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Análise dos agentes estressores laborais precursores da síndrome de burnout na enfermagem

RC: 21096
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CONTEÚDO

PEREIRA, Shirlei Luana Chaves Sousa [1], LAGE, Miriam Breder [2]

PEREIRA, Shirlei Luana Chaves Sousa, LAGE, Miriam Breder. Análise dos agentes estressores laborais precursores da síndrome de burnout na enfermagem. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 09, Vol. 02, pp. 114-138, Setembro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

A Síndrome de Burnout é um distúrbio resultante do estresse laboral crônico, no qual surgem alterações psicofisiológicas e é caracterizada pela tríade sintomatológica: Exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional. A Enfermagem é uma profissão desgastante, vulnerável a essa síndrome, devido ao vasto cenário de agentes estressores que a envolve. As jornadas de trabalho da enfermagem geralmente são longas e extremamente desgastantes, considerada um fator preponderante ao surgimento do distúrbio, tornando-se potencializada ao profissional que adere à dupla jornada de trabalho. O presente trabalho, trata-se de uma revisão bibliográfica, com o propósito de identificar os principais agentes estressores laborais precursores ao surgimento da Síndrome de Burnout, verificar se a jornada de trabalho desses profissionais é um fator desencadeante do distúrbio e compreender como os sintomas do Burnout afetam o profissional. Foi realizado uma listagem bibliográfica de artigos obtidos nas bases de dados pertencentes à Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO), onde foram analisados 20 artigos pertinentes ao tema, no qual foram evidenciados os principais sinais, sintomas e agentes estressores que são precursores ao distúrbio. Os resultados da pesquisa apontam a sobrecarga de trabalho, insatisfação salarial, o contato constante com a dor, morte, alto grau de responsabilidade, rapidez e precisão nas ações, estado de alerta constante, trabalhos por turnos e noturno, desvalorização profissional, falta de tempo para lazer e socialização, como as principais fontes estressoras da enfermagem.

Palavras-chave: Enfermagem, Estresse Ocupacional, Síndrome de Burnout.

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, o estresse vem se tornando um problema que compromete o homem no contexto do mundo capitalista e globalizado, que a cada dia exige-se mais adaptação física, mental e emocional. O conceito sobre estresse foi descrito pela primeira vez em 1936 pelo médico endócrinologista Hans Seyle, que definiu como um desgaste total causado pela vida.

O Estresse ocupacional é um fator relevante no surgimento de doenças físicas e mentais, comprometendo o bom desempenho do trabalhador em suas funções profissionais, chegando a comprometer relações pessoais e familiares. A condição de estresse ocupacional instalado em um quadro clínico mental extremo e crônico pode levar a Síndrome de Burnout. (LEÓN E IGUTI ,1999).

Na língua portuguesa Síndrome de Burnout significa: “queimar-se por inteiro” ou “consumir-se” derivando do verbo inglês to burn out. O trabalhador sente-se extremamente desgastado, tendo a percepção que não tem mais nada a oferecer aos demais. A maior incidência está sobre os profissionais que mantêm contato direto e contínuo com outros seres humanos. (MASLASH E JACKSON, 1996).

A Enfermagem é uma profissão vulnerável ao surgimento da Síndrome de Burnout, devido a fatores intrínsecos à atividade profissional e ao contato constante com fatores estressantes no ambiente laboral. As jornadas de trabalho na enfermagem geralmente são longas e extremamente desgastantes, com extensas horas de exposição aos fatores estressantes, tornando um fator preponderante ao surgimento da Síndrome de Burnout.

O propósito do presente estudo foi identificar as principais fontes estressoras precursoras ao surgimento da Síndrome de Burnout, verificar se a jornada de trabalho é uma fonte estressora e evidenciar os sintomas causados pela síndrome de Burnout no profissional de enfermagem. Trata-se de uma revisão bibliográfica, no qual os dados extraídos de artigos previamente elegidos foram analisados e explicitados nessa pesquisa. O problema que norteou esta pesquisa foi: Quais são os agentes estressores laborais determinantes no surgimento da Síndrome de Burnout em profissionais de Enfermagem? A partir deste questionamento buscou-se compreender quais são os estressores laborais determinantes no surgimento da Síndrome de Burnout em profissionais de Enfermagem, bem como identificar as principais fontes estressoras laborais que envolvem os profissionais de enfermagem em geral e que mantidas de forma prolongada podem favorecer o surgimento da Síndrome de Burnout além de verificar, por meio de análise bibliográfica, se a jornada de trabalho do profissional de enfermagem é um fator estressante precursor ao surgimento da Síndrome de Burnout e compreender quais são os sintomas da síndrome e como estes sintomas interferem na vida do profissional de enfermagem.

Com o crescente progresso relacionado ao trabalho, o avanço das ciências, o aumento da competitividade, exigências altíssimas de produtividade, a auto cobrança em destacar-se profissionalmente fez emergir uma nova problemática: a saúde mental do trabalhador, apresentando-se sob a forma de estresse ocupacional e a Síndrome de Burnout. É diante deste cenário que se verifica a importância de uma análise dos fatores estressores precursores da síndrome de Burnout em profissionais de Enfermagem. Uma vez ciente dos fatores estressantes que englobam a atividade profissional da enfermagem e as consequências nocivas que a da síndrome de Burnout pode gerar a esses profissionais, chegando a alcançar o âmbito doméstico, a instituição e seus clientes, torna-se de extrema importância o desenvolvimento estratégias específicas de prevenção para cada tipo de agente estressor, propiciando maiores esclarecimentos e possibilitando a detecção de sinais e sintomas e tratamento precoce. Tais procedimentos facilitarão um equilíbrio no ambiente de trabalho, aumentando a promoção da saúde mental, consequentemente melhores condutas técnicas e posturas éticas destes profissionais, assegurando melhoria na qualidade de vida pessoal e segurança a terceiros.

