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Psicologia Hospitalar: Um Espelho de Reflexão

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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

BARBOSA, Monique Queiroz [1], FRANCO, Claudinéia Conationi da Silva [2]

BARBOSA, Monique Queiroz. FRANCO, Claudinéia Conationi da Silva. Psicologia Hospitalar: Um Espelho de Reflexão. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 03, Vol. 15, pp. 125-141. Março de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/espelho-de-reflexao

RESUMO

Este artigo buscou realizar uma revisão de literatura sobre a prática do psicólogo no contexto hospitalar. A Psicologia Hospitalar enquanto área de atuação do psicólogo foi inserida no contexto brasileiro a partir da década de 1950. Inicialmente, aplicada no âmbito infantil, posteriormente, desenvolvida até a criação de Institutos de Psicologia em São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro e algumas outras cidades. No ano 2000, foi reconhecida enquanto área de atuação do psicólogo pelo Conselho Federal de Psicologia. Desde então, pesquisas e práticas científicas têm pautado esse relevante campo de trabalho no intuito de discutir os modelos de intervenção e refletir sobre as diversas maneiras e abordagens as quais os psicólogos têm exercido. O presente estudo foi desenvolvido por meio da pesquisa exploratória utilizando da revisão de literatura acerca do exercício profissional do psicólogo no hospital. Concluiu-se que a atuação do psicólogo possui diversas nuances as quais exigem uma atualização constante do ponto de vista formativo, além de um preparo pessoal para lidar com as circunstâncias no âmbito hospitalar. Ademais, é necessário que o psicólogo possua uma olhar para o paciente enxergando-o como uma pessoa para além dos seus sintomas, ajudando-o a ressignificar e elaborar sua psique.

Palavras-chave: Psicologia, hospitalar, humanização, trabalho.

1. INTRODUÇÃO

No desenvolvimento do percurso histórico, uma série de mudanças levou ao conceito de sistema hospitalar atual. Sob a influência do Cristianismo, este espaço tem como objetivo acolher o ser humano, seja pela alimentação, pela fraternidade ou pela amizade. Portanto, essa adaptação (significado etimológico da palavra hospital) sempre esteve associada a valores como: caridade, solidariedade, compaixão e compaixão.

O período científico-cultural que vivemos é marcado pela experiência do racionalismo que nos fez quase mergulhar na crença absoluta no poder da razão e da ciência (CHAUÍ, 2000). Atualmente, a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico têm se desenvolvido rápida e profundamente a nível tecnológico e científico, atingindo níveis sem precedentes de eficiência, economia, rapidez e esterilidade. Como parte dessa formação social, as instituições hospitalares sabem que poucas pessoas precisam de desenvolvimento para melhorar o tratamento e reduzir a dor e a morte. No entanto, a ciência nasceu sob a defesa do método científico de Descartes, definindo os seres humanos como aqueles que possuem corpo e alma, considerando estas instâncias como separadas, em outras palavras: reservatório e alma. Portanto, a ciência moderna reduz o conceito de hospitais e hospitalidade, ao invés da impunidade para a sociedade e os humanos. O capitalismo lavou as emoções da vida diária e da produção humana. O foco agora é a produtividade. O hospital estava capitalizado e tecnicizado.

Hoje, em muitos lugares, os pacientes não moram mais em suas casas, mas são corpos doentes. Os doentes, os idosos, os doentes terminais e até as próprias pessoas valem o quanto podem ou não podem produzir, ou pelo menos consumir ou pagar. A saúde se tornou meramente negócio. No entanto, é o momento de termos um novo paradigma, que perceba os idosos como participantes ativos de uma sociedade com integração de idade, contribuintes ativos, e beneficiários do desenvolvimento (OMS, 2005, p. 44). De acordo com relatos da mídia, já tivemos casos de auxiliares de enfermagem vendidos para a morte. Apenas algumas casas isoladas conseguiram se livrar da distorção inicial e do constante colapso dos valores humanos e cristãos.

Em resposta às suas atribuições iniciais, o hospital deve estar sempre em contato com os profissionais do seu cotidiano e com o corpo clínico para apoiá-los no suporte prestado aos doentes. Nesse sentido, precisa reiterar o seu compromisso com a equipe, família e pacientes de forma especial, e acolher os psicólogos para o desempenho das atividades profissionais na mesma. Em síntese, podemos afirmar que o paciente se preocupa em se livrar dos sintomas. A família quer saber o prognóstico na expectativa de ser positivo. Já o médico ocupa-se do diagnóstico para melhor tratar o doente (SIMONETTI, 2004). Nesse contexto, a Psicologia se ocupa da subjetividade para fazer uma busca permanente para ampliar nossa resposta às necessidades da vida. Não por buscar diretamente a cura, no sentido médico do termo, mas por proporcionar a escuta terapêutica que visa “reposicionar o paciente em relação à sua doença” (SIMONETTI, 2004, p. 21).

