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Aspectos relacionados ao luto perinatal

RC: 86784
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/luto-perinatal

CONTEÚDO

REVISÃO DE LITERATURA

CARVALHO, Maria Victória Gomes [1], SANTANA, Samara Dantas F. [2], ALEXANDRIA JUNIOR, Paulo de Tarso Moura [3]

CARVALHO, Maria Victória Gomes. SANTANA, Samara Dantas F. ALEXANDRIA JUNIOR, Paulo de Tarso Moura. Aspectos relacionados ao luto perinatal. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 05, Vol. 15, pp. 105-123. Maio de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/luto-perinatal, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/luto-perinatal

RESUMO

O luto perinatal é a perda de um filho no período gestacional, ou, após ele, em sua primeira semana de vida. O objetivo geral deste artigo é compreender de uma forma geral acerca do tema morte e luto, especificando a sua trajetória até a elaboração da perda perinatal, fazendo uma reflexão das estratégias que são utilizadas pelo profissional da área de Psicologia. Este trabalho baseia-se em uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, buscando coletar dados referentes ao tema pesquisado. Pretendemos com esse trabalho realizar o compartilhamento das informações adquiridas através das literaturas estudadas, bem como a importância da rede de apoio para o processo de ressignificação do luto.

Palavras-chave: Luto perinatal, Morte e Luto, Rede de apoio, Psicologia, Ressignificação.

1. INTRODUÇÃO

O presente artigo vai buscar investigar como se dá o processo de morte, entendendo como a família visa essa perda, buscando desde a antiguidade um significado do que estas entendiam acerca do luto, e ainda, faz um adentro no luto perinatal, que é um tema pouco falado e conhecido, mas de grande relevância quando o assunto é relacionado à gravidez, parto e puerpério.

Objetivando um esclarecimento no que tange ao luto perinatal, e entendendo a psicologia como uma aliada dessa mulher/mãe nesse período, constatamos por meio do estudo bibliográfico, que ainda há um número relativamente baixo de pesquisas e conteúdos, assim como, pouca mensuração relacionada a esse tema no cenário em que vivemos.

Desse modo, buscamos enfatizar de uma forma breve o quanto o conceito de morte e luto interferem nessa problemática, procurando esclarecer o sentido e a condição que estes podem influenciar tal aspecto, no decorrer da evolução.

Ademais, foi de significativa importância abordar sobre a avanço da família, relacionando esta com o luto, e entendendo que a organização familiar a  caracterizou como um dos primeiros grupos a ser estruturado com indivíduos que possuíam uma ancestralidade similar.

Dessa maneira, essa pesquisa também procurou salientar de uma forma sucinta sobre a gravidez e a sua ruptura, isto é, como a mesma é entendida e como a mulher vivencia esse período de sua vida, frisando que se essa mãe passa por um luto perinatal, ela necessita ser totalmente acolhida, realizando a mobilização da sua rede de apoio, e relatando a grande dimensão e influência do Pré-Natal Psicológico a partir do momento em que se descobre o começo de uma vida.

De uma maneira geral, este trabalho irá abordar o processo de elaboração do luto, o luto sofrido pela família, a importância da despedida e de viver o luto, o real significado do pré-natal psicológico e o papel do psicólogo nesse contexto, assim como o acolhimento, a relevância da rede de apoio para com essa família, as ferramentas e estratégias na busca de ressignificar essa dor.

Para tanto, o questionamento em foco é: como o profissional psicólogo poderá amparar essa mulher/mãe na elaboração de um luto perinatal?

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MORTE E LUTO

No ciclo da vida passamos por estágios e, somos tencionados para nascer, crescer, reproduzir e morrer. De acordo com Silva (2013), na natureza há também essa ligação entre início e fim: com o fim do dia se inicia a noite, com a morte de uma flor faz surgir um fruto. Tais fases da vida vão se findando para dar lugar a outras que vão nascendo, é um ritual de passagem no qual todos iremos experienciar.

A construção social da palavra morte faz parte de uma extensa trajetória, esta, era demarcada por diversos sistemas constitucionais, comunitários, como também, por normas que incluíam aspectos reais, espirituais e subjetivos. Para Kovács (2008), a humanidade instiga a morte evoluindo com a cura de várias doenças, criando condições de prevenção e tratamento, não obstante, para desviar-se do fim,  formando uma barreira para a ciência.

