BEZERRA, Iara Maria [1]
BEZERRA, Iara Maria. Amamentação por Tempo Prolongado como Fator de Prevenção à Obesidade Infantil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 07, Vol. 03, pp. 88-112, Julho de 2018. ISSN:2448-0959
Resumo
A amamentação por tempo prolongado, além do período de amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses, consiste uma forma de prevenir inúmeras doenças, dentre as quais, a obesidade infantil. O objetivo deste trabalho é apresentar a amamentação até os dois anos ou mais como fator de prevenção de sobrepeso e obesidade infantil. Esta é uma pesquisa bibliográfica cujas fontes de consulta são livros eletrônicos e artigos científicos pertinentes ao tema, das bases Scientific Electronic Library Online – Scielo e da Biblioteca virtual em Saúde – BVS, principalmente de publicação nacional em língua portuguesa. A pesquisa permitiu considerar que a amamentação prolongada por pelo menos 2 anos previne inúmeras patologias, tais como diarreia, doenças respiratórias e obesidade infantil, diminuindo, sobretudo, a mortalidade infantil.
Palavras-chave: Amamentação, Amamentação Prolongada, Sobrepeso, Obesidade Infantil.
Introdução
A amamentação é conhecida por fornecer diversos benefícios para a mãe e para o bebê, nesta perspectiva, novos estudos afirmam que o tempo de aleitamento materno está estreitamente ligado ao risco de sobrepeso e obesidade infantil. O aleitamento materno feito até os seis primeiros meses é conhecido por proteger os bebês de várias infecções. Senso assim, a amamentação continuada também contribui para a saúde da criança sendo fonte de nutrientes e de proteção contra doenças infecciosas e metabólicas.
A obesidade infantil está relacionada a muitos problemas de saúde que podem prolongar até a fase adulta do indivíduo. Além de ser uma doença crônica de difícil tratamento, a obesidade é geradora de outras doenças associadas ao sobrepeso tais como diabetes e problemas cardíacos. Desta forma, torna-se importante buscar medidas preventivas a essa doença ainda na fase do aleitamento materno. O aleitamento materno é um recurso praticamente sem custo, simples e com poucos efeitos adversos em longo prazo. Este estudo verificou que a obesidade infantil é um tema que interessa a um grande contingente de profissionais envolvidos com a saúde da criança. Neste sentido, observa-se a relevância desta pesquisa de estudo para a comunidade científica, estudantes e pesquisadores em geral a fim de levantar informações a respeito da temática em questão.
As questões discutidas nesta pesquisa esclarecem mais sobre os efeitos do aleitamento continuado sobre o organismo infantil, baseadas na seguinte questão: como a amamentação até dois anos ou mais pode prevenir o sobrepeso e a obesidade infantil?
Com efeito, o objetivo geral desta pesquisa foi definido para apresentar a amamentação até os dois anos ou mais como fator de prevenção de sobrepeso e obesidade infantil. Por conseguinte, para o êxito desse objetivo foram definidos os específicos, a saber: explicar os conceitos de amamentação, sobrepeso e obesidade infantil; descrever os benefícios da amamentação continuada; discorrer sobre como a amamentação até os dois anos ou mais pode prevenir o sobrepeso e a obesidade infantil. E assim foram buscados.
Neste estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental visto que foram utilizados conhecimento da pesquisa básica como referencial temático. Nesse contexto, foram utilizados livros físicos e também virtuais da Biblioteca Virtual Pearson e do Google Books, bem como artigos científicos das bases Scientific Electronic Library Online – Scielo e da Biblioteca virtual em Saúde – BVS dos últimos (10) dez anos, principalmente de publicação nacional em língua portuguesa. Nessas fontes buscou-se alocação de conhecimento sobre amamentação por tempo prolongado como recurso preventivo de obesidade infantil correlacionando tal conhecimento com abordagens já trabalhadas por outros autores.
1. Amamentação exclusiva, sobrepeso e obesidade infantil
A alimentação adequada das crianças começa com o leite materno. A amamentação regular oferece um potencial de ampla proteção ao organismo humano desde a tenra idade e por toda a vida, prevenindo doenças durante a infância, que pode se prolongar pela vida adulta (SANTIAGO, 2013). O propósito deste capítulo é abordar os conceitos básicos de leite materno, amamentação e obesidade infantil.
A propósito, o leite materno humano é um líquido aquoso composto, inicialmente, por alta concentração proteica e pouca lactose e gordura. A partir do 15º dia após o parto, sua composição passa a ser integral contendo mais proteínas, carboidratos, lipídios, minerais e oligoelementos, vitaminas e imunoglobulinas – conhecido nesta fase por leite maduro (VITOLO, 2008).