2. PSICOLOGIA HOSPITALAR

Em termos técnicos, Simonetti (2004) afirma que a Psicologia Hospitalar “é o campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento. […] A psicologia hospitalar trata […] dos aspectos psicológicos de toda e qualquer doença” (p. 15). Os psicólogos descobriram que podem aliviar um dos aspectos mais sofridos da realidade humana: a morte. O psicólogo do hospital descobriu especificamente um dos preceitos mais elevados da Psicologia que é um método de cura por meio de palavras e um método de cura da dor física e mental. Os psicólogos hospitalares aprendem a escutar sobre a dor, a ansiedade e o medo em todas as manifestações orgânicas. Portanto, cabe pontuar que a Psicologia Hospitalar e o psicólogo que desempenhe esta função se ocupam do tratamento dos aspectos psicológicos em torno do processo de adoecimento (SIMONETTI, 2004, p. 18).

Esse ramo é relativamente novo considerando que a profissão de psicólogo só foi reconhecida no Brasil, no início da década de 60, com a Lei 4.119/62 que versa sobre a regulamentação da profissão. No que diz respeito ao desenvolvimento da Psicologia Hospitalar podemos apresentar um breve panorama histórico com algumas datas consideradas mais relevantes.

Em 1954, a psicóloga Matilde Néder, instaurou o que viria ser conhecido como Psicologia no contexto hospitalar a partir do acompanhamento psicológico com crianças na clínica ortopédica e traumatológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (HC-FMUSP) (AZEVÊDO; CREPALDI, 2016). Esse acompanhamento aconteci entre os períodos pré e pós-operatórios. Em 1956, na unidade pediátrica do mesmo hospital, a psicóloga Aydil Pérez-Ramos desenvolveu o trabalho com o psicodiagnóstico e intervenção psicológica hospitalar (AZEVÊDO; CREPALDI, 2016). Portanto, podemos notar que na década de 50, a Psicologia foi aplicada no contexto infantil. Em 1974, ainda no HC-FMUSP, foi inaugurado o serviço de Psicologia nos Institutos de Ortopedia, Psiquiatria, Neurologia e da Criança, além de favorecer para que outros institutos também desenvolvessem seus próprios serviços de Psicologia (AZEVÊDO; CREPALDI, 2016). No que diz respeito à produção de literatura científica, desde 1987 já foram identificadas pesquisas que buscavam estruturar um modelo de intervenção hospitalar e que visavam compreender as diversas atuações já que os profissionais possuíam abordagens teóricas diferentes (AZEVÊDO; CREPALDI, 2016). Um marco importante para a área da Psicologia Hospitalar foi o reconhecimento da especialidade por parte do Conselho Federal de Psicologia (CFP). No ano 2000, por meio da Resolução nº 014/2000, o CFP forneceu instruções para que o psicólogo que desejasse pudesse obter o registro nesta área de atuação (AZEVÊDO; CREPALDI, 2016). No ano seguinte, com a Resolução nº 02/2001, os parâmetros para atuação do psicólogo no contexto hospitalar foram definidos pelo CFP (AZEVÊDO; CREPALDI, 2016).

3. ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR

Para aprofundar a intervenção do psicólogo no hospital, algumas estruturas básicas são muito importantes. A literatura propõe o repensar da atuação do psicólogo e sua abrangência no hospital.  De acordo com Almeida e Malagris (2011):

a postura do psicólogo é importante para a sua inserção no hospital – deve ser flexível com o objetivo de contornar as dificuldades e reconhecer que seu trabalho sofrerá interrupções, adiantamentos e cancelamentos fora de sua esfera de controle, pois a prioridade das ações médicas tem que ser respeitada. […] Acompanhar a evolução do paciente quanto aos aspectos emocionais que a doença traz é o objetivo principal do trabalho. Mas o psicólogo pode ainda utilizar de grupos educativos, que facilitam a conscientização do paciente e família no contexto da doença e das formas de tratamento, e trabalhos em equipe no sentido de facilitar a relação equipe/paciente/família (ALMEIDA; MALAGRIS, 2011, p. 194-195).

Nesta forma de trabalhar, o psicólogo participa na formulação, gestão e coordenação das atividades com particular ênfase nas suas principais áreas profissionais, tais como emoções, cognição, influência inconsciente, dinâmica de relacionamento de grupo, autoestima, ansiedade, o medo da doença e os consequentes efeitos sociais e psicológicos, bem como a educação e tentativas de falar sobre os seus métodos de prevenção.

