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Características Morfológicas e a Emergência de Sementes de Duas Etnovariedades de Cará (Dioscorea trifida)

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CONTEÚDO

ANDRADE, Edfran Nascmento [1], PEREIRA, Henrique Santos [2], MENDES, Ângela Maria da Silva [3]

ANDRADE, Edfran Nascmento, PEREIRA, Henrique Santos; MENDES, Ângela Maria da Silva. Características Morfológicas e a Emergência de Sementes de Duas Etnovariedades de Cará (Dioscorea trifida). Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 02. Ano 02, Vol. 01. pp 521-535, Abril de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

A propagação de Dioscorea trifida é realizada exclusivamente por segmentos do tubérculo. Apesar de a espécie possuir todos os órgãos reprodutivos, os agricultores não utilizam sementes no sistema de plantio. Assim, pretende-se verificar os aspectos morfológicos e investigar a propagação sexuada de duas etnovariedades de D. trifida: cará roxo e cará branco, cultivadas por agricultores do município de Caapiranga-Am. Inicialmente, foram determinadas as medidas biométricas dos frutos e sementes das etnovariedades. Para os testes de emergência foram utilizados três substratos (área fina + serragem curtida, serragem curtida e terriço). As características avaliadas foram: porcentagem de emergência, tempo médio e velocidade de emergência. Os frutos das duas etnovariedades são do tipo cápsulas com três lóbulos. O exocarpo é piloso, com tricomas curtos e hialinos. O endocarpo é papiráceo. As sementes são aladas, com asa periférica e núcleo seminífero central. O tegumento é cartáceo. O endosperma é contínuo, espesso, tenro. O embrião é periférico, ovoide. A emergência foi baixa e demorada para as duas etnovariedades, sendo a melhor emergência para etnovariedade cará branco com o substrato areia fina + serragem curtida (33,6%).

Palavras-Chave: Dioscorea trifida, Propagação Sexuada, Tubérculos.

INTRODUÇÃO

Dioscorea spp conhecida mundialmente como inhame, é uma hortaliça com expressivo consumo mundial, sendo considerada uma cultura alternativa em expansão, porém ainda avaliada como uma cultura “negligenciada” e subutilizada no Brasil (SIQUEIRA, 2011). Representa grande importância na segurança alimentar por possuir características nutricionais excelentes e boa produtividade, resultantes da alta adaptabilidade às condições edafoclimáticas das regiões tropicais. No Brasil, constitui uma expressiva fonte de renda nos estados do Nordeste, principalmente na Bahia, Sergipe, Alagoas, Paraíba e Pernambuco (CASTRO et al., 2012).

No Amazonas, Discorea trifida é a principal espécie cultivada, conhecida popularmente como cará. O município de Caapiranga é o maior produtor da cultura, tendo como principais regiões produtoras as localidades: Estrada Ary Antunes, lago de Caapiranga (Comunidades Patauá, Monte Alegre, Maloca e Vila Nova) e lago do Mebeca (Comunidades São Jorge, Nova Cana e Monte das Oliveiras). Juntas, estas localidades são responsáveis por 48% da comercialização da espécie em Manaus, capital do estado e maior centro consumidor regional (CASTRO et al., 2012).

A propagação de Dioscorea spp é realizada por segmentos do tubérculo, onde os genótipos são clonados sucessivamente. Este fato contribui para redução da fertilidade sexual, resultando em baixa produção de flores, além de abertura incompleta das mesmas e reduzida liberação de pólen; sendo a diversidade encontrada atualmente, produto da seleção de mutantes somáticos (CARVALHO et al., 2009). Portanto, detectar e caracterizar a diversidade dentro de cada espécie de Dioscorea é importante para a identificação de genótipos com características vantajosas, principalmente no que se refere à conformação do tubérculo e tolerância a agentes patogênicos, principais fatores causadores da redução da lucratividade desta cultura.