De acordo com Santiago (2013), além da composição acima descrita, o leite humano contém antioxidantes, hormônios e fatores de crescimento, com atividade biológica relacionada ao desenvolvimento, à regulação metabólica e à inflamação. O que, segundo deduz o autor, tal combinação produz efeitos protetores à saúde dos lactentes.
No que diz respeito à qualidade do leite materno humano, o Departamento de Atenção Básica à Saúde da Criança argumenta que, embora a alimentação humana varie conforme as culturas intercontinentais, o leite materno apresenta a mesma composição. Ressalta que apenas casos de desnutrição grave da mãe podem comprometer a qualidade e quantidade; outras diferenças são observadas no leite de mães de recém-nascidos e de crianças prematuras (BRASIL, 2015).
A Tabela 1 mostra as diferenças entre o colostro e o leite maduro, entre o leite de mães de bebês pré-termos e de bebês a termo e entre o leite materno e o leite de vaca.
Tabela 1: Composição do colostro e do leite materno maduro de mães de crianças a termo e pré-termo e do leite de vaca.
Nutriente | Colostro (3-5 dias) | Leite Maduro (26-29 dias) | Leite de vaca | ||
A termo | Pré-termo | A termo | Pré-termo | ||
Calorias (Kcal/dL) | 48 | 58 | 62 | 70 | 69 |
Lipídios (g/dL) | 1,8 | 3,0 | 3,0 | 4,1 | 3,7 |
Proteínas (g/dL) | 1,9 | 2,1 | 1,3 | 1,4 | 3,3 |
Lactose (g/dL) | 5,1 | 5,0 | 6,5 | 6,0 | 4,8 |
Fonte: Brasil (2006b, apud BRASIL, 2015, p. 29).
Fica claro que o colostro das mães de bebês pré-termo apresenta mais calorias, lipídios e proteínas como também no leite maduro com semelhantes proporções, ao passo que o leite de vaca apresenta mais proteínas do que o leite humano de mães de bebês a termo ou pré-termo. Não obstante o leite de vaca tenha muito mais proteína do que o de origem humana, elas são diferentes – o humano é a lactoalbumina e o de vaca é a caseína – e a proteína do leite de vaca é de difícil digestão para humanos (BRASIL, 2015).
Em vista das vantagens do leite humano para os bebês, tanto prematuros quanto a termo, os profissionais de saúde recomendam a prática da amamentação porquanto é um procedimento natural que proporciona interação à mãe e ao bebê. Além disso, a mãe que amamenta também é beneficiada com o processo pois o aleitamento previne câncer de mama diminuindo sua probabilidade, evita nova gravidez, não há custos financeiros e proporciona melhor qualidade de vida (OLIVEIRA, 2014; BRASIL, 2015).
1.1 Amamentação
Chamada de aleitamento materno, amamentação exclusiva ou simplesmente de amamentação, é definido como o ato da mulher alimentar o filho diretamente em seu peito, oferecendo apenas o leite materno até o sexto mês e progredindo com a alimentação externa após esta fase. É recomendado que esse aleitamento seja feito sem restrições de horários, assim feito é chamada de “amamentação em livre demanda” (BRASIL, 2015, p. 44). Contudo, a amamentação em longo prazo tende a proporcionar mais saúde, prevenindo algumas doenças, dentre as quais o sobrepeso e obesidade (OLIVEIRA, 2014).
A prática da amamentação também requer uma técnica para possibilitar melhor aproveitamento da mamada, tanto para a mãe quanto para o lactente. A maneira como a mãe e o bebê se posicionam durante o processo de amamentação determina a boa ou “má pega” e isso também reflete na quantidade de leite que o lactente consegue retirar e evita machucar os mamilos (BRASIL, 2015).
O desajuste na pega dificulta a sucção e ocorre uma alimentação insuficiente pois o bebê precisa esvaziar a mama. O leite inicial da mamada protege de infecções e mata a sede enquanto o do final contém gordura que é o que fornece energia para seu crescimento (BRASIL, 2007). Faz sentido, então, o bebê aprender a retirar o leite, embora o ato de mamar seja natural.
A dificuldade do bebê para sugar consiste na forma como ele e a mãe se posicionam. O bebê deve abocanhar o mamilo e a aréola, formando um vácuo, assegurando que o mamilo e a aréola permaneçam dentro da boca do bebê. Nesse sentido, o Caderno de Atenção Básica à saúde da criança descreve o mecanismo que possibilita a mamada eficiente (BRASIL, 2015).
