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Depressão Pós-Parto: O Papel do Enfermeiro Durante o Pré-Natal

RC: 19207
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CONTEÚDO

SILVA, Damaris Cordeiro [1]

SILVA, Damaris Cordeiro. Depressão Pós-Parto: O Papel do Enfermeiro Durante o Pré-Natal. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 08, Vol. 07, pp. 138-162, Agosto de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

A Depressão pós-parto (DPP) é multifatorial, uma doença que afeta tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento de seu filho e ocorre logo depois das primeiras semanas do parto. Este estudo teve por objetivo buscar na literatura a importância do papel do enfermeiro durante o pré-natal, na prevenção de DPP. Tratou-se de uma pesquisa exploratória embasado em levantamento bibliográfico, sendo incluído artigos das seguintes bases de dados: BVS, Lilaccs, Scielo; manuais técnicos do ministério de Saúde e livros da área, as obras analisadas compreendiam o período de 2003 a 2017. Como resultados, a DPP afeta a gestante por meio de vários sinais e sintomas, trazendo grande impacto no desenvolvimento do bebê. Existem vários fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da doença, como: gravidez não planejada ou não desejada, conflitos conjugais, ser mãe solteira ou desempregada, gestante com baixa renda e baixo nível socioeconômico, dentre outros. O enfermeiro tem papel fundamental durante o pré-natal atuando mediante consultas e palestras. Concluiu-se que as intervenções de enfermagem realizadas no pré-natal, podem detectar precocemente e minimizar os riscos de DPP, favorecer o bem estar geral da gestante, da criança que vai nascer e da família e contribuir na prevenção dessa doença

Palavras-chave: Depressão Pós-Parto, Etiologia, Prevenção, Pré-Natal,  Enfermagem.

INTRODUÇÃO

A Depressão pós-parto (DPP) é uma doença que afeta tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento de seu filho e ocorre logo depois das primeiras semanas do parto. As manifestações clinicas surgem devido ás alterações hormonais durante a gestação.

As consequências dessa patologia prejudicam o vínculo afetivo entre a mãe e seus bebês e diminui a qualidade dos cuidados e da responsividade emocional da mãe. Estas consequências podem afetar o crescimento e o desenvolvimento físico, social e emocional do bebê.

Dentro desse contexto, o enfermeiro tem o papel importante na assistência mediante o acompanhamento, a realização de orientações através de consultas e palestra e os cuidados prestado a gestante durante o pré-natal. Portanto o enfermeiro deve estar alerta a sinais de transtornos emocionais/psicológicos, contribuindo para minimizar os riscos relacionados a DPP.

O enfermeiro atua como papel fundamental durante as consultas de pré-natal, presta assistência acompanhando a evolução da gravidez e promovendo saúde da gestante e da criança. Além de proporcionar os cuidados, o enfermeiro atua na prevenção, buscando minimizar os possíveis riscos de ocorrer uma depressão pós-parto.

Devido ao aumento dos índices de mulheres que sofrem DPP as consequências têm sido cada vez mais prejudiciais a mãe e o bebê. Esse estudo busca reunir dados com o propósito de responder ao seguinte problema de pesquisa: Qual o papel do enfermeiro na prevenção da DPP no pré-natal?

Esta revisão tem como objetivo buscar na literatura os sinais e medidas preventivas na depressão pós-parto, com foco na atuação do enfermeiro no pré-natal, a partir de uma busca sobre a etiologia, sobre os fatores de riscos e o papel do enfermeiro na prevenção da DPP durante o pré-natal. Sendo que, o primeiro objetivo é relatar sobre o conceito, sinais e sintomas da DPP, o segundo especificar as causas e os fatores de risco, por último mostrar como é o papel do enfermeiro durante o pré-natal.

Trata-se uma pesquisa exploratória, embasado em levantamento bibliográfico, sendo incluído artigos nas seguintes bases de dados: BVS, LILACS, sciELO (Scientific Electronic Library Online), criando um corpo de literatura compreensível, utilizando como palavras chaves: depressão pós-parto, prevenção, pré-natal, enfermagem. As obras a serem analisadas, serão incluídos artigos apenas em idioma português, no período de 2003 a 2017, que contenham dados de acordo com o tema e textos integral disponível. Serão excluídos os artigos que não tenha a ver com o tema.

Nesse estudo serão descritas as definições, sinais e sintomas e o impacto da DPP no desenvolvimento do bebê, em seguida, a etiologia e os fatores de risco bem como um instrumento utilizado para triar mulheres com risco de depressão, chamado de escala de Edimburgo, logo após mostra como são as consultas no período do pré-natal e o papel do enfermeiro durante essas consultas.