O melhoramento de Dioscorea spp através da propagação sexuada é de suma importância para o desenvolvimento do cultivo da espécie. No entanto, o plantio de sementes, ou seja, a propagação sexuada da cultura é dificultada devido à baixa taxa de germinação e o longo período de dormência, que pode durar de três a quatro meses, além de muitas sementes não apresentarem embrião bem desenvolvido e endosperma. Devido à necessidade de se dominar a propagação sexuada da planta com vistas ao incremento de variabilidade de materiais cultivados e um futuro programa de melhoramento, sugere-se um estudo mais aprofundado a respeito das sementes da espécie (SANDIK, 1976).

A utilização de sementes do gênero Dioscorea, provenientes da reprodução por alogamia em larga escala é um fato raro, pois as espécies utilizadas como alimento, em sua grande maioria, apresentam baixa disponibilidade de sementes, tamanho reduzido, baixo conhecimento técnico no manuseio, que dificultam sua utilização nas roças (MONTALDO, 1972). Outro fato que interfere no cruzamento espontâneo é a diferença entre a época de florescimento das plantas femininas e masculinas, ou seja, plantas masculinas apresentam um florescimento vinte cinco dias mais cedo que as plantas femininas. Porém, existe uma pequena sobreposição de dez dias entre o florescimento de ambas as flores (ZOUNDJIHEKPON et al., 1997).

O estudo morfológico de sementes, frutos e plântulas nos estágios iniciais de desenvolvimento contribui para melhorar o conhecimento do processo reprodutivo das espécies vegetais e contribuir para disseminação e garantia a sobrevivência das espécies vegetais, além de ser fundamental para uma melhor compreensão do processo de estabelecimento da planta em condições naturais de plantio (GUERRA et al., 2006).

Características morfológicas externas como tamanho do fruto e sementes, além de outras formas de atração, como cheiro e coloração, são um dos fatores que podem influenciar  na dispersão dos propágulos, uma vez que o tamanho do fruto e da semente está diretamente relacionado com a quantidade de reservas armazenadas nos tecidos e sua atratibilidade e funcionalidade em relação aos agentes dispersores (LOPES & MATHEUS, 2008).

Apesar das unidades dispersoras serem formadas basicamente por embrião, tecidos de reserva e envoltório, na natureza, diversos fatores ambientais e aspectos genotípicos contribuem para que haja desenvolvimento diferenciado dos componentes da semente, variando entre espécies e até dentro da própria espécie, através da cor, forma e tamanho (ABUD et al., 2010).

Dessa forma, investigou-se a propagação sexuada do cará-roxo e do cará-branco, que são as duas principais etnovariedades [4] de Dioscorea. trifida, cultivadas por agricultores das comunidades produtoras de Caapiranga, Amazonas com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre a propagação sexuada da espécies e a viabilidade de sementes como subsídio para futuras pesquisas voltadas para melhoramento genético da espécie.

MATERIAL E MÉTODOS

Matrizes das duas etnovariedades de Dioscorea trifida, foram marcadas e acompanhadas o período de inflorescência e frutificação. A escolha das matrizes foi feita de acordo com características fenotípicas superiores (como formação e volume do caule, estado fitossanitário da planta) apresentadas pelas etnovariedades. Utilizou-se para a marcação das matrizes placa de alumínio, identificadas com o número da matriz (etnovariedade, local e data), em seguida as plaquetas foram fixadas com linha de nylon no caule das matrizes. Semanalmente era feita a inspeção para constatar o início da inflorescência das etnovariedades. Após a polinização, os cachos da inflorescência foram envolvidos com sacos em tela de nylon, para evitar a perca das unidades dispersoras.

Os frutos foram colhidos quando observada a primeira dispersão, caracterizada pela deiscência dos frutos. As sementes foram extraídas manualmente para formar os lotes que foram caracterizados pela data de coleta. As sementes foram acondicionadas em sacos de papel e armazenadas em ambiente de laboratório com temperatura média de 20 ºC, até início das análises.