Na Idade Média, a conexão do homem com a morte era caracterizada por duas eras, que foram denominadas de Alta e Baixa Idade Média. Na primeira, o homem, ao saber que a chegada da morte se aproximava, já iniciava um tipo de cerimônia de reconciliação no qual rogava por absolvição de seus pecados, e, o resultado, se dava pelo almejado repouso no “paraíso”. A morte repentina era considerada grande pavor, pois, se tornaria impossível fazer o rito de passagem (MELLO, 2013).

O escritor francês Philippe Ariès (2003), em sua obra literária História da Morte no Ocidente, nos aponta várias interpretações que a morte teve ao longo de sua história, e elas eram tituladas como: a morte domada; a morte de si; a morte do outro e a morte interdita.

A morte domada era típica da época medieval. Os cavaleiros da gesta ou dos romances medievais eram advertidos de sua morte, por signos naturais ou por avisos, ou até mesmo por uma convicção interna. “Normalmente, portanto, o homem era advertido”, o cavaleiro era informado da sua morte, não se morria sem ter tido tempo de ser avisado que se vai morrer. (ARIÈS, 2003, p. 27).

Vista disso, a morte domada é a mais próxima de uma relação familiar, em razão do seu enunciado, sendo eles mediante intuições e devaneios. Assim sendo, o homem tomava partido dos cuidados a serem empregados na sua morte, isto é, havia todo um preparo com a finitude diante do prenúncio, e, ela era conhecida como uma morte mais familiarizada, assim, era pensada de uma forma destemida, e sem culpa. Ariès (2003), afirma que o homem possuía uma boa relação com a morte, é um elo entre homem e natureza, ao se habituar com ela, seria uma forma de entendimento com o curso natural da vida. Contudo, o homem reconhece a si próprio em sua morte – “descobriu a morte de si mesmo” (ARIÈS, 2003, p. 63).

Segundo Kovács (2008), o homem ao mencionar sobre sua própria morte, passou a se questionar no que se sucederia após o fim, e com isso, o medo se fazia  testemunha do que vinha ser posterior a morte. E por fim, para o desfecho das interpretações da morte durante a trajetória da história, o autor com suas palavras descreve sobre a morte interdita:

“A morte, tão presente no passado, de tão familiar, vai se apagar e desaparecer. Torna-se vergonhosa e objeto de interdição”. No século XX, a morte se esconde, é vista como vergonhosa igual fora o sexo na era vitoriana. A sociedade atual baniu a morte tentando proteger a vida, não há mais sinais que a morte ocorreu. A importância nesse século é dar a impressão de que nada mudou, todavia a morte não deve ser percebida. Mesmo ela sendo um fenômeno da vida desperta medo no ser humano, esse sentimento está relacionado com a dificuldade do homem lidar com a questão de finitude, pois as crenças, valores e visão de mundo que cada um traz na sua singularidade influenciarão a compreensão de morte. (ARIÈS, 2003, p. 84).

Com a Baixa Idade Média, a morte foi marcada por uma sequência de acontecimentos e transformações, a sociedade foi arrastada por uma das maiores epidemias ao longo de sua  história, chamada peste bubônica, mas conhecida como peste negra. Seu impacto causou uma série de consequências socioeconômicas, resultando em torno de  75 a 200 milhões de mortes em massa (KASTENBAUM; AISENBERG, 1983).

Quando se fala do assunto morte, a maior parte das pessoas se esquivam, alegando que não gostam de falar sobre isso, que isso pode atrair algo negativo, que sentem medo, repulsa, pois como bem afirma Gesteira et al (2006), a ideia de morte está atrelada com a ideia de perda. Dialogar sobre esse tema ainda é um tabu, até porque, ninguém quer perder a vida, bem como, tudo que se conquistou no decorrer dela, deparando-se com algo desconhecido, pois até os dias atuais não há algo científico que comprove o que vem após ela. Com isso, busca-se uma explicação por meio da espiritualidade, e consequentemente, da religiosidade,  considerando que estas, irão trazer uma espécie de conforto neste momento de incertezas.

Nos dias atuais, o que se perdura é a negação do tema morte, essa recusa trouxe para a atualidade impactos perturbadores aos adultos, afetando ainda mais, o entendimento desta temática com as crianças (SILVA, 2013).

Esquivar da morte ou do luto pode se tornar algo de grande perigo, por isso, Cassorla (1988), alerta para a resistência ao luto mal elaborado, que em decorrência disso, pode acarretar em futuros danos como o decréscimo do sistema imunitário, resultando no surgimento de enfermidades, contribuindo com a evolução de condutas antissociais.

