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Potencial anti-inflamatório e antioxidante da Curcuma longa L

RC: 87968
2.707
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/curcuma-longa

CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

CORRÊA, Josiane Santos [1], FERNANDES, Gabriela Rocha [2], BATISTA, Maely Oliveira [3], RAMOS, Denny Vitor Barbosa [4], OLIVEIRA, Daniel Batasini de [5], OLIVEIRA, César Augusto Batasini de [6]

CORRÊA, Josiane Santos. Et al. Potencial anti-inflamatório e antioxidante da Curcuma longa L. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 06, Vol. 04, pp. 87-107. Junho de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/curcuma-longa, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/curcuma-longa

RESUMO 

A presente pesquisa apresentou por objetivo a realização de uma pesquisa acerca da atividade antioxidante e anti-inflamatória apresentada pela espécie vegetal Curcuma longa Linn e foi desenvolvida através de levantamento bibliográfico com abordagem qualitativa de natureza descritiva, seguindo a metodologia descrita por Augusto et al. (2013). Os artigos foram selecionados nos bancos de dados DrugBank, Google acadêmico e Scielo. Os descritores de busca foram: Curcuma longa, funções biológicas, compostos bioativos, ação antioxidante, aplicação clínica da C. longa, ação anti-inflamatória e neutralização de radicais livres publicados no período de 2010 a 2020 nos idiomas inglês e português. A atividade anti-inflamatória da C. longa L. deriva de sua capacidade em inibir a produção de proteínas que fazem parte do processo inflamatório, atuando na supressão das cascatas sinalizadoras inflamatórias. Também sugere que o mecanismo pelo qual a cúrcuma expressa seu efeito é impedindo a produção da ciclooxigenase-2 (COX-2) além de inibir a expressão de interleucinas e fator de necrose tumoral-α (TNF- α) e ser capaz de intervir na via do ácido araquidônico e interrupção da atividade do fator nuclear κ B (NF)-κB. O óleo essencial dessa espécie apresenta atividade antioxidante devido à sinergia dos seus componentes dose-dependente sugerindo que o óleo expressa sua ação antioxidante devido a atração da doação de hidrogênio. Os extratos obtidos por extração ultrassônica manifestaram maior capacidade redutora e capacidade superior de eliminação dos radicais DPPH e ABTS. Além disso, os resultados também demonstraram que in vitro a C. longa L. apresenta potencial anticâncer considerável ao reduzir a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) intracelular, inibição da migração celular, indução de alterações morfológicas nas células e em material genético. Foi possível elucidar que a Curcuma longa L. apresenta capacidade anti-inflamatória e antioxidante comprovada in vitro, porém, ainda é perceptível a pouca demanda quando se trata de estudos in vivo principalmente em humanos. Também é possível comprovar a escassez de estudos brasileiros.

Palavras-chave: Curcuma longa L, Atividade antioxidante, Atividade anti-inflamatória.

1. INTRODUÇÃO

Historicamente, as plantas medicinais são utilizadas pela medicina para o tratamento de enfermidades diversas, entretanto, ao longo dos anos sua finalidade foi ampliada tanto para profilaxia quanto para o tratamento de doenças clínicas em todo o mundo, especialmente no Brasil, devido a vasta biodiversidade encontrada no país (MORETES; GERON, 2019; GRASSO, 2017; BRASIL, 2016). Nesse sentido, a sua utilização de forma empírica difundiu-se e impulsionou o crescimento de pesquisas científicas de tal maneira que o Ministério da Saúde criou, em fevereiro de 2009, a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde (RENISUS). Dentre as mais variadas espécies inseridas nessa relação, encontra-se a Curcuma longa L. (BRASIL, 2009).

