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Perfil epidemiológico da mortalidade por suicídio no Maranhão

RC: 134436
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

VIANA, Edson Dorneles Miranda [1], LUZ, Aldicléya Lima [2]

VIANA, Edson Dorneles Miranda. LUZ, Aldicléya Lima. Perfil epidemiológico da mortalidade por suicídio no Maranhão. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 12, Vol. 02, pp. 164-183. Dezembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/suicidio-no-maranhao

RESUMO 

O suicídio é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um importante problema de saúde pública. Estima-se que a cada ano cerca de 800 mil pessoas morram em decorrência deste ato, sendo que para cada adulto que se suicida, outros 20 fizeram pelo menos uma tentativa em dar fim à própria vida. O presente artigo aborda tal temática sob a formulação do seguinte problema: Qual o perfil epidemiológico das vítimas de suicídio no Maranhão? Sendo o objetivo deste estudo caracterizar o perfil epidemiológico dos indivíduos vitimados pelo suicídio no Maranhão, no período de 2009 a 2019. Os dados foram obtidos a partir do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SIM/ DATASUS), e analisados segundo variáveis como sexo, faixa etária, cor, estado civil, escolaridade e método utilizado. A tabulação dos dados foi realizada no software Microsoft Excel 2019, e após a análise em termos de frequências simples absolutas e relativas, as informações foram apresentadas em gráficos e em tabelas. Os resultados evidenciaram que a mortalidade por suicídio no estado predominou nos indivíduos do sexo masculino, de cor parda, e estado civil solteiro. Em números absolutos, a maioria dos casos ocorreu na faixa etária de 20 a 39 anos (49,5%), porém os idosos foram o grupo de vítimas que apresentaram proporcionalmente, em relação à população, a maior frequência de óbitos por suicídio (5,8/ 100 mil habitantes). O enforcamento foi o método mais utilizado (67,2%) para a consolidação do autoextermínio, e o domicílio o local de ocorrência predominante (65,1%). O conhecimento do perfil epidemiológico regional sobre os casos de suicídio se constitui uma ferramenta imprescindível para subsidiar o desenvolvimento de políticas públicas preventivas efetivas. Por meio dos dados apresentados, este estudo amplia o conhecimento sobre as principais caraterísticas sociodemográficas no Maranhão da mortalidade decorrente desse crescente problema de saúde pública. 

Palavras-chave: Suicídio, Mortalidade, Epidemiologia.

1. INTRODUÇÃO 

Considerado um fenômeno complexo, o suicídio pode ser definido como um ato de autolesão em que o indivíduo possui a clara intenção de dar fim à própria vida (BALDAÇARA et al., 2020). Estima-se que a cada 40 segundos ocorra pelo menos uma morte por suicídio, e que para cada adulto que se suicida, outros 20 cometem pelo menos uma tentativa. Diante dessa realidade, no ano de 2014, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu o suicídio como um problema de saúde pública global, e, na ocasião ocorreu o lançamento do primeiro relatório sobre suicídio no mundo: “Prevenção do suicídio: um imperativo global” (OPAS, 2018).

De acordo com dados publicados pela OMS (2014), anualmente, cerca de 800 mil indivíduos morrem por suicídio. Essa cifra corresponde a 1,4% do total de todos os óbitos que ocorrem no mundo. Nos últimos 50 anos, houve um aumento alarmante na consolidação do autoextermínio. Constatou-se um crescimento universal de aproximadamente 60% (GONÇALVES; FREITAS; SEQUEIRA, 2016).

Segundo Reichenheim et al. (2011), os óbitos decorrentes desse problema evitável estão entre as três principais causas de mortalidade, considerando somente mortes por fatores externos identificados. Em primeiro lugar os casos de homicídio (36,4%), depois, óbitos relacionados ao trânsito (29,3%), e suicídio (6,8%).

Aproximadamente, 80% dos óbitos por suicídio ocorrem em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, sendo que as maiores taxas são observadas em países de baixa renda. Nessas regiões, as estatísticas apontam para uma taxa de 11,5 casos por 100.000 habitantes (OMS, 2014; OPAS, 2018).