A língua eleva suas bordas laterais e a ponta, formando uma concha (canolamento) que leva o leite até a faringe posterior e esôfago, ativando o reflexo de deglutição. A retirada do leite (ordenha) é feita pela língua, graças a um movimento peristáltico rítmico da ponta da língua para trás, que comprime suavemente o mamilo. Enquanto mama no peito, o bebê respira pelo nariz, estabelecendo o padrão normal de respiração nasal (BRASIL, 2015, p. 34).
Esse procedimento ocorre naturalmente a partir do momento em que o bebê pega bem o peito, pois, conforme descrito, o ritmo da língua é peristáltico, ou seja, segue o processo natural do esôfago, estômago e intestino, em conjunto. Ademais, o papel da mãe nessa parceria de amamentação consiste em ajustar-se para dar maior apoio ao processo do aleitamento.
O álbum seriado Promovendo o aleitamento materno descreve um tutorial sobre as posturas da mãe e do bebê que mais favorecem o aleitamento proveitoso. A mãe pode ficar deitada, sentada ou em pé, de modo que ambos se sintam confortáveis:
Sentada: a mãe cruza as pernas ou apoia um travesseiro nas coxas ou , ainda, eleva os pés tendo algo para apoiá-los de modo que a boca do bebê fique no mesmo nível da aréola. Deitada: de lado ou recostada na cama, a mãe de apoiar-se em travesseiros e apoia o pescoço e o tronco do bebê aproximando-o de seu corpo; com a outra mão encosta boca do bebê ao peito e ele se encarrega de procurar o bico (BRASIL, 2007).
A Figura 1 mostra as posições mais confortáveis que a mãe escolhe para si e para o bebê.
Desse modo, o estímulo à amamentação exclusiva até o sexto mês é imprescindível, mas os primeiros contatos entre a mãe e o bebê configuram uma adaptação. Além da amamentação exclusiva no primeiro semestre de idade, a criança pode e deve continuar a ser amamentada até os dois anos, com complemento alimentar evitando o leite de vaca porquanto pode causar alergias e infecções (BRASIL, 2015). A propósito, o aleitamento prolongado previne, entre muitas complicações e doenças, a obesidade infantil (VICTORA et al., 2016).
1.2 Sobrepeso e obesidade infantil
O sobrepeso antecede a obesidade. De acordo com Mattos et al. (2011), é considerado sobrepeso o valor de 25 Kg / m2 e obesidade é de 30 kg / m2 – para adultos. Para tanto, emprega-se índice de massa corporal, cujo resultado obtém-se medindo a relação entre o peso e a altura, com a indicação da nutrição e esse índice é feito como segue: ICM = P/A2, sendo “P” o peso em quilogramas e “A” a altura em metros. Por exemplo: uma pessoa pesa 70 kg e mede 1,80m de altura. O ICM = 70/ (1,80)2 → 70/ 3,24 → 21,60 kg/m²” (MAHAN; ESCOLTT-STUMP; RAYMOND, 2015, p. 1).
De acordo com Carneiro (2007) a obesidade se classifica em 6 níveis, sendo eles: baixo peso, normal, pré-obeso, obeso I, obeso II e obesos III e são relacionados ao IMC, conforme o Quadro 1:
Quadro 1: Classificação da obesidade
Classificação | IMC (kg/m²) | Risco de Co-morbidades |
Baixo peso | Menor que 18,5 | Baixo |
Normal | Entre 18,5 – 24,9 | Médio |
Pré-obeso (sobrepeso) | Entre 25 – 29,9 | Aumentado |
Obeso I | Entre 30 – 34,9 | Moderado |
Obeso II | Entre 35 – 39,9 | Severo |
Obeso III | Maior ou igual à 40 | Muito Severo |
Fonte: Carneiro (2007, p. 9).
Ao se estabelecer uma correlação entre o que Mattos et al. (2011) consideram sobrepeso e obesidade com a tabela de Carneiro (2007), fica evidente que o sobrepeso antecede a obesidade na classificação de pré-obeso, ou seja, entre 25 – 29,9 kg/m2. Contudo, para crianças, emprega-se outra forma de determinação de sobrepeso e obesidade, a curva de percentil ou escore z.
Cominato, Ybarra e Franco (2017, p. 3) definem obesidade como “uma desordem da composição corporal caracterizada por um excesso absoluto ou relativo de massa gorda, levando a um aumento do índice de massa corporal”. Os autores acrescentam que, em crianças menores de 5 anos, o ICM acima de + 2 escore z é considerado sobrepeso e obesidade se estiver acima de + 3 escore z. Acrescentam, ainda, que a obesidade é uma doença de etiologia multifatorial, que envolve aspectos genéticos, metabólicos, socioeconômicos, culturais, psicológicos e hábitos de vida e nutricionais.
