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Síndrome de Bell: uma revisão de literatura acerca da abordagem terapêutica

RC: 131883
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/sindrome-de-bell

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL 

SOUZA, Graciely de Santana [1], HOEGEN, Carlos [2]

SOUZA, Graciely de Santana. HOEGEN, Carlos. Síndrome de Bell: uma revisão de literatura acerca da abordagem terapêutica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 11, Vol. 04, pp. 53-76. Novembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso:  https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/sindrome-de-bell, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/sindrome-de-bell

RESUMO 

A paralisia facial é uma patologia que acomete os músculos da face, acarretando privação ou limitação dos movimentos. Ela pode ser subdividida em paralisia facial central e paralisia facial periférica. A paralisia de Bell ou Sinal de Bell foi descrita pela primeira vez pelo escocês Charles Bell, e é um tipo de paralisia periférica, responsável por 75% dos casos de paralisia facial. Ela acomete o VII par de nervos cranianos, bloqueando as funções motoras e sensitivas. As causas para o seu desenvolvimento são doenças virais, infecções do trato respiratório superior, baixa imunidade, pressão alta, diabetes tipo I e o fator genético. Seu tratamento ocorre de forma individual, dependente de cada caso clínico, e pode ser realizado a base de corticoide, antivirais, fisioterapia, toxina botulínica, cirurgia, dentre inúmeros outros métodos de tratamento. Nesse contexto, o presente artigo, tem como questão norteadora: quais são as abordagens terapêuticas existentes para o tratamento da síndrome de Bell? Desta forma, tem-se como objetivo avaliar as abordagens terapêuticas da síndrome de Bell, bem como elencar os tratamentos preconizados para essa síndrome. Assim, foi realizada uma revisão integrativa da literatura nos bancos de dados online (MEDLINE, SciELO, PubMed, uBibliorum e LILACS). Sendo assim, foram selecionados 31 estudos originais, nos quais analisou-se os tipos de tratamentos preconizados para a paralisia de Bell. Na maioria dos casos, os tratamentos são à base de corticoide associados à antivirais, pois estes apresentam os melhores resultados no tratamento para paralisia de Bell mesmo sem protocolo de uso. No entanto, foi observado que é preciso a associação de diferentes métodos de tratamentos, dependendo de cada caso clínico, para produzir um melhor resultado.

Palavras-chave: Nervo facial, Paralisia de Bell, Terapêutica, Paralisia facial.

1. INTRODUÇÃO

A paralisia facial, que é uma patologia que acomete os músculos da face, acarretando privação ou limitação dos movimentos, pode ser dividida em dois grupos: paralisia facial central e paralisia facial periférica (BENTO et al., 2018; CUNHA, 2018), em que o local da lesão neural vai diferenciar qual tipo de paralisia está instalada. Na paralisia central, a lesão neural é supranuclear, ocorre no lado oposto do córtex, ocasionando paralisia na parte inferior do rosto. Por outro lado, na paralisia periférica, a lesão neural é infranuclear e ocorre no mesmo lado onde se instala a paralisia, ocasionando paralisia de hemiface (esquerdo ou direito) (BENTO et al., 2018; CUNHA, 2018)

Existem diferentes tipos de paralisia periférica: paralisia de Bell, paralisia facial alterna, paralisia facial bilateral, paralisia facial na neuropatia craniana múltipla, paralisia facial recorrente, paralisia facial transitória e paralisia facial familiar (MARANHÃO FILHO et al., 2013). O diagnóstico entre qual tipo de paralisia acomete o paciente é importante, porque permite delimitar qual o melhor tratamento a ser aplicado.

Dentre as paralisias periféricas citadas, aborda-se, neste estudo, a paralisia de Bell, que é responsável por 75% dos casos, ou seja, 1 entre 60 pessoas com o diagnóstico de paralisia facial, é classificada com paralisia de Bell (BENTO et al., 2018; CUNHA, 2018).

A síndrome de Bell acomete os indivíduos sem prevalência sobre algum grupo específico e o seu tratamento acontece de forma individual, dependendo da severidade de cada caso clínico. Por conta disso, seu tratamento envolve uma equipe multidisciplinar, e a recuperação não é igual para todos. Em alguns casos, o paciente pode obter uma recuperação completa em 3 meses. No entanto, na maioria dos casos, 15% a 20% podem apresentar sequelas (BENTO et al., 2018; MATOS, 2011; ABREU, 2020).

A Síndrome de Bell ou Sinal de Bell foi descrita pela primeira vez pelo escocês Charles Bell, e é uma das causas mais frequentes de paralisia facial na atualidade. Ela acomete o nervo facial (VII par de nervos cranianos), bloqueando as funções motoras e sensitivas. Possui uma ocorrência de 11,5 a 40,2 casos em cada 100 mil habitantes. Além disso, essa síndrome acomete crianças, jovens e adultos de ambos os sexos, onde as crianças possuem uma rápida recuperação. Já nos adultos, a recuperação pode ocorrer de forma espontânea ou gradativa, dependendo do caso, lembrando que a predisposição aumenta de acordo com a idade (BENTO et al., 2018; CUNHA, 2018; MATOS, 2011).

A síndrome de Bell é considerada idiopática primária, sendo classificada por exclusão. As causas para o seu desenvolvendo são doenças virais, tendo como um dos maiores agentes o vírus do herpes simples ou zóster, infecções do trato respiratório superior, baixa imunidade, pressão alta, diabetes tipo I e o fator genético (BENTO et al., 2018; CUNHA, 2018).

O tratamento para essa síndrome pode ser realizado através de corticoide, antivirais, fisioterapia, proteção ocular no globo afetado, HBOT (Hyperbaric oxygen therapy), toxina botulínica, fios de polidioxanona, cirurgia, cinesioterapia, crioestimulação, fotobiomodulação, eletroterapia e acupuntura. Esses tratamentos podem ser empregados de forma associada ou individualmente, de forma a estimular a musculatura e o nervo facial. O tempo de tratamento é variável, podendo ter uma duração de 2 anos, tempo necessário para recuperação ou não do nervo facial e suas funções (GOMEZ et al., 1998; GARANHANI et al., 2007; BATISTA; CAUHI, 2008; VÁZQUEZ et al., 2008; MATOS, 2011; HOLLAND; BERNSTEIN; HAMILTON, 2012; BENTO et al., 2018; CÁCERES et al., 2018;  CUNHA, 2018; TAVARES; SOUZA; JESUS, 2018; BURELO-PEREGRINO et al., 2020; ABCMED, 2019; VALE et al.,  2019; ABREU, 2020; CAPPELI et al., 2020; TANGANELI et al., 2020; VINUEZA et al., 2020; BELÉM et al., 2021; MARKUS et al., 2021; SKULADOTTIR et al., 2021; SILVIA et al., 2022).

