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Tecnologia Na Educação – Olimpíada Do Conhecimento – Metrologia

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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO 

JUNIOR, Osvaldo Tadeu Rodrigues [1]

JUNIOR, Osvaldo Tadeu Rodrigues. Tecnologia Na Educação – Olimpíada Do Conhecimento – Metrologia. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 12, Vol. 03, pp. 05-13 Dezembro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

Com fundamento nas análises e pesquisas sobre a tecnologia na educação das escolas de aprendizagem industrial, este artigo apresenta as características e particularidades da competição desenvolvida pelo SENAI em parceria com o SESI, a Olimpíadas do Conhecimento, atividade preparatória e auxiliadora do desenvolvimento intelectual e industrial. Através de uma disputa esportiva tecnológica, estudantes dos diversos setores, ocupam-se de realizar atividades pertinentes do seu desenvolvimento profissional, observado através de padrões regidos pelas normas nacionais e internacionais, em um período determinado, o competidor melhor capacitado tecnicamente, é premiado. Premiação esta, apresentada por instrutores define e proporciona a possível colocação direta no mercado de trabalho, percebendo sua valorização com as melhores aptidões necessárias para o desenvolvimento e resultados.

Palavras-chave: Olimpíadas do Conhecimento, Disputa esportiva tecnológica, Premiação, Mercado de trabalho.

INTRODUÇÃO

O cenário atual da educação apresenta constantes evoluções, em função das demandas e critérios necessários para o desenvolvimento industrial e comercial. Intensa necessidade nas melhorias dos processos que influenciam com maior severidade nos indicadores econômicos fabris, torna-se adequado a melhor qualificação e capacitação do profissional que exercerá a função.

A presente demanda por emprego e a exigência por maiores níveis de qualificação, dependentes diretos da qualidade de ensino, fontes de irrigação para a melhoria dos processos de desenvolvimento educacional, percebe-se naturalmente a necessidade desta valorização da educação profissional.

A contribuição do Departamento de Educação Profissional do Serviço de Aprendizagem Industrial – SENAI, para a preparação inicial, técnica e científica, abrange os diversos segmentos e setores solicitados pela sociedade e lideranças, a representatividade do domínio na educação nacional mostra um forte indicador para o progresso e desenvolvimento do País.

Como preparação apurada destas habilidades, apresentadas através de eventos técnico-esportivos a Olimpíada do Conhecimento promove uma disputa de ocupações onde o melhor estudante observado na etapa escolar é conduzido para um aprimoramento  dos contextos e métodos pertinentes da ocupação, no intuito de participar da etapa estadual, esta que por sua vez o define e corrobora para a representação do Estado na etapa nacional, a qual é realizada a cada dois anos. Já na fase nacional, os melhores competidores de seus estados buscam a oportunidade de representar o País em etapa mundial da educação e tecnológica, a qual ocorre a cada dois anos ímpares em determinado país membro do WorldSkills International.

REVISÃO DA LITERATURA

OLIMPÍADAS DO CONHECIMENTO

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial reúne desde 2001, os melhores alunos da educação profissional de todos os estados para participarem da Olimpíada do Conhecimento. Através desta competição os alunos demostram suas melhores habilidades técnicas, pessoais e psicológicas em avaliações desenvolvidas de acordo com as demandas exigidas pelo mercado de trabalho e solicitações tecnológicas.

De acordo om Robson Braga de Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Olimpíada do Conhecimento é uma estratégia para valorizar a educação profissional no Brasil.

Segundo Rafael Lucchesi, diretor – geral do SENAI, o evento é um grande festival sobre a educação profissional.

Diante deste cenário, a preparação técnica pode ser vista como uma fonte de propriedades para o futuro profissional.

Até 2014, a Olimpíada se baseou em provas práticas divididas por profissão. Os competidores eram selecionados em torneios semelhantes que ocorriam em diversas unidades federativas. Aqueles com as melhores notas eram classificados para representar seu estado na etapa nacional (MUNDOSENAI, 2017).