A importância da exploração dessa problemática para o meio acadêmico, por meio de revisão bibliográfica, traz a possibilidade de que novos estudos sejam elaborados a partir dos dados pesquisados e evidenciados, ampliando os conhecimentos e viabilizando novas estratégias de abordagens sobre a Síndrome de Burnout.

Para a sociedade, o presente estudo viabiliza a promoção da saúde mental, possibilitando o surgimento de um número elevado de indivíduos isentos da síndrome de Burnout, nas instituições de saúde, garantindo satisfação para a empresa, otimização dos serviços, promovendo prestação de atendimento e cuidados de boa qualidade, diminuindo a possibilidade de ocorrências de atos de caráter imprudentes e negligentes.

Para a categoria profissional a importância se destaca, pois, está envolvido diretamente entre o grupo de profissionais com alta incidência da síndrome de Burnout. O presente estudo favorece ao profissional de enfermagem ter acesso a informações sobre os sinais e sintomas do distúrbio e meios de reconhecer os agentes estressores no ambiente de trabalho, possibilitando esse profissional ser o provedor de ações que minimizam tais fontes estressoras, ressaltando a importância do Enfermeiro dentro da equipe multidisciplinar, como orientador, cuidador e provedor de ações de promoção e prevenções de agravos da saúde e reabilitação do indivíduo como um todo, nas suas atividades pessoais e ocupacionais.

2. FONTES ESTRESSORAS LABORAIS QUE AFETAM O ENFERMEIRO

Com o propósito de identificar as principais fontes estressoras laborais que afetam o dia a dia do trabalhador de enfermagem, que favorece o estabelecimento da síndrome de Burnout, por meio de uma revisão bibliográfica, foram identificados um vasto cenário, com uma diversidade de fatores que geram situações estressantes, que variam desde exposições a diferentes riscos como: biológicos, físicos, químicos e ergonômicos, cargas emocionais, como o contato constante com o sofrimento alheio e a morte, déficit no quadro de funcionários aumentando a sobrecarga, falta de autonomia, alto grau de responsabilidade, rapidez e precisão nas ações, alta cobrança de urgência de usuários e chefia, desvalorização profissional, baixos salários, cargas horárias extensas e o duplo vínculo empregatício.

Entre uma diversidade de fontes estressoras identificadas, a dupla jornada de trabalho é relatada em diversas pesquisas. Essa problemática é descrita por vários autores, como justificativa do profissional de enfermagem, a insatisfação salarial. O duplo vínculo empregatício entre a categoria profissional é comumente praticado, uma vez que o sistema de plantões permite a conciliação com outras cargas horárias em outras instituições. A carga horária chega a durar até 12 horas por turno, onde na maioria das vezes o ritmo é constantemente acelerado e exaustivo, contudo, ao iniciarem outro turno em outra instituição já se apresentam fisicamente e mentalmente esgotados. Outra problemática acerca do assunto em discussão, é a falta de horários regulares para alimentação e descanso durante os expedientes de trabalho, tornando um fator agravante na qualidade de vida e consequentemente na saúde do trabalhador. Entretanto, o maior problema na questão da dupla jornada de trabalho é o risco inerente à exposição continuada das fontes estressoras no ambiente de trabalho, pois, nos intervalos onde deveriam descansar, acabam se expondo frente a outras fontes estressoras, aumentando a probabilidade do surgimento da síndrome de Burnout.

A sintomatologia da Síndrome de Burnout e seus efeitos na vida do profissional de Enfermagem, também é proposta como um dos objetivos específicos da presente pesquisa. Recebe o nome de “Síndrome” pois é um conceito que define todo conjunto de sinais e sintomas que caracteriza o distúrbio. O processo de cronificação do estresse laboral proporciona o surgimento da Síndrome de Burnout, que é descrita com três principais sintomas: exaustão emocional, despersonalização e a baixa realização profissional. Os sinais e sintomas se estendem desde distúrbios fisiológicos até desordens psicológicas, chegando a comprometer o indivíduo em todo seu convívio familiar e social.

2.1 PRINCIPAIS FONTES ESTRESSORAS PRECURSORAS DA SÍNDROME DE BURNOUT NA ENFERMAGEM

Após a leitura minuciosa dos artigos selecionados para a presente pesquisa, foram evidenciadas as principais fontes estressoras na enfermagem, descritas nesses trabalhos. Tais fontes estressoras isoladamente não caracterizam o surgimento da Síndrome de Burnout, porém, o contato contínuo, frente a tais fontes estressoras, juntamente com a capacidade de enfrentamento (coping), de cada indivíduo que determinará o surgimento do distúrbio.

A exposições a fontes estressoras, associadas a estrutura individual e temperamento de cada trabalhador, tornam situação preponderante ao surgimento da Síndrome de Burnout. (BENEVIDES-PERREIRA, 2002).

Os agentes estressores que englobam a atividade de enfermagem identificados nos artigos, se estendem a vários seguimentos, desde a atenção primária até assistência a pacientes em estado grave como nos serviços de urgência, emergência e UTI’s. O propósito é a verificação dos agentes estressores de forma geral, que abrangem os variados setores de atuação do enfermeiro, realizando uma busca e evidenciando os mais recorrentes.