A C. longa L., de origem asiática, se caracteriza como uma planta herbácea pertencente à família Zingiberaceae que possui aplicação universal como tempero culinário sob a forma de pó (MARCHI, 2016; PRASAD; AGGARWAL, 2011). A espécie foi trazida ao Brasil durante o período colonial e adaptou-se facilmente ao solo brasileiro de modo que é cultivada em diversas regiões do país variando o nome de acordo com seu local de cultivo, como açafrão-da-terra, cúrcuma, turmérico, açafrão, gengibre-amarelo, raiz do sol, entre outros (MARCHI, 2016). Em relação ao seu potencial terapêutico, na medicina tradicional chinesa, a cúrcuma carrega um histórico de uso no tratamento de condições inflamatórias em todo o sudeste da Ásia além das funções antioxidante, antimicrobiana, antitumoral, anticancerígena, antifúngica, antimalárica, anticoagulante, antiespasmódica, antidispética, antiflatulenta, leishmanicida, cicatrizante, neuroprotetora e outras (ACEVEDO et al., 2016; NICOLETTI et al., 2015).

Muri; Sposito; Metsavaht (2009) e Azambuja (2009) esclarecem que o processo inflamatório se caracteriza como uma resposta a uma lesão tecidual gerada por algum agente mecânico, químico ou físico, no qual atua como um mecanismo fisiopatológico de defesa representado como uma cascata de reações do organismo. Essa reação inflamatória objetiva eliminar, diluir ou isolar o agente causador da lesão, agindo tanto como uma resposta defensiva quanto reparadora. Um dos fatores que podem interferir no processo inflamatório é a presença de espécies reativas de oxigênio (ERO) e/ou nitrogênio (ERN) em excesso, que representa um estresse oxidativo.

As EROs e ERNs são substâncias altamente reativas e instáveis capazes de se ligar rapidamente a outras moléculas e desempenhar papéis cruciais em diversas etapas do metabolismo normal do ser humano, podendo assumir funções que favoreçam ou prejudiquem o organismo. Quando em excesso, essas substâncias podem provocar o surgimento de alterações na resposta inflamatória, mutações genéticas e morte celular (BARBOSA; SOUSA; CLEMENTE, 2019; RABELO, 2016).

A C. longa possui uma classe de substâncias denominada curcuminoides, responsáveis por desempenharem as funções anti-inflamatória e antioxidante, que unidas permitem ampliar sua aplicação aos mercados de perfumaria, têxtil, medicinal, alimentício e condimentar (FILHO et al., 2000). Desta maneira, a cúrcuma representa um importante potencial econômico dentre as mais diversas espécies vegetais de interesse científico.

De maneira geral, as plantas medicinais bem como a utilização de fitofármacos alcançaram destaque na atualidade tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento atuando como medicina alternativa (PRADO et al., 2010). Sendo assim, associa-se aos profissionais de saúde o compromisso de nortear a população quanto ao uso racional desses produtos para a promoção da saúde e qualidade de vida (CAMARGO, 2013). Diante do exposto, este artigo apresentou como objetivo a realização de uma pesquisa do tipo bibliográfica pela busca por informações que dissertem sobre a atividade antioxidante e anti-inflamatória apresentada pela espécie vegetal Curcuma longa Linn.

2. METODOLOGIA

A presente pesquisa foi desenvolvida através de levantamento bibliográfico com abordagem qualitativa de natureza descritiva, seguindo a metodologia descrita por Augusto et al. (2013). A revisão qualitativa de natureza descritiva consiste em um tipo de revisão que sintetiza os achados de estudos qualitativos. É uma recriação da meta análises aplicado a dados qualitativos, conforme descrito por Cardoso (2019), associado ao método de pesquisa descritiva, que observa, registra, analisa, descreve e correlaciona fatos e fenômenos sem manipulá-los. Geralmente procura descobrir a frequência com que um fenômeno ocorre e sua relação com outros fatores (GARCES, 2010).

Os artigos foram selecionados nos bancos de dados DrugBank, Google acadêmico e Scielo. Os descritores de busca foram: Curcuma longa, funções biológicas, compostos bioativos, ação antioxidante, aplicação clínica da C. longa, ação anti-inflamatória e neutralização de radicais livres.