A atenção secundária à saúde desenvolvida em hospitais gerais concentra-se principalmente no atendimento ambulatorial para diversos sintomas e doenças dos pacientes. Isso faz parte de um grupo de pessoas que, embora tenham recorrido a determinados serviços médicos no hospital com algum tipo de ajuda, não incorreram em internações de curto prazo. A atuação do psicólogo nesta abordagem inclui os problemas emocionais que acompanham o paciente, os quais estão diretamente relacionados ao tratamento e à própria doença. Além de fornecer quaisquer serviços de saúde física, deve-se também trabalhar para melhorar a saúde mental – Mens sana in corpore sano. O departamento de saúde física e mental de Descartes não pode enquadrar nenhuma doença; nenhum assunto pode ser restringido pelo jogo de claro-escuro. Ter uma visão da pessoa e da sua riqueza é abrir as suas necessidades globais, este é o espaço do profissional psicólogo: as pessoas são bem-vindas para apresentar as suas necessidades mais pessoais.

Por fim, o terceiro método é perceber a saúde e o último método é tratar de forma emergencial, intensiva e totalitária durante a internação. Este psicólogo se dedica a resolver problemas de dor, vida ou morte e contatar diretamente os pacientes para resolver todos os seus medos, ansiedade, insegurança, dor, tempo e questões emocionais. Por meio de uma equipe de outros profissionais e por meio de consulta mútua, esclareceu aos pacientes as dúvidas sobre a doença e sua relevância emocional, bem como as inadequações da rotina hospitalar, reduzindo ou evitando desgastes desnecessários. O psicólogo que ainda está unido ao paciente acolhe e promove sua responsabilidade no processo de conquista da saúde e do bem-estar, acumula sua força para abandonar o processo negativo de “paciente” e apoia o processo positivo de enfrentamento ao paciente. tratamento.

4. O PSICÓLOGO E A SUA ATUAÇÃO NAS EQUIPES MULTI E INTERDISCIPLINAR

Para implantar efetivamente os serviços de psicologia em hospitais, é essencial que o psicólogo compreenda as responsabilidades dos profissionais da equipe. É com base nesse entendimento que o atendimento psicológico pode ser inserido no ambiente hospitalar para atingir os objetivos institucionais sem perder o risco dos departamentos interdisciplinares. A equipe do hospital é composta por diversos profissionais, inclusive profissionais que não atendem diretamente os pacientes internados, como equipes de saúde, radiologistas, anestesiologistas, etc. No entanto, consideraremos aqui uma equipe multidisciplinar de profissionais que auxiliam diretamente as pessoas: médicos, enfermeiras, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, fisioterapeutas. Ressalta-se que a formação de equipes multiprofissionais é centrada nas necessidades das pessoas, portanto não é pré-organizada. As necessidades dos pacientes são o propósito da integração dos profissionais médicos, o propósito é atender às necessidades globais dos pacientes e proporcionar-lhes bem-estar.

No trabalho em equipe multidisciplinar, é necessária a interconexão entre diferentes profissionais, e esses profissionais devem tratar a situação geral do paciente com uma atitude humana. O psicólogo, desde que respeitando as orientações do Conselho Federal de Psicologia, também deve comunicar seus conhecimentos e opiniões sobre o paciente aos demais membros da equipe para que tenham um entendimento completo do paciente. Saldanha, Rosa e Cruz (2013) pontuam que “é comum a equipe multiprofissional entender o psicólogo como tradutor do médico-paciente-família e enfermeiro-paciente-família. Também entendem que a psicologia atua no sentido de minimizar atritos entre a equipe e o paciente” (SALDANHA; ROSA; CRUZ, 2013, p. 191).

Um hospital é um espaço, neste espaço, muitas vezes, o psicólogo precisa constantemente verificar seus próprios objetivos em diferentes circunstâncias para não perder sua atuação isoladamente em tais circunstâncias. Os psicólogos hospitalares trabalham em equipe e precisam tentar fazer com que os outros membros da equipe entendam o trabalho interdisciplinar, ajudar cada profissional a esclarecer seu papel, definir seus objetivos, promover a comunicação entre os membros da equipe e, muitas vezes, entre os membros da equipe e interlocutores com pacientes e familiares. Outro aspecto importante é lembrar aos profissionais que eles precisam entender as atividades dos demais membros da equipe, trocar informações e buscar se encontrar com os pacientes da forma mais completa possível. Para promover essa interação, os psicólogos poderão organizar grupos para reuniões científicas e discussões de casos clínicos, com o objetivo de fornecer cada vez mais ajuda aos pacientes por meio da estrutura comportamental das discussões em equipe.

Partindo do ponto de vista holístico do paciente, levando em consideração os aspectos físicos e emocionais, os psicólogos podem trabalhar com a equipe para realizar atividades de diagnóstico e tratamento e detectar os aspectos mais estranhos ou menos realistas que afetam o início, a evolução e o desenvolvimento da doença. Durante o processo de recuperação. É muito importante que o psicólogo interaja com as equipes profissionais para discutir casos ou situações que surgem em ambulatórios e enfermarias, com o objetivo de melhor compreender a situação do paciente, de forma a criar espaço para a atuação emocional do paciente e de seus familiares. Os profissionais devem conquistar a confiança de outros profissionais, que devem indicar a possibilidade de prestar assistência psicológica quando necessário, colaborar em uma linguagem comum e mostrar o que sabem fazer, por outro lado, buscar sempre compreender os outros profissionais língua.

