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Riscos do trabalho de enfermagem: implantação de medidas preventivas contra distúrbios osteomusculares na equipe de enfermagem em um hospital de Maceió

RC: 52922
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/disturbios-osteomusculares

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SOBRAL, Divanilda Leite de Almeida [1]

SOBRAL, Divanilda Leite de Almeida. Riscos do trabalho de enfermagem:  implantação de medidas preventivas contra distúrbios osteomusculares na equipe de enfermagem em um hospital de Maceió. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 06, Vol. 11, pp. 114-124. Junho de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso:  https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/disturbios-osteomusculares, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/disturbios-osteomusculares

RESUMO

Os Distúrbios Osteomusculares representam um dos agravos recorrentes na saúde da enfermagem, provocando afastamentos dos profissionais de seus locais de trabalho. O objetivo do trabalho consiste na análise de uma possível implementação de medidas preventivas de cunho ergonômico, contra distúrbios Osteomusculares em um hospital de pequeno porte da cidade de Maceió. Cabendo aos objetivos específicos, apresentar os conceitos de DORT, características e dados de ocorrência no âmbito do setor de enfermagem em todo o Brasil; descrever a realidade da ergonomia do trabalho no local onde se pretende implementar o programa de medidas preventivas, apontando seus principais problemas; apontar algumas medidas importantes que ajudam a minimizar os transtornos osteomusculares no setor de trabalho da enfermagem. Onde o método analítico-descritivo foi utilizado, pois, são bastante eficientes para analisar as bibliografias e pesquisas realizadas sobre diversos temas para ter um maior entendimento sobre determinados fenômenos sociais, conceitos e particularidades da vida das pessoas, de maneira que possa entender o universo de forma ampla. Ações devem ser realizadas para prevenir doenças relacionadas ao trabalho na enfermagem e evitar que mais profissionais sejam afetados e tenham sua saúde prejudicada.

Palavras-chave: Ergonomia, enfermagem, DORT, LER, Distúrbios Osteomolecurales.

INTRODUÇÃO

A realidade atual é marcada por rápidas e profundas transformações, onde as conquistas do homem têm afetado bastante a vida cotidiana em seus principais aspectos tanto no âmbito individual quanto no coletivo. Em meio a este turbilhão de facilidades que o desenvolvimento da sociedade tem proporcionado está a velocidade na troca e acesso às informações, a sensação de diminuição das distâncias entre os países, e outros inúmeros benefícios, como por exemplo, o aumento da expectativa de vida

A mudança tem acontecido principalmente no mundo do trabalho em razão das inovações tecnológicas e organizacionais, bem como de outras inegáveis conquistas do homem que trouxeram não somente o aumento do desemprego, como também   maiores riscos ocupacionais, dentre os quais destaca-se a LER  (Lesões por Esforço Repetitivo) denominada também de Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) cujo conceito está fundamentalmente relacionado aos novos sistemas organizacionais do mundo do trabalho, bem como às inovações tecnológicas que exige muito da capacidade produtiva do trabalhador ,já que a sobrecarga de trabalho gera estresse desconforto e problemas musculares intensos que compromete a sua qualidade de vida (MIRANDA e DIAS, 2010).

Segundo Silva, et al. (2017), o desenvolvimento de DORT tem afetado diversos trabalhadores da enfermagem, seja no aspecto biomecânico, seja no ergonômico. Caracterizando ineficiência de recursos que contribuam com a saúde dos enfermeiros e sua equipe.

Neste sentido, o artigo que será desenvolvido a partir deste projeto pretende apresentar uma discussão sobre a viabilidade de implementação de um programa de prevenção e proteção contra a DORT, após a observação das condições de trabalho e a escassez de recursos humanos em um hospital de pequeno porte localizado na cidade de Maceió, que apresenta uma demanda muito grande de trabalho, mas que conforme observado não vem disponibilizando recursos humanos necessários as trabalhadoras.

