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Avaliação psicológica no contexto organizacional e do trabalho: Uma revisão sistemática

RC: 51989
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

ALENCAR, Anne Caroline Santana de [1], SILVA, Nívea Moema Moura [2]

ALENCAR, Anne Caroline Santana de. SILVA, Nívea Moema Moura. Avaliação psicológica no contexto organizacional e do trabalho: Uma revisão sistemática. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 06, Vol. 04, pp. 51-63. Junho de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/contexto-organizacional

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo analisar o campo de publicações em Avaliação Psicológica no contexto organizacional e do trabalho, utilizando como método uma revisão sistemática da literatura, através de artigos disponíveis na plataforma PePSIC (Periódicos Eletrônicos em Psicologia). Para tanto, foram levantados 65 artigos decorrentes de pesquisa utilizando as palavras-chave “avaliação psicológica” e “organizacional”. É possível concluir a partir dessa pesquisa que ainda é pequeno o número de publicações sobre avaliação psicológica na área organizacional, principalmente quando comparado à avaliação psicológica aplicada em outros contextos.

Palavras-chave: Avaliação psicológica, organizacional, revisão sistemática.

1. INTRODUÇÃO

No Brasil milhares de avaliações psicológicas são realizadas anualmente em diversos contextos, inclusive multidisciplinares, que contam com o suporte técnico e ético oferecido pelas avaliações aplicadas por psicólogos que auxiliam o processo de tomadas de decisão. Para os autores Cohen, Swerdlik e Sturman (2014), a avaliação psicológica é definida como a coleta e interpretação de dados relacionados à psicologia que possui a  finalidade de fazer, de forma individualizada, uma estimação psicológica conforme os objetivos da abordagem, por meio de avaliação, utilizando instrumentos como testes, observação, estudos de caso ou entrevistas.

A Avaliação Psicológica é uma atividade ampla e fundamental, exclusiva do psicólogo (lei nº 4.119/1962), que pode se dar em vários contextos de atuação do profissional, como trânsito, clínica, organizacional, esporte, comunitária, entre outros (PADILHA; NORONHA e  FAGAN, 2007), envolvendo diversas técnicas, métodos e instrumentos com o intuito de coletar informações com embasamento técnico, cientifico e ético que contribuirão para a compreensão da demanda investigada.

No contexto da Psicologia das Organizações e do Trabalho (POT), a inserção da avaliação psicológica ocorreu após movimentos no final do século XIX, com a finalidade  de desenvolver testes para seleção e orientação profissional, sendo impulsionada posteriormente a partir da década de 1930, mesmo período em que a prática com as primeiras experiências do uso de avaliações se intensificou no Brasil (BAPTISTA et.al., 2011).

Diante desse contexto da relação entre Avaliação Psicológica e a Psicologia Organizacional e do Trabalho, realizou-se neste trabalho uma pesquisa sistemática da literatura sobre o assunto para entender a expansão do tema no Brasil e quais contextos de atuação ou sistemas estão sendo mais relacionados com o assunto. Como aponta Witter (1999), as pesquisas metacientíficas são um instrumento importante de avaliação para verificar dados sólidos e de real utilidade das produções publicadas e do avanço científico do tema investigado.

Considerando a suma importância na avaliação do conhecimento e da comunicação científica, quase 10 anos após o estudo de Baptista et.al. (2011) que buscou o delineamento de lacunas e carências no tema aqui exposto, a presente revisão sistemática teve por objetivo a análise do campo de publicações cientificas em Avaliação Psicológica no contexto organizacional através de artigos disponíveis na plataforma PePSIC (Periódicos Eletrônicos em Psicologia).

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A Avaliação Psicológica é um processo técnico-científico, a partir de uma demanda, que avalia aspectos psicológicos de um indivíduo ou de um grupo, por meio de diferentes métodos e técnicas que possibilite a tomada de decisão por parte do profissional envolvido (FAIAD, 2019). Apesar de somente há um ano ser regulamentado como especialidade concernente ao trabalho do psicólogo, observa-se na literatura que dependendo da estratégia e contexto, o processo avaliativo já fazia parte de outras áreas temáticas da psicologia para prover informações à tomada de decisão, conforme a definição das especialidades concedidas pelo CFP na Resolução nº 013/2007.