A edição realizada em Belo Horizonte (MG) teve mais de 800 competidores, divididos em 58 ocupações profissionais. Os melhores colocados foram selecionados para competir na World Skills Competition, a olimpíada mundial das profissões, que em 2015 consagrou a delegação brasileira como a melhor do mundo.

Apresentados na figura 1 alguns números representativos do evento de 2001 e 2014.

Figura 1 – Números da Olimpíada do Conhecimento

[2]Fonte: http://www.mundosenai.com.br
Através dos números apresentados, percebe-se o avanço nas tecnologias e pluralização das informações através da vitrine desta competição, em 2001 eram 26 ocupações e 101 competidores, saltando para 58 ocupações e 800 competidores em 2014.

METROLOGIA DIMENSIONAL

As tendências da globalização da economia, a competitividade internacional, a busca por patamares cada vez maiores é uma questão crucial por parte da maioria das empresas, ponto sempre questionado são os padrões de qualidade.

De acordo com VIM (2012), concernem à metrologia, a “ciência da medição e suas aplicações”.

Aplicações diversas estão à nossa disposição, bem como os requisitos mínimos para a expressão dos valores comparados ou medidos, dentro deste universo amplo, uma das condições necessárias à obtenção mais próxima da exatidão, torna-se possível sob a orientação de normas condizentes, alcançar estes propósitos.

Normas recomendadas para uma análise e procedimentos corretos em laboratório de metrologia, onde são definidas as condições do experimento, a ISO 17025 (2005), trata as diretrizes mínimas para o desenvolvimento.

Através de projetos testes, expostos aos competidores de cada ocupação profissional, a fim de avaliar as condições e comportamentos adequados na avaliação e desenvolvimento de suas respectivas atividades, para a ocupação Metrologia Dimensional, além das costumeiras medições de componentes mecânicos pelos diversos instrumentos de medição, uma das atividades relativas e de extrema necessidade é a calibração dos instrumentos, bem como a adequação dos documentos pertinentes.

É proposto aos estudantes, em período controlado um desafio intelectual e prático para a realização das atividades pertinentes, preconizando sempre os melhores padrões de qualidade de acordo com as normas vigentes, simulando uma condição semelhante à indústria, na execução dos serviços com os mais altos requisitos de responsabilidades.

CALIBRAÇÃO DE RELÓGIO COMPARADOR

Operação que estabelece, sob condições especificadas, numa primeira etapa, uma relação entre os valores e as incertezas de medição fornecidas por padrões e as indicações correspondentes com as incertezas associadas; numa segunda etapa, utiliza esta informação para estabelecer uma relação visando à obtenção dum resultado de medição a partir duma indicação, (VIM 2012).

De acordo com Lira (2015), o relógio comparador é um medidor de deslocamento capaz de amplificar o movimento linear de uma haste com cremalheira em um movimento circular de um ponteiro. Um sistema de engrenagens ou de alavancas ou misto é empregado para amplificar o movimento da haste e mostrar o resultado em um indicador. Além do sistema mecânico de amplificação, existem outros, como os digitais, elétricos e pneumáticos. A figura 2 apresenta um modelo de relógio comparador analógico, mecânico e suas particularidades.

A manutenção da confiabilidade metrológica de sistemas de medição é a principal motivação para a realização de calibrações, (ALBERTAZZI, 2008).

Fonte: http://www.starrett.com.br

Figura 2 – Relógio comparador analógico, capacidade 10 mm, resolução 0,01 mm

A figura 3 mostra à condução da calibração de um relógio comparador, onde o técnico, orientado pelas normas DOQ-CGCRE-004(2010) – Orientação para a realização de calibrações para o grupo de serviços de calibração em metrologia e ABNT NBR ISO 463 (2013) – Especificações geométricas dos produtos (GPS) – Instrumentos de medição dimensional – Características metrológicas e de projeto de relógio comparador mecânico e NIT DICLA 021 Expressão da incerteza de medição por laboratórios de calibração.

A figura 4 mostra o modelo do calibrador de relógios comparadores, marca Mitutoyo, modelo 170–102M–2, utilizado pelo técnico, de marca conhecida pelo mercado internacional.