A biometria dos frutos e sementes foi realizada por meio da determinação das dimensões: comprimento, largura e diâmetro, em milímetros e peso da massa fresca, em gramas de 100 unidades. Para a tomada das medidas foi utilizado paquímetro digital com precisão de 0,01 mm e balança analítica com precisão de 0,001 g. Os dados foram colocados em histogramas de frequência. Para cada uma das variáveis estudadas, foi calculada a média aritmética, o desvio padrão e a amplitude de variação.

Para a determinação do teor de água, peso de mil sementes e número de sementes por quilo, seguiram-se as recomendações das Regras para Análise de Sementes (RAS) (BRASIL, 2009).

As características morfológicas externas dos frutos e sementes analisadas neste trabalho foram as mais empregadas em estudos de identificação morfológica, abrangendo, consistência, cor e superfície da testa; forma, posição rafe e outros caracteres eventuais, quando presentes. E para as características morfológicas internas foram verificados: presença ou ausência, consistência, espessura e localização do endosperma, embrião: tipo, forma e cor. As características internas e externas das sementes serão observadas em maiores detalhes, com auxílio de estereomicroscópio binocular. Foram descritos os aspectos morfológicos dos frutos e das sementes de acordo com (BARROSO et al., 1999).

Os testes histoquímicos foram realizados no Laboratório de Anatomia Vegetal, Faculdades de Ciências Agrárias no Campus da Universidade Federal do Amazonas, no período de março a abril de 2014. As sementes das duas etnovariedades foram realizadas cortes com secções transversais de amostras frescas, em micrótomo de mesa. Os cortes histológicos frescos foram montados e fotografados simultaneamente sem submetê-los aos reagentes, visando constatar o aspecto natural das substâncias reservas. Para determinar o tipo de reserva foram utilizados os seguintes corantes e/ou reagentes: Lugol para detectar a presença de amido (coloração roxa), proteínas (castanho); Sudam III para detectar lipídios (amarelos alaranjados); Xylidine ponceau para detectar proteína (vermelho) (KRAUS & ARDUIM, 1997).

Para caracterizar a emergência das sementes foram semeadas em caixas plásticas transparentes de 11x11x3 cm com tampa (gerbox), utilizando como substrato papel de germinação, tipo germitest.

Periodicamente foram retiradas plântulas em diversos estádios de desenvolvimento, fotografadas e fixadas em álcool 70%. Os elementos vegetativos descritos e ilustrados foram: raiz (principal e secundária): forma, cor e superfície; cotilédones: posição, inserção, forma, cor, nervação, pecíolo e pilosidade; epicótilo: forma, cor, superfície, pilosidade; eofilos: filotaxia, forma, superfície, cor, pecíolo, pulvino, ráquis, estípulas e gemas. Cada fase do processo de emergência, até a formação da plântula, foi anotada os dias após a semeadura para o surgimento de cada elemento vegetativo. Os aspectos morfológicos das plântulas foram descritos de acordo com (OLIVEIRA et al., 2012).

Para o acompanhamento da emergência no viveiro (30% de sombreamento) foram utilizadas bandejas plásticas de (80 x 40 x 20 cm) com perfurações na base para fins de aeração e drenagem de água, contendo três diferentes substratos: Areia fina + serragem curtida, Serragem curtida, Terriço de mata peneirado.

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, no esquema fatorial 3×2 (3 substratos e 2 etnovariedades de cará) com quatro repetições, cada parcela apresentava 4.096 cm² onde, foram semeadas 20 (vinte) sementes a uma  profundidade de 1 cm, e distancia espaçados para as linhas de 3 cm e 2 cm entre sementes de cada variedades, totalizando 24 (vinte quatro) parcelas. As características avaliadas foram: porcentagem de emergência, tempo médio e velocidade de emergência, seguindo as recomendações de (LABOURIAU, 1983). Os dados foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade utilizando o programa computacional ASSISTAT versão 7,7 Beta (pt).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O plantio dos propágulos das etnovariedades nas duas localidades de coleta ocorreu no mês de dezembro. Pimentel (1985) afirma que a época mais indicada para o cultivo de cará é no início do período chuvoso, ou seja, meados de dezembro a janeiro. As inflorescências das duas etnovariedade nas duas localidades ocorreram a partir de seis meses, após o plantio dos propágulos. As flores femininas apresentam-se na forma de espigas auxiliares e as flores masculinas dispostos em perigônio com seis peças florais, dois verticilos, com seis estames e uma antera fértil.