Após a leitura de 20 artigos observou-se, conforme o gráfico 1, as principais fontes estressoras:

Gráfico 1 – Principais fontes estressoras

Fonte: Pereira e Breder, 2017

Conforme o gráfico acima é possível observar, em ordem decrescente, que as principais fontes estressoras que envolvem o profissional da enfermagem são: sobrecarga de trabalho, com o percentual de (65%); insatisfação salarial aparece em (60%), condições inadequadas de trabalho descritos como: os ruídos ambientes, ritmo acelerado, má iluminação, higiene, temperatura, ergonomia e risco de intoxicações aparece em (45%) dos trabalhos. A assistência a pacientes graves e falta de tempo para lazer e socialização aparece descrito em (30%) dos trabalhos; os aspectos organizacionais como: a escassez de recursos humanos, escassez de pessoal; o trabalho por turnos e noturno, contato direto com doenças, morte e sofrimento e alto grau de responsabilidade aparecem em (25%) dos trabalhos pesquisados. A desvalorização profissional, burocracia, falta de interação com colegas aparecem em (15%) e outros como a responsabilidade de conciliar vida familiar com o trabalho, a relação com pacientes e seus familiares aparecem em (10%) do total de artigos previamente analisados como sendo fontes estressoras.

A partir do exposto verifica-se, que várias são as situações “estressantes” que afetam o profissional da área de enfermagem. De acordo com os autores Azambuja et al. (2010), Salomé, Martins e Espósito (2009) estas situações sobrevêm das condições intrínsecas da enfermagem que é uma profissão desgastante, com exaustiva carga de trabalho burocrática e assistencial. Várias pesquisas tanto qualitativas, quanto quantitativas apontam a sobrecarga de trabalho como o agente estressor mais mencionado entre a categoria profissional, que referem sentir que a demanda das atividades excede sua capacidade de executá-las em tempo hábil.

A sobrecarga de trabalho aparece em (65%) dos trabalhos previamente analisados. Os autores Menzani e Bianchi (2009), Batista e Bianchi (2006) atribuem sobrecarga de trabalho ao número reduzido de funcionários, como pode-se verificar pelos dados expostos no gráfico 1, a partir da análise bibliográfica que 25% analisados apontam a escassez de pessoal como um fator estressante. Com o número reduzido de pessoal, sem outra alternativa, o profissional acaba por se responsabilizar e assumir um alto número de atividades e pacientes, que muitas vezes demandam uma assistência contínua e complexa, gerando um extremo desgaste físico, mental e emocional.

E ainda segundo Tamayo (2008), a excessiva carga de trabalho pode gerar progressivamente a exaustão física e emocional, reduzindo sua energia e eficácia em relação a saúde e bem-estar. Esses profissionais ao se sentirem extremamente esgotados ao final de cada jornada, acabam que excluindo outras atividades de laser e socialização pela falta de energia e disposição, prejudicando sua qualidade de vida e saúde.

A insatisfação salarial aparece descrito em (60%) dos trabalhos. Menzani e Bianchi (2009) afirmam que a categoria profissional se apresenta na maioria das vezes insatisfeita com a renumeração mensal, devido a extensas cargas horárias, quando comparadas a outros profissionais. E ainda segundo Silva et al. (2006), expõe além da insatisfação salarial, o trabalhador utiliza as horas extras executas, que geralmente não são pagas monetariamente, acumuladas como um “banco de horas” para suprir necessidades institucionais ou afastamento por doenças, não gozando dessas horas com descanso e laser. Ainda nesse contexto Montanholi, et al. (2006), Pafaro e Martino (2004), Silva et al. (2006) e Pires (2008) citam o duplo vínculo empregatício pelos profissionais de enfermagem, decorrente da insatisfação salarial.

As condições inadequadas de trabalho, que aparece no gráfico, são descritas como: riscos a intoxicações, ruídos ambientes, ritmo acelerado, má iluminação, higiene, temperatura e ergonomia aparecem em (45%) dos trabalhos pesquisados. Autores como Menzani e Bianchi (2009), Harbs et al. (2008), mencionam o ritmo acelerado e fatores relacionados ao ambiente de trabalho como: iluminação inadequada, ruídos contínuos, tecnologia de equipamentos, temperatura e ergonomia como situações estressantes na enfermagem. E ainda afirmam que é nesse ambiente intenso e acelerado que o profissional muitas vezes custa a ter percepção do seu adoecimento.

Peiró (1992), Batista e Bianchi (2006), afirmam que o estresse sobrevém de situações de alerta constante do profissional, como ao risco iminente a intoxicações, necessidade de cumprir várias tarefas em tempo hábil e assistência a pacientes graves.

Situações estressantes decorrente à complexa assistência a pacientes graves e a falta de tempo para lazer e socialização aparece em (30%) dos trabalhos previamente selecionados. Segundo Ferrareze, Ferreira e Carvalho (2006), Peiró (1992), Bianchi (1999), as atividades de enfermagem principalmente a assistência a pacientes em estado crítico, exigem muita habilidade técnica, conhecimento e responsabilidade que leva uma pressão sobre o profissional gerando o desgaste. Alguns autores como: Salomé, Martins e Espósito (2009), Maslach e Leiter (1999), Batista e Bianchi (2006), atribuem o desgaste, devido ao estado de alerta constante que os pacientes em estado crítico demandam.

A falta de tempo para o lazer e socialização aparece como fator estressante citado nos trabalhos pelos profissionais de enfermagem. De acordo com Pafaro e Martino (2004), Silva et al. (2006), a falta de tempo para dedicar-se a família, lazer, socialização, autocuidados e aperfeiçoamento são consumidos devido ao intenso desgaste físico e emocional causado após as jornadas de trabalho que geralmente são longas e extremamente desgastantes. As horas vagas são dedicadas ao descanso para preparar-se para o próximo turno de trabalho, não havendo energia e disponibilidade para realizar outras atividades, outrora, essas horas são preenchidas por outro vínculo empregatício.

Os aspectos organizacionais como: a escassez de recursos humanos; o trabalho por turnos e noturno, contato direto com sofrimento e morte e alto grau de responsabilidade aparecem em (25%) dos trabalhos selecionados. Peiró (1992), Bianchi (1999), citam os trabalhos realizados por turnos e noturno como fontes estressoras, uma opção largamente utilizada entre a categoria profissional, pelo fato de os cuidados serem contínuos aos pacientes. Essa situação gera desequilíbrios orgânicos e no padrão do sono do trabalhador, que na maioria dos casos permeiam a dependência a medicamentos sedativos e ansiolíticos.