Nesse contexto, este estudo tem a finalidade de agregar conhecimento a respeito da síndrome de Bell, assim como sobre as inovações terapêuticas utilizadas no tratamento dessa patologia. O presente estudo possui relevância, pois busca transmitir, tanto para a sociedade em geral quanto para comunidade técnico-científica, os conhecimentos tradicionais, bem como as novas descobertas e o desenvolvimento de novas técnicas e métodos utilizados atualmente.

Sendo assim, visa-se responder: quais são as abordagens terapêuticas existentes para o tratamento da síndrome de Bell? Tendo como objetivo avaliar as abordagens terapêuticas da síndrome de Bell, bem como elencar os tratamentos preconizados para essa síndrome, dando ênfase aos tratamentos que geram melhores resultados.

2. NERVO FACIAL

Existem 12 pares de nervos intracranianos. Eles são responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos para o hemisfério direito e esquerdo da face, bem como pela conexão do cérebro, tronco cerebral e corpo. A origem desses 12 pares de nervos é nuclear, e, por sua vez, eles emergem no tronco cerebral (COLOSSI, 2016; CUNHA, 2018).

Os nervos cranianos são classificados em algarismo Romano, de I a XII, no sentido crânio/caudal, onde o nervo facial está catalogado como sendo o VII par de nervos (COLOSSI, 2016). Esses 12 pares de nervos intracranianos não possuem conexão com a medula espinhal, sendo isso que os difere dos outros nervos que emergem do cérebro (COLOSSI, 2016; BENTO et al., 2018).

O nervo facial é dividido em cinco ramos: temporal, zigomático, bucal, mandibular e cervical. Sua estrutura é complexa, possuindo um conjunto de 7.000 a 10.000 axônios motores e sensitivos, conduzindo impulsos nervosos que se iniciam no córtex cerebral, indo até a periferia do nervo (ABREU, 2020; CUNHA, 2018).

Quanto a sua funcionalidade, é possível dividi-lo em dois grupos: raízes motoras e raízes sensitivas. A raiz motora ou nervo da face propriamente dito recebe esse nome devido a sua localização. Ela é responsável pela inervação dos músculos da expressão facial, músculo estilo-hióideo, ventre posterior do músculo digástrico e músculo estapédio. A raiz sensitiva e autônoma é o nervo intermediário de Wrisberg, e ambas possuem a propriedade de serem independentes na transmissão de impulsos nervosos bidirecionais aferentes e eferentes. Ela é responsável pelo paladar localizado em 2/3 da língua, sensibilidade do pavilhão auricular e inervam as glândulas salivares e lacrimais (MARUR; TUNA; DEMIRCI, 2014; CUNHA, 2018; ABREU, 2020).

O percurso que o nervo facial percorre possui várias tortuosidades, sendo dividido em supranuclear, nuclear e infranuclear. (CUNHA, 2018; MARUR; TUNA; DEMIRCI, 2014). O segmento supranuclear origina-se no córtex motor, sendo constituído pelos axônios dos neurônios posicionados no giro pré-central, tendo sua fase final no núcleo motor. O segmento nuclear tem sua origem no quarto ventrículo, possui 80% de fibras motoras, sendo o mais desenvolvido de todos. Já o segmento infranuclear é localizado na saída do nervo, no tronco cerebral, mas especificamente em seu sulco, o sulco do bulbo-pontino (CUNHA, 2018; BENTO et al., 2018).  Ao cruzar o sulco bulbo-pontino, ele entra no meato acústico interno. Dentro dessa cavidade, os dois nervos (facial e o intermediário) se fundem, formando um único tronco. Após a fusão, segue seu percurso, formando uma dobra conhecida como joelho do nervo facial. Em seguida, origina o gânglio geniculado. Em seguida, ele realiza uma curvatura para baixo, passando pelo forame estilomastóideo (MARUR; TUNA; DEMIRCI, 2014; CUNHA, 2018). Após o forame estilomastoideo o nervo facial segue com ramos que inerva a face occipital, occipitofrontal, o músculo cervical, a mandíbula e a cavidade bucal. O outro ramo, após o gânglio geniculado, segue na direção horizontal, e é responsável pela inervação da parte superior da face, e a sua inervação acontece a partir do maxilar (CUNHA, 2018; BENTO et al., 2018).

3. PARALISIA DE BELL

3.1 HISTÓRICO 

O primeiro pesquisador a fornecer detalhes sobre a paralisia facial isolada foi Abu al- Hasan Ali Ibn Sahl Rabban Al-Tabari, 979-1037 d.C., médico persa, em seu livro “Firdous al- hikmah”. Ele é considerado, por alguns, o pai da medicina moderna, e registrou o primeiro estudo de paralisia facial e a diferença entre paralisia central e paralisia periférica. De acordo com ele, a paralisia facial possui diferentes causas, e, dentre elas, temos a compressão devido a lesões, tumores ou seção nervosa (RESENDE; WEBER, 2008; BENTO et al., 2018). Nessa obra, ele caracteriza a paralisia facial, relaciona a paralisia à tremores, fornece a primeira descrição de PFP e separou paralisia facial de espasmo (RESENDE; WEBER, 2008; BENTO et al., 2018).

Abu Bank Muhammed Ibn Zakariya Al-Razi, em 865-925 d.C., escreveu, em seu livro de medicina “Al-Hawi Fi”, um capítulo sobre a distorção facial, espasmos e paralisia. Além de descrever a paralisia facial e seus sintomas, também diferencia espasmo e paralisia através da observação dos sintomas. De acordo com esse autor, essa paralisia é uma patologia primária, e o tratamento é o mesmo para ambas as patologias (RESENDE; WEBER, 2008; BENTO et al.,2018).