No caso dos fatores nutricionais, com base no discurso deste capítulo, fica claro que a amamentação inadequada, que não cumpra pelo menos o período de amamentação exclusiva – e mais tempo (2 anos, como recomenda a Organização Mundial da Saúde – OMS) – concorre para doenças tal como a obesidade infantil.
2. Benefícios da amamentação continuada até os dois anos de idade
2.1 Amamentação nos seis primeiros meses de vida
A amamentação até os 2 anos é uma recomendação da OMS e do Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF. Contudo, durante os primeiros 6 meses, a criança deve ser alimentada exclusivamente com o leite materno, sem ingestão de água, chá ou qualquer outro líquido, em razão dos inúmeros benefícios para a criança e para a mãe. Depois desse período de exclusividade do leite materno humano, recomenda-se introduzir outros alimentos em caráter complementar à amamentação até a criança completar 2 anos (LEITE MATERNO, 2011).
A prática da amamentação exclusiva durante o primeiro semestre de vida previne mortes infantis, diarreia, infecções respiratórias, anemias ferropriva e em longo prazo, hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade, e assim por diante (BRASIL, 2015).
A mortalidade infantil é um tema que vem sendo pesquisado desde o século XVII, com pioneirismo em Londres. Após algumas observações e análises sobre a incidência de mortes infantis, foi notado que, entre as crianças, ocorriam óbitos com mais frequência entre as de famílias pobres e, ainda bem pequenas (com menos de 1 ano). À época, as mortes de crianças variavam entre 80 e 90%. Logo, deduziu-se que o número de mortes era maior entre crianças que não tinham sido amamentadas. A partir do século XIX, começou o movimento de educação para as mães, chegando a oferecer premiações às mães (assistência médica à mãe e ao filho e fornecimento de leite puro e limpo) cujos filhos atingissem o primeiro ano de vida (SOERENSEN; MARULLI, 1999).
No Brasil, em 1940 morriam quase 150 crianças antes de completar um ano para cada mil nascidas vivas. Em 1970 houve queda para 97,6 mortes por mil nascimentos com vida. A taxa de mortalidade veio caindo até chegar a 17,2 mortes por mil crianças nascidas vivas, até um ano de idade, em 2010. Já em 2014, a taxa de mortalidade no Brasil apresentou 14,4 mortes de crianças até 1 ano, para cada mil nascidos vivos. Nos cinco anos anteriores, essa taxa diminuiu de 16,53 por mil, em 2011, para 14,4 em 2014 (PORTAL BRASIL, 2015).
Sobre a diarreia, esta é considerada a segunda maior causa de mortes infantis matando mais do que a Aids, a malária e o sarampo, juntos. São quase 1,5 milhão de mortes infantis por ano e, embora haja tratamento barato e eficaz, apenas 39% das crianças recebem o tratamento adequado em países em desenvolvimento. Além da administração de soro caseiro (fácil de preparar) para ajudar a reidratar, o aleitamento materno exclusivo está entre as principais recomendações para prevenção da diarreia. São 7 pontos para salvar a vida da criança com diarreia, indicados pela Unicef-Brasil, sendo 2 para tratamento – substituição de líquidos para evitar desidratação e administração de zinco para reduzir a gravidade e a duração dos episódios – e 5 para elementos de prevenção: vacinas contra rotavírus e contra sarampo; aleitamento materno imediato e exclusivo, mais suplementação com vitamina A; lavar as mãos com água e sabão; melhorar a qualidade da água e aumento do consumo e; promoção do saneamento básico (UNICEF-BRASIL, 2017). Alguns desses elementos dependem de políticas públicas mas, os que dependem das famílias, especialmente das mães, já têm potencial suficiente para salvar as vidas das crianças.
As infecções respiratórias agudas-IRA representam a primeira maior causa de mortes infantis. No final da década de 90 mais de 80 mil crianças abaixo de 5 anos de idade morriam por ano nas Américas, vítimas de IRA. A falta de cuidados adequados por parte da família somados ao não reconhecimento dos primeiros sinais da doença agravam o quadro e diminuem as chances de recuperação da saúde da criança (BENGUIGUI, 2002).
Anemia ferropriva é anemia por deficiência de ferro. É considerada a forma mais comum de carência nutricional tanto em países em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos. O ferro faz parte da composição da hemoglobina e é encontrado em diferentes quantidades nos alimentos, inclusive no leite materno. Por isso, a baixa ingestão de leite materno pode causar a anemia ferropriva na criança (HELITO; KAUFFMAN, 2006).
Fica claro que a mortalidade infantil, principalmente nos primeiros anos está associada à ausência de amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses. Nessa situação muitas crianças foram amamentadas ao peito com relativa irregularidade, o que, segundo Vitolo (2008) pode causar inúmeras doenças, pois o leite materno é completo.