1. DEPRESSÃO PÓS-PARTO

Durante o período gestacional e puerperal a mulher começa a desenvolver alterações físicas, hormonais, psíquica que refletem diretamente a saúde mental. E nesse período que a atenção deve ser especial a fim de realizarem diagnóstico e tratamento o mais precocemente possível. Esse distúrbio da DPP é frequente entre as mulheres e pode acometer até 1 entre 5 ou 8 puérperas. (CAMACHO et al., 2006; FIGUEIRA et al., 2009).

Segundo o estudo Martins (2006), as alterações psiquiátricas que mais atinge as mulheres estão divididas em três categorias: a síndrome da tristeza profunda, depressão puerperal e psicose puerperal. A psicose puerperal ocorre frequentemente nas três primeiras semanas após o parto. Período em que as manifestações dos sintomas são mais intensas, onde ocorre delírios, a mãe apresenta risco ao bebê, consequentemente podendo rejeitar o filho até mesmo matar, devido os pensamentos delirantes acerca do bebê, nesse período a mãe não cuida de si mesma, período onde aparece graves sintomas.

A síndrome da tristeza profunda, também conhecida como Baby blues, iniciam as duas primeiras semanas após o parto, onde ocorre crises de choro e tristeza, aumento da ansiedade, irritabilidade, sensibilidade e instabilidade emocional, fadiga e dificuldade em relação ao sono (MARTINS, 2006; COUTINHO; SARAIVA, 2008).

Outro estudo defini baby blues como curto período de tristeza profunda, frequentemente descrita como passageira, também conhecida como melancolia da maternidade. Este apresenta uma forma mais comum e leve de depressão, causada pelas mudanças repentinas nos níveis de hormônio feminino podendo agravar posteriormente para uma depressão puerperal (MAYOR; PICCININI, 2005; SCHIMID; PICCOLOTO; MULLER, 2005).

A depressão puerperal, acontece nos primeiros meses após o parto, sendo que 88% após o parto, 8% inicia duas semanas antes do parto e 4% se torna quadro crônico. Os sintomas surgem gradualmente, podendo confundir com a síndrome da tristeza profundo (SCHMIDT; PICCOLOTO; MULLER, 2005).

O Quadro 1 a seguir (pagina 16) mostra esses sofrimentos mentais puerperais, bem como a diferença entre a tristeza puerperal, depressão puerperal e transtorno psicótico através dos conceitos, a prevalência, a manifestação, os sintomas, curso e prognostico.

Quadro 1 – Diferencial sinóptico dos sofrimentos mentais puerperais

Tristeza puerperal (também chamada de baby blues ou maternety blues Depressão puerperal

(Também chamada de depressão pós-parto)

Transtorno psicótico e puerperal

 

Conceitos Alteração psíquica leve e transitória. Transtorno psíquico de moderado a severo, com início insidioso. Distúrbio de humor psicótico, com apresentação de perturbações mentais graves.
Prevalência 50% a 80% 10% a 15% 0,1% a 0,2%
Manifestação Inicia-se no 3º até o 4º dia do puerpério.

 

Início insidioso na 2ª a 3ª semana do puerpério.

 

Início abrupto nas duas ou três semanas após o parto.
Sintomas Choro, flutuação de humor, irritabilidade, fadiga, tristeza, insônia, dificuldade de concentração, ansiedade relacionada ao bebê. Tristeza, choro fácil, desalento, abatimento, labilidade, anorexia, náuseas, distúrbios de sono, insônia inicial e pesadelos, ideias suicidas, perda do interesse sexual.

 

Confusão mental, alucinações ou delírios, agitação psicomotora, angústia, pensamentos de machucar o bebê, comportamentos estranhos, insônia: sintomas que evoluem para formas maníacas, melancólicas ou até mesmo catatônicas.
Curso e prognóstico Remissão espontânea de uma semana a dez dias Desenvolve-se lentamente em semanas ou meses, atingindo assim um limiar; o prognóstico está intimamente ligado ao diagnóstico precoce e às intervenções adequadas. Pode evoluir mais tarde para uma depressão. O prognóstico depende da identificação precoce e das intervenções no quadro.

Fonte: Brasil, 2013

Segundo Lobato, Moraes e Reichenheim (2011), a DPP é reconhecida como causa de morbidade materna e as síndromes depressiva afetam diretamente toda a família, podendo o cônjuge também sofrer crise de depressão e os filhos serem propensos ao atraso no crescimento e no desenvolvimento cognitivo e social, podendo causar distúrbio no sono, doenças diarreicas e distúrbios nutricionais.