No panorama mundial, as maiores taxas de mortalidade por esse problema são encontradas entre pessoas com 70 anos ou mais. Em todas as faixas etárias, os óbitos por suicídio predominam no sexo masculino. O coeficiente de mortalidade estimado para esse grupo é de 15,6 casos a cada 100.000 indivíduos. Já em relação a taxa observada no sexo feminino, documenta-se que hajam 7 suicídios por 100.000 habitantes (RODRIGUES et al., 2019).

A ocorrência de suicídio entre a população jovem, sobretudo entre os indivíduos de 15 a 29 anos, configura um cenário cada vez mais preocupante. Tal constatação existe porque o autoextermínio tem sido a segunda principal causa de morte nesse grupo de indivíduos (OPAS, 2018).

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos evidenciou que os custos sociais decorrentes do suicídio ou das tentativas em concretizá-lo implicam em valores que ultrapassam 93 bilhões de dólares, anualmente. Além disso, é inegável que a mortalidade por autolesão provocada intencionalmente acarreta profundas implicações das mais diversas ordens (psicológicas, religiosas, filosóficas) aos familiares e aos demais membros das comunidades nas quais as vítimas estavam inseridas (KORCZAK et al., 2020).

Sobre os fatores de risco para o suicídio, a literatura destaca que determinados fatores socioeconômicos, psiquiátricos, de personalidade, dentre outros, e sobretudo, a ocorrência concomitante destes, possuem importante relação com o aumento da vulnerabilidade para a consolidação do autoextermínio (BALDAÇARA et al., 2020).

Com relação aos aspectos socioeconômicos, destacam-se principalmente: pobreza, desemprego, desigualdade de renda, baixo grau de instrução e suporte social inadequado. Observou-se, ainda, que idade e sexo são variáveis bastante consideráveis nessa conjuntura, visto que as taxas de suicídio, apesar de existirem diferenças regionais pontuais, são mais altas entre pessoas com 60 anos ou mais e do sexo masculino (ALARCÃO et al., 2020).

Sobre os aspectos psiquiátricos, denota-se que os transtornos do humor, principalmente o transtorno depressivo maior, são os diagnósticos mais associados ao comportamento suicida. O uso e abuso de substâncias, sobretudo o álcool, são também fatores psíquicos de grande impacto nesse contexto (MAINO et al., 2019). Além disso, destaca-se que a esquizofrenia é também outro importante diagnóstico associado ao aumento do risco de tentativas e de concretização do suicídio (CASSIDY et al., 2018).

A investigação clínica direcionada a identificar a ideação e o comportamento suicida é uma etapa imprescindível no atendimento de pacientes que apresentam fatores de risco para a prática do autoextermínio. A maioria dos estudos é unânime em afirmar que a tentativa prévia em dar fim à própria vida é o fator de risco mais importante para a consumação do suicídio (GRENDAS et al., 2019). Estima-se que o risco de morrer por essa causa nos indivíduos que já fizeram pelo menos uma tentativa, aumenta em cem vezes, em comparação aos índices apresentados pela população geral (BOTEGA, 2018).

Segundo estudos nacionais, o Brasil tem acompanhado o cenário mundial com relação ao incremento significativo no número de casos de suicídios. Os óbitos por essa causa apresentaram um aumento de 56% no período de 1980 a 2011. Houve uma elevação do coeficiente de mortalidade de 4,9 para 6,2 (casos por 100 mil habitantes) entre os anos de 2000 a 2012. Tal situação leva o país a ocupar a oitava posição em números absolutos de mortes por autolesão praticada voluntariamente (D’EÇA JÚNIOR et al., 2019).

A literatura demonstra que a região Sul apresenta os maiores coeficientes de suicídio, com destaque para o estado do Rio Grande do Sul, o qual possui a maior taxa de mortalidade por esse problema em todo o país (11,3/ 100.000 habitantes) (FRANCK; MONTEIRO; LIMBERGER, 2020).

