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Estacas profundas: desempenho da estaca hélice contínua – qualidade técnica de serviços e aspectos consideráveis

RC: 36013
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

FONTANA, Annielli Cristine Kazmierski [1], JOÃO, Mayara de Moraes [2]

FONTANA, Annielli Cristine Kazmierski. JOÃO, Mayara de Moraes. Estacas profundas: desempenho da estaca hélice contínua – qualidade técnica de serviços e aspectos consideráveis. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 08, Vol. 06, pp. 135-147. Agosto de 2019. ISSN: 2448-0959

RESUMO

O presente trabalho é designado ao tema de estacas profundas, com foco em estaca Hélice Continua em canteiros de obras. Serão abordados: alguns fatores que levam a escolha adequada para estaca em determinada obra, seus respectivos desempenhos, relação entre custo x benefício, vantagens e desvantagens e algumas comparações de estacas, além de citar comparações em relação a outros tipos de estacas, como: Franki, Broca, Strauss e Mecanicamente com trado helicoidal.

Palavras-chave: Estacas profundas, hélice contínua, desempenho, funcionalidade e melhor escolha para estaca, técnica e serviço em fundações profundas.

1. INTRODUÇÃO

Para profissionais do ramo de Engenharia Civil, é de extrema importância saber qual o tipo de fundação a ser utilizada em uma obra. Diversas situações são avaliadas para a escolha das mesmas, e deve-se atentar, principalmente, para o tipo de estrutura e os esforços à qual está sendo solicitada. Não se pode ter negligência em nenhuma das fases de concepção do projeto, começando nos cálculos iniciais e ensaios feitos no canteiro de obra, pois os mesmos garantem uma boa execução de obra e menos dor de cabeça para os profissionais de execução.

A engenharia de fundações formou seus conceitos com base em sínteses de uma vasta e multimilenar experiência construtiva. Ligada a cultura do homem desde a pré-história esse saber empírico foi acumulando-se, e o fato de existirem, ainda hoje, construções datadas de vários séculos, comprova-nos, sem sombra de dúvidas, o valor e a importância dessa experiência acumulada (HACHICH, 1998).

Desde o seu surgimento o homem vem utilizando o solo como material de suporte para suas fundações e, por consequência de suas construções. (OLIVEIRA FILHO, 1985).

Com o presente trabalho, de elaboração de artigo, direcionado ao tema de estacas do tipo profundas, o objetivo é simplificar e solucionar dúvida sobre a estaca hélice contínua, bem como suas vantagens, desvantagens, e principalmente, o custo x benefício.

2. ESTACAS PROFUNDAS

Segundo a NBR 6122/1996, define-se como fundação profunda aquela que transmite a carga proveniente da superestrutura ao terreno pela base (resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste), ou pela combinação das duas. Além disto, segundo este referida norma, nas fundações profundas a profundidade de assentamento deve ser maior que o dobro da menor dimensão em planta do elemento de fundação, conforme esquematicamente mostrado na Figura 1.0.

Figura 1.0 – Fundação profunda segundo a NBR 6122/1996

De acordo com a NBR 6122/1996, se enquadram na definição apresentada acima os seguintes elementos:

Estacas: elemento de fundação profunda executado com o auxílio de ferramentas ou equipamentos sem que haja descida de operário em qualquer fase de execução (cravação a percussão, prensagem, vibração, ou por escavação, etc), podendo ser constituído de madeira, aço, concreto, etc;

Tubulões: elemento cilíndrico de fundação profunda que, em pelo menos na sua fase final, ocorre descida de operário, podendo ser executado a céu aberto ou a ar comprimido, e ter ou não, a base alargada;

Caixões: elemento de fundação de forma prismática, concretado na superfície do terreno, e instalado por escavação interna, podendo-se ainda na sua instalação usar, ou não, ar comprimido, e ter, ou não, a sua base alargada.

Essas fundações são utilizadas, portanto, quando os solos superficiais não são capazes de suportar as cargas a serem empregadas, pois sendo elevadas, podem sofrer processos erosivos ou ainda quando nas proximidades da edificação, pode haver escavações futuras e ocasionar outros sério riscos na estrutura.