Figura 4 – Calibrador de relógios comparadores, modelo 170–102M–2

Figura 3 – Calibração Relógio Comparador

Fonte: o autor (2015) Fonte: Mitutoyo (2017)

 

Ao iniciar a operação de calibração do instrumento em evidência, primeiramente faz-se necessário a verificação em geral do instrumento, bem como:

  1. Avaliar manualmente o movimento da haste móvel do relógio se não está trancando;
  2. Avaliar a condição estética do instrumento bem como: aro visor, posição dos ponteiros (analógicos), indicação da escala e etc;
  3. Verificar se apresenta folgas;
  4. Marcas ou arranhões;
  5. Funcionamento da trava.

A calibração de sistemas de medição é um trabalho especializado e exigem amplos conhecimentos de metrologia, total domínio sobre os princípios e o funcionamento do sistema de medição a calibrar, muita atenção e cuidados na sua execução e uma elevada dose de bom senso, segue da seguinte forma:

a) Registrar na folha de dados a temperatura inicial;

b) Pontos a serem calibrados nas posições avanço e retorno, conforme tabela 1.

c) Deslocar o medidor até o primeiro ponto a ser calibrado;

d) Será registrada na folha de registro a indicação lida no relógio.

e) Repetir o procedimento acima para os demais pontos;

f) Realizar o procedimento para avanço e retorno;

g) Registrar temperatura final na folha de registro de dados.

Tabela 1 – Pontos a serem calibrados, conforme JIS B7503 (2017)

Nominal (mm)
0,0 1,6
0,1 1,7
0,2 1,8
0,3 1,9
0,4 2,0
0,5 2,5
0,6 3,0
0,7 3,5
0,8 4,0
0,9 4,5
1,0 5,0
1,1 6,0
1,2 7,0
1,3 8,0
1,4 9,0
1,5 10,0

Conforme Albertazzi (2008), o resultado da calibração geralmente é registrado em um documento específico denominado certificado de calibração ou relatório de calibração. O certificado de calibração apresenta várias informações que deixam claro o procedimento e as condições em que a calibração foi efetuada.

SERENO & SHEREMETIEF (2007), complementam que a calibração periódica simplesmente não é suficiente para garantir a confiabilidade metrológica dos instrumentos de medição e padrões, por isso o plano de calibração deve contemplar também, verificações intermediárias do erro dos instrumentos/padrões de modo a garantir que as condições operacionais se mantenham entre as calibrações e que qualquer outro problema não venha a alterar o status do instrumento.

A figura 5 apresenta um modelo de certificado de calibração, denotando as informações necessárias para análise decorrentes e para a rastreabilidade do mesmo.

Figura 5 – Certificado de Calibração Relógio Comparador

C:\SENAI\2018\Certificado de calibração.jpg
Fonte: o autor (2015)

A expressão da incerteza de medição, de acordo com GUM (2008) é um parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores que podem ser razoavelmente atribuídos ao mensurando.

Os fatores, dados como componentes, são agrupados como Grandezas de entradas XI para o delineamento e configuração da planilha, sendo:

  1. Dispersão dos valores;
  2. Incerteza herdada do padrão;
  3. Resolução do relógio;
  4. Resolução do padrão;
  5. Incerteza do relógio;
  6. Diferença de temperatura Men x Pad;
  7. Diferença de temperatura em relação a 20ºC.

MOREIRAS (2005), complementa que a incerteza de um resultado de medição deve ser apresentada de tal forma que permita ao leitor refazer completamente os cálculos, quando necessário. Num resultado final, a incerteza deve ser qualificada, indicando explicitamente se é a incerteza padrão ou a incerteza expandida com um dado factor de expansão, k. Além disso, devem ser apresentados o número de graus de liberdade, covariâncias quando for o caso, descrição detalhada do método de cálculo e listagem completa de todas as quantidades de entrada, importadas ou determinadas experimentalmente, juntamente com as respectivas incertezas Tipo A e Tipo B. Também devem ser indicadas explicitamente as incertezas Tipo A e Tipo B do resultado final e respectivos graus de liberdade.