Outras doenças são provenientes da ausência da amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses de vida e até os 2 anos, com complementação. Além disso, os benefícios vão além de prevenção a doenças, pois melhora a nutrição e a capacidade cognitiva. O leite materno supre todas as necessidades nutricionais da criança nos primeiros meses de vida (BRASIL, 2015).
A capacidade cognitiva é, comprovadamente, um fator de destaque nas pesquisas sobre aleitamento materno. Estudos mostraram que crianças alimentadas ao peito, em geral, mostram melhor desempenho – maior Quociente de Inteligência (QI) – do que crianças não amamentadas ou mal amamentadas. Há algumas variantes a respeito da inteligência da criança tais como a de que a inteligência das crianças, além de ser potencializada pelo aleitamento, o ambiente também concorre para tal pois, na maioria deles, os pais incentivam e têm melhores condições socioeconômicas; outra vertente é a de que a inteligência da criança tem maior relação com os genes da mãe (VICTORA et al., 2016).
Para além de todos os benefícios mencionados, a amamentação oportuniza maior contato mãe/bebê. Esse contato com troca de olhares, o toque do corpo, a troca de afetos e toda relação de intimidade proporciona maior prazer de sensação de autoconfiança na mulher e de realização pessoal, favorecendo o desenvolvimento psicológico para ambos (BRASIL, 2015). Esse contato mais intenso e contínuo é mais passível de acontecer nos primeiros 6 meses de vida do bebê, por ser o período mínimo recomendável para a amamentação exclusiva. Mas, a criança pode e deve ser amamentada por um período mais longo, sendo que, depois dos 6 primeiros meses, dever incluir outros alimentos, inclusive água.
2.2 Amamentação do sexto mês aos dois anos ou mais
A partir dos 6 meses de idade a criança deve continuar a ser alimentada com o leite materno e ter essa alimentação complementada, oportunamente. Nesse período é importante a ingestão de alguns micronutrientes para prevenção e anemia e hipovitaminose A. Essa prática amplia a oferta nutricional para a criança e culmina em grandes benefícios para sua saúde, não só na infância, mas pode refletir por toda a vida (BRASIL, 2015).
A anemia ferropriva pode ser prevenida na criança alimentada exclusivamente de leite materno nos primeiros 6 meses. Há, entretanto, controvérsias quanto ao período de proteção proporcionado pelo leite materno. Contudo, mesmo que o conteúdo de ferro no leite seja baixo, ele tem alta biodisponibilidade, de modo que sua utilização pode ser elevada compensando a baixa concentração. O obstáculo que o organismo encontra para aumentar a concentração de ferro é a introdução de outros alimentos durante a amamentação (VITOLO, 2008).
A hipovitaminose A ou deficiência da vitamina A (DVA) “afeta a integridade anatomofuncional das mucosas gastrintestinais e respiratórias”, aumentando a morbidade e mortalidade por doenças infecciosas. Pode, também, causar distúrbios no funcionamento da retina, conhecida como cegueira noturna, podendo evoluir para cegueira total (SCHIEFERDECKER; THIEME; HAUSCHILD, 2016, p. 290).
A deficiência de vitamina A tanto pode acontecer no bebê quanto na mãe. Para prevenir a hipovitaminose, portanto, existe, no Brasil, o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, denominado Vitamina A Mais, do Ministério da Saúde. A vitamina A é distribuída em forma de cápsulas de 100.000 UI para crianças de 6 a 11 meses e de 200.000 UI para crianças de 12 a 59 meses. O programa assegura a suplementação de megadoses de vitamina A para puérperas no pós-parto, antes de ter alta hospitalar. Desse modo, a suplementação dessa vitamina dada às lactantes aumentará os níveis de vitamina A nas reservas corporais da mãe e do leite materno, garantido quantidade suficiente de vitamina A ao lactente (VITOLO, 2008).
Recomenda-se ter cuidado com a quantidade de vitamina, visto que o excesso pode causar efeitos adversos. Entre os efeitos indesejados, pode causar náuseas, icterícia, irritabilidade, anorexia, vômitos, turvação da visão, cefaleia, perda de cabelo, dor muscular e abdominal, fraqueza, sonolência e alterações do estado mental. Assim, sendo considerada uma vitamina para diferentes funções fisiológicas e manutenção da saúde, um desequilíbrio pode desencadear diversas doenças (SCHIEFERDECKER; THIEME; HAUSCHILD, 2016).
Desse modo, a partir do sexto mês, a alimentação da criança precisa ser complementada com alimentos sólidos, tais como sopa, papas entre outros. Em outras palavras, só o leite materno não será suficiente, mas não deve ser retirado porque contém nutrientes importantes. Além disso, a amamentação proporciona uma relação afetiva mais constante entre a mãe e o bebê.