Porém, de acordo com um estudo nacional, foram as regiões Norte e Nordeste que apresentaram as maiores taxas de crescimento na mortalidade por suicídio. A pesquisa mostrou que, entre 1996 e 2016, o Nordeste apresentou um incremento de 104,9%, sendo esse o aumento mais significativo em todo o país. A região Norte vem em seguida com um acréscimo de 54,9% (MARCOLAN e SILVA, 2019).

Com relação ao perfil epidemiológico da mortalidade por suicídio no Brasil, observou-se que o sexo masculino predomina na prática do autoextermínio. No país, os homens cometem 3 vezes mais suicídio que as mulheres. No que se refere à faixa etária, a maior prevalência encontrada se deu em indivíduos adultos, sobretudo entre aqueles com 30 a 39 anos de idade. Documentou-se, ainda, que entre pessoas solteiras, principalmente, aquelas que moravam sozinhas, as taxas de suicídio se apresentaram significativamente mais elevadas (LEAL; SILVA; VELOSO, 2020).

Por fim, é necessário destacar que a mortalidade por suicídio no Brasil não se adequa a uma única realidade, visto que este é um país de dimensões continentais, com uma população etnicamente e culturalmente diversificada. Diante disso, é de extrema importância que haja o desenvolvimento de pesquisas voltadas para o conhecimento dos cenários regionais no que concerne aos óbitos autoprovocados voluntariamente. Somente a partir de ações como essa é que será possível o desenvolvimento de políticas públicas preventivas adequadas para uma efetiva redução da taxa nacional de suicídio (AGUIAR et al., 2020).

2. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, descritiva, quantitativa, de temporalidade transversal, na qual foram utilizados dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SIM/ DATASUS). Foi realizada uma análise do perfil epidemiológico dos óbitos por suicídio no Maranhão.

O estado está localizado na região nordeste do Brasil, e segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o Maranhão possui 6.574.789 de habitantes. A população maranhense é constituída sobretudo por jovens, refletindo no desenho da pirâmide etária do estado: base larga, apresentando uma concentração mais significativa nas faixas etárias abaixo dos 34 anos de idade (IBGE, 2010).

O período considerado para o levantamento de dados compreendeu os anos de 2009 a 2019, tendo em vista a ausência de estudos no estado que abordem a mortalidade por suicídio no recorte de tempo especificado.

A busca dos dados epidemiológicos e sociodemográficos seguiu os seguintes passos: 1) acesso a plataforma DATASUS; 2) opção “Informações de Saúde (TABNET)”; 3) “Estatísticas Vitais”; 4) “Mortalidade – 1996 a 2019, pela CID-10”; 5) “Mortalidade geral”; 6) “Estado do Maranhão”; 7) a última etapa consistiu na seleção da causa de óbito, associada às variáveis: sexo, faixa etária, raça/ cor, estado civil, escolaridade, local do suicídio e meio utilizado para o suicídio.

As variáveis consideradas nesta pesquisa foram selecionadas de acordo com as associações indicadas pelos estudos de referência sobre o tema e conforme a disponibilidade presente no banco de dados do SIM/ DATASUS.

Este estudo utilizou a Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), disponibilizada no endereço eletrônico do DATASUS, para abordar as informações referentes à mortalidade por suicídio. Incluiu-se nas buscas da causa dos óbitos as categorias do CID-10 compreendidas entre X60 a X84 (lesões autoprovocadas intencionalmente).

Foram incluídos neste estudo os casos notificados ao SIM/ DATASUS referentes à mortalidade resultante de lesões autoprovocadas intencionalmente, que ocorreram no estado do Maranhão, entre os anos de 2009 a 2019, e, que especificavam pelo menos o sexo da vítima. Os dados não compreendidos dentro dos referidos critérios de inclusão foram excluídos da investigação.