Como critério qualitativo de busca, os artigos previamente selecionados foram publicados entre os anos de 2010 e 2020, na língua inglesa e portuguesa. Os métodos de seleção por leitura das publicações foram:

a) Leitura do título da obra – caso houvesse os termos dos descritores anteriormente citados, a obra era previamente selecionada, caso não atendesse aos critérios estabelecidos, a obra era descartada;

b) Leitura do resumo – Após a pré-seleção, foi realizada a leitura do resumo com o intuito de verificar se a temática investigada nesta pesquisa era comtemplada na publicação. Caso a temática não fosse contemplada, a obra era descartada;

c) Leitura integral da obra – caso a temática fosse contemplada, a leitura integral da obra era iniciada consequentemente a seleção dos dados da pesquisa foi realizada.

Os dados dos estudos incluídos foram extraídos e resumidos em uma tabela padronizada que apresentaram as seguintes informações: nome do primeiro autor, ano de publicação, país, periódico, tipo de estudo, objetivo. Sendo que as respectivas conclusões dos artigos selecionados foram extraídas e interpretadas para embasamento teórico dos resultados e discussões.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Curcuma longa L.

A Curcuma longa L. é uma espécie vegetal pertencente à mesma família do gengibre (Zingiberaceae) e que possui origem da Índia e sudeste da Ásia, entretanto, por não precisar de ambientes específicos para seu crescimento, se desenvolve perfeitamente em zonas tropicais e subtropicais como o Brasil, cuja produção e consumo é concentrada no Centro-oeste do país e no estado de Minas Gerais (BANIK et al., 2017). A planta, também nomeada como açafrão-da-terra, cúrcuma, falso-açafrão ou açafroa, foi introduzida na culinária brasileira e na indústria têxtil (como pigmento) por volta de 1980 (SILVA; BIEGELMEYER, 2020). Atualmente o consumo também é indicado para controle da glicemia, tratamento de distúrbios inflamatórios e dermatológicos, além de apresentar atividades antimicrobiana, antioxidante, hepatoprotetora e sob o sistema nervoso central (SANTANA; MARQUES, 2020; ALONSO, 2016).

As cúrcumas são perenes podendo alcançar entre 1,20 e 1,50 m de altura, com extensas ramificações laterais, cujas folhas e flores partem dos rizomas-mãe (BERNI et al., 2014; ALMEIDA, 2012). A parte aproveitada da planta e que apresenta a cor amarela característica é o rizoma-filho o qual possui grande parcela de amido, nutrientes, óleos essenciais (cineol, felandreno) e pigmentos naturais, sendo uma parda que é descartada e outra amarela característica da espécie denominada curcumina (SOUZA et al., 2019). O rizoma pode ser consumido de forma seca (onde é triturada), fresca ralada ou em pedaços, como chá ou ainda como fitoterápico. Também passa por uma técnica de desidratação e logo em seguida é pulverizada dando origem ao pó que é comercializado em todo o país (VERMA; KUMAR, 2020; MORETES; GERON, 2019; SUETH-SANTIAGO et al., 2015).

Em relação as substâncias isoladas da cúrcuma, mais de 100 foram relatadas, contudo as principais estão discorridas na Tabela 1.

Tabela 1 – Constituintes químicos mais relatados presentes na Curcuma longa L.

AUTORES PAÍS ANO CONSTITUINTES QUÍMICOS
FREIRE-GONZALEZ; VISTAL-VIGO Cuba 2014 Alcaloides, quinonas, cumarinas, carotenos, óleos essenciais, açúcares redutores, fenóis e taninos, flavonoides, e glicídios ou carboidratos.
BORBA et al. Brasil 2016 Ar-tumerona, α-tumerona, curlona, α-felandreno, 1,8-cineol e α-zingibereno.
RAFAEL et al. Peru 2018 Carboidratos, compostos fenólicos, taninos, flavonoides, antraquinonas, triterpenos, alcaloides e heterosídeos.
SANTOS et al. Brasil 2019 Compostos fenólicos, taninos, flavonoides, cumarinas, esteroides, triterpenos e açúcares redutores.