Nicolaus A. Friedrich de Würzburg, em 1978, publicou “Parasilias Musculorum Faciei Reumática”, um estudo detalhado sobre a paralisia facial periférica, abordando o início, o quadro clínico, evolução e tratamento. Esse estudo analisou três pacientes acometidos com paralisia facial. Nesse estudo, os três pacientes foram expostos a corrente fria de ar antes de apresentarem os sintomas. Com isso, ele afirmou que a paralisia pode ocorrer por causas locais, atuando sobre o nervo. No ano de 1800, na cidade de Edimburgo, uma versão em inglês do trabalho Friedrich foi publicada na revista “Annals of Medicine” (RESENDE; WEBER, 2008; BENTO et al., 2018).

Essa síndrome atraiu o interesse de médicos importantes, tais como os médicos Sydenham, Stalpaert Van Der Wiel e Charles Bell (BENTO et al., 2018). Charles Bell era estudante de medicina, no ano de 1800, na mesma cidade onde a versão em inglês do trabalho Friedrich foi publicada (RESENDE; WEBER, 2008; BENTO et al., 2018).

Charles Bell se tornou anatomista, cirurgião e fisiologista, e teve seu primeiro artigo sobre paralisia facial publicado em 1821, e em 1828, o seu trabalho mais importante foi publicado. Nesse artigo, Bell caracterizou a paralisia facial periférica e idiopática do nervo facial, nomeando-a com seu nome, paralisia de Bell ou sinal de Bell (BENTO et al., 2018). Acredita- se que os trabalhos Friedrich foram a base para os estudos de Charles Bell sobre a paralisia facial periférica.

3.2 EPIDEMIOLOGIA 

A paralisia de Bell atinge, na população, uma marca de 11,5 a 40,2 casos por 100.000 habitantes anualmente (VALE et al., 2019). Sendo os Estados Unidos o país com o maior índice de indivíduos portadores de paralisia de Bell, com um registro de 40.000 novos casos por ano. O Reino Unido possui um registro de 20 casos por 100.00 habitantes por ano, e em Cuba tem sido registrado 3.000 novos casos por ano (GARCIA et al., 2019).

Ao comparar com outras paralisias periféricas, a síndrome de Bell continua a sobressair, com índice acometimento no valor de 60% a 70%. O índice de acometimento em mulheres acontece em duas situações principais: durante a gravidez, com o índice de 9,8%, e no período puerpério, com o índice de 1,6% (BOTELL; HIDALGO; ÁLVAREZ, 2017). De acordo com Skuladottir et al. (2021), a hereditariedade é um fator importante.

Os dados sobre a abrangência da paralisia Bell na população são de difícil obtenção, e, devido a isso, tem sido observado uma subnotificação, levando a acreditar que os valores podem atingir um patamar maior (BRASIL, 2016). 

3.3 FISIOPATOLOGIA DA PARALISIA DE BELL 

A síndrome de Bell, ou paralisia facial periférica, é uma patologia que ocorre em consequência de disfunções no nervo facial. Quando ocorre uma lesão em alguma parte do seu segmento, não é possível a realização da transmissão de impulsos vindo dos neurônios para a raiz nervosa periférica. Esse bloqueio do impulso pode causar uma paralisia parcial ou completa da face (BENTO et al., 2018; CÁCERES et al., 2018; CUNHA, 2018; VINUEZA et al., 2020).

A síndrome de Bell é classificada como sendo idiopática primária, e, por exclusão, é a forma mais comum de paralisia facial (BENTO et al., 2018; CÁCERES et al., 2018; CUNHA, 2018; VINUEZA et al., 2020). Estudos apontam que as inflamações e os edemas ocorridos no nervo facial são as principais responsáveis por esse tipo de paralisia. O vírus do herpes simples, herpes zoster, rubéola, vírus da gripe, doenças causadas por infecções virais no contexto geral e doenças do trato respiratório superior são apontados como agentes causadores dessa paralisia (BOTELL; HIDALGO; ÁLVAREZ, 2017; CÁCERES et al., 2018; CUNHA, 2018; UBILLUS- CARRASCO; SÁNCHEZ-VÉLEZ, 2019; VINUEZA et al., 2020; SKULADOTTIR et al., 2021).

Outros fatores que colaboram para o desenvolvimento da síndrome são: a neuropatia isquêmica, exposição crônica ao stress, hipertensão, diabetes, insuficiência na microcirculação e baixa imunidade (BOTELL; HIDALGO; ÁLVAREZ, 2017; CUNHA, 2018; BENTO et al., 2018; SKULADOTTIR et al., 2021; VALE et al., 2019).

De acordo com Cunha (2018), uma substância inativa encontrada na vacina contra Influenza também é considerada responsável pelo desenvolvimento da paralisia. Essa substância é uma enterotoxina da Escherichia coli. Esse autor ressalta, também, que existe uma ligação entre o fator viral e a paralisia de Bell.

Em 75% dos casos, a paralisia do nervo facial tem ocorrência em adultos. As crianças são as menos afetadas, pois os seus neurônios estão em crescimento constante, cerca 3 mm por dia, e em adultos, esse crescimento diminui para 1 mm por dia. Na vida adulta, essa patologia possui dois auges, o primeiro ocorre entre pessoas de 15 a 40 anos e o segundo ocorre entre pessoas de 60 a 70 anos. Homens e mulheres são acometidos pela patologia da mesma forma e com a mesma intensidade, e o lado face não é específico, sendo unilateral (CUNHA, 2018; CÁCERES et al., 2018; BENTO et al., 2018; VINUEZA et al., 2020).

Mulheres em seu primeiro trimestre gestacional, no final da gestação e no período puerpério, possuem maior probabilidade de desenvolverem a paralisia de Bell devido às alterações que o corpo sofre durante todo esse processo, tais como: hipercoagulação, eclâmpsia, pré-eclâmpsia, retenção de líquidos, entre outros fatores. Esses fatores causam compressão no nervo. Além disso, elas possuem uma maior predisposição ao desenvolvimento do vírus do herpes (BOTELL; HIDALGO; ÁLVAREZ, 2017; CÁCERES et al., 2018).

A paralisia facial pode ocorrer de forma abrupta ou progressiva, ocasionando perda nas funções motoras do músculo da face (lesão na raiz motora, o nervo da face propriamente dito), na sensibilidade e na produção de algumas secreções produzidas pelas glândulas presentes na face (lesão na raiz sensitiva; nervo intermediário de Wrisberg) (BENTSIANOV; BLITZER, 2004; CÁCERES et al., 2018; CUNHA, 2018; ABCMED, 2019).