Carayon et al. (1999), Menzani e Bianchi (2009), referem aos aspectos organizacionais, como a falta de recursos materiais e humanos que concerne no nível de estresse. O número insuficiente no quadro de funcionários, falta de materiais e equipamentos adequados gera aos trabalhadores uma sobrecarrega e exposição a riscos pertinentes a atuação do profissional, consequentemente o estresse.

Harbs et al. (2008), Peiró (1992), afirmam que o contato contínuo com sofrimento e a morte é uma fonte de estresse. A falta de preparo para lidar com a morte, geram sentimento de impotência, acarretando desordens emocionais e psicológicas. A visão de morte varia de cultura para cultura, doutrinas filosóficas e religiosas. No entanto, por mais preparado que o profissional esteja, a certeza da morte humana, desencadeia uma cascata de mecanismos psicológicos, mesmo que latente, gerando assim o estresse.

O alto grau de responsabilidade também considerada uma fonte estressora e é citada por Maslach e Leiter (1999), Batista e Bianchi (2006), em que o estado de alerta constante na gestão, execução dos procedimentos e decisões geram um desgaste psicológico extremo. O grau de responsabilidade dentro de uma equipe de saúde aumenta de acordo com a hierarquia, uma vez que, o enfermeiro lidera o trabalho de vários técnicos e auxiliares, sendo responsável pelas ações e procedimentos realizados por estes e responde judicialmente com o subordinado, caso ocorra algum descumprimento da lei como erros por imperícia, imprudência ou negligência.

Outras situações causadoras de estresse descrita nos trabalhos são: desvalorização profissional, burocracia e falta de interação com colegas. Essas situações apareceram em (20%) dos trabalhos analisados. A desvalorização profissional se estende desde os baixos valores monetários pagos até aspectos psicossociais como a visão da sociedade sobre o profissional. Maslasch e Leiter (1999), Pafaro e Martino (2004), relatam que a categoria profissional se sente desvalorizada devido ao pouco reconhecimento e aos baixos salários pagos, comparados ao grau de complexidade e responsabilidades assumidos por eles. A desvalorização profissional por parte dos usuários, em alguns casos, se concretiza na forma de hostilidade, subestimação e credibilidade exclusiva a outros profissionais como o médico.

Carayon et al. (1999), Menzani e Bianchi (2009), mencionam em seus trabalhos que os serviços burocráticos dentro das organizações também é uma fonte estressora. A excessiva burocracia é outro fator que está relacionado a falta de autonomia, liberdade de escolhas e tomada de decisões rápidas que resultaria em ações mais ágeis, no que implicaria na efetividade e satisfação do seu trabalho.

Montanholi, Tavares e Oliveira (2006), Menzani e Bianchi (2009), referem a falta de interação com colegas resultante de alguns problemas como o número reduzido de funcionários que desencadeia o estresse dentro da equipe de saúde. A responsabilidade por mais de um setor, somada a sobrecarga gerada devido a essa problemática pode gerar desconforto, situações conflitantes de cobrança e comunicação prejudicada devido ao grande número de pacientes e atividades, urgência de tempo e precisão nas ações.

E finalmente, as fontes estressoras como a responsabilidade de conciliar vida familiar com o trabalho e a relação com pacientes e seus familiares aparecem em (10%) do total de artigos lidos. Montanholi, Tavares e Oliveira (2006), Azambuja et al. (2010), citam em seus trabalhos a responsabilidade de conciliação entre o profissional e o pessoal como fonte de estresse, devido à dificuldade que grande parte destes profissionais encaram, uma vez que maior parte da categoria profissional é composta pelo sexo feminino, que cumpre longas e exaustivas jornadas de trabalho e nos horários de folgas em que deveriam descansar, assumem as atividades domésticas e cuidados com os filhos.

O estresse causado pela relação do profissional entre pacientes e seus familiares, é mencionado por Tamayo (2008), Menzani e Bianchi (2009), no qual é justificado pelo número escasso no quadro de funcionários que reflete diretamente na qualidade do cuidado prestado. Como resultante dessa problemática temos, um aumento na cobrança de atenção e cuidados por parte dos pacientes e seus familiares, uma vez que a assistência pode aparentar prejudicada e nem sempre tão ágil às solicitações.

É importante ressaltar que as fontes estressoras extraídas dos trabalhos previamente selecionados, fazem parte do cotidiano dos profissionais de enfermagem, porém a vulnerabilidade e capacidade de enfrentamento do estresse variam de pessoa para pessoa, o que torna um diferencial para o surgimento da Síndrome de Burnout.

2.2 A JORNADA DE TRABALHO COMO FONTE ESTRESSORA

Com o avanço da ciência, crescimento pela busca de aperfeiçoamento profissional, atendendo as exigências que o mundo moderno e capitalista direciona, o profissional de enfermagem encontra-se cada vez mais com o tempo escasso para o descanso, atividades de laser, cultura, convívio social e familiar.

Após a leitura dos 20 artigos selecionados, foi constatado que em (55%) dos trabalhos, os autores citam ou afirmam que a jornada de trabalho da enfermagem é uma fonte estressora, e atribuem seu agravo devido à grande ocorrência do duplo vínculo empregatício.

Por meio da análise dos artigos, podemos observar alguns pontos relativos da jornada de trabalho que concerne ao surgimento do estresse e consequentemente a Síndrome de Burnout. As longas jornada de trabalho, fazem com que haja uma abrangência em horários noturnos e trabalhos por turnos, situações sabidamente consideradas estressantes. Além de prolongar o desgaste físico e emocional, expõe o trabalhador a situações de alerta constante por mais tempo, devido a riscos de acidentes, alto grau de responsabilidade e prolongado gerenciamento de suas ações, gerando situações de extremo estresse. Ainda dentro dessa problemática, observa-se o duplo vínculo empregatício, redobrando essa exposição aos agentes estressores e alguns casos onde não ocorre o cumprimento das leis trabalhistas, omitindo ao trabalhador horários de alimentação e descanso tornando um agravante no problema exposto.