Fonte: Autoras (2020).

Prasad; Aggarwal (2011) defendem que na raiz (parte utilizada) o constituinte presente em maior quantidade geralmente é a turmerona, um óleo volátil. Todavia, Souza et al. (2019); Ferreira (2014) discorrem que a presença ou ausência de substâncias, bem como suas quantidades presentes na planta diferem de uma região para outra devido ao tipo de solo, clima, tipo de cultivo e presença de pragas na área, da armazenagem e do transporte.

Sobre a toxicidade da C. longa, Oyemitan et al. (2017) analisaram a dosagem do óleo essencial responsável pela letalidade em camundongos do estudo. O óleo causou zero e 100% de mortalidade em 2.000 e 2.900 mg/kg, por via oral, respectivamente, enquanto zero e 100% de morte foi observada em 600 e 800 mg/kg, por via intraperitoneal. Portanto, os valores de DL50 estimados para a amostra foram 2154 mg/kg (levemente tóxico), via oral, e 693 mg/kg, via intraperitoneal (moderadamente tóxico). A baixa biodisponibilidade oral pode ser responsável pela ampla variação no efeito letal deste óleo em comparação com seu efeito após a administração intraperitoneal, conforme observado neste estudo. A implicação desse resultado de toxicidade aguda é que em altas doses o óleo pode ser prejudicial devido ao efeito tóxico acumulativo, portanto, seu consumo como tempero, condimento, receitas de medicamentos e agentes aromatizantes deve ser cauteloso e monitorado de perto (EUROPEAN MEDICINES AGENCY, 2010). Não há dados farmacocinéticos ou toxicocinéticos de estudos em humanos sobre o óleo essencial dessa planta (OYEMITAN et al., 2017).

Também é comumente relatada a possível interferência em medicamentos alopáticos quando dar-se o consumo concomitante com a cúrcuma, uma vez que esta espécie desenvolve efeitos anticoagulante, hipoglicêmico, antiestrogênico além de inibição do complexo CYP1A1, CYP1A2 e CYP3A4 e inibição da glicoproteína-P que é transportadora de medicamentos. Um exemplo de droga que tem o metabolismo diretamente interferido pela planta é o talinolol (KOZIOLEK, 2019; BAHRAMSOLTANI; RAHIMI; FARZAEI, 2017), entretanto, qualquer medicamento que tenha a metabolização realizada pelos complexos citados, está sujeito a alterações da atividade farmacológica, podendo, inclusive, agravar o quadro clínico do indivíduo que o consome.

3.2 CURCUMINA

A curcumina (Figura 1), também denominada diferuloilmetano é uma substância fenólica que foi isolada pioneiramente em 1815, entretanto, o primeiro artigo só foi publicado em 1937 onde abordava sobre a sua aplicação em humanos (CORREIA, 2018; FADUS et al., 2017).  Esse artigo relatava sobre o uso de solução intravenosa contendo curcumina em pessoas saudáveis e seu efeito sobre o esvaziamento da vesícula biliar, sugerindo que essa substância poderia ser empregada no tratamento da colecistite subaguda, recorrente ou crônica (SUSANA, 2018; FADUS et al., 2017), sendo, portanto, considerada o princípio ativo do açafrão estando presente no rizoma da planta (ZHANG, 2013).

Figura 1 – Estrutura química da curcumina presente na Curcuma longa L.

Fonte: Drugbanks (2020).

A curcumina é apontada como não nociva ao organismo mesmo quando ingerida em altas doses e, por conseguinte foi categorizada pelo Instituto Nacional de Câncer como “geralmente reconhecida como segura” (GRAS) (KUNNUMAKKARA et al., 2017; PULIDO-MORAN, 2016). Contudo, sua administração por via oral, intravenosa/intraperitoneal apresenta baixa disponibilidade que ocorre devido à baixa absorção gastrintestinal, rápida eliminação e baixa solubilidade aquosa que a curcumina apresenta, dificultando sua aplicação na prática clínica (CORREIA, 2018; STANIĆ, 2017).