As causas da DPP são muito complexas, devido as variáveis alterações que ocorre durante o período gestacional e puerperal. A DPP é uma síndrome psiquiátrica que atinge a interação mãe e filho, na maioria das vezes de forma negativa. É considerada um transtorno mental que provoca alterações emocionais, comportamentais, físicas associadas ao puerpério (SILVA; BOTTI, 2005; HILDEBRANDT, 2013).

1.1 SINAIS E SINTOMAS DA DPP

Os sintomas da depressão aumentam desde o terceiro trimestre de gravidez e cerca de 25 a 35% das mulheres gestante apresenta sintomas depressivos e em média de 20% podem apresentar a depressão. A DPP desaparece no 16º mês após o parto (ZINCA; PHILLIPS; BORN, 2005).

Outro estudo de Costa, Pacheco e Figueiredo (2007), as mulheres que mais apresenta sintomas depressivos, são aquelas que sofrem algumas complicações físicas em decorrência o parto e não tem a oportunidade de pegar o seu bebê nos primeiros 30 minutos. As complicações que surgem durante o parto, aumentam os riscos de ter DPP durante o primeiro mês após o parto.

Vários sinais e sintomas aparecem definindo a depressão pós-parto, como mostra o quadro 2.

Quadro 2 – Avaliação comumente associados a Depressão pós-parto

·         Perda de prazer ou interesse na vida;

·         Mau humor, especialmente na parte da manhã, tristeza, choro;

·         Exaustão que não é aliviada pelo sono;

·         Sentimento de culpa;

·         Perda de peso;

·         Baixo nível de energia;

·         Irritabilidade;

·         Higiene pessoal precária;

·         Constipação intestinal;

·         Preocupação e falta de foco;

·         Indecisão;

·         Concentração diminuída;

·         Ansiedade;

·         Desespero;

·         Pensamentos compulsivos;

·         Perda da libido;

 

·         Perda da confiança;

·         Dificuldade para dormir (insônia);

·         Perda de apetite;

·         Visão fria e pessimista do futuro;

·         Não responde ao choro ou pedido de atenção do recém-nascido

·         Isolamento social; não atende a porta nem o telefone;

·         Sentimento de fracasso como mãe.

Fonte: Ricci, 2015

Os episódios causados pela depressão, levam alguns transtornos como a redução de energia e da atividade, diminuição da concentração e do auto estima, alteração do humor, problema no sono e sentimento de culpa (MORAIS et al., 2015).

É importante enfatizar que esses distúrbios depressivos podem atingir diretamente a vida afetiva do casal promovendo efeito devastador na interação com a família. Além disso, a DPP pode trazer resultados negativo, afetando principalmente o desenvolvimento do bebê (HILDEBRANDT, 2013).

1.2 IMPACTO DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO NO DESENVOLVIMENTO DO BEBÊ

Ao se deparar com o quadro depressivo, o bebê começa a sofrer impactos momentâneos. O primeiro impacto ocorre um processo de desligamento, quando se percebe no sorriso da mãe, nesse momento perde-se o contato visual entre ambos. O segundo, o bebê age como reanimador, fazendo com que a mãe volte a vida. O terceiro ponto é a busca por estimulação ou interesse no mundo, ao perceber que foi deixado em segundo plano. Por fim, o bebê sente-se o desejo de estar com mãe não deprimida. A partir desse momento, o mesmo tende a aceitar tudo que é oferecida pela mãe-deprimida, iniciando um processo de grandes impactos no desenvolvimento do bebê, onde apresenta mais expressões negativas do que positiva, mostram menos espontaneidade e menos níveis de atividade devido a DPP (SCHWENGBER; PICCININI, 2003).

A DPP causa graves problemas no vínculo afetivo da mãe e da criança, consequentemente pode atingir em diversas áreas do desenvolvimento das diferentes fases do crescimento, desde o nascimento, período da infância, na adolescência, como jovem e na fase adulta. O mesmo pode sofrer alterações neurológicas, endócrinas, mental, socioemocional e comportamental (MOTTA; LUCIAN; MANFRO, 2005; ALT; BENETTI, 2008).

As crianças podem desenvolver problemas de atenção, podem apresentar QI baixo, dificuldades no aprendizado, dificuldades alimentares e no sono, choros frequentes, menos interação e menos comunicação, podem ter excesso de ansiedade. Apresentam prejuízo na interação social com meio ambiente, cansaço excessivo e sorriso social diminuído (SCHMIDT; PICCOLOTO; MULLER, 2005; CAMACHO et al., 2006).