A leitura dos artigos proporciona a identificação e evidenciamento de alguns fatores estressantes para a enfermagem relacionadas à jornada de trabalho como mostra no quadro 1 abaixo:

Quadro 1 – Lista de fatores estressantes e de riscos relacionados a jornada de trabalho da Enfermagem

Jornadas de trabalho extensas e extremamente desgastes.
Jornadas extensas que abrangem trabalhos por turnos e noturno.
Longa exposição a agentes estressores.
Extensas horas em situação de alerta constante para evitar erros e acidentes de trabalho.
Extensiva situação de alerta devido ao alto grau de responsabilidade.
Longas horas em ritmo acelerado e situações de alerta extremo devido ao alto grau de precisão nos procedimentos e condutas.
Extensas horas de trabalho e poucas horas de descanso e convívio familiar/social.
Exposição duplicada a fatores estressantes ocorrido na dupla jornada de trabalho.

Extensas horas trabalhadas com intervalos inadequados/insuficientes de alimentação e descanso durante as jornadas de trabalho.

Fonte: Pereira e Breder, 2017

(Continua)

A carga horária da enfermagem é geralmente longa, com duração média de 8 até 12 horas diárias, variando de acordo com a exigência de cada instituição. Atualmente existe um projeto de lei esperando entrar em pauta para votação na câmara dos deputados, que reivindica a redução da carga horária para 30 horas semanais. Outra problemática envolvida é a questão do desgaste causado pelos trabalhos por turnos e noturnos decorrente das extensas cargas horárias que abrangem vários horários e escalas de trabalho, impostas pelas instituições

De acordo com Pires (2008), com a aprovação da lei da redução da jornada de trabalho, o trabalhador se beneficiará na redução de tempo a exposição a fatores de risco de acidentes ocupacionais e ao estresse. Situação mais cômoda para profissionais do sexo feminino que geralmente concilia atividades laborais com tarefas domésticas e cuidados com a família.

Silva, Lima e Campos (2006), afirmam que é inevitável o desgaste físico, mental e emocional ao longo das jornadas de trabalho da enfermagem. A categoria profissional desenvolve atividades que exigem alta disponibilidade física, concentração e agilidade, gerando um esgotamento total ao final da jornada de trabalho. O Enfermeiro assume um papel de grande responsabilidade no gerenciamento de suas ações, alta precisão e rapidez, principalmente em situações de risco iminente de morte de pacientes, mantendo seu estado de alerta constante, ocasionando desgaste intenso e duradouro durante as extensas jornadas de trabalho, tornando mais vulnerável às complicações do estresse.

Pafaro e Martino (2004), Silva et al. (2006), afirmam que os profissionais de enfermagem além da exposição a fatores estressantes durante sua jornada de trabalho, muitas vezes, não têm tempo para o lazer e socialização, autocuidado e convívio familiar. Os horários de descanso geralmente são resumidos a preparo para início de nova jornada de trabalho ou preenchidos com duplo vínculo empregatício. Os horários de descanso e lazer, assumem papel de extrema importância para que os profissionais alcancem saúde mental e reestabelecimento do perfeito funcionamento do organismo. Situações de alerta constante, contato direto com fatores estressantes durante as longas e/ou duplas jornadas de trabalho elevam ao risco do estresse ocupacional e da síndrome de Burnout.

Segundo Menzani e Bianchi (2009), o sistema de plantões facilita ao profissional de enfermagem conciliar outro vínculo empregatício em outra instituição, no que concerne ao estabelecimento e contato constante com o estresse ocupacional. Essa opção pode afetar na qualidade de vida do trabalhador, uma vez que o ritmo é acelerado e em ambientes conflitantes, com alto nível de responsabilidade e situação de alerta constante resultando num acentuado desgaste.

De acordo com Ferreira (2006), os profissionais de enfermagem que aderem a dupla jornada de trabalho, apresentam-se na maioria das vezes, extremamente fadigados ao final de cada expediente de trabalho, devido as peculiaridades de suas atividades e acabam por assumirem a responsabilidade de iniciar outra jornada de trabalho já com desgaste físico e mental e déficit de atenção, submetendo o organismo a situação de alerta redobrado, acarretando desordens físicas e psicológicas progressivas a longo prazo. Ainda nesse contexto, o profissional de enfermagem que adota ao sistema da dupla jornada de trabalho, além de ser mais vulnerável ao surgimento de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, tem maior probabilidade de cometer erros e atos imprudentes devido ao intenso desgaste, expondo risco terceiros.

Montanholi, et al. (2006), Pafaro e Martino (2004), Silva et al. (2006) e Pires (2008) justificam o duplo vínculo empregatício pelos profissionais de enfermagem, como decorrência da insatisfação salarial. Várias pesquisas apontam a insatisfação do profissional de enfermagem quanto aos vencimentos salariais, no qual buscam outras alternativas como a dupla jornada de trabalho. Estes trabalhadores assumem outras jornadas de trabalho já esgotados, aumentando sua exposição a fontes estressoras e a risco de acidentes devido ao déficit de atenção e imprudência que o desgaste proporciona.

Ainda nesse contexto, Freitas, Fugulin e Fernandes (2006), relatam outra problemática em razão do desconhecimento dos direitos trabalhistas por parte dos profissionais, ou mesmo em descumprimento dos direitos previstos em lei por parte dos gestores, muitos trabalhadores não cumprem os devidos horários de alimentação e descanso durante as jornadas de trabalho, proporcionando um desgaste acentuado e contínuo, afetando diretamente na saúde do trabalhador. Essa situação é uma agravante, uma vez que o trabalhador cumpre várias horas dentro do ambiente de trabalho sem horários adequados para sua alimentação, autocuidados e afastamento ainda que temporário das fontes estressoras.