Metzler et al. (2013) demonstram que, apesar da administração de doses altas de curcumina, após doses diárias de 4-8 g por 3 meses, a concentração sérica máxima observada foi de 1,3 µg.mL-1 e nenhuma quantidade foi encontrada na urina. Dessa maneira, os testes em sua maioria indicam que a biodisponibilidade oral da curcumina é de apenas 1% (LIU et al., 2016).

Surpreendentemente, a curcumina parece não ser metabolizada pelo citocromo P450, uma vez que nenhum produto de desmetilação ou hidroxilação foi detectado após a incubação da curcumina em microssomas de fígado de rato (METZLER et al., 2013). Quando consumida por via oral, a maior parte da curcumina é excretada pelas fezes, sugerindo que apenas uma pequena porção é absorvida pelo intestino e que sofre, em seguida, rápida metabolização no fígado e plasma (LIU et al., 2016).

A curcumina sofre degradação química em soluções aquoso-orgânicas e a degradação aumenta conforme o pH torna-se básico, o que é uma grande preocupação em suas aplicações (PRIYADARSINI, 2014). Em soluções diluídas (soluções micromolares) 90% de curcumina degrada em 30 minutos (SHEN; JI, 2012).  Embora não seja totalmente compreendido, acredita-se que a degradação ocorre por reações de hidrólise através da porção diceto (PRIYADARSINI, 2014). A curcumina sofre degradação muito mais rápida quando exposta à luz solar. É uma observação comum que manchas de curcumina/cúrcuma podem ser removidas rapidamente por exposição à luz solar (SINGH, 2010).

3.3 ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA

A inflamação é uma resposta homeostática em organismos contra várias condições. No entanto, quando esta resposta é excessiva, pode resultar no surgimento de diversas doenças como aterosclerose, artrite reumatoide e asma. Portanto, existem vários estudos em andamento com o objetivo de diminuir a ocorrência de inflamações excessivas (LEE et al., 2020).

Nesse sentido, análises realizadas com a cúrcuma demonstraram que ela é capaz de inibir a produção de proteínas que fazem parte do processo inflamatório no sistema nervoso, atuando na supressão das cascatas sinalizadoras inflamatórias, principalmente na diminuição da quantidade de neutrófilos circulando no período de pós-lesão, limitando, assim, os resultados negativos ocasionados por essa cascata, entretanto, o mecanismo de ação da cúrcuma não é totalmente elucidado (ROCHA, 2017, SANIVARAPU; VALLABHANENI; VERMA, 2016).

Saiz de cos (2014) enfatiza uma função importante da cúrcuma na proteção do trato grastrointestinal através do seu principal metabólito, a curcumina, que age impedindo a ativação dos principais fatores de transcrição (fator nuclear kB (NF kB) e as B-catequinas) que desempenham um papel chave no processo inflamatório dos intestinos. Barreto (2018); Mohanty; Sahoo (2017); He et al. (2015) dissertam que o mecanismo pelo qual a cúrcuma expressa esse feito farmacológico é impedindo a produção da ciclooxigenase-2 (COX-2) além de inibir a expressão de interleucinas e fator de necrose tumoral-α (TNF- α).

Além disso, a propriedade anti-inflamatória da C. longa está relacionada a sua intervenção na via do ácido araquidônico e interrupção da atividade do fator nuclear κ B (NF)-κB a qual está intimamente envolvida na regulação das enzimas pró-inflamatórias COX-2, mieloperoxidase (MP7O), isoforma indutível da sintase do monóxido de azoto (iNOS) e 5-lipooxigenase (LOX). Na doença inflamatória intestinal (DII) a inibição de (NF)-κB parece ser o alvo principal para o tratamento da patologia e, portanto, a cúrcuma demonstra ser uma espécie promissora no que tange a remissão dos doentes além de poder ser utilizada como terapia auxiliar (OLIVEIRA et al., 2020; PROKIPCHUK, 2017).