No primeiro ano de vida a criança pode ter prejuízo no desenvolvimento cognitivo e social, gerando resultados negativos. Os sintomas depressivos afetam as relações interpessoais, tendo um déficit nos seus estados afetivos. As atitudes do bebê é olhar menos para a mãe e ter mais afeto negativo. Aos 12 meses atende a desenvolver baixo nível de desempenho, tornando inseguro com a mãe. Isso traz uma series de dificuldades no desenvolvimento emocional, social e cognitivo. Nesses casos, as atitudes da mãe é o afastamento do bebê (SCHMIDT; PICCOLOTO; MULLER, 2005).

2. ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO

A prevalência da DPP varia muito de literatura para literatura de acordo com uso de vários critérios diagnósticos, diversos métodos, diferenças econômicas e culturais. O quadro clinico surge de forma insidiosa, variando com apresentação e intensidade dos sintomas, conforme a história de vida da puérpera e as mudanças que ocorre no período gestacional (GUEDES et al., 2011).

Veja a seguir a etiologia e os fatores de risco de acordo com vários estudos em diferentes literaturas.

2.1 ETIOLOGIA

A DPP é multifatorial, envolvem estresses psicossociais e sociodemográficos, fatores fisiológicos, biológicos, predisposições hereditárias e alteração hormonal. Está relacionada com o corpo, mente e estilo de vida da puérpera, que na maioria das vezes não pode ser controlada, devido as diversas alterações emocionais e comportamentais como se pode observar no Quadro 3 (CARVALHO, 2007; RICCI, 2015).

Quadro 3 - Fatores etiológicos das desordens metais no puerpério. Fonte: Carvalho, 2007
Quadro 3 – Fatores etiológicos das desordens metais no puerpério. Fonte: Carvalho, 2007

Os fatores estressantes que ocorrem tanto no período da gravidez quanto durante o parto, possivelmente estão associadas na etiologia da DPP. Ambos períodos precisam ser analisados com muita atenção para identificar precocemente os fatores psicossociais, hormonais e fisiológicos (SANTOS et al., 2009).

2.1.1 FATORES PSICOSSOCIAIS

Existe vários fatores que contribui para a prevalência da DPP, como a falta de apoio do cônjuge, dos familiares e amigos, baixo nível de escolaridade, ser mãe solteira e ter muitos filhos, idade baixa, estresse durante a gestação, sendo o fator mais significativo que é o nível de renda familiar muito baixo, entre outros. Esses fatores podem atuar como estressores afetando psicologicamente a gestante podendo desencadear transtorno depressivo (MORAIS et al., 2015; ALIANE; MAMEDE; FURTADO, 2011).

Outros fatores que atingem psicologicamente a gestante é: idade, mães solteiras, gravidez não desejada, primigesta, prematuridade, conflitos conjugais, morte de familiares ou do último bebê, o nascimento de um filho quando uma filha era o desejado, baixa renda e mulheres que casaram em decorrência da gravidez e vários outros eventos adversos (NISHIMURA et al., 2015).

Entender a etiologia e os fatores de risco para o desenvolvimento da DPP, é importante para tratar, identificar, prevenir e proteger a gestante previamente, pois ajuda a mulher a trabalhar seu relacionamento conjugal, dentre outros aspectos que levam a prevalência da DPP e alguns fatores que envolve a depressão (MORAIS et al., 2015).

2.1.2 FATORES HORMONAIS E FISIOLÓGICOS

Durante a maternidade as mulheres sofrem interferência das alterações hormonais, tais como: progesterona, estradiol, cortisol, corticotrofina (CRH), a prolactina, o TSH, T3 e o T4. Estes podem provocar alterações do humor desde a ansiedade, tristezas profundas, irritabilidade, choro frequentes, sentimento de incapacidade em cuidar do bebê e o desinteresse por ele até os transtornos psicológicos, podendo causar efeito devastador sobre a mãe, consequentemente sobre a criança que pode desencadear a depressão pós-parto, quanto maior a alteração desses níveis hormonais, maior a chance da mulher desenvolver um transtorno do humor (SCHMIDT; PICOLOTO; MILLER, 2005; SGOBBI; SANTOS, 2008).

A DPP está associada, além das alterações hormonais, como também as alterações fisiológicas que segundo Costa et al (2010), essas alterações ocorridas durante a gravidez, são modificações corporais que se desenvolve de forma distinta por cada mulher. Essas modificações gestacionais apresentam como: aumento do peso corporal, aumento do volume das mamas e o aumento da região abdominal e podem continuar para evolução da DPP.

O aumento do peso corporal é um processo natural que ocorre para o crescimento e desenvolvimento fetal, devido ao aumento das necessidades nutricionais e metabólicas. Esse aumento de peso deve ser controlado para evitar ocorrência de patologia como hipertensão arterial, diabete, obesidade, macrossomia fetal além de complicações durante o parto e no período puerperal. A deficiência do peso também pode afetar o crescimento e o desenvolvimento fetal. Durante a gestação é importante a pratica de atividades físicas ao qual contribui em diversos benefícios tanto para a mãe quanto para o bebe (BATISTA et al.,2003; COSTA et al., 2010).