A Psicologia considera o contexto organizacional e do trabalho como um objeto de múltipla e ambígua atri­buição de significados e/ou sentidos, que envolvem construtos como motivação, comprometimento, envolvimento, aprendizagem, sociali­zação, satisfação, estresse, qualidade de vida, entre outros (BORGES e YAMAMOTO, 2014). Estes fenômenos que constituem e são estruturantes da condição humana, podem ser investigados ou aliados à processos organizacionais através de instrumentos de avaliação psicológica que visem identificar, diferenciar, medir ou ajustar indivíduos ou grupos em suas respectivas atividades laborativas.

Godoy e Noronha (2005) sugerem que as ações para avaliação psicológica sejam estudas para o aprimoramento dos instrumentos e técnicas de acordo com as necessidades reais das organizações, garantindo maior eficácia nos processos, qualidade na validade e precisão dos resultados psicométricos, pois embora haja um avanço técnico-cientifico do tema de avaliação, há a necessidade do contínuo estudo e produção do conhecimento do assunto, além de aperfeiçoamento da formação dos profissionais responsáveis pelos processos avaliativos.

3. METODOLOGIA

Essa revisão foi realizada com base nos artigos encontrados no Portal de periódicos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, através de busca manual. O Portal citado é uma biblioteca virtual que engloba e fornece produção científica nacional e internacional. A plataforma possui bases referenciais e bases dedicadas unicamente a patentes e acervo de milhares de periódicos com texto disponíveis de forma completa. Devido a isso, acredita-se que esta base contém artigos que ilustrem e representem, de forma relevante, o tema a ser pesquisado.

Foram, portanto, compreendidos nesta revisão os artigos de pesquisa selecionados, que preencheram os seguintes critérios: a) artigos, b) periódicos revisados por pares, c) língua portuguesa, d) todos os anos, e que continha exatamente o seguinte unitermo em seu assunto: “Avaliação Psicológica” e “organizacional”.

Para a análise quantitativa o levantamento realizado no período de janeiro de 2020 incluiu a distribuição das publicações com o descritivo “Avaliação Psicológica” e “Organizacional” sem delimitação do ano de publicação, procurando identificar os principais assuntos (palavras-chave) abordados nos artigos indexados sobre o tema. Com base nos critérios de estudo da metaciência de Witter (2006), na coleta de dados sobre o assunto buscou-se explorar e avaliar as produções quanto à sua autoria, multidisciplinariedade e a predominância e escassez do tema investigado.

Este estudo mostra-se pertinente primeiramente por abranger as últimas duas décadas de produção sobre o tema, contemplando também os dez anos seguintes ao período abrangido por Baptista et. al. em sua apreciação crítica realizada em 2011. Adicionalmente, o caráter sistemático da presente revisão com o acesso as bases de dados online, disponibilizam alcançar um grande número de publicações, permitindo uma busca abrangente, compreensão comparativa dos antecedentes e análise do contexto desses assuntos na atualidade para a busca de informações sobre o avanço científico.

4. RESULTADOS

O levantamento das produções permitiu identificar inicialmente 65 artigos disponíveis na base de dados do PePSIC que preencheram os critérios de busca na plataforma. Contudo, é importante ressaltar que destes, 25 artigos do número total foram eliminados da revisão por não cumprirem integralmente os critérios de inclusão nesta revisão ou por terem o tema central desconexo dos descritivos pesquisados. Dessa forma, foram considerados para essa pesquisa, realizada em janeiro de 2020, o número final de 40 artigos que cumpriam os critérios selecionados.

4.1 AUTORIA

Quanto à autoria e gênero dos trabalhos levantados, a maior proporção foram as categorias de autoria múltipla (97,5%) e do gênero feminino (60,4%), sendo as que mais apresentaram publicações com o unitermo pesquisado no levantamento de dados.