Utilizou-se cálculos para a obtenção dos seguintes indicadores: a) coeficiente de mortalidade por suicídio ao ano (número de óbitos por suicídio em um determinado ano, dividido pela população total estimada do mesmo ano, multiplicado por 100 mil); b) coeficiente de mortalidade por suicídio ao ano segundo sexo (número de óbitos por suicídio, segundo a variável sexo, em um determinado ano, dividido pelo número absoluto da população do específico sexo, do mesmo ano, multiplicado por 100 mil); c) coeficiente de mortalidade por suicídio ao ano segundo faixa etária (número de suicídio por faixa etária, em dado ano, dividido pelo número absoluto da população da específica idade, do mesmo ano, multiplicado por 100 mil).

Para a realização de estimativas de população quanto ao sexo e faixa etária, utilizou-se o banco de dados das estimativas populacionais preliminares elaborado pelo Ministério da Saúde (2021).

Após a coleta de dados, foi elaborado no software Microsoft Excel versão 2019, um banco de dados organizado em planilhas. A partir disso, as informações obtidas foram analisadas no referido software em termos de frequências simples absolutas (números absolutos) e relativas (porcentagens, razões e taxas). Para uma melhor sistematização e apresentação das informações foram desenvolvidos gráficos e tabelas.

Por se tratar de uma pesquisa que utiliza dados secundários de domínio público, as informações discutidas não possuem a identificação dos sujeitos, desse modo, o anonimato é totalmente assegurado. Por esta razão, não houve a necessidade da elaboração do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), bem como não ocorreu submissão à apreciação de Comitê de Ética. Portanto, a pesquisa procede conforme rege as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa em Seres Humanos do Conselho Nacional de Saúde (CNS), sob a Resolução de n° 466 de 12 de dezembro de 2012 (BRASIL, 2012).

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A mortalidade absoluta por suicídio no estado do Maranhão de 2009 a 2019 foi de 2.810 óbitos. Porém, devido à inexistência da identificação de 2 casos com relação ao sexo das vítimas, a amostra da pesquisa compreendeu dados de 2.808 suicídios. Na distribuição dos óbitos ao longo dos 11 anos estudados, observou-se uma tendência crescente da mortalidade. Comparando o número absoluto de óbitos entre os anos de 2009 e de 2019, constatou-se um aumento de 119%.

De acordo com o gráfico 1, o menor número de suicídios foi no ano de 2009 (n= 153). Por outro lado, em 2019, foi identificado o maior registro de casos (n= 335).

Gráfico 1 – Distribuição do número absoluto de óbitos por suicídio no Maranhão, segundo o ano de ocorrência, 2009-2019

Distribuição do número absoluto de óbitos por suicídio no Maranhão, segundo o ano de ocorrência, 2009-2019.
Fonte: SIM/ DATASUS, 2021.

A maioria dos óbitos por suicídio no Maranhão ocorreu em indivíduos do sexo masculino (80,3% dos casos). Entre esse grupo de vítimas, evidenciou-se que a faixa etária com o maior percentual de óbitos (50,8%) foi aquela compreendida entre 20 a 39 anos, seguida pelos indivíduos pertencentes à faixa etária de 40 a 59 anos (24,7%). Quanto à distribuição percentual da mortalidade por suicídio no sexo feminino, também houve um maior número de casos na faixa etária de 20 a 39 anos (43,9%).

Em ambos os sexos, os óbitos predominaram nas pessoas de raça parda (71,5%). Os dados podem ser observados na tabela 1.

Tabela 1 – Demonstração do perfil epidemiológico de 2.808 suicídios, ocorridos no Maranhão, segundo faixa etária e cor da pele, 2009-2019