O aumento do volume das mamas é o processo para amamentação, onde as mamas crescem e ficam doloridas. Enquanto o aumento da região abdominal ocorre devido ao crescimento uterino que se expande dentro da cavidade abdominal. Essas alterações físicas podem contribuir para causa da DPP (COSTA et al., 2010).

2.2 FATORES DE RISCO

De acordo com Camacho et al (2006), os principais fatores de risco associados a DPP são: idade inferior de 16 anos, eventos estressantes, história de transtorno psiquiátrico prévio, conflitos conjugais, ser mãe solteira ou divorciada, estar desempregada.

Outros fatores de risco apontados foram: baixo autoestima, problemas conjugada e socioeconômica, gravidez não planejada ou não desejada, abortamento espontâneo, episódios depressivos no passado, estresses durante a gestação, estado civil, fatores relacionados ao desenvolvimento do bebê como malformação, nascimento prematuro, dificuldade de lidar com o bebê devido o temperamento ou doença, esses são os predutores significativos para desenvolver DPP (SCHMIDT; PICCOLOTO; MULLER, 2005; FONSECA; SILVA; OTTA, 2010;  ALIANE; MAMEDE; FURTADO, 2011).

No quadro 4 apresenta os fatores de risco como fatores biológicos e psicossociais da prevalência da DPP.

Quadro 4: Principais fatores de risco para o desenvolvimento de depressão na gestação

Biológicos Psicossociais
História de transtorno do humor ou ansiedade Abuso sexual na infância
História de depressão pós-parto Gravidez precoce
História de transtornos disforíco pré-menstrual Gravidez não planejada
Doenças psiquiátricas na família Gravidez não desejada ou não aceita
Mães solteiras

 

Biológicos Psicossociais
Ter muitos filhos
Reduzido suporte social
Violência doméstica ou conflitos do lar
Baixo nível de escolaridade
Abuso de substancias/ tabagismo

Fonte: Camacho et al ,2006

Dentre os fatores de risco, as mulheres com o nível socioeconômico mais baixo e de menor escolaridade são aquelas que são mais atingidas por DPP. De acordo com esse estudo, o autor buscou analisar os fatores das seguintes variáveis sequencialmente: socioeconômica, demográficas, obstétricas e psicossociais (MORAES et al., 2006).

Além desses fatores, foram identificados no quadro de DPP a ansiedade pré-natal, padrão cognitivo negativo, baixa renda e baixo nível socioeconômico. Quando diagnosticado precocemente, maior a chances para o tratamento, evitando a evolução da doença. Nesse contexto destaca-se a importância do profissional de saúde a atenção na identificação precoce desses riscos para prevenção dos transtornos depressivos e das consequências no pós-parto. No entanto, para auxiliar na identificação desses fatores, foi criado um instrumento chamado de escala de depressão pós-parto de Edimburgo (HILDEBRANDT, 2013).

2.3 ESCALA DE DEPRESSÃO PÓS-PARTO DE EDIMBURGO

Existem várias escalas disponíveis para o rastreamento da DPP, dentre a mais amplamente usada está a Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS), foi criado em 1987, validação feita no Brasil e os estudos realizados confirmaram a sua fiabilidade e sensibilidade na detecção da depressão nesta fase da vida. Foi o primeiro instrumento encontrado na literatura desenvolvido para triar especificamente a DPP (CEPÊDA; BRITO; HEITOR, 2005; SCHWENGBER; PICCININI, 2003).

A EPDS é escala de depressão pós-natal de Edimburgo mais utilizada como instrumento de auto avaliação na identificação e tratamento do quadro de DPP. Essa escala detecta os sintomas depressivos que ocorre nos últimos 7 dias, medindo tanto a presença e a intensidade quanto a gravidade crescente dos sintomas (RUSCHI et al., 2007; FIGUEIRA et al.,2009; MALLOY et al., 2010; SCHARDOSIM; HELDT, 2011).

É utilizado como triagem da DPP, composto por 10 questões e que utiliza o formato de resposta likert, recebem pontuação de 0 a 3, com o total somados de escore é de 0 a 30, A gestante escolhe a resposta que mais identifica com os sintomas que sentiu nas últimas semanas, sendo que superior ou igual a 12 é considerada deprimida. Essa escala serve como alerta para profissionais de saúde que não são médicos, possibilitando precocemente uma avaliação mais profunda e um tratamento adequado durante o período gestacional (FIGUEIRA et al.,2009; FONSECA; SILVA; OTTA, 2010, ALIANE; MAMEDE; FURTADO, 2011).