O psicólogo hospitalar contribui no processo de humanização dos pacientes internados, assim como no processo de evolução do quadro clínico e emocional, verificando suas condições e de seus familiares. Enquanto membro da equipe de saúde desta instituição, também faz parte de seu papel mediar o vínculo entre paciente e demais profissionais que executam os procedimentos técnicos, porém é preciso tomar cuidado neste lugar para não se posicionar a favor de alguém, pois seu objetivo é entender os processos psíquicos e sociais dos pacientes (SALDANHA; ROSA; CRUZ, 2013, p. 194).

O trabalho em equipe sem dúvida aumentará o conhecimento e eliminará a ansiedade, por isso é propício ao surgimento de soluções, e todo trabalho realizado neste sentido ajudará a promover a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.

5. RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE-PSICÓLOGO

A relação médico-paciente é delicada e desequilibrada. Embora tenha bastante interesse e informações sobre as doenças que o afligem, o paciente encontra-se em um estado de fragilidade, diante de uma situação em que precisa decidir se confia na capacidade e no compromisso de um especialista. Por sua vez, possui expertise para lidar com a doença e o sofrimento no dia a dia, e geralmente é uma tarefa difícil, exigindo que os pacientes sejam informados sobre a gravidade de sua condição. A forma como ocorre esse cruzamento, no momento em que o paciente ouve do médico que realmente o possui pode ser decisivo para o sucesso ou fracasso do tratamento.

No dia a dia do hospital, o psicólogo costuma ser o tradutor entre o médico e o paciente. E, apesar das demandas subjetivas muitas vezes serem atendidas ou escutadas por profissionais e técnicos de Enfermagem, compreende-se que esta é uma seara da qual o psicólogo deveria ocupar o lugar central.

No hospital, o psicólogo tem uma função ativa e real, que não puramente interpretativa. Sua atuação se dá ao nível de comunicação, reforçando o trabalho estrutural e de adaptação do paciente e familiar ao enfrentamento da intensa crise. Nesta medida, a atuação deve se direcionar em nível de apoio, atenção, compreensão, suporte ao tratamento, clarificação dos sentimentos, esclarecimentos sobre a doença e fortalecimento dos vínculos familiares. Portanto, a atuação do psicólogo é permeada por uma multiplicidade de solicitações como: preparação do paciente para procedimentos cirúrgicos (pré e pós-operatório), exames, auxílio ao enfrentamento da doença e seu tratamento, atenção aos transtornos mentais associados à patologia, tornando o paciente ativo no seu processo de adoecimento e hospitalização. Psicólogo e paciente conversam, e essa tal conversa é a porta de entrada para o mundo de significados e sentidos (CANTARELLI, 2009, p. 139-140).

Porém, o ser humano não é apenas físico ou espiritual, ou seja, devido às diferentes áreas de conhecimento e habilidades envolvidas no atendimento ao usuário, a dispersão da assistência médica pode não levar em conta a complexidade humana. No entanto, a linguagem técnica da equipe médica pode não ser a única barreira para o atendimento. Qualquer orientação de um profissional de saúde é geralmente incompreensível ou inadequada para as condições de vida das pessoas. É importante criar uma atmosfera entre o médico e o paciente para que o paciente possa fazer as perguntas que desejar. O diagnóstico de uma doença grave é o momento da ruptura. A pessoa deve interromper o projeto para se dedicar a algo que não conhece, e será internada e submetida a uma cirurgia. Na maioria dos casos, a hospitalização pode causar uma crise.

O psicólogo, em conjunto com todos os profissionais envolvidos no dia a dia dos pacientes, pode auxiliar no recrutamento, seleção, desenvolvimento e motivação de cada colaborador para os pacientes e assim despertar seus talentos a cada dia. Para além da experiência surpreendente de realizações pessoais e profissionais, a melhoria da qualidade de vida permitirá a todas as equipas maximizar o conceito de serviço feliz às pessoas que partilham este espaço diferenciado de viver e saudável.

A equipe de saúde deve focar na humanização da condição do paciente durante o processo de internação, o que é fundamental. A relação entre o paciente e a equipe médica precisa ser desenvolvida na base do entendimento, ou seja, os profissionais da área devem se comprometer com um objetivo comum: a própria recuperação. Cantarelli (2009) afirma que “ao escutar, o psicólogo ‘sustenta’ a angústia do paciente o tempo suficiente para que ele, o paciente, possa refletir e assim realizar a elaboração simbólica” (p. 140).  Ao contrário, a falta de compreensão dos limites de atuação de cada profissional pode gerar grande incerteza no processo de recuperação do paciente. A relação instável entre o paciente e a equipe médica pode até determinar a dor do paciente, que transcende a própria doença. O papel do psicólogo é garantir que essa relação ocorra de forma satisfatória e intervir para que esses profissionais continuem pensando na atitude a ser adotada para que o departamento funcione bem.