2.1 CLASSIFICAÇÃO

Convencionalmente, separamos as fundações em dois grupos :

• Fundações superficiais (diretas);

• Fundações profundas (HACHICH, 1998)

Esta separação foi adotada seguindo o critério (arbitrário) de que uma fundação do tipo profunda é aquela em que o mecanismo de ruptura de base não atinge a superfície do terreno. Os mecanismos de ruptura de base atingem valores acima da mesma de até duas vezes a sua menor dimensão. Logo, a NBR 6122 estabeleceu que fundações profundas são aquelas que apresentam a cota de assentamento de suas bases à uma profundidade duas vezes maior que a sua menor dimensão, e a pelo menos três metros de profundidade (HACHICH, 1998).

Uma classificação das fundações profundas – Dentre os diferentes grupos em que se classificam as fundações profundas – existe um grande número de processos executivos e variantes (atualmente na ordem de 70), muitos deles pateteados por empresas especializadas – ou seja, efeito produzido no solo: grande deslocamento, pequeno deslocamento, sem deslocamento.

2.2 PROCESSO DE EXECUÇÃO

Estacas moldadas in loco: estaca tipo Franki; estaca sem lama bentonítica (tipo Stauss, escavadas mecanicamente com trado helicoidal, estava tipo broca, etc; estaca tipo hélice contínua; estaca escavada com lama bentonítica; estaca injetada: micro estacas e estacas-raiz.

Estacas pré moldadas: estacas de concreto; estacas de madeira; estacas metálicas.

2.3 FORMA DE FUNCIONAMENTO

  • Estacas de ponta: trabalham pela resistência de ponta;

Figura 1.1: Estaca tipo ponta.

Fonte: NARESI – FUNDAÇÕES E GEOTÉCNIA

Nesta imagem temos de modo explicativo a aplicação da estaca tipo ponta, onde mostra como é aplicada no terreno, onde os elementos constituem de uma ponta que pode ser de aço, ou até mesmo de forma mais usual do mercado as de concreto pré-moldado e módulos extensores em formato de tudo, oco por dentro, com encaixes, de modo que fiquem bem travados. A solidarização é conseguida após atingir um ponto de apoio, coloca-se então as armaduras e concreta-se. Por fim, PE comum executar um bloco de coroamento logo em cima, o que servirá como reforço.

  • Estacas de atrito ou flutuante: trabalham pelo atrito lateral desenvolvido no fuste. Estacas que não chegam com sua ponta na camada do solo impermeável ou mais resistente.

Figura:1.2: Estaca tipo atrito.

Fonte: FUNDAÇÕES E OBRAS DE TERRA PARTE 01

Nesta imagem observa-se de modo simplificado a aplicação da estaca tipo atrito ou flutuante, onde mostra como são, e como se pode imaginar quando citadas serem “flutuantes.

• Estaca mista: São estacas constituídas pela combinação de dois tipos de materiais ou tipos de estacas. As mais utilizadas são as estacas mistas Franki pré-moldadas: São estacas pré-moldadas ancoradas em uma base alargada pelo processo Franki.

Figura: 1.3: Estaca tipo mista.

Fonte: APOSTILA DE FUNDAÇÕES 1.

Nesta imagem observamos de forma clara como é a estaca mista tipo Francki. Detectamos pela imagem todo processo de elaboração, o que é bem diferente das demais, desde sua forma até a aplicação. Pelas características do processo executivo, as estacas tipo Franki não são recomendadas para execução em terrenos com matacões, situações em que as construções vizinhas não possam suportar grandes vibrações, e terrenos com camadas de argila mole saturada, devido aos possíveis problemas de estrangulamento do fuste.

2.4 FORMA DE CARREGAMENTO

  • Estacas de compressão;
  • Estacas de tração;
  • Estacas de flexão.

3. TIPOS DE ESTACAS

3.1 ESTACA TIPO FRANKI

A estaca tipo Franki foi concebida a mais de 85 anos pelo engenheiro Edgar Frankignoul na Bélgica. Dele, partiu-se a ideia de se cravar um tubo no terreno pelo impacto de golpes de um pilão de queda livre numa bucha, de concreto seco ou seixo rolado compactado, colocada dentro da extremidade inferior do tubo (HACHICH, 1998).

A estaca Franki foi muito bem aceita devido a sua qualidade e custo vantajoso, pois, devido a sua base alargada, a estaca final apresenta comprimentos menores de fuste, sendo que a concretagem da mesma ocorre apenas no comprimento necessário (ultrapassando pouco a cota prevista de arrasamento) (VELLOSO; LOPES, 2010).