O luto detém de um esforço físico que necessita de ser realizado, na qual, o seu propósito é transportar os desígnios e recordações do ente que morreu. Do mesmo modo, como a criança passa por fases no crescimento salubre, os estágios do luto têm de ser experienciado a fim de que não haja impactos ou prejuízos porvir (FREUD, 1913 apud SILVA, 2013).

Na visão de Worden (1988), é fundamental que o enlutado execute quatro atividades básicas antes que o andamento do luto consiga ser terminado. Ações de luto não estruturadas ou mal elaboradas passam a dificultar o crescimento e continuação futura. Quanto às atividades, não requer que sejam absolutamente sequenciadas, mas o autor propõe uma sequenciação:

I – Consentir com a real perda;

II – Formular o sofrimento da ausência;

III – Adaptar-se a um meio em que permanece ausente a pessoa que faleceu;

IV – No tocante, realocar a pessoa que morreu e dar seguimento a vida.

A psiquiatra e tanatóloga Elisabeth Kübler-Ross (2004), em uma de suas diversas obras literárias, discorre sobre seu trabalho realizado com enfermos em fase terminal, ao conversar com eles, ela descreve cinco estágios que as pessoas passam  no decorrer do processo de conformidade com a morte que são:

I Negação – é quando o enfermo recusa em reconhecer sua realidade, desprezando o diagnóstico;

II Raiva – sucede no momento em que o paciente entende que não tem mais como denegar sua situação;

III Barganha – os pacientes criam esperanças de que seu quadro possa ser revertido, com isso, fazem votos e promessas com Deus em troca da melhora;

IV Depressão – os pacientes passam a manifestar sintomas clínico depressivo, tendo seu estado de saúde intensificado, sentimentos como fracasso,  impotência e desesperança contribuem para tal cenário;

V Aceitação – o paciente passa a entender e a aceitar que o fim é inelutável, dando lugar a totalidade da vivência. Tem-se suas emoções alteradas entre isentas e entusiasmadas. Em conjuntura, solucionam suas emoções para com o fim, sendo capaz de conversar sobre o confronto com a morte e o desconhecido.

Kübler-Ross (1988), afirma que nem todo mundo consegue percorrer por estes estágios, bem como, outros consigam. No entanto, numa sequência distinta, alternando entre raiva e depressão, ou as duas concomitantemente.

Gesteira et al (2006) relata que qualquer perda vai provocar o sentimento de luto, pois ali está ocorrendo a quebra de um vínculo, envolvendo uma grande quantidade de emoções. O luto também pode ser definido como um aniquilamento de uma relação entre um sujeito e o seu respectivo objeto, e dessa forma é tido como algo característico do desenvolvimento do ser humano. E quanto a concepção de luto, sabe-se que o luto não se restringe apenas ao processo de morte em si, mas com um confronto das perdas reais e simbólicas para a evolução humana.

3. A EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE FAMÍLIA E SUA RELAÇÃO COM O LUTO

O nome família vem do latim “famulus”, que quer dizer “escravo doméstico”, o qual foi fundado na Roma Antiga. Há inúmeras crenças e opiniões quando se fala neste termo, mas, há relatos de que a família é considerada a primeira forma de organização social estruturada por sujeitos de antepassados semelhantes, que emergiu a cerca de 4.600 anos, e que eram conectadas por vínculos cordiais (BARRETO, 2013).

Há ainda o termo “família natural”, que foi adotado pela Igreja Católica, mas, que obteve sucesso no Direito Romano, e, significava que para ser considerada uma família cristã, era necessário que houvesse o casamento, e ainda, tinha que ser por dois indivíduos de sexos opostos.

Na Grécia Antiga, a família era organizada de forma monogâmica, ou seja, um homem e uma mulher se casam, mas, dentro da casa, a figura de poder é o homem. Basicamente, o homem exerce domínio sobre a mulher, a qual lhe é atribuída o papel de procriar e cuidar da casa. Nesse período havia uma enorme desigualdade quando se tratava de direitos, como por exemplo: o homem poderia terminar com o casamento quando bem quisesse, e a mulher precisaria ser sempre leal, submissa e fiel ao seu marido, visto que ela era uma simples reprodutora (ALVES, 2014).