A lesão de Bell é de origem neuropraxias (uma compressão no fluxo de axoplasma ao axônio distal) e axonotmesis (rompimento do axônio, porém, a bainha epineural se mantém intacta), e ocorre ao nível do canal temporal (BENTO et al., 2018; CÁCERES et al., 2018; CUNHA, 2018). No contexto geral, a paralisia facial ocorre ao longo do nervo, em três locais diferentes: lesão central, lesão no gânglio geniculado e áreas adjacentes e lesão do forame estilomastóideo e áreas adjacentes.

A lesão central ocasiona a perda da função motora inferior do rosto do lado oposto à lesão.  No caso da lesão no gânglio geniculado e áreas adjacentes, que ocorre no mesmo lado da lesão, ocasiona a perda da função motora do músculo da face, alterando o paladar e a função das glândulas salivares e lacrimais. Nesse caso, a lesão ocorre próximo a corda do tímpano e aos ramos petrosos, local onde o vírus do herpes se aloja, sendo manifestado quando algum fator externo age sobre o indivíduo. Na lesão do forame estilomastóideo e áreas adjacentes, a paralisia ocasiona dificuldades no músculo da mastigação, perda de toda função motora do músculo da face do mesmo lado da lesão, sendo uma lesão relacionada com infecção viral, e ocorre no canal ósseo, antes de sair no forame estilomastóideo (BENTSIANOV; BLITZER, 2004; CUNHA, 2018; BENTO et al., 2018; ABCMED, 2019).

Algumas características podem ser observadas na paralisia de Bell, tais como lagoftalmo, irritação ocular no olho afetado, produção excessiva de lágrimas (fenômeno lágrimas de crocodilo), dor atrás do globo ocular, o sulco labial e a ruga da testa desaparecem, dificuldade de franzir a sobrancelhas, desvio de comissura labial, perda gustativa e auditiva. A principal característica da síndrome de Bell pode ser observada quando o paciente, ao fechar os olhos, no lado acometido pela paralisia, o mesmo é direcionado para cima (BOTELL; HIDALGO; ÁLVAREZ, 2017; BENTO et al., 2018; CÁCERES et al., 2018; CUNHA, 2018; GAGYOR et al., 2019).

De acordo com Skuladottir (2021), fatores genéticos possuem grande relevância no desenvolvimento da paralisia de Bell. Ele investigou o genoma humano, buscando marcadores relacionados com a síndrome de Bell, na tentativa de encontrar a sua origem genética. Durante o estudo, foi encontrado a sequência de meta-análise rs9357446-A (P = 6,79 × 10–23, OR = 1,23). Esses autores demonstraram, assim, a primeira associação com a síndrome de Bell e fatores genéticos. Porém, essa sequência se refere a um risco, e não a uma afirmativa, sendo necessários, de acordo com esse autor, mais estudos na área de genética molecular para obtenção de dados mais robustos sobre sua origem genética (ABCMED, 2019; SKULADOTTIR et al., 2021).

Além de todos os problemas relacionados à saúde física do indivíduo, um outro fator importante a relatar é a saúde mental, principalmente no universo feminino. A estética da face modificada produz um comportamento solitário, depressivo e preconceituoso (GARCIA et al., 2019).

4. TRATAMENTOS PARA PARALISIA DE BELL

Existem vários tipos de tratamentos para paralisia facial, embora alguns ainda necessitem de estudos mais aprofundados. Todo o tratamento, independente da técnica utilizada, tem um prazo de dois anos para ser concluído. Esse é o tempo máximo que o sistema nervoso central tem para realizar uma nova lição axônica, após esse prazo essa ligação se torna irreversível (CUNHA, 2018; CARCERES et al., 2018; VINUEZA et al., 2020).

Todo ciclo de tratamento é dividido em duas etapas: a primeira vai de 3 a 6 meses (nesse momento, a recuperação facial ainda é pouco provável); a segunda acontece ao completar os 6 meses (nesse momento, é possível observar uma evolução ou não do quadro); o terceiro acontece de 6 a 18 meses (nesse momento, a indicação passa a ser cirúrgica, não há evolução no quadro clínico) e o quarto e último acontece após os 18 meses (não  há recuperação do nervo, o tratamento passa ser direcionado para as sequelas) (CARCERES et al., 2018; VINUEZA et al.,2020)

Após o encerramento do prazo de 18 meses, um equilíbrio facial passa a ser o foco do tratamento. A partir desse momento, o sorriso e a oclusão da pálpebra se tornam fator primordial. Para deixar a face harmoniosa é utilizado as técnicas: cerclagem, toxina botulínica, suspensão estética, miectomias, neurectomias e até o transplante neuromuscular do músculo grácil pode ser realizado no intuito de devolver o sorriso (BENTO et al., 2018)

Existem dois momentos para realizar o tratamento da paralisia de Bell: o primeiro momento ocorre nas primeiras 72 horas, é chamado de agudo. Nesse período, é ministrado ao paciente corticoides e antivirais. O segundo momento é conhecido como manutenção. Nesse período, é aplicado outras alternativas terapêuticas como: fisioterapia, cirurgia, toxina botulínica, crioestimulação, fios de polidioxanona, eletroestimulação (eletroterapia e fotobiomodulação), medicação complementar e acupuntura (BURELO-PEREGRINO et al., 2020; TANGANELI et al., 2020; BENTO et al., 2018; VINUEZA et al., 2020).

Os principais tratamentos da paralisia de Bell são realizados a base de corticoides, antivirais e proteção ocular, os demais são tratamentos complementares ou alternativos (VINUEZA et al.,2020). A escolha entre os diferentes tipos de tratamentos depende do quadro clínico de cada paciente, assim como a modificação do mesmo pela falta de sua evolução. Na busca por um resultado eficaz, é realizado a junção de duas ou mais modalidades distintas de tratamentos, por exemplo, a associação de corticóides/fisioterapia ou corticoide/acupuntura/eletroterapia (BURELO-PEREGRINO et al., 2020; VINUEZA et al., 2020).

4.1 CORTICOIDES

Os tratamentos à base de corticoides são indicados para combater a inflamação e evitar a evolução da paralisia incompleta para uma completa, como também para a redução de sequelas a longo prazo. Esse tratamento é indicado na forma aguda da patologia. O Início do tratamento deve ocorrer assim que os sintomas forem apresentados para aumentar a sua eficácia. Os corticoides mais utilizados são prednisona, prednisolona e metilprednisolona.