Camargo Jr e Coeli (2012) em seus estudos sugerem que nos últimos anos vem ocorrendo um fenômeno de aumento no número de autores em artigos científicos e uma das razões poderia ser a de que os estudos estão mais complexos e por isso demandando um trabalho mais extenso e cooperativo. No caso da autoria em sua maioria feminina, podemos considerar que historicamente a profissão tem o predomínio de mulheres em sua atuação e formação, considerando coerente um maior número de autorias advindas desse gênero.

Tabela 1 – Distribuição dos artigos por autoria

Fonte: Elaboração do Autor (2020)

Tabela 2 – Distribuição dos artigos por gênero (feminino ou masculino).

Fonte: Elaboração do Autor (2020)

4.2 PERÍODO DE PUBLICAÇÃO

Nos resultados encontrados, elaborou-se o Gráfico 1, que contém os dados de distribuição de artigos conforme o período de publicação (ano). Assim sendo, é possível perceber que houve um acréscimo do número de publicações no decorrer da última década (2010 a 2019), sendo que no ano de 2015 houve um aumento considerável de trabalhos, se tornando o ano com mais publicações (17,5%) sobre o assunto no período estudado.

Gráfico 1 – Quantidade de periódicos por ano de publicação.

Fonte: Elaboração do Autor (2020)

A análise da distribuição das publicações considerando-se os termos investigados, evidencia maior número de publicações na última década do levantamento, sendo nesta década o número de publicação igual em cada quinquênio (17). Ao analisar o aumento das publicações, além de considerar que houve um aumento significativo do uso da internet na última década, facilitando o acesso aos dados de pesquisa, publicação e divulgação (CANO e SAMPAIO, 2007), existem outros fatores facilitadores e incentivadores para o tema em questão.

Os artigos apresentados no resultado da pesquisa começaram a surgir a partir do ano 2003, ano este de dois marcos na psicologia: 1) implementação do Sistema de Avaliação Psicológica (SATEPSI), que teve como objetivo analisar e qualificar os instrumentos utilizados nas avaliações pelos psicólogos, e 2) edição da Resolução CFP nº007/2003, que versa sobre os documentos escritos pelo psicólogo a partir da avaliação psicológica.

A partir de 2003 uma comissão especializada passou a analisar os testes usados para fins diagnósticos, de forma que as análises dos resultados obtidos a partir do seu uso fossem respaldadas empiricamente e teoricamente. Ciente das necessidades dos profissionais e exigências da área, o CFP buscou a qualificação do campo da avaliação psicológica na época. É importante ressaltar, dessa forma, a criação do Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (SATEPSI) e também a Resolução do CFP nº007/2003, consideradas referências de mudanças na área e na prática profissional da psicologia.

Em 2010 ocorreu o XIII Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico em Psicologia, promovido pela Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP), que contou com a presença de 3 grupos de trabalho que ilustraram a complexidade da área de avaliação psicológica e a necessidade de expandir o seu escopo de interesse e estudos relacionados à avaliação, contribuindo com o crescimento expressivo de laboratórios e de linhas de pesquisa relacionadas à avaliação psicológica (ANPEPP, 2010).

4.3 PALAVRAS-CHAVE

Com o objetivo de verificar os principais assuntos que estão sendo abordados juntamente com os temas “avaliação psicológica” e “organizacional”, foi realizado um levantamento das palavras-chave contidas em cada uma das 40 publicações. Ao todo, foram encontradas 154 diferentes palavras-chave que permitiram identificar a maior concentração descritiva de ideias e conceitos apresentados. A tabela 3 indica os termos (n=41) que apareceram com mais frequência, sendo n = ou > que 2.

Tabela 3 – Palavras-chave mais frequentes nas publicações.

Fonte: Elaboração do Autor (2020)

Os descritores dos artigos foram escolhidos por serem as palavras, referentes ao tema central do estudo, e que melhor identificam e caracterizam a produção científica publicada. As demais 113 palavras-chave que estão na tabela 3, surgiram separadamente com n=1.