Em relação a inflamações gengivais, Waghmare et al. (2011) desenvolveram enxaguatórios bucais a base de fitoterápicos e, em testes in vitro, evidenciaram os efeitos satisfatórios da Curcuma longa L. que apresentou cerca de 61% de eficácia na redução da inflamação gengival. Esse resultado, segundo os autores, pode ser derivado da ação inibitória da síntese de prostaglandinas apresentada pela espécie.

Ramadan; Al-Kahtani; El-Sayed (2011) analisaram o óleo essencial de C. longa frente a um edema em murinos em um modelo de inflamação aguda onde houve redução de 61,1% da inflamação na terceira hora de administração da dose de 1000 mg/kg, e redução de 50% na dose de 500 mg/kg. Dessa forma, o óleo essencial mostrou inibição dose-dependente da segunda fase do edema de pata, sugerindo a inibição de mediadores inflamatórios e eliminação de radicais livres. Também houve aumento significativo na atividade da glutationa S-transferase (GST) no fígado de todos os animais tratados com óleo de cúrcuma. Como a GST está envolvida na desintoxicação de carcinógenos, os resultados indicam que o óleo de cúrcuma aumenta a desintoxicação de carcinógenos e pode, inclusive, reduzir a incidência de câncer.

Existem várias causas conhecidas de inflamação, e a via NF-κB/COX-2/iNOS é um conhecido importante mecanismo. Notavelmente, NF-κB controla vários estágios de inflamação e modulação imunológica por meio da regulação de várias moléculas, incluindo citocinas (por exemplo, IL-1β, TNF-α), iNOS e quimiocinas (LEE et al., 2020). Em seus estudos, Lee et al. (2020), produziram um composto a base de uma associação de C. longa e A. Hookeri e o testaram, in vitro, na via NF-κB/COX-2/iNOS e obtiveram resultados de supressão dos níveis de várias citocinas relacionadas à inflamação, incluindo IFN-γ, IL-1β, IL-6, IL-13 e IL-17 na dose de 50 mg/kg. Resultados semelhantes foram obtidos nos estudos de Kim et al. (2016) em doses menores de 0–40 µg/ml do extrato n-BuOH das partes aéreas da C. longa, e nos estudos de Zhang et al. (2017) com óleo essencial de uma amostra coletada na China o qual apresentou inibição inflamatória de 69,22% na dosagem de 100 mg/kg.

Já o extrato etanólico da cúrcuma e da canela, Qabaha; Abu-Lafi; Al-Rimawi (2017) demonstraram que a cúrcuma apresentou maior efeito anti-inflamatório para a inibição da secreção da IL-6 quando comparado ao efeito desenvolvido pela canela, entretanto, o melhor efeito anti-inflamatório foi observado para a TNF-α.

Em casos de esteatose hepática não-alcóolica, determinadas células, denominadas células de Kupffer, induzem a produção das citocinas inflamatórias TNF-α, IL-1b e IL-6 que podem danificar o fígado. Desta maneira, ensaios com o extrato de água quente de açafrão-da-terra demonstraram melhora no quadro de fibrose hepática induzida em camundongos, bem como atenuação da expressão de RNA mensageiro dos fatores inflamatórios (citocinas), sugerindo, portanto, que essa planta pode prevenir quadros de patologias do fígado (UCHIO; MUROSAKI; ICHIKAWA, 2018).

Já no sentido de inflamações cutâneas, a cúrcuma se mostrou eficaz (60,73%) sob a forma de óleo essencial quando aplicada em inflamações de camundongos na concentração de 1% utilizando acetona como veículo (KUMAR et al., 2018), sendo dose-dependente. Essa ação anti-inflamatória também culminou na redução do peso da orelha dos animais (local da inflamação induzida) bem como redução das citocinas pró-inflamatórias. Entretanto, os autores evidenciam a importância da realização de mais testes diferentes para esse mesmo extrato afim de se obter maiores informações acerca do mecanismo de ação da espécie, uma vez que não há dados científicos suficiente publicados.