Não há um protocolo de dose a seguir, porém, doses altas apresentam os melhores resultados e, consequentemente, provocam maiores reações adversas. A posologia aplicada é 1 mg de 7 a 10 dias ou metilprednisolona IV 1 mg em dose única ou 3 doses de 3 a 7 dias. A indicação metilprednisolona IV ocorre quando não há uma evolução do quadro clínico do paciente em uso de medicação oral. Após completar esse esquema de dose em IV, o mesmo retorna à indicação oral, indicado para casos leves e moderados (AUGH, 2013; VÁZQUEZ et al., 2008; CÁCERES et al., 2018; GAGYOR et al., 2019; VINUEZA et al.,2020; AKERMAN, 1954).

Reações adversas ao tratamento à base de corticoides são hiperglicemia, para pessoas com DM, ulceração pépticas, hipertensão, baixa imunidade, reativa infecções latentes e faz surgir outras infecções.  Pacientes com intolerância a corticoides, osteopenia, obesidade devem ter um cuidado na hora da escolha do tratamento, o seu quadro pode agravar pelo uso dos corticoides. Não é indicado para pessoas com doença de Lamy (CÁCERES et al., 2018; GAGYOR et al., 2019; BURELO-PEREGRINO et al., 2020; VINUEZA et al., 2020).

4.2 ANTIVIRAIS

Os tratamentos à base de antivirais são indicados para combater o vírus, impedindo a sua replicação e, assim, diminuindo a inflamação que o mesmo causa no nervo facial. Esse tipo de tratamento reduz as sequelas a longo prazo. Ele é indicado na forma aguda da patologia, onde o início do tratamento deve ocorrer assim que os sintomas forem apresentados para aumentar a sua eficácia. Não há um protocolo de dose a seguir. Os antivirais mais indicados no tratamento são o aciclovir ou valaciclovir, que atuam impedindo a replicação viral, diminuindo a inflamação que esses vírus causam no nervo facial, reduzindo as possíveis sequelas a longo prazo (GAGYOR et al., 2019; BURELO-PEREGRINO et al., 2020; SILVIA et al., 2022).

A posologia aplicada é aciclovir em uma dosagem de 400 mg, cinco vezes ao dia, por sete dias, ou 800 mg, três vezes ao dia, durante 10 dias. Já durante o tratamento com o valaciclovir, é prescrito uma dosagem menor ao dia, pelo fato de ser rapidamente absorvido pelo organismo. A dose indicada é de 1 g, de duas a três vezes ao dia. Devido ao seu alto custo, esse tratamento é indicado quando há um benefício. A sua aplicação pode ser via oral ou intravenosa, sendo a forma oral a mais recomendada devido ao seu custo-benefício (VÁZQUEZ et al., 2008; GAGYOR et al., 2019; SILVIA et al., 2022). Uma outra disfunção associada a paralisia de Bell são as lágrimas de crocodilos ou sindese motora. Essas, por sua vez, também são tratadas com corticóides e antivirais (GAGYOR et al., 2019).

4.3 TERAPIA COM OXIGÊNIO HIPERBÁRICO (HBOT)

A terapia com oxigênio hiperbárico, HBOT, é um tratamento realizado através da inalação de oxigênio hiperbárico (oxigênio 100%). Esse tratamento é indicado para quadro clínico moderado e grave. O paciente é colocado dentro de uma câmara pressurizada, a uma pressão maior que atmosfera, geralmente a dois ou três atm, por um período de 1h. Esse fato aumenta a quantidade de oxigênio dentro da corrente sanguínea, consequentemente, o nervo facial se torna mais oxigenado, reduzindo o dano (HOLLAND et al., 2012; CUNHA, 2018; ABCMED, 2019; VALE et al., 2019).

A concentração de oxigênio no plasma é de 0,3 ml/dl. Ao administrar oxigênio hiperbárico com 3 atm, o oxigênio do sangue atinge um valor de 6 ml/dl. O gás encontrado na solução é diretamente proporcional à sua pressão parcial. Esse tratamento é utilizado como anti-inflamatório, e é prescrito quando o uso de corticóide é contraindicado. Esse tratamento possui um custo elevado, inviabilizando o seu uso. Além disso, essa modalidade de tratamento possui estudos limitados (HOLLAND et al., 2012; CUNHA, 2018; ABCMED, 2019; VALE et al., 2019).

4.4 TOXINA BOTULÍNICA E FIOS DE POLIDIOXANONA 

O tratamento à base de toxina botulínica e fios de polidioxanona é indicado quando todos os outros já foram implantados, porém, não foi alcançada melhora na evolução do quadro. Ele é considerado um tratamento alternativo pelo fato de ser indicado para as sequelas, com um intuito de devolver simetria da face. Ao aplicar a toxina botulínica na musculatura, ela entra em contato com as placas das terminações nervosas, promove uma melhora no movimento do músculo da face e reduz a assimetria. As injeções subcutâneas e submusculares são aplicadas no período de três a seis meses (CUNHA, 2018; MARKUS et al., 2021).

O Fio de Polidioxanona é indicado para uso nesse tratamento por conta do seu custo-benefício. Ele possui as características de ser sintético, absorvível e não alérgico, utilizado para elevar a região labial. A aplicação das duas técnicas ocorre na fase crônica (CUNHA, 2018; MARKUS et al., 2021).

4.5 PROCEDIMENTO CIRÚRGICO

O processo cirúrgico é aplicado para restabelecer o nervo facial em sua forma anatômica e funcional, e deve ser observado e respeitado o período regeneração neural inferior a 18 meses, caso contrário, a cirurgia não causará benefício, porque, acima desse prazo, é impossível a regeneração axônica. (CUNHA, 2018).

O prazo para realização da cirurgia é de seis a oito meses após o ocorrido. Os melhores resultados ocorrem quando a indicação cirúrgica é abordada após 90 dias sem melhoras do quadro clínico, porém, isso depende do grau, tempo e tipo de lesão (BATISTA; CAUHI, 2008).

A cirurgia voltada para o tratamento facial é realizada desde o século XIX. A técnica utilizada na época era a transposição do músculo facial. Atualmente, existem várias abordagens cirúrgicas para tratar a paralisia facial. Podemos resumir em duas técnicas: transposição do músculo facial temporal e reanimação facial imediata (GOMES et al., 1998). Os músculos utilizados para o transplante muscular são o músculo temporal, masseter e esternocleidomastoideo. Dentre esses, o transplante do músculo temporal é o mais realizado (GOMES et al., 1998).