Ocorre de maneira em que há no terreno a execução de cravação de um tubo de ponta fechada, por meio da bucha, e execução de uma base alargada, obtida através da introdução no terreno de certa quantia de material granular por meio de golpes de um pilão. Para a execução, fazem-se necessário um bate-estaca (com especificações tabeladas), tubos para revestimento do furo e pilões (com especificações tabeladas). Não são recomendadas para execução em terrenos com matacões e terrenos com camadas de argila mole saturada.

Etapas:

1) posiciona-se o tubo de revestimento e formação da bucha com o lançamento da brita e a areia no interior do tubo e a compactação através do impacto do pilão;

2) cravação do tubo no terreno pela aplicação de golpes do pilão na bucha formada na etapa 1;

3) ao fim da cravação, o tubo é preso à torre do bate-estaca, para expulsar a bucha e iniciar a execução da base alargada, através do apiloamento de camadas sucessivas de concreto quase seco;

4) colocação da armadura;

5) concretagem do fuste;

6) fim do processo, onde a concretagem pode ocorrer a até 30cm acima da cota de arrasamento.

3.2 ESTACAS TIPO BROCA

Executada por perfuração com trado e posterior concretagem in loco, normalmente com diâmetro variável de 15 a 25 cm e comprimento de até 6m. São empregadas normalmente para pequenas cargas. Uma de suas vantagens é não provocar vibrações na execução, evitando assim danos à construções vizinhas. Outra é de poder atuar como cortina de contenção para construções de subsolo quando justapostas. As desvantagens são relacionadas à execução (abaixo do nível d’água), pois pode ocorrer estrangulamento no fuste.

Todas as dimensões da perfuração da broca variam de acordo com as necessidades e serão todas determinadas por um calculista, sendo que elas terão que aparecer no projeto. Todas as especificações necessárias serão de acordo com o que consta na norma NBR 6118/80.

3.3 ESTACA TIPO STRAUSS

A estaca tipo Strauss é uma estaca de concreto moldada in loco que requer um equipamento relativamente simples. A qualidade deste tipo de estaca é reflexo direto da equipe que a executa (VELLOSO; LOPES, 2010).

A perfuração é através da piteira, com uso parcial ou total de revestimento recuperável e posterior concretagem. Requer um equipamento que contenha um tripé (madeira ou aço), um guincho acoplado a um motor (combustão ou elétrico), uma sonda de percussão com válvula na extremidade inferior para retirar a terra, soquete (aprox. 300kg), tubulação de aço com elementos de 2 a 3 metros, rosqueáveis e guincho manual para retirada da tubulação. Como vantagem, pode se considerar a simplicidade do equipamento (para utilização em locais confinados, terrenos acidentados, interior de construções existentes) e não causa vibrações para edificações vizinhas. Não é recomendada a utilização desta estaca para níveis abaixo d’água, pelo risco de estrangulamento do fuste durante a concretagem, deixando defeitos.

As situações e os tipos de solos adequados para execução de estaca Strauss são:

  • Terrenos planos;
  • Solos colapsivos;
  • Solos de baixa resistência;
  • Locais confinados;
  • Terrenos acidentados.

A execução deste tipo de estaca requer um grande cuidado quando se trabalha na presença de lençol d’água, sendo desaconselhável o seu uso nestes casos. Caso ao final da perfuração exista água no fundo do furo, que não possa ser retirada pela sonda, deve-se lançar um volume de concreto seco a fim de se obturar o furo. Nestes casos, deve-se desconsiderar a resistência de ponta da estaca (VELLOSO; LOPES, 2010).

3.4 ESTACAS ESCAVADAS MECANICAMENTE COM TRADO HELICOIDAL

São estacas moldadas in loco, por meio da concretagem de um furo executado por trado espiral, sendo aplicado em solos que tem a características em que o furo se mantenha estável sem necessitar de revestimento ou fluido estabilizante.

Executados através de torres metálicas, apoiados em chassis metálicos ou acoplados em caminhões.

As etapas consistem em perfuração e concretagem. Inicialmente se perfura até a cota desejada, após é iniciado o lançamento de concreto (pela boca da esta com um funil de concretagem), o funil deve ter comprimento mínimo de 1,5m que serve para orientar o fluxo. Esse tipo de fundação só pode ser utilizado em terrenos acima do nível de lençol de água.