Veja no Quadro 5 o modelo da escala de Edimburgo, traduzido para o português.

Quadro 5: Escala de Edimburgo

Escala de Edimburgo
Como você está se sentindo? Você teve bebê recentemente e gostaríamos de saber como você está se sentindo nesse momento. Por favor, marque com um X a resposta que mais se assemelha ao que você tem sentido nestes últimos 7 dias, não apenas ao que você está sentindo hoje. Nos últimos sete dias:
1) Eu me sinto apta para rir e ver o lado engraçado das ciosas:

a) Da mesma maneira que sempre consegui

b) Menos do que antes

c) Muito menos do que antes

d) Nunca

2) Eu tenho procurado ver o lado divertido das coisas:

a) Como eu sempre fiz

b) Menos do que eu costumava fazer

c) Muito menos do que o usual

d) Dificilmente

 

3) Eu tenho me culpado desnecessariamente quando as coisas não dão certo:

a) Nunca

b) Não muito frequente

c) Sim, ás vezes

d) Sim, na maior parte do tempo

4) Eu tenho me sentido preocupada e ansiosa sem nenhuma razão justificável:

a) Nunca

b) Dificilmente

c) Sim, ás vezes

d) Sim, com muita frequência

5) eu tenho sentido medo ou pânico sem nenhuma razão justificável:

a) nunca

b) Não, não muito

c) Sim, ás vezes

d) Sim, frequentemente

6) Tenho dificuldade em lidar com as coisas:

a) Não, eu costumo enfrentá-las como de costume

b) Não, na maior parte do tempo eu consigo enfrentá-las

c) Sim, eu costumo enfrentá-las

d) Sim, na maior parte do tempo eu consigo enfrentá-las.

7) Eu me sinto tão infeliz que tenho dificuldade para dormir:

a) Nunca

b) Raramente

c) Sim, ás vezes

d) Sim, na maior parte do tempo

8) Eu me sinto triste e infeliz:

a) Nunca

b) Raramente

c) Sim, ás vezes

d) Sim, na maior parte do tempo

 

Escala de Edimburgo
9) Eu tenho me sentido tão infeliz que começo a chorar:

a) Nunca

b) Apenas ocasionalmente

c) Sim, ás vezes

d) Sim, na maior parte do tempo

10) O pensamento de causar dano a mim mesmo ocorreu:

a) Nunca

b) Raramente

c) Sim, ás vezes

d) Sim, na maior parte do tempo

Fonte: Hueb et al, 2007

De acordo com Cepêda, Brito e Heitor (2005) as orientações para cotação são realizadas da seguinte maneira:

  • As respostas são cotadas de 0, 1, 2 e 3, de acordo com a gravidade crescente dos sintomas.
  • As questões 3, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 são cotadas inversamente (3, 2, 1, 0).
  • Cada item é somado aos restantes para obter a pontuação total.
  • Uma pontuação de 12 ou mais indica a probabilidade de depressão, mas não a sua gravidade.
  • A EPDS foi desenhada para complementar, não para substituir, a avaliação clínica.

Segundo o estudo do Schmid, Piccoloto e Muller (2005), cerca de 32,9% das mulheres avaliadas pela escala EPDS apresentam sintomas depressivos mais frequentes no período de 3 a 6 meses após o parto, sendo que no 2º ou 3º dia pós-parto, identifica-se as mulheres que tem maior risco de depressão de acordo com a escala.

3. O PAPEL DO ENFERMEIRO DURANTE O PRÉ-NATAL NA PREVENÇÃO DE DPP

O enfermeiro deve estar em alerta, observar a gestante durante o pré-natal, ajudando a identificar quaisquer problemas que levam a DPP. A avalição deve ser realizada desde a atividade da gestante, o sono, a nutrição, perda de peso até os níveis de ansiedade. O enfermeiro tem papel importante em dar apoio emocional para a gestante, encorajando a verbalizar o que está passando e incentivando a necessidade em ter um bom sono, livres de insônia, uma boa nutrição e realização de atividade físicas. (RICCI, 2015).

Desta forma, o enfermeiro deve ter o conhecimento acerca da etiologia e os sinais associados a DPP, para tomar medidas preventivas contra a doença. Deve promover saúde mental da gestante de uma maneira em geral, cabem ao enfermeiro executar com qualidade e dedicação durante o pré-natal. (SILVA; BOTTI, 2005; TOLENTINO et al., 2016).