A reanimação facial pode ser realizada através da neurorrafia e descompressão. A neurorrafia apresenta o melhor resultado, e pode ser realizada através de colo fibrinílica, fibrina adesiva e fio de nylon, sendo esse último o mais comum. A descompressão é aplicada em pacientes submetidos a traumas, anulando, assim, a sequela (ABREU, 2020).

Dentre as técnicas cirúrgicas, podemos citar a cross face nerve graft, que utiliza a neurorrafia de forma terminoterminal, ligando o tronco nervo do lado lesão com um ramo bucal do lado sadio; a cross face, que utiliza a neurorrafia terminolateral (ausência de lesão), e a crossover, que utiliza os nervos adjacentes, como o hipoglosso, glossofaríngeo e acessório (BARBOSA et al., 2021).

Após a cirurgia, o paciente entra no período de latência, compreendido por 30 dias. Após o período de latência, ocorre a regeneração nervosa, que é em média de 1 mm por dia. No entanto, a evolução do quadro é diferente para cada indivíduo (BATISTA; CAUHI, 2008). Após os 18 meses, ou em casos crônicos, a cirurgia é voltada apenas para estética, com a finalidade de deixar a face em harmonia. (CUNHA, 2018)

4.6 FISIOTERAPIA

Dentre os tratamentos fisioterapêuticos, não existe um protocolo de reabilitação facial, cada paciente tem seu plano individual, que será baseado no quadro clínico de cada indivíduo. O objetivo da fisioterapia é realizar uma reeducação facial. Para potencializar o resultado da fisioterapia, é indicado várias modalidades simultaneamente. É utilizado cinesioterapia individual ou associada a eletroterapia, fotobiomodulação, feedback de espelho, EMG (eletromiografia), automassagem e crioestimulação. (MATOS, 2011; ABREU, 2020; CAPPELI et al., 2020). A cinesioterapia é a fisioterapia responsável pelos exercícios de mímicas faciais, chamados de exercícios ativos, onde o paciente irá reaprender como executar os movimentos perdidos (MATOS, 2011; CÁCERES et al., 2018; CAPPELI et al., 2020).

O tratamento simultâneo tem custo elevado, e esse fato dificulta a sua aplicação. Diante de todas as técnicas utilizadas, a técnica que apresenta o melhor resultado é de EMG e Feedback de Espelho, indicado em todos os quadros clínicos da patologia. Não há um protocolo de sessão a ser utilizado (CÁCERES et al., 2018; CAPPELI et al., 2020).

4.7 CRIOESTIMULAÇÃO

O tratamento de crioestimulação consiste em estimular a musculatura com gelo em movimentos longitudinais nos pontos motores, realizando leve compressão por um período curto de tempo, que pode variar de 10 a 30 minutos, sem baixar a temperatura miofascial. A principal função é promover uma estimulação neuromuscular. Não apresenta garantia 100% de melhora, não existe um protocolo a ser utilizado e essa técnica necessita de estudos aprofundados (GARANHANI et al., 2007; MATOS, 2011).

4.8 FOTOBIOMODULAÇÃO A LASER

Fotobiomodulação a laser é um tratamento a laser de baixa intensidade, indicado para tratar na forma aguda da paralisia de Bell. A luz é aplicada em todo percurso do nervo facial. A mitocôndria transforma os fótons que incidem em sua membrana em energia química, otimizando todas as funções celulares. O objetivo é aumentar a regeneração dos neurônios, a microcirculação, a atividade enzimática da mitocôndria e a produção de citocinas. A principal função é anti-inflamatória. Não apresenta garantia 100% de melhora, e não existe um protocolo ser utilizado (BURELO-PEREGRINO et al., 2020; CAPPELI et al., 2020; CASTILLO; QUIVIRA; MIRANDA, 2020; TANGANELI et al., 2020; BELÉM et al., 2021).

4.9 ELETROTERAPIA

O tratamento através do uso de eletroterapia é utilizado em três diferentes métodos: aplicação de corrente elétrica de alta voltagem, corrente de galvânica e corrente de farádica. Esse tratamento é indicado para tratar a forma aguda e crônica da paralisia de Bell. O objetivo é tratar atrofia muscular, promovendo um fortalecimento e limitando as sequelas, sendo indicado para a paralisia no estado crônico. A utilização de forma inadequada do tratamento pode agravar o problema, causando um aumento na hiperexcitabilidade, sincinesia e outras sequelas. Esse tratamento tem a duração mínima de três meses. A eletroterapia não apresenta garantia 100% de melhora, e não existe um protocolo a ser utilizado (MATOS, 2011; CUNHA, 2018; BURELO-PEREGRINO et al., 2020; CAPPELI et al., 2020; TANGANELI et al., 2020).

4.10 ACUPUNTURA

O tratamento da paralisia facial de Bell através da acupuntura é um método indicado para forma aguda e crônica da paralisia de Bell. O tratamento é realizado em ciclos divididos 15 a 10 sessões, de acordo com o quadro clínico do paciente, com duração de 15 min a 30 min. Habitualmente, o lado a ser tratado é o lesionado, porém, o tratamento pode ser aplicado nas duas hemifaces ou no lado não afetado. Estudos mostram que quanto maior o número de sessões em um menor espaço de tempo, melhor será o resultado. O objetivo é restaurar a circulação sanguínea e a energia dos canais, recuperando a função motora. O estudo de Yaumara, realizado em 2019, mostrou uma recuperação dos pacientes em 84,5% em 38 dias. O tratamento possui um baixo custo, e esse fato o torna mais acessível aos pacientes. Não apresenta reações adversas (SKULADOTTIR et al., 2021; GARCIA et al., 2019).

No uso da acupuntura, é utilizado agulhas filiformes de vários tamanhos e espessura, as mesmas são inseridas subcutaneamente com angulação de 15° a 30°, até alcançar o ponto DE QI (ponto concentração de energia), ou são inseridas de um ponto de QI a outro, chamado de agulhas prefixadas (SKULADOTTIR et al., 2021; GARCIA et al., 2019).

4.11 PROTEÇÃO OCULAR

A proteção ocular é imediatamente indicada quando o quadro de paralisia de Bell é confirmado, na tentativa de preservar a córnea. Ao identificar uma PB, podemos observar duas características na região ocular, a lagoftalmia e a miastenia do lado afetado (CUNHA, 2018).