Na Roma Antiga, entendia-se a ideia de família quando todas as pessoas de uma casa estavam sob a autoridade do “paterfamília”, uma espécie de chefe que possuía o poder perante a mulher e os filhos, e isso era de um grande valor, pois iria continuar a manter uma norma social. Esse líder da família tinha o total direito de matá-los, castigá-los e vendê-los, afinal, ele tinha o controle tanto da vida como da morte de cada indivíduo que compunha a família (ALVES, 2014).

Alargando o conceito de família, a Constituição Federal de 1988 no CAPÍTULO VII, no Art. 226, diz que a família é a base da sociedade, e que tem especial proteção do Estado (BRASIL, 1988).

Assim, sabe-se que a principal forma de constituição de uma família na antiguidade era através do casamento. Atualmente, esse conceito não é o que vigora, sendo hoje compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa, como declara a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) em seu artigo 5º, II.

Mesmo existindo diversas formas de organização familiar e por mais difícil que fosse, havia um desejo em se formar uma família, e para isso as mulheres precisavam engravidar, com isso, desde a antiguidade, há de certa forma uma aspiração para a ocorrência desse processo.

Assim, ainda na Idade Média, se uma criança viesse a óbito, apenas a mãe se importava, já que as outras pessoas consideravam esta, como alguém que ainda não tinha uma personalidade, ou seja, não havia nenhum interesse, nem condolência quando isso viesse a acontecer. A mudança desse fato só veio ocorrer no século XIX, onde tal situação passou a ser olhada como algo significativo (CARVALHO e MEYER, 2007).

De acordo com Chiattone (1998), o século XIX foi marcado por uma inquietação importante, pois, foi nele que as pessoas passaram a criar um espaço de reconhecimento, onde as crianças que vinham a falecer eram imaginadas principalmente por suas mães como anjos ou sagrados. Diante disso, a perda de um filho passou a ser vista como um acontecimento intenso, carregado de grande impacto, tristeza e angústia.

Como integrantes de um corpo social que denega a morte, precisamos de mecanismos para conduzir essa fase de encerramento da vida, especialmente em que é uma criança que está partindo, se torna um afronto, um impacto que causa remorso. Apesar disso, a morte não segue uma rotina, de maneira que, se possa determinar com exatidão o momento em que irá acontecer (KÜBLER-ROSS s/d).

3.1 A GRAVIDEZ E SEU ROMPIMENTO

A gestação é entendida pelo senso comum como um período em que a mulher está completamente plena e feliz, no entanto, nem sempre segue essa linha de pensamento, visto que, a gravidez é algo enigmático e complexo, onde irá permear uma série de mudanças físicas, psíquicas e emocionais, e que muitas vezes é marcada por um grande medo (MACHADO, 2012).

Para Cacciatore (2013, apud SÁ, 2004), a gravidez na qualidade de acontecimento simboliza no imaginário da mente e do sociável, e expressa a magnitude do nascer, da origem, da linhagem e da esperança. Diante disso, a morte fetal transporta a família e aos profissionais da saúde a incompatibilidade da sequência natural  da vida e da morte.

Sá (2004) afirma que, a definição de cada elemento, é visto de forma diferente entre os conceitos sociais e culturais que cada conjunto de pessoas adota estes, determinam a criação de uma definição do maternar. Por consequência, assim como as pessoas e a sociedade vão evoluindo, estes conceitos vão sendo modificados e adaptados às novas realidades que surgem, progredindo com o tempo e com as novas necessidades que se apresentam.

O nascimento e a morte abrangem uma série de perspectivas por parte dos pais e da família, é uma linhagem que envolve uma soma de fatores gerais, estes, que estão acompanhados de normas e padrões que formam o coletivo. Para Lopes (1996), tais padrões de passagem podem estar correlacionados com o confronto entre as forças da vida e da morte, como exemplo temos os rituais fúnebres, que são atribuídos como um decurso de um estado para o outro, garantindo assim, uma civilização e incorporação  no universo dos mortos.

3.2 LUTO PERINATAL

Em 1940, a expressão “perinatal” foi elaborada por Peller, e ela veio com o intuito de pensar e refletir que os sujeitos que nasciam mortos, ou que acabavam por morrer no decorrer da primeira semana de vida necessitariam de uma investigação e observação mais acentuada diante de cada caso (LAURENTI, 1984).