Para uma melhor compreensão quanto ao predomínio da perspectiva multiplural das palavras-chave, buscou-se agrupar estas palavras no mesmo tipo de significante, demonstrado na tabela 4. Considerou-se importante esse levantamento por indicar a relevância crescente dos principais indicativos de áreas relacionadas com os estudos. Entre os termos mais frequentes nas palavras-chave (tabela 4) esteve o uso do termo “valid” (9,7%). A avaliação psicológica, que os resultados também dispõem representativamente como a segunda palavra-chave mais citada (7,1%), ainda permanece em um momento de discussão sobre instrumentos válidos e confiáveis, reforçando a carência de construção ou validação destes, com qualidade psicométrica ajustada ao Brasil (CHIODI e WECHSLER, 2008).

A palavra-chave “cargos” (5,2%) está relacionada com o tipo de público utilizado nos artigos analisados, sendo eles do serviço público, privado, artesanal ou militar. Que podiam ou não estarem relacionados com a palavra-chave “carreira” (3,9%), que abarcava carreiras de especialistas, sem fronteiras, gestão de carreira ou transição profissional. A análise das carreiras e suas trilhas nas organizações estão diretamente ligadas com a ênfase do crescimento pessoal, nas mudanças no estilo de vida e tendências de transição profissional proporcionadas as pessoas dentro de uma mesma empresa ou no mercado de trabalho. O uso de avaliação psicológica neste contexto possibilita a medição da percepção do trabalhador sobre a própria carreira e verificar de que forma essa percepção pode influenciar a intenção de mudança da perspectiva profissional (AGAPITO; POLIZZI FILHO e SIQUEIRA, 2015).

A quinta expressão mais utilizada neste levantamento considera as palavras relacionadas ao “bem-estar no trabalho” (3,9%). A relevância do assunto se inicia desde a Constituição Federal de 1988, que trouxe políticas públicas que ampliaram a concepção da saúde no Brasil, dessa forma, o reconhecimento da psicologia como profissão da área da saúde agregou de forma a considerar a vida em sua totalidade. No Brasil, o conceito de bem estar no trabalho vem sendo compreendido como um dado psicológico de caráter multidimensional, que possui uma integração por vínculos afetivos positivos com o trabalho e com a organização (Siqueira & Padovam, 2008). Esse conceito tem ganhado bastante visibilidade na literatura referente à área da POT, por ser considerada muito importante pela sua subjetividade que, ao ser compreendida, pode promover e conceder aos trabalhadores melhores condições de trabalho e de vida. (GOMIDE JUNIOR; SILVESTRIN e OLIVEIRA, 2015).

Tabela 4 – Grupos significativos das Palavras-chave

Fonte: Elaboração do Autor (2020)

Os resultados desta pesquisa permitem uma reflexão sobre a predominância dos assuntos relacionados a avaliação psicológica no contexto organizacional e do trabalho, sendo que dos estudos analisados, 13,6% estão relacionados com a validade psicométrica dos instrumentos utilizados para a avaliação psicológica, enquanto outros 55,2% dos assuntos (palavras-chave) estão relacionados com processos organizacionais e fenômenos que envolvem significados e/ou sentidos para o indivíduo. Estes dados reforçam a importância destas produções cientificas no contexto organizacional para a otimização de processos e tomadas de decisão, bem como no estudo do indivíduo no trabalho que constitui uma parte da integralidade da concepção do ser humano.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi considerada de extrema importância a avaliação da qualidade dos artigos primeiramente buscados na plataforma, incluindo somente estudos com temas centrados e relevantes para os temas fim dessa pesquisa, levando em consideração que sistemas de dados eletrônicos são passíveis de erros e garantindo o rigor científico dessa pesquisa, o que fundamentou a exclusão de alguns artigos, os levando em questão para a análise.

As empresas e os gestores, que buscam alcançar sucesso e bons resultados, procuram compreender o equilíbrio entre os desejos de seus colaboradores (valorização, remuneração, bem estar no trabalho) e os objetivos estratégicos do negócio. Como esta troca recíproca tem sido aparentemente benéfica para as duas partes, é notável o interesse dos estudos pelo tema. A construção ou validação de instrumentos para serem usados em diagnósticos organizacionais, além de possibilitar a eficácia e fidedignidade das avaliações, estimulam a difusão das atividades de inserção do psicólogo nos contextos de trabalho para além da utilização dos testes com o objetivo econômico de produtividade para as empresas, mas com outras finalidades de gerar informações visando tomada de decisão em situações, como por exemplo, de seleção, treinamento, avaliação de desempenho, satisfação no trabalho, clima e cultura organizacionais (BORGES-ANDRADE e ZANELLI, 2014).