Vários problemas foram verificados que justificam a presença de uma reforma ergonômica no local, já que há significativa sobrecarga de atividades, fragmentação e aceleração intensa do ritmo de trabalho que prejudicam as (os) enfermeiras (os), e os impede de desenvolver seu trabalho com maior qualidade de vida. Neste sentido, um estudo que sirva de base para viabilizar medidas de prevenção para os trabalhadores da enfermagem seria do interesse de todos, uma vez que, em alguns hospitais de Maceió pertencentes a rede municipal, estão carentes de uma ergonomia adequada para atender as demandas do dia a dia.

Além disso, a necessidade de implantação de um programa contra a DORT dá ênfase a importância de estudar para conhecer mais sobre a realidade da doença nesta área profissional, assim como a necessidade de criar medidas preventivas na organização do trabalho, bem como tratamentos precoces, onde haja um setor de vigilância em saúde do trabalhador dentro da empresa.

Para guiar a pesquisa, teve como objetivo geral a análise de uma possível implementação de medidas preventivas de cunho ergonômico, contra distúrbios osteomusculares em um hospital de pequeno porte da cidade de Maceió. E os objetivos específicos, tais quais: apresentar os conceitos de DORT, características e dados de ocorrência no âmbito do setor de enfermagem em todo o Brasil; descrever a realidade da ergonomia do trabalho no local onde se pretende implementar o programa de medidas preventivas, apontando seus principais problemas; apontar algumas medidas importantes que ajudam a minimizar os transtornos osteomusculares no setor de trabalho da enfermagem, serviram para organizar melhor a investigação correspondente ao tema proposto no trabalho.

Para tanto, o trabalho será um estudo desenvolvido a partir da revisão da literatura e de uma observação participante com a finalidade de verificar as principais dificuldades ergonômicas enfrentadas pela equipe de enfermagem do hospital e com isto apresentar medidas preventivas para oferecer melhores condições e qualidade de vida aos trabalhadores do local e ajudar a diminuir os altos índices de absenteísmo. Portanto, uma revisão da literatura seria um recurso bastante útil, já que se trata de um estudo “(…) desenvolvido com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos (HEERDT, 2010, p. 4)”.

Assim, um trabalho de caráter analítico-descritivo, pois eles são bastante eficientes para analisar as bibliografias e pesquisas realizadas sobre diversos temas para ter um maior entendimento sobre determinados fenômenos sociais, conceitos e particularidades da vida das pessoas, de maneira que possa entender o universo de forma ampla.

Desse modo, para a realização deste trabalho será utilizado estudos já realizados na área que enfoquem questões relacionadas a ergonomia no ambiente de trabalho da enfermagem e os problemas de saúde devido ao acometimento da DORT. O material utilizado para o desenvolvimento do trabalho será retirado de revistas eletrônicas, periódicos que abordam o assunto que se encontra disponibilizada em Base de Dados, tais como: Scielo, Bireme e Google Acadêmico.

DESENVOLVIMENTO

Problemas relacionados ao sistema musculoesquelético, tais como: a DORT, doença conhecida desde a década de 1700, mas que vem adquirindo bastante notoriedade na atualidade em razão da sua presença constante e progressiva nos ambientes de trabalho e em diferentes áreas profissionais, constituindo-se na mais recente epidemia do século XXI (CODO, 1995; SETIM, 1995), é caracterizada pelo acometimento dos nervos, sinoviais, fáscias, tendões, ligamentos e músculos em virtude dos distúrbios funcionais ou orgânicos oriundos da fadiga muscular. (LEITE, et. al., 2007)

A DORT é uma doença que se manifesta em razão do incremento das tarefas monótonas, repetitivas e fragmentadas, estas atividades acabam, desencadeando um processo de sofrimento psicofísico que na maioria das vezes não é considerado. Portanto, o problema da incidência de DORT é bastante crescente no setor da enfermagem dos hospitais e centros de saúde em razão das condições inadequadas de trabalho, o que acaba resultando na sobrecargas orgânicas, se fazendo necessária soluções de reestruturação e organização no ambiente de trabalho para correção  da distribuição inadequada das atividades, segundo as premissas da Ergonomia Francesa. (LEITE, et. al., 2007)

Segundo Gil Rosa et. al. (2008) o aparecimento desta patologia no Brasil aconteceu em 1984 a partir do surgimento dos digitadores de empresas de processamentos de dados. Porém o seu reconhecimento como uma doença do trabalho ocorreu somente em 1987. Várias pesquisas realizadas no mundo todo têm demonstrado a presença de danos à saúde no âmbito da enfermagem que estão associadas a DORT, mas também em outros setores de trabalho, que por sua vez relacionados ao alto nível de industrialização, o uso de tecnologias avançadas para incrementar a produtividade e a nova forma de organização do trabalho (MIRANDA e DIAS, 2010).