O período perinatal se inicia entre 22 semanas completas (resultando em um total de 5 meses e meio, que são 154 dias), e vai até os 7 dias completos após o nascimento do bebê, este, é um tema pouco mencionado, luto perinatal e gestacional são assuntos que falam da morte de um filho, é um período que compõe desde a concepção, ou, após ele, em sua primeira semana de vida, é extremamente doloroso, principalmente quando a mãe conviveu muito pouco com esse filho, é um laço que foi limitado, é o rompimento de um vínculo mãe-bebê.

Em muitas mães essa dor é silenciosa, a psicóloga e especialista em saúde mental da gestação, parto e pós parto Heloísa de Oliveira Salgado, ao ouvir o relato de uma amiga que se encontrava nessa situação do luto perinatal, comovida, ela resolveu escrever um livro que tem por título: “Como lidar com o luto perinatal – Acolhimento em situações de perda gestacional e neonatal.”, Heloísa, apresenta com bastante domínio num formato direto e objetivo, e ela pontua sobre a atenção e o cuidado que devem ser ofertados às famílias que passam por essa perda gestacional que é a morte de um bebê ainda dentro da barriga, ou, nos seus primeiros dias de vida, o livro da autora dedica-se também no suporte aos profissionais da saúde que atuam no nascimento seguido a morte (SALGADO, 2018).

A morte perinatal configura uma perda enorme para os pais, em especial para a mãe, afinal, geralmente é ela quem está mais ligada ao bebê, e ainda por ser capaz de demonstrar mais o seu lado emocional, vivendo um luto de maneira  mais intensa, exteriorizando praticamente tudo aquilo que está sentindo, como aponta Nazaré et al (2010).

Esse tipo de perda ainda passa pelo desconhecido, é silenciada pelos que estão em volta, muitas pessoas não dão muita relevância a esses acontecimentos, mas, se trata de um luto como qualquer outro. Muza et al (2013), partilham das mesmas análises no que se refere aos estudos que rejeitam a realidade desse tipo de morte. O impasse na elaboração da ausência de um filho, este que, “mal se chegou”, é normalmente impulsionado pela omissão do amparo social. Este, não tem um reconhecimento, tampouco um aceitamento perante os que experienciam dessa dor, e isso traz inquietação. Freud (1976), frisa a significância do ato de reconhecer da sociedade  esse sofrimento, para que só assim, a passagem por esse luto consiga ser elaborada.

O  luto perinatal, nem sempre é compreendido a vontade dos pais em elaborar rituais que se tornam parte das demais perdas, e quando praticados, acabam ainda por gerar repressão, a família passa a ouvir afirmações de que o filho pode ser “recolocado”, ou melhor, dizendo, substituído. Os familiares, e, principalmente os pais passam a se sentir reprimidos e pressionados a apressar o trabalho do luto. Diante disso, as condições para viver e elaborar esse luto da maneira correta se torna obstruído. Tais dessemelhanças na abordagem desses acontecimentos apontam a inviabilidade da atribuição ao falecimento de um bebê o renome de falecimento de um filho (IACONELLI, 2007).

Ainda segundo Iaconelli (2007), o luto de um recém-nascido leva fatos específicos insociável atingindo olhares intolerância. Essa ordem da morte de um bebê revela a troca inesperada, a perspectiva sobre o ciclo da vida que seria a morte dos pais, a morte dos mais velhos, passa a deixar a família sem uma linha temporal, é um desajuste na existência. Torna-se até difícil de integrar esse desvio no psiquismo, visto que, tal situação é indeferida pelo outro. Ainda, não se tem como  dividir o luto com o conhecimento popular da atualidade, dessa forma, os pais/familiares por duas vezes irão se sentir desprotegidos, isto significa, um abandono pelo filho e pela sociedade.

A perda de um filho vai trazer um misto de sentimentos para a família. Houve uma idealização, e nem tudo saiu como o planejado, e com isso, vão (família) sempre procurar um motivo para afirmar o “por que” essa perda aconteceu (LEMOS e CUNHA, 2015).

A morte do bebê ainda no período gestacional é refletida em inúmeras consequências, e na maioria dos casos são bem dolorosas. Para uma parcela de mulheres, essa perda acaba por envolver lembranças passadas e uma grande expectativa para o futuro, e isso ocorre, sobretudo, quando a gravidez é algo planejado (CARVALHO e MEYER, 2007).

Tomando como base os estudos de Simonetti (2016), a respeito da órbita em torno da doença (negação, revolta, depressão, enfrentamento), e fazendo uma transferência para o luto, provavelmente, pode-se considerar que algumas mães vivem esse processo, mas, isso não significa que essa mãe passará por toda a órbita.