Suas principais vantagens são: Mobilização e desmobilização de baixo custo (pesando 1.500kg, é transportável por pequenos caminhões), utilizada apenas um operador e um auxiliador, possibilita à execução perto de divisas, ausência de vibração, possibilidade de perfuração em solos com maior resistência e propiciam conhecimento de todas as camadas de solo atravessado.

4. ESTACA HÉLICE CONTÍNUA

É uma estaca de concreta moldada “in loco”, onde a perfuração consiste na introdução de um trado helicoidal (com tubo vazado no centro) no terreno até a profundidade necessária para a obra. Após finalizada a perfuração, lança-se o concreto pelo tubo vazado simultaneamente com a retirada do trado. É utilizada geralmente em terrenos com solos argilosos, siltosos e arenosos, com ou sem a presença de lençol freático.

Desenvolvida nos Estados Unidos e difundida em toda Europa e Japão na década de 1980, a estaca Hélice Contínua foi executada pela primeira vez no Brasil em 1987 com equipamentos aqui desenvolvidos. Tais equipamentos eram montados sob guindastes de esteiras, com torque de 35 kNm e diâmetros de 275 mm, 350 mm, e 425 mm, os quais permitiam a execução de estacas de até 15 metros de profundidade (HACHICH, 1998).

Devido ao tamanho do veículo necessário para a realização desse tipo de estaca, necessita que o terreno a ser executado seja amplo, além disso, deve ser um terreno plano ou com leve inclinação.

Por último, mas não menos importante, pede-se que seja feita uma sondagem abrangente em todo o perímetro para uso dessa estaca, pois se sabe que toda sondagem é extremamente necessária, proporcionando maior conforto de segurança e redução de imprevistos futuros.

Todo tipo de estaca por melhor que pareça, ainda assim apresenta suas vantagens e desvantagens, dentre elas podemos destacar para a Hélice Contínua:

Vantagens:

  • Elevada produtividade;
  • Não causa vibrações;
  • Sem ruídos durante a execução;
  • Pode ter execução monitorada eletronicamente;
  • Presença de água raramente restringe seu uso;
  • Perfuração sem necessidade de revestimento (lama bentonítica) para contenção do furo, pois o solo fica contido entre as pás da hélice.
  • Concreto injetado sobre pressão, garantido uma melhor aderência no contato estaca-solo.

Desvantagens:

  • Dificuldade de instalação de armaduras mais profundas;
  • Em solos que são mais fracos, o fuste pode alargar ou diminuir;
  • Produz material de descarte (gera custo);
  • Depende de fornecimento de concreto da concreteira, e devido a isso, pode ocorrer atraso no fornecimento ou um fornecimento de má qualidade.

4.1 MÉTODOS EXECUTIVOS E CUIDADOS NA EXECUÇÃO

As etapas de execução dessa estaca pode ser divida em três partes: perfuração, concretagem e colocação da armadura.

Normas Técnicas:

  • ABNT NBR 6.122:2010 – Projeto e Execução de Fundações
  • ABNT NBR 12.131:2006 – Estacas – Prova de Carga Estática – Método de Ensaio
  • ABNT NBR 13.208:2007 – Estacas – Ensaio de Carregamento Dinâmico

1º – Perfuração

A perfuração consiste na introdução do trado no terreno, através de movimento rotacional transmitido por motores hidráulicos acoplados na extremidade superior do mesmo, até a cota prevista em projeto sem que haja a retirara do trado em nenhum momento (VELLOSO; LOPES, 2010).

Durante a perfuração existe a possibilidade de entrada de solo no tubo vazado. Para isso na ponta do trado existe uma ponta metálica que na hora da concretagem ela é ejetada pra fora, com isso ela impede que qualquer tipo de partícula de solo entre e no tubo e ocorra um entupimento.

2º – Concretagem

Após alcançada a profundidade desejada, inicia-se a concretagem. Bombeiase o concreto de maneira contínua através do tubo central do trado, o qual é retirado concomitantemente sem girar, ou girando lentamente no mesmo sentido da perfuração. A velocidade de extração do trado deve ser tal que a pressão no concreto introduzida no furo seja mantida positiva (acima do valor mínimo desejado). A pressão do concreto deve garantir que todos os espaços vazios deixados pela hélice sejam preenchidos (VELLOSO; LOPES, 2010).