Segundo os autores em 1995 os casos DORT no país representaram cerca de 30% do atendimento realizado ao indivíduo, sendo que nas mulheres foi calculado um índice de 87%. Atualmente é uma das doenças mais notificadas no país, o que demonstra um grave e complexo problema de saúde que precisa ser estudado e resolvido, pois adoecer em virtude da ocupação profissional deixa de ser um fato esporádico para fazer parte do dia-a-dia de centenas de trabalhadores, especialmente dos profissionais da área de Enfermagem. (MIRANDA e DIAS, 2010).

Nas pesquisas publicadas sobre a DORT na maior parte   se dedicam a explicar suas principais causas. Tais estudos tem permitido os pesquisadores observar melhor a doença em segmentos profissionais como no caso dos profissionais da Enfermagem cuja incidência da doença entre as mulheres apresentou um índice de cerca de 65% do total de casos, onde elas se queixaram bastante de dores nos membros superiores, mas de todo os casos registrados os segmentos mais acometidos foram os punhos com 92%, e as mãos apresentando cerca de 75% (OLIVEIRA e BARRETO, 1997).

Os dados apontados só fizeram aumentar ainda mais a importância de estudar para conhecer mais sobre a DORT nesta área profissional, assim como a necessidade de criar medidas preventivas e tratamentos precoces, sendo necessária a existência de setor de vigilância em saúde do trabalhador dentro da empresa. Assim, mesmo não se tratando de doenças ocupacionais recentes a DORT que aos poucos vem assumindo um caráter epidêmicos preocupante em diversos ambientes de trabalho. Além de estar associada a muitas outras patologias crônicas e recidivas que acabam gerando uma incapacidade laborativa cujas consequências não se resumem apenas ao setor de trabalho.

Já em relação aos sintomas Leite et. al. (2007, p.289) aponta os principais da LER/ DORT

(…) constituindo um conjunto complexo, isolados ou agrupados, mas interligados, que exercem seu efeito simultaneamente na gênese da doença, tendo como sintomas, a dor localizada, irradiada ou generalizada, desconforto, fadiga e sensação de peso, formigamento, parestesia, sensação de diminuição de força, edema e enrijecimento articular. E, apesar de inicialmente apresentarem-se de forma insidiosa, predominando mais no término, em momentos de picos da produção e aliviarem com o repouso, com o decorrer do tempo podem tornar-se frequentes durante o trabalho, inclusive incidindo nas atividades extra laborativas do trabalhador.

No entanto, em relação às causas, Leite et. al. (2007) explica que há uma dificuldade em se comprovar de fato as causas da doença são muitas e estão relacionadas as condições de trabalho. No caso das enfermeiras podem ser citados os recursos tecnológicos inadequados, incluindo também falta de equipamentos especiais para movimentar os pacientes e mobiliário, além da escassez de recursos humanos.

Entretanto, os problemas das altas incidência de lesões por esforço repetitivo é também um fenômeno universal que pode ser encontrado tanto em grandes quanto em pequenas proporções, mas que se encontram em constante crescimento na atualidade que pode ser detectada em diversas profissões cujas principais causas, segundo Leite et. al. (2007, p. 288) são:

a literatura científica demonstra que as condições de trabalho vivenciadas pelos profissionais da equipe de enfermagem em vários países da América do Sul, são consideradas piores àquelas vividas pelos enfermeiros americanos e europeus. Esse fato justifica-se pelas sérias dificuldades políticas e econômicas enfrentadas pelos países em desenvolvimento. Além disso, o desgaste físico e emocional, a baixa remuneração e o desprestígio social são fatores associados às condições de trabalho do enfermeiro, que vem refletindo negativamente na qualidade da assistência prestada ao cliente, levando ao abandono da profissão e consequentemente a escassez de profissionais no mercado de trabalho.