Diante das falhas no tratamento do câncer, novas terapias com produtos naturais como o açafrão têm sido consideradas. Dessa maneira, ao avaliar o efeito da cúrcuma in vitro em queratinócitos, fibroblastos e em um carcinoma epidermoide oral, Campos et al. (2017) constataram que nas doses mais altas a cúrcuma promove a morte celular de células normais e cancerígenas, desenvolvendo, portanto, um potencial citotóxico, enquanto doses mais baixas do fármaco mostraram efeito significativo na redução da migração celular e adesão célula-célula. Em contrapartida, a administração local de C. longa em um modelo de xenoenxerto canceroso inibiu o crescimento do tumor e microscopicamente, foi possível associar esse resultado a um fenótipo histológico mais diferenciado e menos agressivo. Portanto, a cúrcuma é um composto natural muito promissor na busca pela estagnação ou regressão do câncer bucal, mas o estudo do mecanismo de ação desse medicamento ainda é necessário.

3.4 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE

Os antioxidantes podem ser definidos como compostos que inibem ou retardam a oxidação de outras moléculas ao inibir a iniciação ou propagação de reações em cadeia de oxidação. Os antioxidantes protegem o corpo humano dos radicais livres e dos efeitos das EROS (Espécies Reativas de Oxigênio), desacelerando o progresso de muitas doenças crônicas, bem como a peroxidação lipídica. Além disso, eles têm sido amplamente utilizados como aditivos alimentares para fornecer proteção contra a degradação oxidativa dos alimentos (MIAH et al., 2018).

Ao tratar sobre o aspecto antioxidante da C. longa L., Singh et al. (2010) elucidam que o óleo essencial dessa espécie apresenta atividade antioxidante devido a sinergia dos seus componentes. O estresse oxidativo é comumente relacionado a circunstâncias de ameaça de vida como doenças neurodegenerativas, câncer, diabetes mellitus e doenças cardiovasculares (KAUR; CHAUHAN; SANDHIR, 2011; SUN; ONG; NYAM, 2017). Dessa maneira, existe a hipótese de que há uma conexão entre as substâncias bioativas e a ação antioxidante da planta (YANG et al., 2020).

Avanço et al. (2017) encontraram resultados de potencial antioxidante dose-dependente do óleo essencial de C. longa L., sugerindo que o óleo expressa sua ação antioxidante através da doação de hidrogênio. A possível diferença de resultados que se possam encontrar para esse mesmo ensaio pode ser devido ao baixo percentual de ar-tumerona, uma vez que quando esta é reduzida, demonstra diminuição da capacidade de eliminação das espécies reativas (ou radicais livres) presentes no meio.

Os extratos obtidos por extração ultrassônica manifestaram maior capacidade redutora e capacidade superior de eliminação dos radicais 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH) e [2,2’-azino-bis(3-ethylbenzothiazoline)-6-sulfonic acid] (ABTS) quando comparado aos extratos com solventes convencionais. Além disso, os resultados também demonstraram que in vitro a C. longa L. apresenta potencial anticâncer considerável ao reduzir a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) intracelular, inibição da migração celular, indução de alterações morfológica nas células e em material genético. Entretanto, ainda são necessários estudos mais aprofundados in vivo para compreender questões fisiológicas relacionadas, como a biodisponibilidade e o metabolismo desses extratos (YANG et al., 2020).

Quando se submeteu a C. longa L. a extração com água, álcool metílico e n-hexano, os resultados alcançados demonstram que todos apresentam atividade antioxidante, entretanto, os resultados do extrato com álcool metílico foram relativamente superiores, sugerindo que esse resultado se deve a presença de flavonoides, glicosídeos cardíacos, taninos e compostos fenólicos presentes no extrato de maior polaridade (MOHAMMED, 2020). O autor também analisou os possíveis resultados in vivo que a planta apresentaria e encontrou que a administração das frações do extrato metílico da Curcuma longa L. por 21 dias resultou em uma redução acentuada da hiperglicemia em ratos diabéticos.