Em um caso de óbito fetal, na posição negação, a mãe entraria em choque, parecendo que o que estava acontecendo seria um pesadelo, onde ela dispararia frases do tipo: “não é possível”, “isso não deve está acontecendo”. Na revolta, viria a raiva, a frustração, a irritação, e diante disso, a mãe poderia questionar: “por que eu?”, “isso não é justo”, “por que comigo?”. Na depressão, a mãe poderá vivenciar uma entrega para a tristeza, o vazio da perda, a desesperança, onde ela pode dizer: “não adianta mais”. E na posição de enfrentamento, começa o processo de aceitar a realidade, mesmo com muito sofrimento, mas, tentando seguir em frente, como mostra o estudo de Lopes et al (2017).

O exercício de um assistir holístico para essa mãe se faz cada vez mais algo de fundamental importância, pois a mesma muitas vezes é julgada por estar sofrendo em demasia, e também para que essa mulher possa se sentir resguardada e que a equipe está tendo um olhar de cuidado para com ela, e o momento que ela está enfrentando (LEMOS e CUNHA, 2015).

Andrade; Gomes e Barbieri (2017) relatam que a família de uma forma geral, é vista com um papel de grande interferência para viver toda a experiência e percepção acerca do luto. O apoio que na maioria das vezes é ofertado por essa rede facilita o processo de ressignificação, passando certa segurança para que a mãe e o pai possam viver esse luto, e para que estes consigam seguir evoluindo o seu quadro emocional, visto que essa família também necessita ser acolhida e cuidada com atenção, carinho e respeito às individualidades de cada um.

A importância do ressignificar é conceder um novo sentido a uma determinada coisa, é uma tática de confronto com a atual realidade, em outras palavras seria dizer que é enfrentar as dores e aprender com elas, e para isso, é necessário um esforço e uma rede de apoio tanto familiar como também de profissionais da saúde.

Como descrito por Bowlby (1973/1998), é de suma relevância que os pais consigam ter uma proximidade mesmo que breve com natimorto, segundo o autor os pais “devem estar junto dele [do bebê] quando morre. Depois de morto, devem ser estimulados a vê-lo, tocá-lo e segurá-lo” (p. 127). Tal orientação é uma forma de entrar em contato com a realidade, contribuindo assim no processo da elaboração do luto. Numa situação oposta, prolongar o afastamento dos pais de uma condição de morte, é reprimir, é impedir que os pais falem do bebê e da sua vivência diante do luto, com isso, só irá acrescentar mais disfunções emocionais e estas serão vivenciadas em um período posterior à saída do hospital.

4. A IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL PSICOLÓGICO

O pré-natal psicológico (PNP) tem o intuito de acolher a história de vida das pessoas que irão ser submetidas a essa forma de atendimento, visto que cada pessoa carrega consigo uma subjetividade. É um trabalho que vai oferecer uma maior humanização durante a gestação, o parto e o pós-parto, tendo uma visão biopsicossocial dos indivíduos. Além disso, o PNP é uma maneira de diminuir os riscos de ansiedade, medo e depressão pós-parto (JESUS, 2017).

Arrais e Araujo (2016) relatam que o PNP é visto como uma maneira muito assertiva para o cuidado com as mulheres, e é tido como uma via que não apresenta um custo tão alto, podendo assim ser implantado em setores públicos, por exemplo. Essa área vai atuar em busca de viabilizar atenção e cautela de uma forma completa tanto para a mulher quanto para o seu bebê, podendo assim evitar algumas formas de adoecimento, proporcionando uma melhor saúde e qualidade de vida. Além do mais, o PNP pode prevenir a tão temida depressão pós-parto.

Por ser entendido como uma maneira de prevenção da depressão pós-parto, o Pré-Natal Psicológico é uma técnica moderna que juntamente com o Pré-Natal Ginecológico vai contribuir no empreendimento de instrumentos psicoprofiláticos para oportunizar a mulher a devida atenção e precaução que ela merece durante a gestação, colaborando com conversas acerca das funções que vão exigir a parentalidade, a questão da sexualidade nesse período, a interferência que a infância daquela mãe e pai tem nesse processo, quais causas podem ter a gestação e o pós-parto, como essa mulher/mãe poderá ter seu lado emocional e sentimental abalado, o prazer que é gerado na amamentação, e mais uma série de temas que podem ser discutidos, e logo, aprendidos (ARRAIS; ARAUJO e SCHIAVO, 2019).

