São Paulo Brasil Português 2008
  1. Introdução ao aumento e alternativa comunicação
Revista San Diego Singular. Brasil Português 2007
  1. Fundamentos metodologia científica
Editora Atlas de São Paulo Brasil Português 2001
(8) Paralisia cerebral Pró-Fono Brasil Português 2011
(9) Alimentação da criança com paralisia cerebral: dificuldades dos pais Revista de Enfermagem Brasil Português 2016
(10) Percepção de Pais e Terapeutas Ocupacionais sobre o Brincar da Criança com Paralisia Cerebral Revista Brasileira Brasil Português 2012
(11) Métodos naturalísticos para o ensino da linguagem funcional em indivíduos com necessidades especiais. Novas contribuições da Psicologia aos processos de ensino e aprendizagem. Brasil Português 2012
(12) Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio histórico. Revista Scipione Brasil Português 2001
(13) Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. Editora Atlas de São Paulo Brasil Português 2004
(14) Acessibilidade e crianças com paralisia cerebral: a visão do cuidador primário. Revista Fisioterapia e. Movimento Brasil Português 2011
(15) Desenvolvimento de protocolos para acompanhamento de psicoterapia pela Internet Revista Contextos Clínicos Brasil Português 2017
(16) Conhecendo a família da criança com doença crônica: repercussões no contexto familiar Universidade Federal de São Carlos Brasil Português 2009
(17) Crianças e adolescentes com paralisia cerebral: análise sobre longitudinalidade do cuidado. Texto Contexto Enfermagem Brasil Português 2017
(18) A experiência dos pais no cuidado dos filhos com paralisia cerebral. Revista Eletrônica de Enfermagem Brasil Português 2013
(19) Paralisia Cerebral; aspectos clínicos e ortopédicos, orientação aos pais. Associação Brasileira de Paralisia Cerebral Editora Momnon Brasil Português 2012

Dentre os resultados encontrados observamos vínculos importantes quanto à comunicação que atua diretamente na facilidade da assistência em enfermagem. Conforme Andrade (2011) as observações relativas à comunicação são experiências que trazem relação próxima como a família e a criança, o que envolve a comunicação também com os profissionais de saúde.

Estudiosos acreditavam em quatro vertentes principais que atuam na comunicação entre a criança com paralisia, a família e as pessoas externas que não compreendem a doença e não sabem como lidar com os tipos de comunicação das crianças que sofrem com paralisia cerebral, pois se trata de uma comunicação diferenciada (SANDOR, 2009).

A criança com paralisia sofre com a falta de sensibilização o e muitas vezes preconceito, os profissionais de saúde de modo quase que geral tem muita dificuldade de na comunicação por acreditar que a criança não possui um potencial de interação satisfatório para a comunicação. Sendo muito importante então a interação com outras crianças com paralisia para que haja harmonia na convivência de todos (PEREIRA, 2011).

O profissional de saúde durante seu período de atuação com a criança com paralisia deve buscar novos métodos de interação quando a fala já não existe mais. Para a resolução deste problema existe a Comunicação alternativa (NUNES, 2012).

Conforme Glennem (2007) a comunicação Alternativa e Ampliada (C.A.A.), é considerada outra forma de comunicação que trabalha com o uso de gestos, Libras, expressões da face, códigos por expressões do alfabeto, símbolos pictográficos, uso de sistemas sofisticados de computador com voz sintetizada, dentre outros. Deste modo, a comunicação ocorre de modo alternativo quando a criança não apresenta outro modo de comunicação e, considerada ampliada quando a criança possui alguma forma de comunicação, mas essa não é suficiente para manter elos comunicativos e estabelecer trocas sociais.

Vejamos alguns exemplos de tipos de cartões de comunicação alternativa.

foto 1.jpg
Fonte: http://www.assistiva.com.br/ca.html

O professor que atua na área de cuidados a pessoas com necessidades especiais deve aos poucos instruir o profissional de saúde, quanto ao funcionamento das pranchas de Comunicação. A prancha de comunicação são pranchas criadas com materiais simples pedagógicos, pelos quais a família, o professor e o profissional de saúde se comunicam com a criança com paralisia cerebral (OLIVEIRA, 2001).

O profissional de saúde, se tratando de contextos terapêuticos quanto à reabilitação está voltado não só a boa comunicação, mas também a técnicas facilitadoras com finalidade de evitar sequelas e complicações clínica voltadas a mobilidade, de modo de aproveitar ao máximo a capacidade da criança e respeitar sempre suas incapacidades contribuindo para uma rápida reintegração do cliente na família e comunidade (SOUZA, 2012). Ainda conforme Souza (2012) os cuidados específicos de enfermagem para tratar com a criança com PC O enfermeiro podem atuar na área terapêutica de reabilitação tendo em conta as seguintes orientações:

• Saber avaliar e entender os limites das crianças e o contexto as quais estão inseridas, assim como os riscos em potenciais.

• Definir quais serão as atividades reabilitativas com a criança e como será aplicado a família;

• Auxiliar na educação da criança e da família para conviver com as limitações e ter comportamentos saudáveis.

•Auxiliar na promoção da autonomia da criança contando com o apoio de todos do seu convívio,

• Manter informado a família sobre quais recursos necessários em relação ao apoio social.