6. PSICÓLOGA EM MATERNIDADE

No hospital, o psicólogo aprendeu a ouvir a ansiedade, a dor e os medos do paciente, além de acompanhar sua família, seus pacientes e a equipe médica que o acompanha para ouvir seus mais importantes instrumentos de trabalho. Arrais e Mourão assinalam que:

Há muitos livros e artigos que tratam a respeito da relação mãe/bebê, dos sentimentos e emoções de casais que passam pela gestação, parto e pós-parto. Porém, não há uma sistematização de como podemos usar este conhecimento na prática dos psicólogos nas maternidades e UTIs Neonatais (ARRAIS; MOURÃO, 2013, p. 152).

Esse profissional de Psicologia se dedica ao atendimento à paciente hospitalizada e, além dos procedimentos a ela submetidos pela equipe de enfermagem que acompanham as mães antes, durante e após o parto. Considerando que a gravidez é um período de transição, as mudanças externas e internas da mulher, as mudanças emocionais e a ambivalência têm mudanças importantes. Portanto, os psicólogos adquirem um valor inestimável sob ela e a equipe de saúde. É uma crise emocional, pois esse período é cheio de expectativas e ansiedade.

O pré-natal psicológico objetiva, ainda, proporcionar as gestantes um entrosamento com outras mulheres que comunguem sentimentos e emoções presentes nessa fase de suas vidas, favorecendo o mecanismo de identificação. Os encontros do grupo têm por finalidade acolher e dar voz a elas, informar, orientar e prepará-las para que passem por esse processo da melhor maneira possível (ARRAIS; MOURÃO, 2013, p. 160).

Carregar um bebê anormal é um medo geral das mulheres, e os psicólogos podem perceber isso devido à ambivalência das ideias da mãe sobre ela. Dessa forma, a gestante teme que o filho possa apresentar defeitos ou deformidades ao nascer, suprimindo as emoções negativas relacionadas ao filho. No caso de problemas pós-parto, tanto a mãe quanto os familiares serão profundamente afetados, e muitas vezes aparecem expressões de caráter, o que acaba levando à vulnerabilidade emocional da estrutura familiar. O efeito do primeiro movimento fetal é o principal fenômeno no segundo trimestre, enquanto o efeito do terceiro movimento fetal é o aumento da ansiedade causada pela via do parto e pela perspectiva de mudanças na vida após o nascimento do bebê.

As emoções pós-parto são o padrão, durante esse período as mães expressaram medo de assumir responsabilidades pelos filhos, colocando-se como mães e cuidando das mães que deles dependem desde então. Portanto, a maternidade é um campo diretamente relacionado à renovação da vida, embora nem todos os fetos e recém-nascidos possam sobreviver dentro ou fora do útero, e os psicólogos também devem trabalhar duro para lidar com o conteúdo da tristeza e remodelar o self e as emoções da mãe. Conclui-se, portanto, que em todo o hospital, principalmente na área da maternidade, a atuação integral e dinâmica do psicólogo e de toda a equipe médica deve estar pautada no conhecimento biopsicológico, adotar uma abordagem interdisciplinar e buscar sempre a atenção do paciente. A saúde mental pressupõe uma visão geral da saúde.

7. ABORDAGEM DO PSICÓLOGO EM PACIENTES VÍTIMA DE ACIDENTES DE TRÂNSITO NO PRONTO SOCORRO

Os acidentes de trânsito (AT) da primeira categoria representam o principal motivo de internação no Sistema Único de Saúde (SUS). Aproximadamente 30% dos recursos alocados pelo Ministério da Saúde são destinados a vítimas de causas externas. No aspecto psicossocial do atendimento de emergência, se ocorrer um acidente de trânsito, deve haver um bom sistema de atendimento emergencial, pois tudo ameaça a notícia devido ao atendimento extra-hospitalar, transporte em ambulância, pessoal e hospitais. No nível psicológico, é muito difícil para um paciente mudar repentinamente de um estado de saúde completa para uma ameaça iminente de vida. Portanto, devemos fornecer tratamentos médicos e psicológicos especiais para lesões múltiplas e suas famílias. São momentos de grande ansiedade, onde a perda e o ressentimento se entrelaçam. Nesse sentido, Silva (et al, 2019) aponta que “uma das principais atribuições do psicólogo apontada pelos entrevistados refere-se ao contato com familiares, visitantes e o próprio paciente” (SILVA et al, 2019, p. 155).

A equipe deve entender que o paciente que entra na sala de emergência não é um paciente. Ele é uma pessoa saudável e, devido a um acidente, foi hospitalizado repentinamente. É preciso considerar que a assistência pode variar de acordo com a estrutura e função do serviço, dinâmica institucional e condições da pessoa. Portanto, para planejar uma intervenção, o psicólogo precisa levar em consideração todos esses fatores.

