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Interação social em crianças acometidas pelo TEA – Transtorno do espectro autista

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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

BARBOSA, Gessica Raihane Ribeiro [1]

BARBOSA, Gessica Raihane Ribeiro. Interação social em crianças acometidas pelo TEA – Transtorno do espectro autista. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 06, Vol. 11, pp. 49-55. Junho de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/interacao-social

RESUMO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) desorganiza a comunicação e as funções sociais, este transtorno possui um desenvolvimento atípico, e de etiologia multifatorial. O objetivo é aprofundar conhecimentos acerca do TEA, para isso, é imprescindível uma reflexão e pesquisa sobre as áreas de comprometimentos, e prejuízos, dando relevância às relações sociais acometidas por esse transtorno. Foi necessário utilizar, revisão de literatura com levantamento bibliográfico, artigos, e livros que tratam da referida temática. As intervenções devem ser realizadas já nos primeiros anos de vida, por uma equipe de profissionais de várias áreas de conhecimento, com a colaboração da família e/ou cuidadores que servem de grande suporte para obter resultados positivos e satisfatórios. Estudos apontam que, é possível que a criança com autismo seja inclusa e aceita no meio social no qual se encontra, onde possa expressar desejos, potencialidades, vínculos de afetividade, e relações sociais saudáveis. Conclui-se ainda as contribuições da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), e o método de intervenção ABA e TEACCH que servem de aportes específicos para tratamento.

Palavras Chave: TEA, relações sociais infantis, intervenções, qualidade de vida.

INTRODUÇÃO

A partir de uma revisão bibliográfica o presente artigo tem como objetivo retratar características, e intervenções eficazes. O autismo desorganiza a comunicação, as funções cognitivas e sociais, mas, os sinais podem ser notados nos primeiros meses de vida, o que é de fundamental importância reconhece-lós o mais cedo possível para que as intervenções sejam iniciadas ainda na infância. Para compreender e educar uma criança com autismo é preciso esforço, dedicação, compreensão, paciência e sabedoria para penetrar no seu universo singular e fazer com que o nosso lhe pareça mais acessível e menos absurdo.

De acordo com o Ministério da Saúde (2014), é indicado à necessidade de encaminhamento para avaliação diagnóstica quando houver os seguintes comprometimentos: motores, sensoriais, rotina, linguagem, e aspecto emocional.

Crianças com esse diagnóstico comumente tem prejuízos, que podem variar desde atividades simples (escovar os dentes) até tarefas mais complexas (realizar atividade escolar), em duas áreas: social com comportamentos estereotipados e comunicação com linguagem restrita.

O tratamento do TEA deve ser intensivo, estruturado e abrangente, incluindo a família e vários profissionais. Dessa forma, o tratamento é multiprofissional, pois as crianças com TEA precisam de estimulação e treinamento em mais de uma área do desenvolvimento, como linguagem, habilidades sociais, aprendizado, motricidade, coordenação, dentre outras.

Trata-se de um transtorno de alta complexidade, definido de um ponto de vista comportamental, com etiologias múltiplas e graus variados de severidades.

Pessoas com esse diagnóstico comumente tem prejuízos quantitativos e qualitativos, que podem variar em menor ou maior grau, em duas áreas: comunicação e interação social, sinais estes apresentados desde infância. Esses prejuízos podem resultar em dificuldades em diversos contextos da vida como familiar, escolar, social, dentre outros.

CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO

Pessoas com esse diagnóstico comumente tem prejuízos quantitativos e qualitativos, que podem variar em menor ou maior grau, em duas áreas: comunicação e interação social, sinais estes apresentados desde infância. Esses prejuízos podem resultar em dificuldades em diversos contextos da vida como familiar, escolar, social, dentre outros. Esta descrição é dimensional, pois sempre se deve estabelecer o grau do problema, em um espectro que vai desde o comprometimento leve ao grave.

Ressaltando que, o diagnóstico só pode ser firmado após os três anos de idade. Porém, os indícios e a identificação de tendência para os TEA aparecem cedo, apresentado alguns sinais que devem servir de alerta, como o bebê não apresentar sorrisos e expressões alegres, não responder a tentativas de interação feitas pelos outros, ou não seguir com o olhar gestos que os outros lhe fazem (GADIA, et al. 2004).

O diagnóstico TEA é essencialmente clínico e baseado nos critérios do DSM V, que classifica o transtorno em grave, leve e moderado, com diferentes graus de comprometimento. O DSM traz uma amplitude de sintomas como, déficits clinicamente significativos e persistentes na comunicação e nas interações sociais, déficits expressivos na comunicação verbal e não verbal falta de reciprocidade social, incapacidade para desenvolver e manter relacionamentos de amizade apropriados para o estágio de desenvolvimento, padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, comportamentos motores ou verbais estereotipados e sensoriais incomuns, excessiva adesão/aderência a rotinas e padrões ritualizados de comportamentos, interesses restritos fixos e intensos. Os sintomas devem ser apresentados no início da infância, mas, pode não se manifestar completamente até que as demandas sociais ultrapassem os limites de suas capacidades (MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO- DSM V, 2014, p.31).