Número de óbitos
Variáveis Masculino Feminino Total
  n (%) n (%) n (%)
  2.255 (80,3) 553 (19,7) 2.808 (100)
Faixa etária  
05 – 19 anos 203 (9,0) 103 (18,6) 306 (10,9)
20 – 39 anos 1.146 (50,8) 243 (43,9) 1.389 (49,5)
40 – 59 anos 557 (24,7) 132 (23,9) 689 (24,5)
60 anos ou mais 340 (15,1) 75 (13,6) 415 (14,8)
Idade ignorada 9 (0,4) 9 (0,3)
Cor/ raça  
Parda 1.641 (72,8) 367 (66,4) 2.008 (71,5)
Branca 314 (13,9) 109 (19,7) 423 (15,1)
Preta 235 (10,4) 56 (10,1) 291 (10,4)
Indígena 26 (1,2) 11 (2,0) 37 (1,3)
Amarela 10 (0,4) 1 (0,2) 11 (0,4)
Ignorado 29 (1,3) 9 (1,6) 38 (1,4)

Fonte: SIM/ DATASUS, 2021.

Em relação ao estado civil, tanto para homens quanto para mulheres, prevaleceram os óbitos por suicídio nos indivíduos solteiros (56,0% dos casos), seguidos dos casados (22,2%).

Quando analisado o grau de instrução das vítimas, no sexo masculino, o maior percentual de mortalidade foi observado naquelas com 4 a 7 anos de escolaridade (29,9%). Por outro lado, entre as vítimas do sexo feminino, a maior parcela (29,8%) possuía de 8 a 11 anos de formação escolar. As informações referentes às variáveis estado civil e escolaridade estão disponíveis na tabela 2.

Em ambos os sexos, o recurso mais utilizado para provocar o suicídio foi o enforcamento (67,2%). O segundo método mais frequente no sexo masculino foi o uso de arma de fogo (14,3%). Em contrapartida, entre as mulheres, identificou-se, como segunda causa, a intoxicação por pesticidas (14,5%). Quanto ao local de ocorrência do óbito, 65,1% dos casos ocorreram no domicílio da vítima. Esses dados estão apresentados na tabela 3.

Tabela 2 – Demonstração do perfil epidemiológico de 2.808 suicídios, ocorridos no Maranhão, segundo estado civil e escolaridade, 2009-2019

Número de óbitos
Variáveis Masculino Feminino Total
  n (%) n (%) n (%)
  2.255 (80,3) 553 (19,7) 2.808 (100)
Estado civil  
Solteiro 1.277 (56,6) 296 (53,5) 1.573 (56,0)
Casado 487 (21,6) 135 (24,4) 622 (22,2)
Viúvo 57 (2,5) 28 (5,1) 85 (3,0)
Divorciado 61 (2,7) 13 (2,4) 74 (2,6)
Outro 260 (11,5) 56 (10,1) 316 (11,3)
Ignorado 113 (5,0) 25 (4,5) 138 (4,9)
Escolaridade  
4 a 7 anos 675 (29,9) 157 (28,4) 832 (29,6)
8 a 11 anos 547 (24,3) 165 (29,8) 712 (25,4)
1 a 3 anos 415 (18,4) 83 (15,0) 498 (17,7)
Nenhuma 326 (14,5) 64 (11,6) 390 (13,9)
12 ou mais 103 (4,6) 43 (7,8) 146 (5,2)
Ignorado 189 (8,4) 41 (7,4) 230 (8,2)

Fonte: SIM/ DATASUS, 2021.

Conforme apresentado na tabela 4, no intervalo deste estudo, os coeficientes anuais de mortalidade por suicídio no Maranhão variaram de 2,3 a 4,7 óbitos por 100 mil habitantes. O coeficiente médio foi de 3,4 mortes por 100 mil indivíduos. Entre os homens, o coeficiente médio de mortalidade foi de 6,0 por 100 mil. A variação observada nesse grupo foi de 3,5 a 7,6 casos a cada 100 mil indivíduos. Entre as mulheres, o coeficiente médio foi de 1,4 por 100 mil, com variação de 1,0 a 1,9, configurando uma razão homem/ mulher de 4:1.