O trabalho de enfermagem na atuação com as pessoas com paralisia cerebral é fundamental e a família é um componente de extrema importância no tratamento domiciliar, e ainda mais importante no tratamento do paciente com paralisia cerebral, visto que muitas vezes, a própria família desenvolve junto ao cliente uma forma própria de comunicação, que deve ser levada em consideração.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao tratar do assunto a assistência do profissional de saúde dentro do contexto familiar, é existente em diversas fases dos cuidados à criança com paralisia cerebral. Por este motivo é extremamente fundamental a busca pelo crescimento e a capacitação destes profissionais especificamente nos cuidados nestas áreas. Tais profissionais devem entender e respeitar a complexidade de cada paciente, assim como suas limitações e habilidades que variam de acordo com o grau de paralisia de cada um.

Atualmente existe ainda uma grande parte de familiares que sofre com a falta de assistência em enfermagem exclusiva para pacientes com paralisia cerebral, em especial crianças, porém não se pode deixar que estes fatores influenciam na continuidade das ações. Jamais deve haver um distanciamento entre a equipe familiar e o profissional.

Dentro dos estudos oferecidos a cerca do tema, o trabalho pedagógico realizado pelo profissional de assistência em enfermagem, também está ligado a um trabalho de vínculo fraternal e psicológico para entender a comunicação da criança e se adequar aos seus hábitos com confiança.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE,M.B;VIEIRA,S;DUPAS,G. Paralisia cerebral: estudo sobre o enfrentamento familiar. Reme, Revista Mineira de Enfermagem; v 8,n.1.p.171-176, Jan/Mar. 2011.

ALBEIRICE,P.F;REGGERT,A.B;FARIAS, B.A.M.S. Rotinas de cuidados das famílias de crianças com paralisia cerebral. Revista de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria;v 4,n 5,p. 650-660, Out./Dez.2015.

BORGES, M.B.S. et al. Therapeutic effects of a horse riding simulator in children with cerebral palsy. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v. 69, n. 5, p. 799-804, 2011.

FEITOSA, L.C.et al. O efeito do esporte adaptado na qualidade de vida e no perfil biopsicossocial de crianças e adolescentes com paralisia cerebral. Revista paulista de pediatria.[online]v 3,n 2,p 120-132. 2014

FERREIRA,P.T. et al. Relato de Caso: Descrição da evolução da comunicação alternativa na pragmática do adulto portador de autismo. Revista CEFAC: Atualização Científica em Fonoaudiologia e Educação, São Paulo,v 30,n 23,p 43 -58 .2013.

GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GLENNEN, S.L. Introdução ao aumento e alternativa comunicação. Em S.L. Glennen & D. DeCoste (Eds). O manual de comunicação aumentativa e alternativa, (p. 3-20). San Diego, Singular.2007.

LAKATOS, E.M; MARCONI, M.A. Fundamentos metodologia científica. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2001.

LIMONGI, S. Paralisia cerebral. Pró-Fono, Carapicuíba, São Paulo, 2011.

MENDES, M.J;OCTÁVIO, L.A. Alimentação da criança com paralisia cerebral: dificuldades dos pais. Revista de Enfermagem. Ref. [online].v 32 ,n 6 ,p. 78- 92 0.2016.

MIRANDA, A.S.C. et al. Percepção de Pais e Terapeutas Ocupacionais sobre o Brincar da Criança com Paralisia Cerebral. Revista Brasileira. Ed. Esp., Marília, v 8,n 14 ,p. 22-36 Abr.-Jun. 2012.

NUNES, L. R. Métodos naturalísticos para o ensino da linguagem funcional em indivíduos com necessidades especiais. In: ALENCAR, E. (Ed.). Novas contribuições da Psicologia aos processos de ensino e aprendizagem. S. Paulo: Cortez, 2012.

OLIVEIRA, M.K. Vygotsky – aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio histórico. 4. ed. São Paulo: Scipione, 2001.

OLIVEIRA, D.P.R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 22. Ed. São Paulo: Atlas, 2004.

PEREIRA,L.M.F. et al. Acessibilidade e crianças com paralisia cerebral: a visão do cuidador primário. Revista Fisioterapia e. Movimento,v 31,n16,p.47-54. 2011.

PIETA, M. A. M. et al. Desenvolvimento de protocolos para acompanhamento de psicoterapia pela Internet. Revista Contextos Clínicos, vol. 8, n.2,128-140, julho- dezembro, Unisinos, 2017.

SANDOR,E.R.S. Conhecendo a família da criança com doença crônica: repercussões no contexto familiar [dissertação]. São Carlos (SP): Universidade Federal de São Carlos; 2009.

SANTOS,K.H; MARQUES, D; SOUZA, A.C. Crianças e adolescentes com paralisia cerebral: análise sobre longitudinalidade do cuidado. Texto Contexto Enfermagem,v 25,n 30,p 164-178 .2017.

SIMÕES, C.C;SILVA, L;SANTOS, M.R ;MISKO, M,D ;BOUSSO,R.S. A experiência dos pais no cuidado dos filhos com paralisia cerebral. Revista Eletrônica de Enfermagem. v 56, n 13, p.120-135.2013.

SOUZA, A.M.C. et al .Paralisia Cerebral; aspectos clínicos e ortopédicos, orientação aos pais. Associação Brasileira de Paralisia Cerebral. São Paulo: Momnon 2012.

[1] Graduada em enfermagem pela faculdade unidas do vale do Araguaia, especialista em uti neonatal e pediátrica.

Enviado: Dezembro, 2018

Aprovado: Fevereiro, 2019

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Thatinany Jesus de Moura Facco

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