É de extrema importância que o diagnóstico só seja fechado a partir da observação de comportamentos da criança, e entrevistas com pais e/ou cuidadores. O processo diagnóstico deve destacar a pessoa singular, sua história e características únicas, fornecendo o contexto indispensável à compreensão das condições e limites oriundos do transtorno (SILVA, 2012).

PREJUÍZOS E COMPROMETIMENTOS NA INTERAÇÃO SOCIAL

Crianças acometidas pelo transtorno geralmente tem dificuldade de alfabetização, por falta de interesse em atividades escolares, porque exigem delas uma ordem de sentenças logicas. Uns não interagem e se fecham em si mesmo. Porém, por outro lado, há um interesse por objetos sensoriais, geralmente organizam por cores, formatos, tamanhos.

As dificuldades na comunicação ocorrem em graus variados, tanto na habilidade verbal quanto na não verbal de compartilhar informações com outros. Algumas crianças não desenvolvem habilidades de comunicação. Outras têm uma linguagem imatura, caracterizada por jargão, ecolalia, reversões de pronome, prosódia anormal, entonação monótona, etc. Os que têm capacidade expressiva adequada podem ter inabilidade em iniciar ou manter uma conversação apropriada. Os déficits de linguagem e de comunicação persistem na vida adulta, e uma proporção significativa de autistas permanecem não verbais. Aqueles que adquirem habilidades verbais podem demonstrar déficits persistentes em estabelecer conversação, tais como falta de reciprocidade, dificuldades em compreender sutilezas de linguagem, piadas ou sarcasmo, bem como problemas para interpretar linguagem corporal e expressões faciais (GADIA, et al. 2004, p.20).

Uma das principais áreas prejudicadas, e a mais evidente, é a da habilidade social. A dificuldade de interpretar os sinais sociais e as intenções dos outros impede que as crianças com autismo percebam corretamente o ambiente em que vive. Vale ressaltar que, crianças com autismo, muitas vezes buscam contatos sociais, mas, não sabem exatamente o que fazer para mantê-los (SILVA, 2012).

O tratamento está baseado em uma conceituação, ou compreensão, de cada paciente (suas crenças específicas e padrões de comportamento). O terapeuta procura produzir de várias formas uma mudança cognitiva- modificação no pensamento e no sistema de crenças do paciente – para produzir uma mudança emocional e comportamental duradoura. É uma forma de psicoterapia, a qual denominou originalmente “terapia cognitiva”, direcionada para a solução de problemas atuais e a modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais, inadequadas e/ou inúteis (BECK, 2013, p. 22).

Segundo Reinecke et al. (2009), a terapia cognitiva está fundamentada a partir do pressuposto de que o comportamento é adaptativo e de que há uma interação entre os pensamentos, sentimentos e comportamentos. O modelo cognitivo comportamental e a postura terapêutica possuem evidente aplicabilidade, levando em conta os mecanismos cognitivos que causam e mantêm comportamentos mal adaptativos. Isto proporciona a oportunidade de ir além da “ponta do iceberg” a fim de entender, não apenas as contingências ambiente-comportamentais, mas também os mecanismos cognitivos subjacentes que podem permear as situações.

A ênfase é colocada na separação das demandas ambientais e nas sub-habilidades requeridas dentro de um determinado conjunto de motivação e de características. Isto tem singular aplicabilidade no caso do TEA, cujas habilidades e comportamentos adaptativos podem ser altamente variáveis (SILVA, 2012).

RECURSOS E MÉTODOS TERAPÊUTICOS NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: RESIGNIFICANDO AS RELAÇÕES SOCIAIS PARA UMA MELHOR QUALIDADE DE VIDA

O principal instrumento para o diagnóstico é o reconhecimento dos critérios, sintomas, e dos detalhes que podem resultar em sinais do TEA, a identificação tem sido feita com base em dificuldades específicas, na orientação de estímulos sociais e comportamentos atípicos (SILVA, 2012)

Uma das técnicas utilizadas na abordagem da Terapia Cognitiva Comportamental é a Análise Aplicada do Comportamento (ABA), uma ciência empregada em diversos países e embasada por pesquisas científicas quem comprovam sua eficácia (RANGÉ, 2011).