Tabela 3 – Demonstração do perfil epidemiológico de 2.808 suicídios, ocorridos no Maranhão, segundo método para consumação e local de ocorrência, 2009-2019

Número de óbitos
Variáveis Masculino Feminino Total
  n (%) n (%) n (%)
  2.255 (80,3) 553 (19,7) 2.808 (100)
Método  
Enforcamento 1.548 (68,6) 340 (61,5) 1.888 (67,2)
Uso de arma de fogo 322 (14,3) 19 (3,4) 341 (12,1)
Intoxicação por pesticidas 120 (5,3) 80 (14,5) 200 (7,1)
Intoxicação por medicamentos 64 (2,8) 40 (7,2) 104 (3,7)
Uso de objeto cortante/ contundente 62 (2,7) 9 (1,6) 71 (2,5)
Outros 139 (6,1) 65 (11,8) 204 (7,2)
Local de ocorrência  
Domicílio 1.479 (65,6) 348 (62,9) 1.827 (65,1)
Estabelecimento de saúde 330 (14,7) 155 (28,0) 485 (17,2)
Via pública 154 (6,8) 24 (4,3) 178 (6,3)
Outros 286 (12,7) 24 (4,3) 310 (11,0)
Ignorado 6 (0,3) 2 (0,4) 8 (0,3)

Fonte: SIM/ DATASUS, 2021.

Tabela 4 – Coeficientes anuais de mortalidade por suicídio, segundo a variável sexo, no Maranhão, 2009-2019 (óbitos por 100 mil habitantes)

Ano Masculino Feminino Total
2009 3,5 1,1 2,3
2010 5,1 1,0 3,0
2011 5,3 1,1 3,2
2012 4,8 1,2 3,1
2013 5,8 1,2 3,5
2014 6,1 1,3 3,7
2015 6,5 1,7 4,1
2016 6,6 1,8 4,2
2017 7,5 1,5 4,5
2018 7,0 1,4 4,4
2019 7,6 1,9 4,7

Fonte: SIM/ DATASUS, 2021.

Os dados relativos ao coeficiente médio de mortalidade por suicídio, do período estudado, segundo faixa etária, apontam que os indivíduos com 60 anos ou mais, apresentaram a maior taxa de óbitos. O coeficiente, nessa faixa etária, é de 5,8 suicídios para cada 100 mil habitantes, conforme demonstrado na tabela 5. Em seguida, as vítimas de 20 a 39 anos que detêm um coeficiente de 5,4. Em terceiro lugar, aquelas com 40 a 59 anos (4,9).

As vítimas compreendidas entre a faixa etária de 5 a 19 anos apresentaram o menor coeficiente de mortalidade (1,3).

Tabela 5 – Coeficientes médios de mortalidade por suicídio segundo faixa etária no Maranhão, 2009-2019 (óbitos por 100 mil habitantes)

Faixa etária Coeficiente
5 – 19 anos 1,3
20 – 39 anos 5,4
40 – 59 anos 4,9
60 anos ou mais 5,8

Fonte: SIM/ DATASUS, 2021.

Diante dos dados apresentados, demostrou-se que no estado do Maranhão houve um crescimento de 119% no número de mortes por suicídio, durante os anos de 2009 a 2019. Tal conjuntura é semelhante à realidade observada no contexto nacional, uma vez que houve tendência crescente na mortalidade por essa causa em todas as regiões do Brasil (D’EÇA JÚNIOR et al., 2019).

Com relação às características sociodemográficas, no Maranhão, houve diferença significativa da mortalidade por suicídio quanto ao sexo. Evidenciou-se predomínio dos homens na mortalidade por essa causa (80,3%), mesmo sendo a população masculina (3.329.311 habitantes) menor, em comparação à feminina (3.381.653 habitantes), no estado (IBGE, 2010). Essa constatação vai ao encontro de resultados apresentados por estudos nacionais, os quais também demonstraram preponderância do sexo masculino para a prática do suicídio (PEDROSA et al., 2018; ROSA et al., 2017).