Um olho estático desenvolve problemas como a falta de lubrificação, irritação, sensação de areia, sensibilidade à luz, úlcera e perda completa da visão. É recomendado o uso de colírios lubrificantes, pomadas, óculos de sol e tamponamento no período diurno, em dias alternados, porém, no período noturno, deve ser uso contínuo (CUNHA, 2018).

5. METODOLOGIA

5.1 OBTENÇÃO DOS DADOS

Foi realizado uma revisão integrativa da literatura em língua portuguesa, espanhola, francesa e inglesa, entre os anos de 2017 e 2022, utilizando os bases dados SciELO– Scientific Electronic Library Online (Biblioteca Científica Eletrônica On-line), Periódicos Capes, LILACS (Literatura Latino-americana em Ciências da Saúde), PubMed, e uBibliorum.

O DECs (descritores de assuntos em ciências da saúde da BIREME) foi utilizado para a seleção dos descritores da pesquisa. Os descritores utilizados no presente estudo foram: paralisia de Bell, paralisia facial, tratamento para paralisia de Bell e tratamento para paralisia facial.

Com o objetivo de evitar tendências durante a obtenção dos dados, critérios de inclusão e exclusão foram delimitados anteriormente às pesquisas. Desta forma, adotou-se como critérios de inclusão: artigos publicados entre os anos de 2017 e 2022; que possuíssem os descritores selecionados; e artigos cujo objetivo estavam relacionados aos tratamentos para síndrome de Bell. Como critérios de exclusão: artigos em outros idiomas diferentes do português, espanhol, francês e inglês; e cujos objetivos estavam relacionados com a histologia e/ou anatomia apenas.

5.2 ANÁLISE DOS DADOS

Os títulos dos artigos encontrados nos bancos de dados foram examinados em busca da relevância do artigo para análise. Identificada a adequação dos artigos, os resumos de todos foram, então, examinados usando os critérios de inclusão/exclusão. Em última análise, em caso de dúvida quanto à relevância, após a leitura dos resumos, foram lidos os artigos completos.

Os artigos e todas as publicações selecionadas foram, então, analisados com relação aos tipos de tratamentos e associações de medicamentos, bem como inovações terapêuticas, observando quais deles geraram melhores resultados.

6. ANÁLISE DOS RESULTADOS

6.1 RESULTADOS

Durante a obtenção de dados, foram encontrados 3152 estudos, sendo 442 encontrados no banco de dados SciELO, 1500 Capes, 1093 LILACS, 117 PubMed, 1 tese de doutorado e 1 livro. Após a leitura dos resumos ou abstracts dos estudos, foram excluídos um total de 1.608 artigos, que não se enquadraram no objetivo do presente estudo. Após análise do conteúdo dos artigos, a partir dos critérios estabelecidos para revisão bibliográfica, foram selecionados 31 estudos, que foram analisados no presente estudo (Figura 1).

Figura 1. Fluxograma de seleção de estudos sobre os tratamentos utilizados no tratamento da paralisia de Bell para inclusão na revisão bibliográfica, 2017 a 2022

Fluxograma de seleção de estudos sobre os tratamentos utilizados no tratamento da paralisia de Bell para inclusão na revisão bibliográfica, 2017 a 2022.
Fonte: autoria própria.

Os artigos selecionados durante as análises podem ser observados na Tabela 2.

Tabela 1. Análise dos estudos relacionados referentes aos tratamentos utilizados na paralisia de Bell

Referência Tipo Metodologia Resultado
Avellan e Bremell (2021) Artigo Estudo prospectivo aberto Tratamento à base de antibiótico e corticoide (doxiciclina ou prednisona)
Barceló et al. (2020) Artigo Coleta de dados de 30 Terapia de voz
Belém et al. (2021) Artigo Revisão Laser terapia em combinação, ou não, com outras terapias; tratamento farmacológico; acupuntura e eletroacupuntura.
Cappeli et al. (2020) Artigo Estudo de caso Retrospectiva e Prospectiva de Fisioterapia: biofeedback; automassagem, relaxamento; eletroterapia, para restaurar o trofismo, força muscular e função, e estimulação elétrica.

 

Cao et al. (2021) Artigo Revisão sistemática Antivirais: fanciclovir apresentou os melhores resultados, seguido por valaciclovir, aciclovir e, finalmente, placebo.
Castillo, Quivira e Miranda (2020) Artigo Relato de caso Fotobiomodulação a laser de baixa potência
Dias, Silva e Barretos (2021) Artigo Revisão integrativa Exercícios isotônicos e isométricos
 

Ênia et al. (2021)

 

Artigo

 

Revisão narrativa

 

Toxina botulínica

Garcia et al. (2020) Artigo Revisão científica Acupuntura e acupuntura
Garcia et al. (2019) Artigo Estudo de caso Associação de laser e magneto (imã)
Gür et al. (2021) Artigo Estudo de caso Transmastóida, craniotomia e cirurgia de fossa média
Herro et al. (2021) Artigo Revisão retrospectiva Toxina botulínica A (BoNT-A)
Jandaly e Reveneugh (2019) Artigo Revisão de literatura Reinervação é a regeneração neural.
Kandakurti et al. (2020) Artigo Protocolo de estudo randomizado Laserterapia de baixo nível combinada com exercícios de expressão facial
Karp et al. (2019) Artigo Revisão retrospectiva do caso. A reabilitação facial foi associada à melhora do escore da FGS (Sistema de classificação facial). Tratamento não invasivo com desfechos positivos
Kim e Lee (2020) Artigo Revisão de literatura A descompressão cirúrgica do nervo facial associado a esteroides ou combinado a esteroide-antiviral. Inovações terapêuticas
Kraul (2019) Tese de doutorado Análise quantitativa e qualitativa Laserterapia de baixa potência e toxina botulínica. Análise digital
Markus et al. (2021) Artigo Estudo de caso Toxina botulínica e fios de polidioxanona.
Martínez et al. (2021) Artigo Estudo de caso Software agregado ao exame de eletromiografia
Sakthivel et al. (2019) Artigo Estudo de caso Procedimento cirúrgico/ reanimação facial: anastomose do nervo facial massetérico
Silva (2019) Tese Revisão Corticoterapia, tratamentos à base de antivirais associados ou não a corticoides.
Tavares, Souza e Jesus (2020)  

 

Artigo

Estudo de caso de forma descritiva

 