A desordem no equilíbrio oxidante/antioxidante em favor do primeiro acarreta uma situação de estresse oxidativo, que é sabidamente um componente dos mecanismos de dano ao tecido molecular e celular em um amplo espectro de doenças humanas que leva à patogênese das complicações diabéticas (MOHAMMED et al., 2017). Embora estudos tenham demonstrado que o mecanismo responsável pela diminuição da atividade dessas enzimas no estado diabético não seja totalmente conhecido, os resultados obtidos podem ser decorrentes da fosforilação e diminuição da expressão dessas enzimas (SWETA; SEEMI, 2012).

Em um estudo clínico, duplo-cego randomizado e controlado por placebo, ao utilizar a cúrcuma para o tratamento de osteoartrite de joelho, além da melhora clínica, houve diminuição dos biomarcadores relacionados à doença; o biomarcador de inflamação (IL-1b) e de estresse oxidativo (EROS e MDA) apresentaram redução significativa. A melhora clínica na Escala Visual Analógica e no Índice de Osteoartrite das Universidades de Western Ontario e McMaster pode ser subjetiva, mas os níveis dos biomarcadores são certos parâmetros que retratam o status da atividade anti-inflamatória e do estresse oxidativo (antioxidante). Foi estabelecido que há um aumento desses marcadores em várias doenças e a redução desses marcadores está fortemente correlacionada com o nível da doença (SRIVASTAVA et al., 2016).

Os compostos presentes na cúrcuma, também desenvolvem ação antioxidante ao diminuir a peroxidação lipídica por meio da conservação da atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase em níveis elevados. As propriedades antioxidantes dos extratos de açafrão são devidas principalmente à diacetilcurcumina, desmetoxicurcumina e bisdemetoxicurcumina (SANTOS-SÁNCHEZ et al., 2017). Entretanto, Braga et al. (2018) elucidam que diferenças no processo de secagem das folhas de cúrcuma parecem estar diretamente relacionadas à degradação de componentes de ação antioxidante (como os compostos fenólicos), evidenciada pela mudança de cor das folhas quando secadas a altas temperaturas ou longo tempo de secagem.

4. CONCLUSÃO

Foi possível elucidar que a Curcuma longa L. apresenta capacidade anti-inflamatória e antioxidante comprovada in vitro, porém, não  há publicações em humanos que comprovem as ações farmacológicas. Também é possível comprovar a escassez de estudos brasileiros. Em relação a atividade anti-inflamatória, os resultados demonstraram que a cúrcuma age diretamente em substâncias essenciais para a promoção da inflamação, como o bloqueio da produção da ciclooxigenase-2 (COX-2), inibição da expressão de interleucinas e fator de necrose tumoral-α (TNF- α), além de interromper a atividade do fator nuclear kB (NF)-κB. Quanto aos estudos que abordaram ensaios antioxidantes, a planta apresentou alta capacidade redutora e/ou eliminadora de substâncias oxidantes que podem danificar o organismo, sugerindo, inclusive, uma espécie que tem potencial anticâncer.

REFERÊNCIAS

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[1] Farmacêutica.

[2] Farmacêutica.

[3] Pós-graduação Latu sensu em Docência do Ensino Superior, Graduação em Farmácia Generalista e Acadêmica do curso de Licenciatura em Química.

[4] Mestrado em Educação, Graduação em Licenciatura em Química.

[5] Acadêmico do curso de Farmácia.

[6] Orientador. Pós-graduação em Atenção Farmacêutica e Farmácia Clínica, Graduação em Farmácia Generalista.

Enviado: Maio, 2021.

Aprovado: Junho, 2021.

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Maely Oliveira Batista

Uma resposta

  1. Olá, doutor.

    Eu queria saber como posso usar corretamente curcuma com pimenta do reino para obter o benefício do anti-inflamatório potente da mistura? Por favor, me dica a quantidade exata de curcuma e pimenta do reino.

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