Diversos fatores podem ser atribuídos a fim de justificar a maior ocorrência de suicídio entre os homens. Inseridos em um meio cultural de forte cunho machista, os indivíduos do sexo masculino, muitas vezes, ainda são idealizados por parte da sociedade como provedores, destemidos e fortes. Por conta disso, uma parcela significativa dos homens possui dificuldades em falar sobre seus estados emocionais, e, em algumas situações, sentem-se incapazes de lidar com as intempéries da vida, como por exemplo, instabilidades socioeconômicas ou o fim de um relacionamento amoroso (LIRA et al., 2020)

Por outro lado, a menor taxa de suicídio entre as mulheres, tem sido associada a uma maior capacidade destas em adotar atitudes mais flexíveis em face de momentos de crise. Além disso, pondera-se que o sexo feminino tende a reconhecer de forma mais precoce os sinais de risco para transtornos mentais, favorecendo a busca por ajuda antes da instalação do adoecimento (BAÉRE e ZANELLO, 2018). Destaca-se ainda, que a prática da religiosidade e a participação em redes de apoio social são fatores com predomínio mais importante entre mulheres, o que é visto por alguns autores como possíveis fatores de proteção ao autoextermínio (NANTES e GRUBITS, 2017; NERI; CARVALHAES; MONTE, 2011).

Constatou-se nesta pesquisa que os indivíduos de 20 a 39 anos foram os que mais cometeram suicídio. Ocorreram 1.389 óbitos nessa faixa etária, o equivalente a 49,5% de toda a amostra. Tais resultados, corroboram estudos nacionais que indicaram uma maior frequência da mortalidade por suicídio na faixa etária de 30 a 39 (LEAL; SILVA; VELOSO, 2020).

Com relação à mortalidade por suicídio em adultos jovens, a literatura aborda que são complexos os motivos que levam tais indivíduos a concretizar o ato de dar fim à própria vida. Há um destaque para uma maior prevalência do abuso de substâncias ilícitas, nessa fase da vida; insegurança quanto ao futuro e ao mercado de trabalho; inexperiência para lidar com problemas emocionais, dentre outros (RIBEIRO e MOREIRA, 2018). Tais situações são caracterizadas como potenciais estressores, os quais podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos mentais, sobretudo ansiedade, implicados no aumento do risco para a prática do suicídio. (VASCONCELOS-RAPOSO et al. 2016)

Na análise dos coeficientes de mortalidade por suicídio no Maranhão, averiguou-se que as pessoas com 60 anos ou mais apresentaram o maior coeficiente médio de óbitos (5,8/ 100 mil habitantes). Portanto, apesar de os adultos de 20 a 39 anos possuírem o maior número de casos de autoextermínio, são os idosos que apresentam proporcionalmente, em relação à população, uma frequência maior de casos de suicídio no estado. Estudos internacionais corroboram a existência de taxas mais elevadas de mortalidade por suicídios em indivíduos com 60 anos ou mais (OMS, 2014).

Na população idosa, os agravantes que são suscitados para explicar as altas taxas de óbitos por suicídio fazem referência a fatores característicos dessa fase da vida. São apontados como possíveis contribuintes para tal cenário: perda de parentes próximos, principalmente o cônjuge; o desenvolvimento de doenças crônicas; abandono parental, o que está relacionado à solidão; sensação de inutilidade devido a cessação de atividades laborais, dentre outros (CUNHA; BATISTA; CARVALHO, 2016).

Com relação à raça/ cor, em ambos os sexos, o predomínio ocorreu na população autodeclarada parda. Esta constatação pode ter ocorrido pelo fato de os indivíduos pardos corresponderem a 68% da população maranhense (IBGE, 2010). Todavia, ao comparar essa realidade com o panorama nacional, constata-se que no Brasil a população que mais comete suicídio é a autodeclarada branca, esta corresponde a 50,2% do total de óbitos (MATA; DALTRO; PONDE, 2020).

De acordo com os dados coletados, quanto ao estado civil, a maior ocorrência de suicídios foi observada em pessoas solteiras. Esse perfil é concordante com o observado em todos os estados do território brasileiro (LEAL; SILVA; VELOSO, 2020). Uma revisão sistemática realizada na Europa considerou o casamento como sendo um fator de proteção ao suicídio, e, assim como o presente estudo, teve como resultado um maior predomínio do autoextermínio em pessoas solteiras (MONTALBAN e BLASCO, 2018).