Sobre a amamentação até os 2 anos ou mais, essa era uma prática comum em algumas culturas. Tradicionalmente, as crianças mamavam até não querer mais, ocorrendo um desmame natural aos 3 ou 4 anos (CHAVES, 2013). Nesse sentido, a recomendação da OMS, de a mãe amamentar até os 2 anos, está dentro de um período relativamente médio.
Nesse seguimento, Chaves (2013) reforça que a recomendação da OMS para a amamentação prolongada encontra sustentação no fato de o leite materno, após o primeiro ano de vida, continuar sendo uma importante fonte de nutrientes e de proteção contra doenças infecciosas e metabólicas. Além de propiciar um vínculo afetivo entre mãe e filho, há evidências de que a mãe, por meio da amamentação em longo prazo, reduz o risco de ocorrências de neoplasias, doenças cardiovasculares e metabólicas, acrescenta o autor.
Apesar das comprovações de que a amamentação exclusiva até os 6 meses e prolongada até os 2 anos previne a morte infantil e inúmeras doenças nas crianças e nas mães, a tendência ao desmame precoce ainda predomina. No Brasil, a situação do aleitamento materno apresentou uma média de amamentação exclusiva de 1 mês e de amamentação compartilhada com outros alimentos, de 7 meses. Embora a maioria das mulheres (96%) iniciam a amamentação, só 11% continuam com a amamentação exclusiva até 4 ou 6 meses, 41% continuam até 1 ano e apenas 14% mantêm até os 2 anos (OLIVEIRA, 2014).
E mais: a prática da amamentação exclusiva e prolongada por até 2 anos previne a morte de mais de 6 milhões de crianças menores de 1 ano a cada ano. Para a mãe, há evidências de que a amamentação diminui os riscos de câncer de mama e certos tipos ovarianos, fraturas ósseas, morte por artrite reumatoide e contribui para menor amenorreia pós-parto (VITOLO, 2008).
A importância da amamentação exclusiva durante os primeiros 6 meses e prolongada por 2 anos oferece um aspecto peculiar nos benefícios. Enquanto a proteção contra diarreia tende a diminuir com o avanço da idade da criança, a proteção contra infecções respiratórias mantém-se constante nos primeiros 2 anos de vida nas crianças amamentadas. Além disso, o tempo de aleitamento materno é inverso ao risco de a criança ter sobrepeso: estudos recentes mostraram que para cada mês amamentada, a criança diminui em 4% o risco (CHAVES, 2013). Este é o discurso do próximo capítulo.
3. A relação entre a amamentação continuada e a prevenção de sobrepeso e obesidade infantil
Os benefícios da amamentação já foram bastante discutidos no capítulo anterior. Neste, entretanto, o foco é a prevenção de sobrepeso e obesidade infantil em crianças amamentadas com exclusividade até os 6 primeiros meses e até os 2 anos de idade.
3.1 Breves considerações sobre a obesidade infantil
A obesidade em crianças tanto quanto em adultos, tem inúmeros fatores relacionados. Fator hereditário, causas endócrinas e síndromes genéticas são alguns dos fatores responsáveis pela obesidade. De acordo com Cominato, Ybarra e Franco (2017) o fator hereditário é relevante no desenvolvimento da obesidade, pois um estudo dinamarquês comparou o IMC de crianças com os pais adotivos e biológicos e encontrou correlação reforçando a ideia de que fatores genéticos têm importância na obesidade.
Quanto às causas endócrinas, Cominato, Ybarra e Franco (2017) afirmam:
Uma pequena parte de pacientes apresenta hipercortisolismo – a deficiência de hormônio de crescimento e o hipotireoidismo. Essas alterações hormonais geralmente cursam com o déficit de crescimento e atraso da idade óssea, o que os diferencia da obesidade exógena, que, em geral, leva a um avanço da estatura para a idade e da idade óssea (COMINATO; YBARRA; FRANCO, 2017, p. 4).
As causas endócrinas, portanto, não representam muita influência no sobrepeso e obesidade. Síndromes genéticas são causas raras de obesidade. O fator hereditário é o mais prevalecente como causa da obesidade. Então, independente da etiologia, a ingestão calórica acima do gasto energético é o evento mais evidente de acúmulo de tecido adiposo (COMINATO; YBARRA; FRANCO, 2017).
Nessa perspectiva, há uma hipótese de que a ação protetora da amamentação contra o desenvolvimento de obesidade e sobrepeso tem relação com a presença do hormônio leptina no leite humano. A leptina age no apetite e no metabolismo dos nutrientes de modo que o bebê aprende desde então a regular a saciedade (BALABAN, 2004).