As possíveis consequências de um acidente podem levar a grandes mudanças na vida dos indivíduos e de suas famílias. Por exemplo, eles podem não ser capazes de retornar às suas profissões, as instituições que prestam serviços para eles carecem de subsídios financeiros e eles não têm a capacidade de fornecer recursos financeiros para as famílias. A família que depende desse trabalho. Esses fatores tornam-se muito importantes durante a hospitalização, e irão interferir e dificultar o processo de recuperação e reabilitação, que depende em grande parte do estado psicológico do indivíduo hospitalizado, o qual está relacionado ao desempenho psicológico. A situação imprevisível de um acidente de trânsito leva a uma crise e expõe o sujeito a possíveis perdas: perda do corpo são (doença) e estado geral (fratura, desmembramento, procedimento cirúrgico). Naquele momento, o paciente se preocupava com tudo o que a dor poderia representar, incluindo morte e dor. Esse medo é baseado em dados do mundo real, como dor e outros sintomas físicos, dependência da equipe médica e desamparo. A principal característica do impacto dessa experiência é a gravidade e imprevisibilidade da situação, que pode produzir mudanças repentinas e repentinas na vida de uma pessoa. Para essa interrupção imediata não há preparação ou escolha prévia, retirá-lo de suas próprias atividades e colocá-lo em contato com o desconhecido até então faz com que se sinta só, abandonado e perturbado na vida, o que o torna. Os problemas psicológicos estarão relacionados à natureza súbita ou inesperada do evento, dor e ambiente de internação, que o paciente desconhece. Eles têm sentimento de impotência, humilhação, alterações na imagem corporal, desbotamento, negação, raiva, ansiedade e depressão.

Diante de todas essas dificuldades, o trabalho do psicólogo é muito oportuno. Silva (et al) comenta que a figura do psicólogo é vista como aquele que acolhe, também carrega consigo um contexto de humanização e acalento por estar presente no ambiente (SILVA et al, 2019, p. 155). No pronto-socorro, o psicólogo, como toda a equipe médica, não consegue prever seu horário de trabalho. A imprevisibilidade perpassa todo o contexto, pois nunca se sabe quantos pacientes buscarão atendimento de emergência e de que tipo de atendimento necessitarão. Para os psicólogos, a tentativa é proteger o paciente o máximo possível. A consulta é breve e direcionada, visando minimizar o sofrimento dos pacientes e familiares. Os psicólogos tentam resgatar os sujeitos ouvindo, o que pode explicar a dor. A intervenção do psicólogo pode auxiliar a equipe médica, pois sensibiliza a equipe para os aspectos psicossociais que dificultam a comunicação com o paciente, auxilia na participação do paciente em seu tratamento e reabilitação e acolhe a família.

Ao melhorar a qualidade do trabalho da equipe e intervir junto aos pacientes e familiares, os psicólogos têm contribuído para a melhoria do cuidado diário no pronto-socorro.

A estrutura emocional pessoal, o apoio da família irá guiar e determinar a forma de sua reação a essa experiência. Nesse caso, a morte de pessoas próximas ou não envolvidas no acidente e o envolvimento do paciente no acidente são de grande importância. Quando o acidente deixou sequelas ou limitações irreparáveis, passamos por um período de luto por essas perdas e, ao longo do tempo, redefinimos a estrutura de nossa vida, nossos objetivos, principalmente nossos valores e preconceitos anteriores. Durante a internação, o trabalho do psicólogo é fundamental para ouvir e acolher essa vivência traumática, para que o paciente possa externar e explicar os sentimentos decorrentes. A conexão com um psicólogo pode fornecer um ponto de referência neste ambiente desconhecido, amedrontador e hostil, e pode ajudá-lo a gerenciar possíveis abandono e fantasias de morte, minimizando a dor psicológica, a dor e o sofrimento desse momento. Um acidente é sempre um marco na supressão ou transformação da própria existência na vida pessoal. O aconselhamento psicológico pode ajudar os pacientes a redefinir suas vidas através dos profundos problemas causados ​​por esta experiência.

8. PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO HOSPITALAR

Para iniciar este tópico, copiarei uma carta publicada por Evaldo D’Assumpção no “Jornal Federal Médico” bimestral de setembro / outubro de 1991:

– (…) Então, faz essas verificações e leva essa carta … no … horário … dia para o hospital, a gente vai

Opere-o.

– Mas doutor … por favor … eu quero … (mas ele não olha para mim … ele continua escrevendo, ele não me vê … ele não vê minha dor. Eu sou mais do que um doente Corpo … Vou tentar o meu melhor de novo …)

– Mas…

– Fique tranquilo, vai ficar tudo bem …

– Médico, por favor … Me escute !!!!!!!!! … Quando você me levar para a sala de cirurgia, por favor, não me deixe em paz, não me diga o que farei a seguir. Para você o centro cirúrgico é muito familiar, mas para mim, mesmo não sendo a primeira vez, tudo é novo e assustador. No entanto, se você ou um dos membros da sua equipe (…) Ao meu lado, enfrentando o que acontece a seguir, estarei mais seguro e com mais medo.