A análise da escolaridade revelou que 43,5% da amostra possuía menos de 8 anos de estudos. Apesar de esse ser um aspecto ainda pouco abordado na literatura, estima-se que quanto menor for a escolaridade do indivíduo, maior é a vulnerabilidade para o suicídio (RODRIGUES; MORAIS; VELOSO, 2020). Destaca- se, ainda, que a relação positiva observada entre o baixo grau de instrução, o desemprego e a pobreza é fator preponderante para a instalação do sofrimento psíquico, aumentando de forma expressiva o risco de morrer por suicídio (LIRA & et al., 2020).

No que se refere aos métodos utilizados para a consolidação do autoextermínio, o enforcamento foi o mais empregado no Maranhão. Este dado converge com as informações de outra pesquisa nacional, que aponta também o enforcamento como o meio mais prevalente, tanto para homens quanto para mulheres, na concretização do ato de dar fim à própria vida (SILVA; MARQUES JUNIOR; SUCHARA, 2018).

Durante o período estudado, o domicílio foi o principal local de ocorrência dos óbitos por suicídio (65,1%). Essa constatação se observa em outras regiões do país, estudos epidemiológicos realizados em Minas Gerais e na região amazônica demonstraram que a residência das vítimas foi o local mais comum para a prática do autoextermínio (VIDAL et al., 2014; CARVALHO et al., 2020).

O coeficiente médio de suicídio no Maranhão, nos 11 anos analisados, foi de 3,4 óbitos por 100 mil habitantes. Em todo o território brasileiro, este coeficiente é estimado em 5,5 óbitos por 100 mil indivíduos, portanto, a taxa observada no território maranhense é menor quando comparada à nacional (BRASIL, 2017). Contudo, no ano de 2019, o Maranhão registrou a maior taxa no período estudado (4,7 óbitos/ 100 mil), desse modo, aproximando-se do coeficiente nacional.

Destaca-se, contudo, que limitações podem ocorrer em estudos que se utilizam de fontes secundárias, como o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), o que pode ser decorrente de imprecisões na fonte de produção desses dados. Tal conjuntura denota certa fragilidade dos sistemas de informação em saúde, podendo favorecer, entre outras questões, à subnotificação dos casos, contribuindo, portanto, negativamente para pesquisas de cunho epidemiológico (GIRIANELLI et al., 2018).

Porém, apesar de a qualidade das informações disponíveis no SIM ainda ser discutível, nota-se importante ampliação da sua cobertura e confiabilidade (VIDAL; GONTIJO; LIMA, 2013).

Diante deste panorama, o presente estudo cumpriu com seu objetivo principal, clarificar o perfil epidemiológico dos óbitos por suicídio no estado do Maranhão. A realidade demonstrada por esta pesquisa aponta para a necessidade de intensificação de estratégias preventivas e para o desenvolvimento de protocolos que norteiem o enfrentamento desse crescente agravo no território maranhense.

4. CONCLUSÕES 

Os resultados deste estudo demonstraram que a maioria dos suicídios ocorridos no Maranhão foram em homens, com idade entre 20 a 39 anos, de cor parda, solteiros, e, com baixo grau de escolaridade. O método mais utilizado para a consolidação do óbito foi o enforcamento, sendo o domicílio o principal local de ocorrência da fatalidade. Destaca-se a relevância do presente estudo por possibilitar o conhecimento sobre as principais características epidemiológicas da mortalidade, por suicídio, no estado.

Portanto, espera-se que as informações apresentadas e discutidas possam contribuir para a elaboração de políticas de prevenção contra o suicídio voltadas para o cenário epidemiológico local.

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[1] Graduando. ORCID: 0000-0002-7569-4700.

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Enviado: Outubro, 2022.

Aprovado: Dezembro, 2022.

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