Conforme Silva et al. (2006), a associação entre as longas jornadas de trabalho, o duplo vínculo empregatício e exposição a outras fontes estressoras, tornam o profissional mais vulnerável ao surgimento de doenças. O agravante entre as situações é a falta de tempo para sono, laser e socialização, pois, nos horários interjornadas grande parte desses profissionais assumem outros encargos ou realizam horas extras, deixando em segundo plano horários de descanso e descontração, estendendo sua exposição frente a fontes estressoras.

De acordo com dados extraídos nos trabalhos previamente selecionados, conclui-se que, a jornada de trabalho da enfermagem torna uma fonte estressora precursora ao surgimento da síndrome de Burnout. Isso ocorre devido a tais fatores como: aos longos períodos expostos fontes estressoras; jornadas de trabalho extremamente desgastantes; jornadas em turnos e que abrangem horários noturnos; exaustivas e longas horas em situação de alerta; poucas horas de descanso, lazer, socialização e convívio familiar e longas horas em ritmo acelerado. Essa situação se torna um agravante quando ocorre o duplo vínculo empregatício, duplicando a exposição as fontes estressoras, potencializando assim surgimento do distúrbio.

2.3 PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS APRESENTADOS PELO PROFISSIONAL AFETADO PELO ESTRESSE OCUPACIONAL E A SÍNDROME DE BURNOUT E SUAS CONSEQUÊNCIAS

A Síndrome de Burnout é um distúrbio consequente do estresse ocupacional crônico. O contato contínuo com fatores estressantes laborais, aumenta a probabilidade do surgimento da Síndrome e outras comorbidades. A Enfermagem é uma profissão vulnerável a esses distúrbios, devido a peculiaridades da profissão que encontra uma diversidade de situações e fatores estressantes dentro da sua atuação, como visto anteriormente.

Após a identificação dos principais agentes estressores na área de atuação da enfermagem, esse tópico traz uma análise da terceira proposta do objetivo específico, que é a identificação e compreensão dos riscos e principais sinais e sintomas do estresse ocupacional e da Síndrome de Burnout.

Um vasto cenário de alterações psicofisiológicas foram encontradas na literatura selecionada descrevendo os sinais, sintomas e riscos que o profissional de enfermagem desenvolve em contato contínuo em situações de estresse como mostra o gráfico dois e três abaixo.

Gráfico 2– Principais, sinais e sintomas do estresse ocupacional que interferem na vida do profissional de Enfermagem

Fonte: Pereira e Breder, 2017

Gráfico 3 – Principais riscos relacionados ao estresse ocupacional que interferem na vida do profissional de Enfermagem

Fonte: Pereira e Breder, 2017

Como podemos observar nos gráfico acima, que os principais sinais, sintomas e riscos inerentes ao estresse ocupacional encontrados nos trabalhos previamente selecionados são: desânimo, apatia e falta de motivação, com percentual de (45%); ansiedade aparece com (40%); alterações músculo esqueléticas com (30%); fadiga/cansaço (25%); insônia (20%); baixa concentração (15%); irritabilidade (15%); frieza/indiferença (15%); cefaleia (15%); depressão (15%); baixa imunidade (15%); sentimento de incompetência/fracasso (15%); uso de álcool e drogas (15%); ações negligentes dentro da equipe (10%); tensão (10%); risco de suicídio (10%) e baixa produção aparece em (10%) dos total de trabalhos analisados.

Rocha e Glima (2000), França e Rodrigues (1999), citam em seus trabalhos o desânimo, apatia e falta de motivação em profissionais afetados pelo desgaste profissional, e ainda Batista e Bianchi (2006), afirmam que em muitas situações o trabalhador luta contra o estresse, pois essas situações são vistas como preguiça ou dissimulação, havendo uma necessidade enfrentamento por parte desse profissional afetado.

Sintomas de ansiedade aparecem citados em (40%) dos trabalhos previamente selecionados. Maslach e Leiter (1999), Menzani e Bianchi (2009), relacionam a ansiedade, estresse e Burnout como sofrimento vivenciado no ambiente de trabalho. E ainda nesse contexto, Carayon et al. (1999), descreve a ansiedade como originada de situações de alerta constante aos cuidados com os pacientes, receio de violência psíquica advinda de usuários e terceiros.

Pires (2008) afirma que psicologicamente, a ansiedade crônica originada de situações de contato direto com situações estressantes leva ao estado de desânimo, apatia, pessimismo, insegurança e medo em todos seguimentos da vida do indivíduo, que são de difícil identificação, mas expressas na forma de tristeza, fadiga, insônia (como descrito em 20% dos trabalhos selecionados para esta revisão), assim como a diminuição da concentração e irritabilidade, (descrito em 15% dos trabalhos).

A literatura selecionada aponta a insônia em (20%) dos trabalhos como decorrente do estresse. Peiró (1992), Bianchi (1999), afirmam que esse distúrbio é ocasionado por desequilíbrios orgânicos no padrão de sono, que em muitos casos refere-se ao estresse causado por realização de trabalho por turnos e noturnos, direcionando o profissional afetado a dependência e uso indiscriminado de medicamentos sedativos.

As alterações físicas decorrentes ao estresse descritas nos trabalhos selecionados são consecutivamente são: as músculo esquelético em (30%) e risco de doenças cardiovasculares (25%). De acordo com Lipp e Malagris (2001), Corgonzinho (2000), o organismo pode sofrer variações como resposta ao estresse e contribuir para a etiologia de várias doenças orgânicas. As manifestações das doenças osteomusculares se apresentam principalmente na forma de lombalgias, cervicalgias, dores na coluna vertebral e região torácica. As respostas do sistema cardiovascular frente ao estresse se manifestam na forma de hipertensão arterial, aumento da frequência cardíaca e da contratilidade do miocárdio, risco de isquemia e infarto do miocárdio.