A coleta dos frutos das etnovariedades de D. trifida teve início quando observados os primeiros sinais de dispersão ou deiscência, por volta dos onze meses após o plantio dos propágulos. Os frutos são na forma de cápsulas lóbulos, onde cada lóbulo possui uma semente, podendo um possuir até três sementes para ambas as etnovariedades.  Em relação aos frutos de Dioscorea spp., estes se apresentam em forma de cápsula com três lobos, cada um, com duas sementes de, aproximadamente 27 mm de comprimento e 17 mm de diâmetro, contendo sementes orbiculares (CAÚPER, 2006).

Os frutos das duas etnovariedade não foram distintos quanto à média de seus pesos e diâmetros, no entanto diferiram quanto ao comprimento médio (p=0,045).  Frutos da etnovariedade cará-roxo apresentaram uma maior amplitude de variação no comprimento do fruto com frutos maiores de 38 mm de comprimento

Existe uma extensa lista de descritores biométricos e morfológicos, aplicados para a caracterização da diversidade das espécies de inhame.  Onyilagha (1986) avaliou 14 acessos de Dioscorea rotundata utilizando 40 caracteres morfológicos, os quais foram classificados em três grupos, tanto na análise de agrupamento como na Análise de Componentes Principais (PCA). A análise de PCA mostrou que os caracteres com maior poder discriminatório foram: tamanho da folha, tamanho do tubérculo, cor do tubérculo, número de espiguetas florais por nó, e comprimento da espigueta, comprimento e diâmetro dos frutos.

Em relação aos parâmetros biométricos das sementes de D. trifida, as duas etnovariedades não diferiram entre si quanto ao comprimento e largura, porém apresentaram diferenças quanto à média da espessura e do peso calculados para 100 sementes (p=0.000).  Foi observada uma maior amplitude de variação do peso das sementes de cará branco com sementes mais pesadas que as de cará roxo. Além disso, sementes de cará roxo apresentaram menor espessura média devido a presença de sementes mal formadas na amostra (sementes “chochas”).

Características como tamanho ou por peso permitem a diferenciação das sementes na formação de lotes mais homogêneos, possibilitando a uniformidade e o aprimoramento da emergência e vigor das sementes (CARVALHO & NAKAGAWA, 2000).  Sementes de Dioscorea laxiflora estas apresentam 1-1,5 cm de comprimento, centrais, circulares, marrom-escuras, rugosas, com asa circular (PEDRALLI,  2002).

As sementes da etnovariedade cará roxa apresentaram peso de 1000 sementes maduras equivalentes a 8,65 g, enquanto que a etnovariedade cará branco 10,83 g. O número de sementes por quilograma foi de 8.030 sementes para etnovariedade cará roxo e 10.540 para a etnovariedade cará branco. O peso de mil sementes é utilizado para calcular a densidade de semeadura sendo um dado importante que pode fornecer um indicativo da qualidade das sementes, bem como gerar informações para calcular a densidade de semeadura, o número de sementes por embalagem e o peso da amostra de trabalho para análise de pureza, quando não especificado nas (RAS) (BRASIL, 2009).

Em relação ao teor de água, as duas etnovariedades apresentaram um teor de água dentro dos padrões para sementes ortodoxas, com 26,7% e 23,2% para as etnovariedades cará roxo e cará branco, respectivamente. Sendo as sementes do gênero Dioscorea classificadas como ortodoxas (JEPPSON & GUARINO, 2013).