Tal pressão positiva serve para certificar a continuidade do fuste da estaca. Por tanto, deve-se observar dois aspectos executivos: o primeiro é certificar-se que a ponta do trado tenha atingido um solo que permita perfuração da bucha para garantir que o concreto injetado se mantenha abaixo da ponta do trado e não suba pela interface solo-trado. O segundo aspecto é controlar a velocidade de subida do trado de modo que se tenha um super-consumo de concreto.

Conforme vai sendo retirado o trado, um limpador mecânico remove o solo que ficou entre a hélice do trado, e uma escavadeira remove esse solo para fora da área de estaqueamento.

3º – Colocação da armadura

O método executivo da hélice continua exige a colocação da armadura logo após finalizada a concretagem. Com isso, a armadura em forma de gaiola, é introduzida na estaca por gravidade sendo empurrada para baixo com a força dos operários.

A armação deve ser composta por bitolas grossas para facilitar a introdução da armadura ao concreto. Devem ser utilizados roletes de plástico nas laterais da gaiola para garantir o cobrimento mínimo de concreto (JOPPERT JUNIOR, 2007).

As estacas submetidas a esforço de compressão levam a armadura até seu topo, com isso possuem de 4 metros a 6 metros de comprimento. Esta armadura tem a finalidade de proporcionar um ligamento entre a estaca e o bloco de coroamento das estacas, no caso a estrutura. Outra finalidade é garantir sua integralidade estrutural.

Já para as estacas submetidas à ação de esforços horizontais e momentos fletores, no seu topo: o comprimento da armadura deve alcançar todo comprimento do fuste da estaca onde atua o diagrama de momento. Para isso a armadura tem que ser enrijecida com barras grossas e espira helicoidal fortemente amarrada e soldada.

Para as estacas que sofrem esforços de tração é preferível, armá-las com uma ou mais barras longitudinais em feixes de barras emendadas por luvas rosqueadas. Devido não conter estribos nessa armadura, armam-se em todo o comprimento sem maiores dificuldades.

5. FATORES QUE INFLUENCIAM NA ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÃO

A escolha do tipo de fundação a ser executada deve estar de acordo com as condições técnicas e econômicas da obra, levando em consideração alguns critérios e elementos necessários para cada tipo de fundação.

Primeiramente a escolha é feita considerando as características e comportamentos dos tipos de fundações que satisfaçam tecnicamente ao problema da obra. Depois, a escolha é feita considerando os custos dos diversos tipos selecionados de modo a escolher o mais econômico e que atenda as necessidades da obra, sobre tudo isso tem que estar muito claro na frase de projeto entre empreendedor e projetista.

Fundamentalmente, depende também do perfil geotécnico do terreno onde será construída a edificação, o que inclui o levantamento topográfico do terreno e a profundidade dos níveis d água, mapeamento de vizinhança, estudo de viabilidade para melhor comodidade e espaço de trabalho para maquinário, pois a intensidade das ações transmitidas pelos pilares às fundações implica nos custos das mesmas e procura de mercado local.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabe-se que o sistema de hélice contínua é extremamente eficaz, porém não se pode afirmar que é o melhor de todos os outros métodos, pois cada construção é necessário que se faça estudos mais aprofundados para qual uso de fundação específica deverá ser empregada, e tudo isso, tem que estar muito claro na fase de projeto entre o projetista e o empreendedor, afinal, este precisa estar efetivamente presente nas escolhas para que fique clara as questões de custos a serem gastos em qualquer etapa e procedimento da obra.

Portanto, a partir do estudo focado em estacas, destacamos que não existe um único tipo de estaca que se seja melhor, mas sim, que para todo e qualquer terreno a ser executada qualquer obra, em especial as de maiores cargas (ex: prédios.) é de suma importância a realização de estudos, utilização de cálculos semi-empíricos, programas específicos e técnica para se realizar a aplicação de estaca correta e trabalho com mãe de obra adequada, onde já tenha um histórico de boas execuções, sempre garantindo a eficácia do trabalho a ser desenvolvido.