A baixa imunidade aparece em (15%) dos trabalhos, como descreve Montanholi, et al. (2006), Silva et al. (2006), quanto maior o tempo em que o organismo fica em estado de alerta, desgastando o sistema biológico, maior é o esgotamento e capacidade do organismo reagir, consequentemente potencializando o risco de surgimento de doenças.

A sintomatologia descrita resultante do estresse, origina-se de causas onde o organismo excede o limite a ser suportado. Cada indivíduo tem sua personalidade e capacidade de enfrentamento, sendo alguns mais sensíveis e vulneráveis a tais situações estressantes. O contato constante com o estresse traz riscos à saúde do trabalhador e maior probabilidade do surgimento do Burnout.

2.3.1 SINTOMATOLOGIA CLÁSSICA DA SÍNDROME DE BURNOUT

A denominação de Burnout se origina da ideia de “queimar-se” ou seja esgotar-se totalmente físico e emocionalmente. O conceito refere-se à ação provocada pelo estresse no profissional afetado e está ligado à organização no trabalho. Embora a sintomatologia do estresse seja similar com a síndrome de Burnout, o diferencial corresponde em três elementos característicos na síndrome que são: a exaustão emocional, a despersonalização e a baixa realização profissional.

A sintomatologia da síndrome de Burnout apresentadas nos 20 artigos selecionados para realização dessa revisão bibliográfica, evidenciam três sintomas clássicos como descritos no quadro 2 abaixo:

Quadro 2 – Sintomas clássicos da Síndrome de Burnout

 Sintoma característico da SB  Características  Outros sintomas associados
 Exaustão emocional  Sentimento de esgotamento emocional;

Alterações físicas e psíquicas;

Ausência de energia

Afetivamente esgotado, sente que não tem mais nada a oferecer aos demais

 Sentimento de inutilidade

Extrema fadiga física e emocional

Baixa autoestima

Despersonalização Esfriamento afetivo

Atitudes negativas dentro da equipe

Cinismo/Crítica Exacerbada aos receptores do serviço

Ansiedade

Irritabilidade

Desmotivação

Alienação

Condutas negligentes

 Baixa realização profissional  Auto avaliação negativa em relação ao trabalho

Sentimento de insatisfação pessoal e profissional

Depressão

Sentimento de alto eficácia diminuída

Fonte: Pereira e Breder, 2017

De acordo com Benevides-Pereira (2001), Codo e Vasquez-Menezes (1999), Carlotto & Pallazo (2006), a exaustão emocional é definida pela falta de disposição e ausência de energia para executar as atividades laborais. O trabalhador sente que não tem mais nada a oferecer aos demais, apresenta relação prejudicada entre vínculo afetivo na relação trabalho x indivíduo, sentimento de inutilidade e falta de recursos emocionais. O maior causador desse sintoma é a sobrecarga de trabalho e os conflitos pessoais no trabalho.

Correlacionando a sobrecarga de trabalho e os conflitos pessoais ao surgimento da exaustão emocional, sintoma típico da síndrome de Burnout, podemos relembrar que esses estressores são amplamente citados pelos profissionais da enfermagem, como visto anteriormente nessa revisão, o que norteia e explica a incidência da Síndrome de Burnout entre a categoria profissional.

A despersonalização é definida por Benevides-Pereira (2001), Codo e Vasquez-Menezes (1999), Carlotto & Pallazo (2006), como atitudes negativas dentro da equipe como o cinismo, dissimulação e crítica exacerbada para com os receptores do seu serviço prestado. Há um esvaziamento e esfriamento afetivo, como resposta de proteção e distanciamento emocional. O profissional afetado trata como objeto os pacientes, os colegas e a instituição. Surgem nesse estágio sintomas como: ansiedade, irritabilidade, desmotivação, condutas voltadas para si e negligentes.

Os sintomas que podem surgir na fase da despersonalização, citados pelos autores, aparecem na presente revisão como os sinais e sintomas mais pertinentes ao estresse laboral. Correlacionando a irritabilidade, ansiedade e condutas negligentes com a associação ao sintoma da síndrome de Burnout, podemos visualizar um distanciamento para questões emocionais sendo tratada como “desumana” em alguns casos.

A baixa realização profissional, de acordo com Benevides-Pereira (2001), Codo e Vasquez-Menezes (1999), Carlotto & Pallazo (2006), é marcada pelo auto avaliação negativa em relação ao trabalho, sentimentos de insatisfação pessoal e profissional. O profissional desenvolve uma percepção de que as atividades impostas a ele excedem seu limite de enfrentamento. A deficiência no sentimento de realização profissional que afeta diretamente a vida pessoal gerando sentimentos de fracasso e baixo autoestima. A depressão associada e dificuldades em lidar com o trabalho se deve ao sentimento de auto eficácia diminuída, podendo ser potencializada pela falta de oportunidades de desenvolvimento profissional e social.

A Despersonalização é citada como o ponto característico do diagnóstico da Síndrome de Burnout, uma vez que, os sintomas de baixa realização profissional e exaustão emocional citada podem ser encontrados em outras síndromes depressivas. Embora esse sintoma se torne o diferencial que defina o diagnóstico de Burnout, o sintoma de despersonalização não deve ser investigado isoladamente, devendo haver associação entre os dois sintomas clássicos mais avaliação de outros sinais e sintomas pertinentes ao distúrbio.