O corpo tem leptina por toda a parte, mas no cérebro é que ela é mais ativa. Trata-se de um hormônio liberado pelas células adiposas após cada refeição, que segue para o hipotálamo – a parte do cérebro que regula o apetite. No hipotálamo, a leptina se liga aos receptores que controlam a produção de neuropeptídios – proteínas responsáveis por ligarem e desligarem o apetite (MICHAELS, 2012).
Apesar de conter leptina no leite materno que ajuda a regular o apetite, Michaels (2012) adverte:
Os pesquisadores estão a descobrir que muitas pessoas com excesso de peso têm, na verdade, níveis bastante elevados de leptina. […] Acontece que quanto mais gordura tiver mais leptina produz. Tal como na resistência à insulina, quando o corpo produz quantidades excessivas de leptina – em resposta ao excesso de ingestão de alimentos – os receptores da leptina podem começar a ficar saturados e deixar de a reconhecer (MICHAELS, 2012, p. 87).
Em outras palavras, o organismo interpreta que precisa produzir mais leptina porque está recebendo mais alimentos. Desse modo, quanto mais leptina, mais chances de desenvolver a obesidade. Outra variação no hormônio leptina descrita por MIchaels (2012) é que os cientistas descobriram que uma mutação do gene da obesidade prejudica a produção de leptina, fazendo com que certas crianças se tornem obesas. Para esses casos, a autora afirma que faz-se necessário o suplemento de leptina para controlar o peso dessas crianças. Trata-se, contudo, de uma situação rara.
Ademais, a obesidade consiste motivo de cuidados preventivos e psicológicos porque muitas doenças estão relacionadas, como consequências da obesidade infantil. Silveira (2017) aborda cada uma das doenças mais comuns associadas à obesidade infantil e as dispõe em diagrama, conforme o diagrama da Figura 2.
Silveira (2017) alerta que a importância do tratamento da obesidade infantil vai além das funções fisiológicas. A questão psicológica é relevante pois, segundo a autora, muitas crianças manifestam insatisfação pela forma como são tratadas por alguns colegas, principalmente na escola, por ser o ambiente de convivências com muitas outras crianças. Nesse ambiente são, muitas vezes, rejeitadas e chegam a ser agressivas ou a deprimir.
Em vista da importância dos cuidados preventivos da obesidade infantil, o próximo subtítulo aborda a amamentação durante os primeiros 2 anos como vacina contra a obesidade infantil e, por conseguinte, da obesidade em outras fases da vida.
3.2 A amamentação até os 2 anos como fator de defesa contra a obesidade infantil
Vários autores discursam sobre a importância da amamentação para a saúde da criança, pois se trata de um alimento completo para os primeiros anos de vida. Entre muitos benefícios, o leite materno tem potencial para prevenir o sobrepeso e obesidade infantil.
Acredita-se que a obesidade tenha íntima relação com o tipo de alimentação nos primeiros meses e primeiros anos de vida. Estudos da OMS apontaram a incidência de 22% de pessoas não obesas e a relação com amamentação em longo prazo (BRASIL, 2015). Nesse sentido, de acordo com Chaves (2013), pesquisas recentes apontaram uma relação inversamente proporcional entre o tempo de amamentação e o risco de sobrepeso. O autor acrescentou que, no Brasil, os estudos sugerem amamentação continuada por mais de 24 meses e menor risco de sobrepeso e obesidade.
No mesmo seguimento, Balaban (2004) reitera que a amamentação prolongada, associada a uma alimentação saudável seja a principal responsável pelo não acúmulo de gordura. Desse modo, o organismo desenvolve uma boa “programação metabólica” reduzindo, consequentemente, o risco de sobrepeso e obesidade, além de prevenir outras doenças como a diabetes, a hipertensão e colesterol (SANTIAGO, 2013).
Outros estudos constataram a influência do leite de vaca na obesidade infantil. Ocorre que esse leite altera a taxa metabólica durante o sono de crianças amamentadas. Esse fato pode estar associado à “programação metabólica”, dando vazão ao desenvolvimento da obesidade (BRASIL, 2015).
A ideia de programação metabólica é que o ambiente intrauterino influencia a estrutura, a fisiologia e ao metabolismo de cada indivíduo, de modo que as alterações ocorridas na vida intrauterina podem gerar consequências por toda a vida. O consumo de alimentos inadequados nos primeiros anos de vida, por exemplo – capaz de provocar modificações na fisiologia – podem gerar um quadro de obesidade no indivíduo ainda criança ou em outras fases da vida (SILVEIRA, 2017).