7. REFERÊNCIAS

CAMILO, Santelmo (Ed.). Portal dos Equipamentos: Estaca hélice contínua garante alta produtividade e baixa emissão de ruídos. Disponível em: <http://www.portaldosequipamentos.com.br/equipanews/cont/m/estaca-helice-continua-garante-alta-produtividade-e-baixa-emissao-de-ruidos_14761_39>. Acesso em: 14 jun. 2017.

ESTACA Hélice Contínua: Vantagens e Desvantagens. Vantagens e Desvantagens. Geofix. Disponível em: <http://www.geofix.com.br/servico-ehc.php>. Acesso em: 14 jun. 2017.

 FUNDAÇÕES – Hélice Contínua: Metodologia executiva – Perfuração. Metodologia executiva – Perfuração. 2004. Site Engenharia. Disponível em: <http://www.sitengenharia.com.br/fundacaohelicecontinua.htm>. Acesso em: 26 out. 2017.

FERREIRA, Prof. Egberto Melgaço (Ed.). Fundações e Obras de Terra: Material de estudo de Fundações e Obras da terra. 2014. Elaborada por Prof. Egberto Melgaço.. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/andreluizvicente58/fundaes-e-obras-de-terra-parte-01>. Acesso em: 26 out. 2017.

GOEKING, Weruska. Fundações com hélice contínua: Com demanda em alta por esse tipo de fundação, planejamento e antecedência são itens fundamentais para viabilizar e garantir produtividade do sistem. 2012. Construção – Mercado: Negócios de incorporação e construção. Disponível em: <http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/126/artigo299586-1.aspx>. Acesso em: 14 jun. 2017.

HACHICH, Waldemar (ed.) et al. Fundações: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Pini, 1998.

JOPPERT JUNIOR, Ivan. Fundações e contenções de edifícios: qualidade total na gestão do projeto e execução. São Paulo: PINI Ltda, 2007.

NARESI JUNIOR, Luiz Antonio (Ed.). FUNDAÇÕES E GEOTÉCNICA: ESTACAS CRAVADAS. LUIZ ANTONIO NARESI JUNIOR. Disponível em: <https://sites.google.com/site/naresifundacoesegeotecnias/119-estacas-cravadas>. Acesso em: 26 OUT. 2017.

NETO, José Albuquerque de Almeida. Análise do Desempenho de Estacas Hélices Contínua e Ômega: Estacas Hélice Continua. 2002. 145 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Engenharia, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.

OLIVEIRA FILHO, Ubirajara Marques. Fundações profundas: estudos. 2. ed. rev. e ampl. Porto Alegre: D. C. Luzzatto Ed., 1985.

PESQUISA: GRADUAÇÃO – APOSTILA – FUNDAÇÕES. GRADUAÇÃO – APOSTILA – FUNDAÇÕES. Laboratório de Mecânica dos Solos e Pavimentação. Disponível em: <http://www.lmsp.ufc.br/arquivos/graduacao/fundacao/apostila/04.pdf>. Acesso em: 26 out. 2017.

SANTOS, Altair (Ed.). Fundações por hélice contínua invadem centros urbanos: Quais fatores que determinam a escolha do tipo de fundação ?. 2011. Disponível em: <http://www.cimentoitambe.com.br/fundacoes-por-helice-continua-invadem-grandes-centros-urbanos/>. Acesso em: 14 jun. 2017.

SONDOTEC Engenharia de Sondagens e Fundações: Estacas Escavadas Mecanicamente com Trado. Estacas Escavadas Mecanicamente com Trado. 2016. Disponível em: <https://www.sondotec.com/estacas-escavadas-mecanicamente-com-trado>. Acesso em: 14 jun. 2017.

VELLOSO, Dirceu de Alencar; LOPES, Francisco de Rezende. Fundações: critérios de projeto: investigação de subsolo: fundações superficiais. V.1. Nova Ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2004.

VELLOSO, Dirceu de Alencar; LOPES, Francisco de Rezende. Fundações: fundações profundas. V.2. Nova Ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.

[1] Acadêmica do Curso de Engenharia Civil – Unoesc Campus Chapecó/SC.

[2] Mestrado em andamento em Engenharia Civil; Especialização em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria; Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho; Graduação em andamento em Ciências Contábeis; Graduação em Engenharia Cívil.

Enviado: Fevereiro, 2019.

Aprovado: Agosto, 2019.

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Annielli Cristine Kazmierski Fontana

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