Formulação de protocolo de atendimento

Protocolo: escala de House-Brackmann e a escala de Avaliação de Dor – EVA, Crioestimulação em hemiface, massagem excitatória em hemiface e estimulação elétrica funcional
Thien et al. (2019)  

 

Artigo

Estudo de caso Acompanhamento multidisciplinar com corticoterapia sistêmica e fisioterapia; crio e eletroestimulação e toxina onabotulínica
Tomadin e Vallejos (2017)  

Artigo

Estudo de caso A eletroestimulação muscular indireta seletiva com corrente exponencial e retangular, associada a exercícios de reeducação muscular e massoterapia.
Vale et al. (2019)  

Artigo

 

Revisão Medicina Física e de Reabilitação (MFR)
 

Vanderlei et al. (2020)

 

Artigo

 

Revisão integrativa Laserterapia de baixa intensidade
Waner et al. (2022) Ebook Revisão Corticosteroides e corticosteroides e antivirais associados. Opções cirúrgicas podem ser consideradas quando não há melhora nos sintomas após semanas ou meses
Wang et al. (2021) Artigo

 

Estudo de caso Eletroacupuntura de penetração combinada com eletroterapia de frequência intermediária; massagem de acupoint facial e redução cervical no nervo facial e eletroacupuntura de penetração + eletroterapia de média frequência + massagem de acupoint facial + ajuste cervical voltado para idoso.
Yu et al. (2021) Artigo

 

Estudo de caso Acupuntura
Zangh et al. (2019) Artigo

 

Revisão sistemática Acupuntura

Fonte: autoria própria.

6.2 DISCUSSÃO 

As análises demonstraram a grande variabilidade entre os tratamentos preconizados para a paralisia de Bell. O tratamento da síndrome de Bell, de um modo geral, ocorre à base de corticosteroides. Em muitos casos, observa-se uma associação entre antivirais e corticosteroides, no entanto, alguns estudos demonstraram que essa associação é questionável, não resultando em uma melhoria nos resultados.

O tratamento com corticoides e antivirais são prescritos e associados para potencializar o resultado. O uso de corticóide de forma isolada demonstrou uma maior eficácia comparado ao antiviral isolado. O uso de antiviral, na maioria dos estudos, demonstraram produzir um aumento da eficácia apenas quando prescrito juntamente com o corticoide (GAGYOR et al., 2019; SILVIA et al., 2022).

Além dos tratamentos à base de corticoides e antivirais, observa-se a preconização de uma gama de tratamentos que são prescritos, na maioria dos casos, em associação com outros métodos. De acordo com Castillo; Quivira e Miranda (2020), o uso de fotobiomodulação a laser de baixa potência se mostra ser uma técnica promissora como adjuvante durante o tratamento da paralisia de Bell. Várias técnicas fisioterapêuticas também são utilizadas para o tratamento dessa síndrome. Dentre elas, podemos citar: biofeedback, automassagem, relaxamento e eletroterapia, utilizadas com o objetivo de restaurar o trofismo, força muscular e função (CAPPELI et al., 2020).

A toxina botulínica e fios de polidioxanona também tem sido muito utilizada em associação a outros tratamentos, buscando promover uma melhoria na motilidade muscular e redução na assimetria facial. De acordo com Ênia et al. (2021) e Markus et al. (2021), a utilização da toxina botulínica é eficaz e segura, sendo uma opção para melhorar a assimetria, onde o uso toxina botulínica tipo A (BoNT-A), no lado não paralisado, tem mostrado resultados muito promissores. De acordo com Pecora e Shitara (2021), o tratamento através do uso da toxina botulínica é eficaz na restauração da simetria facial, reduzindo hipercinese, sindistese e desequilíbrio facial devido à paralisia facial.

O uso da técnica de acupuntura demonstrou eficácia no alívio dos sintomas da doença, tais como cefaléia, neuralgia do trigêmeo e dor retroauricular, além de melhorar a recuperação muscular (GARCIA et al., 2020). Com relação aos antivirais, a literatura não traz uma conclusão definitiva sobre se o seu uso produz resultados eficazes e qual desses antivirais seria o mais eficaz. De acordo Cao et al. (2021), o famciclovir demonstrou ser o antiviral com os melhores resultados, seguido por valaciclovir e aciclovir.

A eletroestimulação muscular, associada a exercícios de reeducação muscular e massoterapia, também apresenta bons resultados, produzindo uma rápida melhora nas contrações musculares (TOMADIN; VALLEJOS, 2017).

Uso do Laser de baixa intensidade também tem sido bastante utilizado no tratamento da paralisia de Bell, sendo um método terapêutico que colabora para a modificação de parâmetros clínicos e funcionais em curto período de tempo, com melhores ganhos quando associados com outras terapêuticas (VANDERLEI et al., 2020), no entanto, a laserterapia é um método de maior eficácia quando utilizado em combinação com outras terapias (BELÉM et al., 2021)

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A paralisia de Bell é uma patologia que lesiona o nervo facial e tem acometido milhares de pessoas em todo mundo. No entanto, a mesma não possui estudos aprofundados por ser idiopática, o que torna o seu tratamento complexo. Além disso, no nervo lesionado, dependendo da severidade, não é possível restaurar os impulsos, ocasionando as sequelas.

Nesse contexto, o presente artigo buscou responder: quais são as abordagens terapêuticas existentes para o tratamento da síndrome de Bell? Tendo como objetivo avaliar as abordagens terapêuticas da síndrome de Bell, bem como elencar os tratamentos preconizados para essa síndrome.

Após a análise dos estudos, concluiu-se que os tratamentos mais utilizados para a paralisia de Bell, na maioria dos casos, são os corticoides associados à antivirais, demonstrando apresentar os melhores resultados no tratamento para paralisia de Bell mesmo sem protocolo de uso. No entanto, é preciso a associação de diferentes métodos de tratamentos, dependendo de cada caso clínico, para produzir um melhor resultado.

REFERÊNCIAS 

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[1] Pós-Graduada em Anatomia e Patologia Associada, Pós-graduada em Gestão de Pessoas e Liderança, Tecnóloga em Radiologia, Especialista em imagem Tomografia e Ressonância e Técnica em Radiologia. ORCID: 0000-0003-4911-1687.

[2] Orientador. ORCID: 0000-0001-5618-6690.

Enviado: Junho, 2022.

Aprovado: Novembro, 2022.

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Graciely de Santana Souza

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