Com base nessa afirmação, a alimentação do bebê na combinação leite materno e alimentos sólidos deve ser permeada de cuidados com sua composição nutricional. Isso é o que recomendam Azevedo et al., (2013). As autoras sugerem uma lista de alimentos que devem ser consumidos pela criança, de preferência em forma de sopa ou papa salgada.
Quadro 2: Alimentos recomendados para preparo de sopa ou para salgada para bebês acima de 7 meses de idade
CEREAL OU TUBÉRCULO | LEGUMINOSAS | CARNES | LEGUMES | VERDURAS |
Arroz | Ervilha | Carne de Boi | Abóbora | Acelga |
Batata | Feijão | Frango | Abobrinha | Agrião |
Cará | Grão-De-Bico | Ovos | Berinjela | Alface |
Inhame | Lentilha | Peixe | Beterraba | Almeirão |
Macarrão | Vísceras e Miúdos (Fígado, Coração, Moela). | Cenoura | Brócolis | |
Mandioca | Chuchu | Couve-Flor | ||
Mandioquinha | Pepino | Escarola | ||
Milho | Tomate Vagem | Espinafre |
Fonte: Azevedo et al. (2013, p. 26).
A indicação é de que esses alimentos sejam introduzidos no sétimo mês quando o bebê já deverá consumir uma refeição salgada completa. Importante que a sopa ou papa seja preparada com, pelo menos, um elemento de cada coluna, sempre alternado a composição (AZEVEDO et al. 2013).
Fica claro, aliás, que a obesidade infantil tem um relação estreita com a ausência da amamentação exclusiva e a longo prazo, com complementação alimentar. Além disso, problemas hereditários podem representar fator importante, o que merece cuidados especiais, bem como, o hormônio leptina, que – apesar de controlar o consumo de gorduras – pode, em casos de excesso alimentar, ignorar seu papel. Enfim, os estudos comprovam, acima das objeções, que a amamentação exclusiva até os 6 meses e prolongada por até 2 anos, previne a obesidade infantil.
Considerações finais
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou aprofundar o conhecimento sobre a importância da amamentação até os dois anos ou mais por ser um fator de prevenção de sobrepeso e obesidade infantil. Some-se a isso, o reforço do conceito de amamentação, sobrepeso e obesidade infantil, a descrição dos benefícios da amamentação continuada e o discurso final reafirmando o quanto é importante amamentar a criança até os 2 anos de idade como forma de prevenir varias doenças, dentre as quais, a obesidade infantil, que é permeada de várias patologias dela decorrentes.
Diferentes fontes de leitura deixaram claro a correta ideia de amamentação exclusiva, amamentação continuada até os dois anos e a diferença entre sobrepeso e obesidade infantil. Para tanto, foi estabelecida uma relação de pertinência entre os conceitos básicos das palavras-chave da delimitação temática deste estudo.
Os benefícios da amamentação continuada até os 2 anos e mais, se for oportuno, são representativos de mais qualidade de vida para as crianças. Nesse sentido, muitas doenças são evitadas, de modo que as consequências positivas da amamentação exclusiva e continuada até, pelo menos, os primeiros 2 anos, reduz a mortalidade infantil pois previne infecções diversas e do sistema respiratório e, sobretudo, a obesidade infantil, por ser um alimento completo até os primeiros 6 meses e de muita importância a partir desse período – com complemento alimentar.
Por fim, a relação entre a amamentação continuada até os 2 anos e a prevenção de obesidade infantil foi bastante veiculada a partir dos textos estudados. Na revisão bibliográfica foi possível identificar que fatores hereditários, de causas endócrinas e genéticas são influenciadores da obesidade infantil. Entre tanto, a leptina, um hormônio que regula o apetite, integra a composição do leite materno humano e interfere de modo positivo na alimentação da criança. Além disso, doenças relacionadas à obesidade – diabetes, aterosclerose, hipertensão arterial, problemas respiratórios, ortopédicos e muito mais – tendem a agravar a qualidade de vida da criança.
Diante das vantagens da amamentação por longo prazo até 2 anos de idade, principalmente na prevenção da obesidade infantil, e por este estudo ser de revisão de literatura, um estudo com uma metodologia de pesquisa empírica e exploratória, talvez com pesquisa de campo ou outro método mais complexo, permita testar hipóteses acerca de alguns detalhes mencionados neste estudo. Neste seguimento, a questão do hormônio leptina, por exemplo, pode ser uma brecha para esmiuçar o tema. Esse hormônio, embora alguns autores assegurem ser responsável pelo controle do apetite, pode confundir seu papel diante do excesso alimentar e não controlar o consumo de gordura.
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[1] Graduação em Enfermagem – Faculdade Anhanguera, Brasília