Considerando que a psicologia organizacional e do trabalho compreende e atua em diversos processos que exploram estes múltiplos constructos para caracterizar pessoas, grupos e organizações, Oliveira e Bueno (2018) ressaltam que o papel do psicólogo e o seu trabalho não deve ser individualizado ou descontextualizado do ambiente no qual a organização está inserida, sendo a sua atuação enquanto Gestão de Pessoas como auxiliador das necessidades do indivíduo e da organização para alcançar níveis de qualidade e contribuir para o fator humano como estratégia para a competitividade e sobrevivência das empresas no mercado globalizado.

Apesar de muitas produções científicas sobre avaliação psicológica no contexto organizacional serem sobre o sistema de seleção de pessoas, o presente estudo permitiu identificar que a maioria das avaliações que estão sendo validadas e estudadas são em assuntos multidisciplinares, estando quantitativamente relacionadas com carreira, bem-estar no trabalho, comprometimento organizacional, satisfação, comportamento, desenvolvimento, estresse, justiça organizacional e qualidade de vida no trabalho, os quais os números de frequência dos assuntos são relativamente maior comparadas com o assunto de processos seletivos.

É possível concluir a partir dessa pesquisa que ainda é pequeno o número de publicações sobre avaliação psicológica na área organizacional, principalmente quando comparado a outros contextos, como a área de saúde. Compreensão esta que ratifica os resultados já abordados por Baptista et.al. no estudo de 2011, quanto a escassez de produção em relação ao tema na construção e normatização das avaliações no contexto organizacional e da população proposta avaliar. É possível notar também que ainda é preciso evoluir os estudos sobre o tema quanto os assuntos em questão, visto que na formação dos profissionais também não há a abordagem completa e eficiente sobre avaliação psicológica. As pesquisas sobre o assunto auxiliam os profissionais a se atualizarem e possuírem maior segurança na aplicação dos instrumentos, bem como adquirir embasamento teórico e científico para tal.

6. REFERÊNCIAS

AGAPITO, Paula Rodrigues; POLIZZI FILHO, Angelo; SIQUEIRA, Mirlene Maria Matias. Bem-estar no trabalho e percepção de sucesso na carreira como antecedentes de intenção de rotatividade. Rev. Adm. Mackenzie, São Paulo, v.16, n.6, p.71-93, 2015. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1678-69712015/administracao.v16n6p71-93>. Acesso em 24  Fev.  2020.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA. (2010). Grupos de Trabalho. Recuperado em julho de 2010, de www.anpepp.org.br.

BAPTISTA, Makilim Nunes et al. Análise de Artigos sobre Avaliação Psicológica no Contexto do Trabalho: Revisão Sistemática. Psicol. pesq.,  Juiz de Fora ,  v. 5, n. 2, p. 156-167, dez. 2011.http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1982-12472011000200008&lng=pt&nrm=iso. Acesso em 20 fev.2020.

BORGES-ANDRADE, J.E.; ZANELLI, J.C. Psicologia e produção do conhecimento em organizações e trabalho. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. 2ª ed. p. 583-608. Artmed Editora Ltda. 2014.

BORGES, L.A.; YAMAMOTO, O.H. Mundo Do Trabalho: Construção Histórica e Desafios Contemporâneos. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. 2ª ed. p. 25-72. Artmed Editora Ltda. 2014.

CAMARGO JR., Kenneth Rochel de; COELI, Claudia Medina. Múltipla autoria: crescimento ou bolha inflacionária?. Rev. Saúde Pública,  São Paulo ,  v. 46, n. 5, p. 894-900,  Oct.  2012. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003489102012000500017&lng=en&nrm=iso>. https://doi.org/10.1590/S0034-89102012000500017. Acesso em 22 fev.2020.