Portanto, os trabalhadores da érea de enfermagem encontram-se expostos a uma infinidade de situações na execução de suas funções que podem gerar acidentes de trabalho e são bem mais notificados do que doenças ocupacionais. Entretanto, pelo o fato de uma equipe ser composta por mulheres é importante que se saiba todas as diferenças relacionadas a questão de gênero para analisar os processos de saúde-doença dessa classe.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, inúmeros profissionais são acometidos com a LER e DORT e, para isso, se faz necessária que os empregadores adaptem melhor as condições de trabalho aos trabalhadores.

Apesar de ser realidade no ambiente de trabalho da área da saúde, especificamente, na enfermagem, adquirir LER/DORT não significa dizer que será um profissional obsoleto, mas, que, muitas vezes, o tratamento para essas enfermidades obtidas, terão resultados positivos para o trabalhador. Seguir o tratamento é necessário para poder se reestabelecer no emprego. E este, deve proporcionar um ambiente de trabalho seguro, respeitando as limitações dos indivíduos com a finalidade de promover bem-estar aos contratados.

O retorno ao trabalho após afastamento para recuperação da lesão proporciona aos profissionais, muitas vezes, desconforto por se adequar à nova realidade do seu ambiente de trabalho, e isso, muitas vezes, não contribui com bem-estar desse trabalhador. Então, as empresas, além de promover melhores condições de trabalho aos funcionários, precisa, também, preparar um ambiente apto a receber os colaboradores.

Por fim, atender o trabalhador de maneira holística ajuda a evitar que LER e DORT sigam crescendo nas estatísticas brasileira. Empresa e funcionário devem caminhar alinhados para evitar que danos à saúde existam e afastem, em definitivo, o mesmo de suas atividades.

REFERÊNCIAS

CODO W. Entre a urgência e o pasmo. In: L.E.R diagnóstico, tratamento e prevenção. São Paulo (SP): Vozes, 2007.

GIL ROSA, A. F. et. al. Incidência de LER/DORT em trabalhadores de enfermagem. Acta Sci.  Maringá, v. 30, n. 1, p. 19-25, 2008. Disponível em: < http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHealthSci/article/view/4383> Acesso em 11 jan. 2013.

HEERDT, M. L. Projeto de pesquisa. Disciplina de Metodologia Cientifica. Disponível em:<http://www. inf.unisul.br/~ines/pccsi/O_PROJETO_DE_PESQUISA_2004B.doc>  Acesso em  21 nov. 2012

LEITE, P. C. et. al. A mulher trabalhadora de enfermagem e os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Rev Esc Enferm USP vol 41 n 2  p. 287-291, 2007. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v41n2/15.pdf > Acesso em 11 jan. 2013.

MIRANDA, C. R. e DIAS,  C. R. LER – lesões por esforços repetitivos uma proposta de ação preventiva. Disponível em:< http://ergonomics.com.br/files/2012/08/ler_5.pdf> Acesso em 11 jan. 2013.

OLIVEIRA, E. M. ; BARRETO, M. Engendrando genero na compreensão das lesões por esforços repetitivos. Rev. Saúde e Sociedade  vol 1 n 6, p.  77-99, 1997.

SALIM, C.A. Doenças do trabalho: exclusão, segregação e relações de gênero. Rev São Paulo Perspectiva, vol 1 n 17, p.11-24.

SILVA, Rayanne Ferreira da, et al. Presença de distúrbios osteomusculares em enfermeiros de unidades de pronto atendimento. 2017. Disponível em:< http://seer.uftm.edu.br/revistaeletronica/index.php/enfer/article/view/2081/pdf>. Acessado em 14 de junho de 2020.

[1] Pós-graduação em Oncologia e graduação em Enfermagem.

Enviado: Março, 2020.

Aprovado: Junho, 2020.

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Divanilda Leite de Almeida Sobral

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