O profissional acometido pelo Burnout, pode apresentar reações provenientes do distúrbio como descreve França et al. (1999), Benevides-Pereira (2001), Codo e Vasquez-Menezes (1999), Carlotto & Pallazo (2006), Maslach e Leiter (1999), que subdividem essas reações em quatro categorias: As psíquicas, as físicas, as comportamentais e as defensivas. As reações físicas se apresentam na forma de alterações no sistema cardiovascular, doenças osteomusculares, fadiga intensa e constante, imunodeficiência enxaqueca e outros. As alterações psíquicas se apresentam na forma de depressão, perda da memória e concentração, diminuição da atenção, raciocínio lento dentre outros. As comportamentais se baseiam em alterações de comportamento, agressividade, negligencia, incapacidade de relaxar, perda da iniciativa, consumo de substâncias e risco para suicídio. E finalmente as defensivas que se apresentam na forma de absenteísmo, desinteresse pelo trabalho e laser, tendência ao isolamento, sentimento de onipotência, ironia e cinismo.

É importante ressaltar que vários desses sintomas são congêneres ao estresse laboral, sendo as alterações de defensiva o diferencial no Burnout, o que caracteriza o sintoma de despersonalização. Os autores salientam ainda que um profissional afetado pela síndrome de Burnout não desenvolve necessariamente esses sintomas, isso dependerá de cada personalidade envolvida, bem como seus aspectos psicossociais que o envolve.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio dos dados obtidos no decorrer dessa revisão bibliográfica, foi possível atingir o propósito do objetivo geral da pesquisa, que foi a compreender quais são os estressores laborais determinantes da síndrome de Burnout. Os resultados possibilitaram a identificação e evidenciamento de um vasto cenário de fontes estressoras laborais precursoras ao surgimento do distúrbio pertinentes à atuação da enfermagem. A literatura selecionada descreve várias situações estressantes e riscos vivenciados pelos profissionais que se estendem desde aspectos psicossociais e organizacionais a fatores intrínsecos da profissão. O Estresse gerado por tais situações são precursores ao surgimento da Síndrome de Burnout, pois, se mantidos de forma prolongada viabilizam o surgimento do distúrbio, embora seja preciso uma associação predisponente relacionado ao nível de enfrentamento de estresse por cada indivíduo. Fatores como a sobrecarga de trabalho e insatisfação salarial lideram a lista de fatores estressantes e são responsáveis por desencadear e potencializar outras fontes estressoras, tornando um agravante para o surgimento da Síndrome de Burnout.

O propósito de averiguar se a jornada de trabalho é um fator estressante foi alcançada com a confirmação através da associação com o tempo de jornada de trabalho executada pela categoria x longo tempo de exposição a fontes estressoras e potencializados por outros agravantes como horários de alimentação e repouso inadequados e/ou insuficientes e a dupla jornada de trabalho. A dupla jornada de trabalho redobra a exposição a tais fontes estressoras, mantendo o indivíduo envolvido constantemente com atividades laborais e com tempo escasso para lazer e socialização, tornando assim, rotineiro o contato com estressores laborais, não oportunizando ao organismo o desligamento do estado de alerta constante, o que favorece a cronificação do estresse e logo o surgimento da Síndrome de Burnout.

Finalmente, foi alcançado o propósito do terceiro objetivo da presente revisão, que foi compreender quais sinais e sintomas clássicos da Síndrome de Burnout e seus efeitos prejudiciais ao profissional. Tais sinais e sintomas são congêneres ao estado de estresse profissional, porém, três estágios definem a Síndrome de Burnout que são: a exaustão emocional, a despersonalização e a baixa realização profissional. O que difere dos sinais e sintomas de desgaste profissional e direciona ao diagnóstico para a Síndrome de Burnout é a despersonalização, que é uma alteração de defensiva, no qual sentimentos de crítica e cinismo para com terceiros são utilizados como formas de defesa do organismo já acometidos pelo extremo estado de estresse, uma vez que a exaustão emocional e a baixa realização profissional também surgem em outras síndromes depressivas. Vários outros sintomas estão associados ao profissional afetado pela síndrome de Burnout como: apatia, desanimo, falta de motivação, depressão, alterações osteomusculares, cardiovasculares, uso indiscriminado de álcool, drogas e risco de suicídio. Tais riscos, sinais e sintomas compromete a integridade física e psicológica, afeta a saúde e qualidade de vida do trabalhador.

Dentro desse contexto, observa-se a necessidade de criação de estratégias de enfrentamento, redução ou erradicação do estresse dentro do ambiente de trabalho. Essas estratégias devem ser traçadas pelos próprios enfermeiros responsáveis e adequadas às exigências de cada setor de trabalho. As estratégias sugerem a prevenção ao surgimento da Síndrome de Burnout e outras comorbidades. Observa-se também a importância da redução da carga horária da categoria profissional, uma vez que fortes características de estresse são constatadas através da extensa jornada de trabalho. A valorização profissional e acertos pecuniários justos, diminuiriam a ocorrência da dupla jornada de trabalho, promovendo o reconhecimento e respeito da categoria profissional, elevando a qualidade de vida desses trabalhadores, boas relações com as instituições e otimização dos serviços e assistências prestadas.

O desenvolvimento da presente revisão bibliográfica, promove o maior conhecimento sobre a Síndrome de Burnout, suas causas e sintomas nos profissionais de enfermagem. Tal fato ocorre, devido ao evidenciamento dos dados extraídos em trabalhos previamente realizados, que foram descritos e explícitos nesse trabalho. A produção da presente revisão bibliográfica abre as portas a novos conhecimentos e pesquisas, viabilizando o surgimento e ampliação de maiores esclarecimentos sobre o distúrbio, possibilitando traçar metas de profilaxia, tratamento e reabilitação do profissional da enfermagem.

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[1] Professora da Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira-FUNCESI. Doutoranda em Linguística e Língua Portuguesa pela PUC-Minas

[2] Graduanda em Enfermagem pela Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira – FUNCESI

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Shirlei Luana Chaves Sousa Pereira

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