Lembre-se de me cobrir quando eu passar da mesa de operação (…) porque a sala está fria (…) e eu nem percebi porque você guardava aqueles aventais compridos com aquelas luvas e máscaras para prevenir

Imagine como você treme de frio e medo (…)! Por favor, se possível, evite me mostrar os instrumentais que serão utilizados nas operações cirúrgicas … Sei que a praticidade e a intenção são boas, mas … só de pensar neles

Minha coluna tá gelada (…)

Evite comentar sobre defeitos de equipamentos ou medicamentos insuficientes (…)

Quando você estiver pronto para se preparar para mim, por favor, respeite minha humildade (…), afinal, mesmo sabendo que é um profissional (…), fica difícil tirar a roupa (…).

Respeito também os meus medos (…), afinal tudo é estranho, diferente e (…) ameaçador. Se você quiser esperar um pouco, por favor, espere pacientemente por mim (…)

Se me explicarem (…) numa linguagem fácil de entender, com certeza vou entender. (…) cada um tem seu tempo

Calma (…) respeito meu (…)!

Se a anestesia for local ou local (…), evite conversas que possam ser desinteressantes

Pelo meu tratamento (…), piadas, (…) futebol, política ou programas de TV (…), isso me deixa extremamente insatisfeito com as atividades do meu corpo …

(…) Se a anestesia for geral (…) faça (…) silêncio. Naquele momento de consciência

Para a inconsciência, tudo o que acontece no quarto é vital para mim (…), poderei dormir com segurança, com calma ou totalmente irritada e triste, para que não volte a ver os meus entes queridos (…). Mesmo em estado de anestesia e coma, ainda mereço todo o respeito quando estou acordado (…). Brincar com o corpo é imoral e humano, isso é algo que minha equipe vivificante não aceita (…).

Por fim, gostaria de pedir que respeite minha condição de pessoa, não importa

Pacientes particulares, abastados ou anônimos (…).

Afinal, sou filho do mesmo pai, criação do mesmo criador, mesmo que não acredite nesse Deus

Eu te digo, faça o que você quiser fazer por mim (…)

Muito obrigado!

(ASSUMPÇÃO, 1991)

 Quando lemos este apelo, fica claro que as doenças humanas representam uma ameaça de sofrimento, incapacidade e morte! Quando se está disposto a cuidar dos outros, deve-se considerar a vulnerabilidade à doença. Quando há respeito além da tecnologia, uma verdadeira relação equipe-paciente é estabelecida. Além disso, a compreensão médica dos vários significados simbólicos da ordem mental manifestados no corpo faz com que as pessoas leiam que, além da dor física, os pacientes também podem se sentir desamparados, confusos e com medo por falta de energia. Vergonha, interna e falha. Tem capacidade suficiente para ficar doente.

Se o médico ou equipe não tiver agilidade e tempo para ouvir a leitura do paciente internado, o psicólogo estará pronto para ouvir sua fala, seu corpo e até mesmo seu silêncio, para colocá-lo em prática. Um dos maiores mandamentos da psicologia é curar por meio das palavras. Essa palavra pode curar dores emocionais e mentais, bem como dores físicas. A linguagem da equipe é igualmente valiosa. Todos devem usar a mesma linguagem para evitar distorção da comunicação não apenas com os pacientes, mas também com seus familiares.

O psicólogo tornou-se imprescindível no processo de humanização quanto ao contexto de sua atuação e às condições de análise das relações interpessoais. Também proporciona conhecimento de tudo que sabe cuidar do adoecimento da pessoa. Por exemplo, em uma fratura de dedo simples, a dor pode ser física e emocional. A contribuição do psicólogo é também esclarecer certas manifestações da somatização, cada vez mais aceitas nos padrões de intervenção médica. As complicações emocionais do paciente agravam muitas condições patológicas. Neste momento, mesmo ao diagnosticar, negociar e, portanto, compreender a patologia de uma forma mais humana, a intervenção de um psicólogo é essencial. No hospital, o médico fará um diagnóstico e indicará que pode intervir em determinada doença que se instala no organismo. Desse modo, ao lidar com variáveis ​​orgânicas e probabilidades associadas a um determinado tipo de paciente, o psicólogo estará interessado no indivíduo como indivíduo, e não no paciente, mas na doença. Assim, Silva (et al, 2019) nos diz que o

atendimento psicológico no pronto-socorro, de fato está direcionado à pacientes e acompanhantes, sob modelo de assistência em saúde prestada pela unidade, desse modo, o psicólogo compõe a equipe e atua em conjunto com esta e não em atendimento à equipe (SILVA et al, 2019, p. 164).