3.1 PRÉ-NATAL

A participação do profissional de enfermagem no pré-natal, auxilia na identificação dos sintomas, reconhecendo os sinais. A confiança adquirida entre a família e o profissional aumenta a segurança da mãe nas atividades maternas, isso ajuda a diminuir a intensidade da DPP (RIBEIRO; ANDRADE, 2009).

O principal objetivo da assistência pré-natal é acolher a mulher desde o início de sua gravidez, quando ela passará por mudanças físicas e emocionais. Cada uma irá lidar de forma diferente com tais mudanças e algumas dessas transformações podem gerar medos, dúvidas, angústias, fantasias ou apenas curiosidades sobre o que acontece em seu interior (RODRIGUES; NASCIMENTO; ARAUJO, 2011, p. 10).

Portanto, o pré-natal serve para detectar e intervir precocemente as situações de riscos da gestante, garantido uma qualidade na assistência durante o parto. Permite que o recém-nascido seja saudável sem impactos na a saúde materna, assegurada no desenvolvimento gestacional. Por isso, toda gestante possui instrumento de registro que é o cartão da gestante que recebe no primeiro dia da consulta, onde deve conter os principais dados de acompanhamento da gestação, sendo importante para a referência e contra-referência e deverá ficar, sempre com a gestante (BRASIL, 2013).

Conforme o Ministério da Saúde (2006), um dos principais instrumentos para uma assistência de qualidade inicia-se no acolhimento, assegurando, no final da gestação o nascimento de uma criança saudável e o bem-estar materno. Sendo este um aspecto essencial da política de humanização que implica o profissional de enfermagem ter uma postura ética. Fazendo com que as ações sejam integradas como promoção, prevenção e assistência à saúde da gestante e do recém-nascido, em todos os momentos da atenção desde o pré-natal, parto e o puerpério.

As consultas durante o pré-natal deveram serem mensais, até 28 semanas; quinzenais, entre 28 a 36 semanas e semanalmente, entre 36 a 41 semanas. Se não houver parto até as 41 semanas, a gestante imediatamente deve ser encaminhada para uma avaliação fetal. O número mínimo de consultas adequadas seria igual ou superior a 6. Essas consultas servem como atuação preventiva em oferecer apoio físico e emocional para a gestante enfrentar possíveis episódios depressivos (BRASIL, 2005).

Durante essas consultas de pré-natal são realizadas as seguintes avaliações através de exame físico, anamnese, exames complementares, imunizações contra hepatite B e antitetânica, medicamentos necessários como sulfato ferroso e ácido fólico, realizado diagnostico e prevenção do colo do útero e da mama. A gestante é encaminhada ao nutricionista com objetivo de controlar o peso, encaminhada a sala de vacina e a realizações dos testes rápidos. Por isso foi mencionado “A atenção pré-natal busca, sobretudo, avaliar a saúde da mulher e do feto e seu desenvolvimento, em todas as dimensões” (BARRETO et al., 2013, p. 7).

Desse modo, o pré-natal tem sido uma ferramenta importante pois proporciona uma qualidade de vida com promoção de saúde. A vista disso, esse período é a época para uma preparação física e emocional e psicológica na vida da gestante, como também um período de experiência, mais aprendizado para a equipe de saúde no desenvolvimento do processo do cuidar. Contudo, quando a gestante tem o risco de desenvolver DPP, logo identificado durante o pré-natal, imediatamente é encaminhada para um acompanhamento especifico com equipes de saúde especializadas (RIOS; VIEIRA, 2007; CASTRO; FRACOLLI, 2013).

3.2 O PAPEL DO ENFERMEIRO

As consultas realizadas pelo enfermeiro durante o pré-natal, consiste em um conjunto de fatores e ações que interagem, sendo um dos principais deles, é a humanização. Além das competências técnicas o profissional deve ter habilidade e sensibilidade para compreender o ser humano, através das relações de comunicação, baseado na escuta sendo um bom ouvinte da gestante, atentando para as principais queixas, procurando ter um vínculo entre profissional e cliente, proporcionando assim melhoria na qualidade de vida (SHIMISU; LIMA, 2009; ARAUJO et al., 2010).

Por conseguinte, prestar assistência humanizada, respeitar as mudanças físicas e emocionais vivenciada por cada gestante são atitudes que o profissional deve realizar por meio de ações na atenção integral. Deve agir na promoção da saúde, prevenção de agravos e escuta qualificada das necessidades dos usuários, proporcionando atendimento humanizado e viabilizando o estabelecimento do vínculo através de consultas de pré-natal (BRASIL, 2013).