Os instrumentos ou a técnica psicoprofilática foi baseada no intuito de planejar o nascer, pois é aqui que a gestante poderá ter discernimento e informações para que ela possa experienciar o seu parto de uma maneira lúcida, colaborando para a redução do estresse, da ansiedade, e ainda, poder compreender como encarar a maternidade e o seu filho nesse momento. Este procedimento deve começar a ser realizado a partir da vigésima oitava semana da gravidez, e dentro dessa psicoprofilaxia, a mulher vai aprender a lidar com o psíquico, o físico e o pedagógico (FRIAS e FRANCO, 2008).

4.1 ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO

Diante das literaturas pesquisadas, tem-se que o profissional psicólogo é de extrema significância dentro da psicologia perinatal, em razão de o seu trabalho está voltado para a prevenção, ligada a uma provável psicopatologia (incluindo vida e morte), a mãe e ao bebê. Dentro dessa área, que se situa ao entorno  do nascimento, o psicólogo vai atuar também com o pai, a família, e a equipe de saúde, até porque, há um grande sofrimento com todos aqueles que vivenciaram essa perda, e o restabelecimento de uma saúde psíquica necessita ser com todas essas pessoas Muza et al (2013).

A escuta atenta, compreensiva e sem julgamento é o que torna o psicólogo um profissional diferenciado nesse e em outros cenários. E dessa forma, com o atendimento psicológico, os pais poderão reconhecer e dialogar sobre os seus medos, angústias, aflições, ansiedade e mais uma série de fatores que irão permear o seu modo de ver e viver a vida (MACHADO, 2012).

De acordo com a Portaria Nº 1.020, de 29 de maio de 2013, o  psicólogo deve prestar um serviço de atenção tanto para a gestante quanto para à puérpera e ao recém-nascido, por isso se faz tão significativo refletir a atuação desses profissionais nesses casos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

O profissional psicólogo também precisa entender que cada gravidez é única, e que cada mulher vai obter a sua vivência, sendo ela assertiva ou não, e por isso faz-se necessário que cada gestante seja cuidada com muita dedicação e paciência, afinal, não se deve considerar apenas a grávida em si, pois ali existe uma pessoa carregada com a sua própria história e subjetividade (ALVES, 2019).

Partindo das concepções supracitadas, compreende-se que o profissional psicólogo necessita ter o desejo de querer ajudar mães, pais e bebês a terem uma vida psíquica mais saudável, precisam ter um conhecimento psíquico sobre os fenômenos mais comuns nessa fase do desenvolvimento humano, como também saber o que é esperado ou não nessa etapa. Além disso, é indispensável que o psicólogo saiba que as alterações emocionais significativas na gestação podem ter uma série de consequências negativas para a mãe e o bebê.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como observado no estudo, e baseando-se no método bibliográfico, buscamos investigar como dá-se o processo de morte e luto dentro do contexto familiar, desde a antiguidade até os dias atuais, chegando ao luto perinatal, para então, permitir uma maior compreensão sobre o tema.

Conforme a Sociedade Brasileira de Psicologia – SBP, o crescimento da Psicologia Perinatal no Brasil teve início no final da década de 70, e conquistou visibilidade com a publicação da tese de mestrado da psicóloga e pioneira na área Maria Tereza Maldonado, sendo nomeado “Psicologia da gravidez, parto e puerpério”. Assim, sabe-se que a Psicologia Perinatal ganhou esse termo recentemente, sendo  conhecida como: Psicologia da maternidade; Psicologia da gravidez, parto e pós-parto ou puerpério; Psico gravídico  puerperal e Psicologia obstétrica. Entretanto o termo mais usado nos dias de hoje é Perinatal.

Este estudo aborda os impactos da morte e do luto e seus aspectos relacionados, bem sabemos que, no luto tradicional, quando se perde os pais ou algum ente querido, nos remete a perda de um passado, que significa a perda de uma história, é a representação de toda uma vida, no entanto, quando se perde um filho, uma gestação, perde-se o futuro, e nele pouco se tem de lembrança e  recordação, diante disso, se dá a importância de assimilar esse luto (SALGADO, 2019).

Este estudo aborda os impactos da morte e do luto e seus aspectos relacionados, bem sabemos que, no luto tradicional, quando se perde os pais ou algum ente querido, nos remete a perda de um passado, que significa a perda de uma história, é a representação de toda uma vida, no entanto, quando se perde um filho, uma gestação, perde-se o futuro, e nele pouco se tem de lembrança e  recordação, diante disso, se dá a importância de assimilar esse luto (SALGADO, 2019).