CANO, Débora Staub; SAMPAIO, Izabela Tissot Antunes. O Método de Observação na Psicologia: Considerações sobre a Produção Científica. Universidade Federal de Santa Catarina. Interação em Psicologia, 11(2), p. 199-210. Curitiba, dez.2007. Disponível em: (https://revistas.ufpr.br/psicologia/article/view/6849/8141). Acesso em 17 fev.2020.

CHIAVENATO Idalberto: Gestão de Pessoas. Petrópolis – RJ: Elsevier, 2004.

CHIODI, M. G.; WECHSLER, S. M. Avaliação Psicológica: Contribuições brasileiras. Boletim Academia Paulista de Psicologia, 2(8), 197-210. 2008. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2008000200008>. Acesso em 24  Fev. 2020.

COHEN, Ronald Jay.; SWERDLIK, Mark E.; STURMAN, Edward D. Testagem e avaliação psicológica: introdução a testes e medidas. 8a edição. Porto Alegre, RS: AMGH. 2014. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=TTxNBAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PR1&dq=avalia%C3%A7%C3%A3o+psicol%C3%B3gica&ots=GGr2_aDWEy&sig=VXipnxjoPJN9uCHoW74vS0_qEg4#v=onepage&q&f=false>. Acesso em 24 fev.2020.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (CFP). (2003). Resolução no 007/2003, de 14 de junho. Brasília: CFP.

FAIAD, Critiane. A avaliação psicológica no contexto dos concursos públicos: profundo conhecimento da área é fundamental para não incorrer em erros. Conselho Federal de Psicologia. Revista Diálogos. 10 ed. Versão impressa. 2019.

GODOY, Silvia Leite de; NORONHA, Ana Paula Porto. Instrumentos psicológicos utilizados em seleção profissional. Rev. Dep. Psicol.,UFF,  Niterói ,  v. 17, n. 1, p. 139-159,  June  2005. Disponível em: < https://doi.org/10.1590/S0104-80232005000100011>. Acesso em 24 Fev. 2020.

GOMIDE JUNIOR, Sinésio; SILVESTRIN, Luiz Humberto Bonito; OLIVEIRA, Áurea de Fátima. Bem-estar no trabalho: o impacto das satisfações com os suportes organizacionais e o papel mediador da resiliência no trabalho. Rev. Psicol., Organ. Trab.,  Florianópolis ,  v. 15, n. 1, p. 19-29, mar.  2015. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.17652/rpot/2015.1.349.> Acesso em 18 fev.2020.

OLIVEIRA, Camila Miles de; BUENO, Rose Ângela Vieira Passos. Uma análise da contribuição dos testes psicológicos no processo de recrutamento e seleção de pessoal. Simpósio de Produções Acadêmicas em Psicologia do Univag, n.1, 2018. Disponível em: <http://periodicos.univag.com.br/index.php/psicologia/article/download/573/819>. Acesso em 24 Fev. 2020.

PADILHA, Sandra; NORONHA, Ana Paula Porto; FAGAN, Clarissa Zanchet. Instrumentos de avaliação psicológica: uso e parecer de psicólogos. Aval. psicol., Porto Alegre, v.6, n.1, p.69-76, jun. 2007. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712007000100009&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em  24  fev.  2020.

SAMPAIO, Jáder dos Reis. Qualidade de vida no trabalho: perspectivas e desafios atuais. Rev. Psicol., Organ. Trab.,  Florianópolis ,  v. 12, n. 1, p. 121-136, abr.  2012 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-66572012000100011&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 22 fev.2020.

SIQUEIRA, M. M. M., & PADOVAM, V. A. R. (2008). Bases teóricas de bem-estar subjetivo, bem-estar psicológico e bemestar no trabalho. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 24(2), 201-209. http://dx.doi.org/10.1590/S0102- 37722008000200010. Acesso em 17 fev.2020.

[1] Psicóloga, especialista em Gestão de Pessoas.

[2] Psicóloga, pós graduada em Recursos Humanos.

Enviado: Março, 2020.

Aprovado: Junho, 2020.

5/5 - (1 vote)
Nívea Moema Moura Silva

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