No processo de humanização, o psicólogo possibilita que ele colabore no próprio tratamento no trato com o paciente, pois acredita que o paciente é um todo, usa menos tecnologia e tem maior capacidade de escuta. O psicólogo tratará da caracterização do indivíduo de sua doença e enfermidade geral. Pode-se dizer que os médicos lidam com aspectos específicos da doença, enquanto os psicólogos lidam com aspectos simbólicos. Portanto, os psicólogos criaram a possibilidade do surgimento de novas criaturas.

Como os pacientes hospitalizados se sentem perdendo sua identidade após sofrer inúmeras perdas? Quem nunca conheceu um médico que tratou pacientes apenas em condições clínicas? Onde está a humanização?

Os pacientes de muitos de nossos hospitais se tornaram mais como uma cama ou seu nome patológico. Não é incomum ouvirmos médicos se referirem aos pacientes como “rins com 21 leitos” (ALAMY, 2003, p. 31).

O projeto de humanização hospitalar oferece a possibilidade de o psicólogo atuar no hospital, podendo não só ajudar o paciente a antecipar os sintomas, mas também a prever os pacientes, pois a doença não só tem uma causa, mas seu ciclo de vida está relacionado à singularidade do paciente.

O paciente hospitalizado sentiu-se amedrontado, desamparado e enfraqueceu. Além da dor da vida, também traz dúvidas sobre a recuperação. Os psicólogos o ajudam a esclarecer o medo, a perda e o luto, mas também o ajudam a renascer, dessa forma para lidar melhor com a própria doença.

Se todo profissional não sabe ser ético, como humanizar o hospital? Seja no trato com pacientes ou na convivência com outros profissionais, os psicólogos não costumam encontrar problemas que envolvam postura moral. Saber reconhecer suas limitações e funções o tornará mais autêntico e experiente. É preciso ter um certo respeito com os demais profissionais e considerar o valor de cada característica profissional. Portanto, não podemos deixar de incorporar os objetivos citados por Alamy (2003) na atuação do psicólogo no hospital:

  1. Dê aos pacientes a oportunidade de expressar suas emoções, seja por meio de linguagem ou drama, pintura ou pantomima,
  2. Deixar o paciente descobrir a melhor forma de lidar com as restrições impostas pela doença / hospitalização.
  3. A partir da explicação e análise no processo de tratamento, dar sentido às doenças da vida,
  4. Lidar com situações de emergência causadas por pacientes ou doenças,
  5. Não só para o tratamento de doenças, mas também para o cuidado de pacientes
  6. Fornecer suporte para pacientes e suas famílias em hospitais ou clínicas,
  7. Decodifique o conteúdo não dito, avalie as necessidades, sejam de pacientes, médicos, etc.
  8. Total de pacientes
  9. Restaurar “totalmente” e/ou preventivamente a sua saúde mental até ao ponto de desequilíbrio, nomeadamente no momento do diagnóstico médico ou internamento. (ALAMY, 2003).

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao pesquisar e participar dos tópicos propostos, resumimos a compreensão dos conceitos da Psicologia hospitalar por profissionais da área. Ao incorporar o trabalho da Psicologia em uma equipe multiprofissional de saúde, sugere-se que a psicologia passe a tratar a saúde como um conceito complexo que pode ser inserido em um modelo que promove estilos de vida e abrange categorias profissionais. Mesmo no contexto da humanização do hospital, mesmo que você ainda seja tímido, você pode sentir o reconhecimento da atuação do Psicólogo, principalmente porque a psicologia não é uma cultura nesse caso. Entende-se, assim, que a atuação do psicólogo da saúde pode ser centrada na promoção da saúde e prevenção de doença, nos serviços clínicos a indivíduos saudáveis ou doentes e em pesquisa e ensino (ALMEIDA; MALAGRIS, 2011). No entanto, entendemos e reafirmamos a importância de incluir o psicólogo em uma equipe interdisciplinar, e estamos cooperando de forma magnífica para a realização dessa realidade urgente e necessária. A psicologia enfrenta um desafio, ou seja, esclarecer de forma perspicaz as questões de saúde na prática com a psicologia hospitalar, principalmente temas e conceitos sociais, este é o pano de fundo da prática psicológica do hospital geral. O trabalho psicológico de uma equipe multidisciplinar deve ser considerado um assunto mais complicado e a discussão que vale a pena também deve ser complicada, pelo menos tentando fazer com que as questões contemporâneas que envolvem essas doenças e práticas mentais saudáveis ​​sejam um problema. Nenhuma prática profissional pode ser separada do assunto e da realidade. Em toda prática da psicologia, esse tipo de discussão é necessária e constitui o trabalho da psicologia. Portanto, para os profissionais da psicologia, as atividades relacionadas à saúde mental não se restringem, todo o trabalho de promoção do bem-estar e da saúde no âmbito do atendimento à comunidade, bem como o trabalho que possibilite o trabalho psicológico será desperte o interesse das pessoas.

REFERÊNCIAS

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[1] Pós-Graduação.

[2] Orientadora. Doutorado em Ciências Biológicas.

Enviado: Fevereiro, 2021.

Aprovado: Março, 2021.

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