O processo de assimilação da perda vai ajudar essa família na construção de memórias, conforme menciona Mazorra (2009), sentir e se permitir viver a ausência de um ser pode revelar o confronto das adversidades. A perda não vem sozinha, ela vem composta de sentimentos e ações, perlaborar esse luto é parte do processo de reestruturação e ajuste a vida. As famílias que passaram e passam por essa perda devem-se apoderar do real cenário ao qual se encontram, entendendo que a aceitação vem em primeiro lugar, e assim, é importante que os enlutados possam ter um lugar de fala, para que consequentemente eles venham assimilar e consentir com a verdade.

É fundamental discernir o real do imaginário, visto que, a perda traz fases, e estas, fazem parte do processo de equilíbrio na elaboração do luto. Passar por elas é apossar-se do presente e ir de encontro com a real situação. Após o entendimento, acresce a necessidade da assistência dos profissionais habilitados para oportunizar espaços e lugares, onde essas pessoas que perderam seu filho possam ser protagonistas das suas histórias (CARVALHO e MEYER , 2007).

Ter uma rede de apoio familiar e programas que ofertem assistência profissional para que esses pais consigam se sentir encorajados, e acolhidos a expor as suas dores e emoções sem culpa, e sem julgamento é crucial para a saúde mental das pessoas que se encontram nesse sofrimento (PARKES et al., 2011).

A psicóloga Heloísa Salgado fala muito sobre esse acolhimento em caso de perda gestacional, participando de uma matéria no site oglobo.globo.com para falar sobre estratégias e ferramentas para serem utilizadas em maternidades, e uma delas seria a prática do protocolo Canadense, esta, irá auxiliar os profissionais da saúde na atuação e procedimento para com as famílias, partindo do lugar de instalar  nortear a equipe multidisciplinar como ajudar na construção de memórias que possam contribuir no processo de recomeço.

Ainda segundo Salgado (2019), um dos protocolos seria a “caixa de memórias”, que iria funcionar como se fosse um memorial, nele poderia constar “uma mechinha do cabelo do bebê, coleta das digitais, pulseirinha, roupinha e uma foto dele”, tudo preparado pela rede de apoio profissional. A caixinha seria concedida a família, porém, a equipe multidisciplinar precisaria saber se estes estariam preparados para recebê-las. Ela ainda destaca a valia do incentivo a essa mãe a se despedir do filho, buscando também estratégias de prevenir o corpo hospitalar, com a finalidade de qualquer alteração ou troca de plantão no que se refere a equipe a continuar integrada, e com isso, a psicóloga Heloísa Salgado menciona uma opção, que seria simbolizar a história dessa mãe, seja “com um adesivo de borboleta na porta do quarto e prontuários, ou uma pulseirinha”. Há também um fator importante que é o olhar para a família, para essa mãe, e o cuidado com o ambiente no qual irá acomodá-la.

Diante de tudo o que foi exposto, pode-se afirmar que a perda de um filho acarreta uma série de impactos, principalmente emocionais, tanto para a mulher como também para a família e a equipe de profissionais. Não importa qual foi o período gestacional, e nem se é o primeiro filho, essa mulher precisa receber um acolhimento tanto pela sua família, como pelo quadro de profissionais.

Por fim, cabe ressaltar que a mulher não pode reprimir aquilo que sente. Há pessoas que são leigas nesse assunto, e que acabam disparando frases do tipo: “você não precisa chorar”, “ah, era o primeiro filho, você é nova, vai engravidar novamente”, “era para acontecer dessa forma”, “não fique triste”, e isso acaba por cronificar ainda mais o estado emocional dessa mãe que acabou de vivenciar uma perda. O que a mulher mais precisa durante esse período é construir um significado para essa perda, pois só assim ela irá conseguir fazer uma ressignificação e superação desse luto. Quanto ao protocolo Canadense, este não só inspira Heloísa, mas, nos contagia também com tamanha empatia e solidariedade, afinal, sabemos que acima de tudo, deve-se ter uma visão holística para essa mulher.

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[1] Graduanda em Psicologia.

[2] Graduanda em Psicologia.

[3] Orientador. Graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Pará. Mestre em educação pela Universidade Federal do Tocantins.

Enviado: Novembro, 2021.

Aprovado: Maio, 2021.

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