A metodologia consiste em modificar os comportamentos inadequados, substituindo por outros mais funcionais. O foco da mudança baseia-se, principalmente, nos comportamentos social, verbal e na extinção de birra. Uma variedade de procedimentos comportamentais é usada para fortalecer habilidades existentes e modelar aquelas ainda não desenvolvidas. Isso envolve criar oportunidades para que a criança possa aprender e praticar habilidade por meio de incentivos ou reforços positivos, ou seja, premiá-la e elogiá-la a cada comportamento realizado de forma adequada. Esse processo deve ser feito de forma gradual, respeitando o limite e o ritmo da criança, para que o aprendizado seja fixado. Além da ABA, outros métodos utilizados são efetivos para o tratamento comportamental de crianças com autismo. O Treatment na Education of Autistic and Related Communication Handcapped Children (TEACH) é uma das técnicas que pode ser associada à terapia. Começou a ser elaborado na década de 1960, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, pelo Dr. Eric Shopler e colaboradores, e hoje é bastante utilizado no mundo todo, inclusive em salas de aula. Trata-se de um programa que combina diferentes materiais concretos e visuais, que auxilia as crianças a estruturarem o seu ambiente e a sua rotina. O TEACCH é um modelo de intervenção que, através de uma “estrutura externa”, organização de espaço, materiais e atividades, permite que as crianças do espectro autista criem mentalmente “estruturas internas” transformando-as em “estratégias” para que possam crescer a se desenvolver de forma que consigam o máximo de autonomia na idade adulta (SILVA, 2012, p. 104).

Hoje se sabe que o Autismo tem um amplo espectro. Na ponta de maior gravidade, está criança quem nem chegam a falar, habita um universo a parte, inacessível aos que a rodeiam, e são incapazes de estabelecer um contato visual. No outro polo, de menor intensidade, brotam os gênios, geralmente efeitos a matemática, que conhecem muito sobre um assunto específico e podem sim, ter uma vida produtiva (REVISTA VEJA, 2017).

Uma intervenção satisfatória deve ser realizada por uma equipe multiprofissional, geralmente composta por psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicopedagogo, entre outros, para que os resultados sejam positivos e possam melhorar a qualidade de vida da criança.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção deste artigo mostrou-se de grande valia para o aprimoramento de conhecimentos e intervenções utilizadas profissionalmente. Diante do estudo realizado foi possível constatar a complexa gama de estudos acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA), e as várias informações que foram sendo descobertas e atualizadas a cada estudo.

Constata-se que, o TEA consiste na presença de um desenvolvimento comprometido, e prejuízos acentuados na interação social, comunicação, e apresenta um repertório muito restrito de comportamentos, atividades e interesses. As manifestações do transtorno variam imensamente, dependendo do nível de comprometimento/desenvolvimento. O diagnóstico é fechado a partir de observações, entrevistas com pais, professores e/ou cuidadores, levando em consideração o contexto familiar, e as circunstâncias vivenciadas pela criança.

O processo de intervenção precisa ser construído por uma equipe multidisciplinar e discutido passo a passo com a família. Ressaltando que, a implicação dos familiares durante todo o processo diagnóstico e nas diversas intervenções irá somar e contribuir com todo o tratamento, trazendo resultados positivos. É de extrema importância a identificação de sinais iniciais e a instauração imediata de intervenções, que devem ocorrer o mais cedo possível para minimizar as dificuldades e potencializar as habilidades já existentes.

O tratamento quando realizado de maneira correta, irá trazer benefícios e melhoras significativas na qualidade de vida da criança, principalmente quando iniciado logo na infância. Por fim, vale ressaltar as contribuições das intervenções mais utilizadas e que mostram maior eficácia no tratamento, a Terapia Cognitiva Comportamental, e os métodos terapêuticos ABA e TEACCH trazendo resultados significativos no tratamento do TEA.

REFERÊNCIAS

Autismo e doenças invasivas de desenvolvimento/ Carlos A. Gadia, Roberto Tuchman, Newra T. Rotta – Jornal de Pediatria, Vol. 80, 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/MinSaude/diretrizes-de-atenoreabilitao-da-pessoa-com-transtornos-do-espectro-do-autismo-tea>.

BECK, Judith S. Terapia Cognitivo Comportamental: teoria e prática/ 2° ed. – Porto Alegre: Artmed, 2013.

Manual diagnóstico e estatístico de transtorno- DSM-5 / [American Psychiatnc Association, traduç . Maria Inês Corrêa Nascimento … et al.]; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli… [et al.]. – . e . Porto Alegre: Artmed, 2014.

RANGÉ, Bernard; Psicoterapias Cognitivo Comportamentais: um diálogo com a psiquiatria – 2° ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.

REVISTA VEJA: O Novo Mundo do Autismo/ Ed. 2540 – ano 50; n° 30. Editora Abril, 26 de Julho de 2017.

SILVA, Ana Beatriz B; Mundo singular: entenda o autismo/ Ana Beatriz Barbosa Silva, Mayra Bonifacio Gaiato, Leandro Thadeu Reveles. – Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

Terapia Cognitiva com crianças e adolescentes/ Mark A. Reinecke, Frank M. Dattilio, Arthur Freeman; Prefácio de Aaron T. Beck: Tradução Cristiane de Medeiros Passarela – São Paulo: Livraria Médica Paulista, 2009.

[1] Graduação em Psicologia.

Enviado: Maio, 2020.

Aprovado: Junho, 2020.

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