A figura 6 apresenta um modelo de planilha de balanço de Incertezas, bem como a contribuição que cada um dos componentes de incerteza deve apresentar, também as informações de Avaliação Tipo A da Incerteza Padrão, Avaliação Tipo B da Incerteza Padrão, Avaliação da Incerteza Combinada e Incerteza Expandida.

Figura 6 – Planilha de Cálculo de Incertezas

Fonte: o autor (2015)

CONCLUSÃO

Tendo outros modelos de avaliação da educação profissional propostos, exemplo o Sistema de Avaliação de Desempenho do Estudante – SAEP, o qual avalia os resultados alcançados pelos cursos desenvolvidos, a fim de obter contrapartidas que auxiliem na elaboração de estratégias pedagógicas e de gestão para o sistema educacional e na orientação de seu planejamento, o modelo tecnológico apoiado pela Olimpíadas do Conhecimento, promove harmonicamente uma expectativa de crescimento profissional e tecnológico, onde a possibilidade de implantações de recursos de altíssimo conhecimento científico, que ordena os dados da realidade empírica, explica-os e lhes dá significado, razão pela qual Peter Drucker assim a definiu: “Informação são dados dotados de relevância e de propósito. Portanto, para converter dados em informação é preciso conhecimento” (DRUCKER, 1989).

IMPORTÂNCIA DE MEDIR

“O conhecimento amplo e satisfatório sobre um processo ou fenômeno somente existirá quando for possível medi-lo e expressá-lo através de números”.

Lord Kelvin, 1883

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT NBR ISO 463, Especificações geométricas dos produtos (GPS) – Instrumentos de medição dimensional – Características metrológicas e de projeto de relógio comparador mecânico, Rio de Janeiro, 2013.

ABNT NBR ISO/IEC 17025: Requisitos Gerais para Competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração. Rio de Janeiro, 2005.

ALBERTAZZI, Armando, SOUZA, André R. de, Fundamentos da metrologia científica e industrial, Barueri, SP, Manole, 2008.

DRUCKER, P.F., As Novas Realidades – no governo e na política, na economia e nas empresas, na sociedade e na visão do mundo. São Paulo, Pioneira, 1993.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA (INMETRO), DOQ-CGCRE-004 Orientação para a realização de calibrações para o grupo de serviços de calibração em metrologia, Coordenação Geral de Acreditação, Revisão 02, Rio de Janeiro,2010.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA (INMETRO), NIT DICLA 021 Expressão da incerteza de medição por laboratórios de calibração, Rio de Janeiro, 2013.

INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA (INMETRO), Vocabulário Internacional de Metrologia – Conceitos fundamentais e gerais e termos associados, VIM 2012. Rio de Janeiro, 2012.

LIRA, F.A.de, Metrologia Dimensional, Técnicas de Medição e Instrumentos para Controle e Fabricação Industrial, 1ª ed, São Paulo,Erica,2015.

MOREIRAS, C.I.P., Análise de incertezas em ensaios de qualidade, Dissertação (Mestrado em Estatística Aplicada e Modelação), Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto 2005.

SERENO H.R.S., SHEREMETIEFF A.Jr., Guia para elaboração de um plano de manutenção da Confiabilidade metrológica de instrumentos de medição, INMETRO, Rio de Janeiro, 2007.

http://www.mitutoyo.com.br/novosite/download/catalogogeral/p2016/28_calibradores.pdf

http://www.starrett.com.br/catalogo-geral-de-produtos/files/assets/basic-html/page148.html http://www.mundosenai.com.br/eventos/olimpiada-do-conhecimento/historia

    1. http://www.mundosenai.com.br/eventos/olimpiada-do-conhecimento/historia

[1] Msc engenharia e ciências mecânicas, tecnólogo em mecatrônica industrial. Especialista de ensino. Universidade federal de Santa Catarina, serviço de aprendizagem industrial Senai, Joinville – SC.

Enviado: Janeiro, 2018

Aprovado: Dezembro, 2018

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