As consultas de enfermagem são intercaladas com as consultas com o médico. Sendo que é papel fundamental do enfermeiro prestar assistência adequada e de qualidade durante o pré-natal, prevenindo a DPP, orientando as gestantes e famílias sobre a importância do pré-natal, a importância da amamentação, da vacinação e da frequência das consultas e palestra, cuidados higiênicos. Orientar as gestantes e a equipe quanto aos fatores de risco e à vulnerabilidade. O enfermeiro deve solicitar exames complementares de acordo com o protocolo local de pré-natal; realizar testes rápidos; prescrever medicamentos padronizados para o programa de pré-natal. Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame citopatológico do colo do útero. Além disso, o profissional de enfermagem deve promover programas educativos, palestras explicando todo processo de mudanças que ocorre nessa fase de gestação e pós-parto e ensinando os cuidados necessários que deve ter durante esse período. (RIOS; VIEIRA, 2007; BRASIL, 2013).

O quadro 6 a seguir mostra como é o roteiro dos exames realizados cada trimestre da gestação:

Quadro 6: Roteiro para a solicitação de exames no pré-natal de baixo risco

Período Exame
1 consulta ou 1 trimestre Hemograma Tipagem sanguínea e fator Rh Coombs indireto (se for Rh negativo) Glicemia em jejum Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR Teste rápido diagnóstico anti-HIV Anti-HIV Toxoplasmose IgM e IgG Sorologia para hepatite B (HbsAg) Urocultura + urina tipo I (sumário de urina – SU, EQU) Ultrassonografia obstétrica Citopatológico de colo de útero (se for necessário) Exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica) Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica)
2 trimestre Teste de tolerância para glicose com 75g, se a glicemia estiver acima de 85mg/dl ou se houver fator de risco (realize este exame preferencialmente entre a 24ª e a 28ª semana) Coombs indireto (se for Rh negativo)
3 trimestre Hemograma Glicemia em jejum Coombs indireto (se for Rh negativo) VDRL Anti-HIV Sorologia para hepatite B (HbsAg) Repita o exame de toxoplasmose se o IgG não for reagente Urocultura + urina tipo I (sumário de urina – SU) Bacterioscopia de secreção vaginal (a partir de 37 semanas de gestação)

Brasil, 2012

Portanto, cabe ao profissional de enfermagem obter informações através de anamnese e vários encontros no pré-natal, que permite caracterizar se a paciente tem maior risco de desenvolver transtornos depressivos. Atentando-se aos sinais e sintomas da DPP (NETO; ALVARES, 2013).

Além desses cuidados, deve dar importância no acompanhamento no puerpério, período que a mulher passar por mudanças biológicas, subjetivas, sociais e familiares, desde a primeira semana após o parto. Ao identificar o sofrimento mental na puérpera, é importante que o enfermeiro preste uma atenção diferenciada, oferecendo apoio necessário a mulher e sua relação psíquica, quanto ao vínculo com seu bebê e incluindo o planejamento familiar (BRASIL, 2012).

Devido a isso, o enfermeiro tem papel fundamental, atuando no pré-natal, prevenindo contra a DPP, por meio de ações e intervenções, prestando cuidados e proporcionando apoio necessário a cada gestante e família. Durante esse período a gestante será orientada, sendo preparada fisicamente e psicologicamente para que possa adquirir resultados positivos no momento do parto e na amamentação, prevenindo os riscos e complicações (SILVA et al., 2014).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Devido às várias alterações que ocorrem na mulher no período gestacional, as causas da DPP têm sido muito complexas, variando de gestante para gestante. Os sinais e sintomas que afetam essas mulheres têm gerado grandes impactos na vida do bebê, afetando seu desenvolvimento, bem como também de toda a família.

A causa da DPP é multifatorial, devido às diversas alterações emocionais e comportamentais que ocorrem tanto na gravidez como durante o parto. Há fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento da DPP, como os fatores psicossociais, hormonais e físicos que atingem diretamente a gestante nesse período. Para ajudar identificar precocemente esses fatores, foi desenvolvida a ESPD, uma escala que classifica o risco da gestante desenvolver essa doença.

Desta forma, o enfermeiro deve ter o conhecimento acerca da etiologia e os sinais associados a DPP, para tomar medidas preventivas contra a doença. Deve estar em alerta, observando a gestante durante as consultas e orientando por meio de palestras. O profissional deve procurar manter um vínculo de afetividade com a gestante e também com seus familiares para melhor atendimento assistencial.

Assim, sugere-se que outros trabalhos busquem o aprofundamento do tema que é de grande interesse para a sociedade, haja vista a crescente tendência da depressão pós-parto no país.

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[1] Enfermagem – Anhanguera FACITEB- Faculdade de Ciências e Tecnologia de Brasília

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Damaris Cordeiro da Silva

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