A emergência foi baixa e demorada para as duas variedades, sendo a melhor emergência para a etnovariedade cará branco. Houve interação significativa entre os dois fatores, substratos e etnovariedades. O melhor tratamento para essa característica foi para a etnovariedade cará branco no substrato composto por areia fina + serragem curtida com 33,6% de emergência. O pior desempenho para essa característica foi no tratamento etnovariedade cará roxo no substrato serragem curtida com apenas 5% emergência.

Comportamento parecido é demonstrado pela espécie Dioscorea rotundata, pois, também apresenta uma germinação considerada baixa, devido à escassez de florescimento, dificuldades durante a polinização e fertilização. Somando-se a estes itens mencionados, verifica-se a autoincompatibilidade. Devido à má formação do embrião ou endosperma ao longo de seu desenvolvimento, as sementes apresentam um período de dormência de cerca de 3-4 meses após colheita. A natureza do estado de dormência não foi identificada, mas, estudos sugerem que se trata de um descanso após o amadurecimento. Métodos para quebra de dormência não foram encontrados e, por conseguinte, armazenamento das sementes à temperatura ambiente durante 3-4 meses é a única maneira para superar possível dormência (SADIK  & OKEREKE, 1973).

Para a característica Índice de Velocidade de Emergência (IVE), também houve interação significativa entre os dois fatores, substratos e etnovariedades. O melhor tratamento para essa característica foi para a etnovariedade cará branco no substrato composto por serragem curtida com 0,2378 de (IVE). O pior desempenho para essa característica se deu na etnovariedade cará branco no tratamento substrato areia + serragem curtida com apenas 0,0930 de (IVE).

Esses valores, para essa característica (IVE), podem ter sido mascarados, pois neste tratamento de melhor desempenho, foi o tratamento de menor porcentagem de emergência. Provavelmente, neste tratamento houve maior porcentagem de sementes mortas ou mal formadas (sem embrião), sendo que, as poucas viáveis emergiram em maior velocidade.

Quanto ao tempo médio de emergência não houve interação significativa entre os dois fatores, substratos e etnovariedades. O melhor tratamento para essa característica foi para a etnovariedade cará branco no substrato composto por areia fina + serragem curtida com 43 dias de tempo médio de emergência. O pior desempenho foi observado no tratamento etnovariedade cará branco no substrato serragem curtida, com 50 dias de tempo médio de emergência.

Os substratos areia + serragem curtida e terriço de mata peneirado, demonstraram melhores condições para a emergência de Dioscorea trifida. Esses substratos forneceram melhor capacidade de retenção de água, temperatura e aeração adequada para que ocorresse a germinação e formação de plântula normal da espécie estudada.

Os frutos estão dispostos em racimos paniculados, de 20,0 cm de comprimento em média, para as duas etnovariedades (Figura 1 A); os frutos são do tipo cápsulas loculicidas e deiscentes com três lóbulos achatados (quinados) (Figura 1 B); cada lóbulo apresenta uma única semente, podendo cada fruto apresentar até três sementes viáveis. O exocarpo é piloso, com tricomas curtos e hialinos; verde amarelado antes da deiscência Figura 3B; mudando a coloração para marrom no início da deiscência (Figura 1 C). O endocarpo é papiráceo, liso e brilhante (Figura 1 D); não há diferença morfológica entre os frutos das duas variedades.

As sementes das duas etnovariedades são aladas, com asa periférica, mais expandida nas extremidades e, núcleo seminífero central; elípticas e marrom acastanhado (Figura 2 B); as asas são papiráceas, retas na área funicular e arredondada no lado oposto (Figura 2 B); apresenta finas nervuras longitudinais, observadas apenas sob a lupa. O tegumento (Figura 2 B); é cartáceo, marrom mais escuro que a asa; ao longo da testa, observa-se a linha rafeal, também apenas sob a lupa. O endosperma é contínuo, espesso, tenro e de coloração branca (Figura 2 C). O embrião é periférico, ovoide e de coloração branca (Figura 2 C); não foi possível observar as estruturas do eixo embrionário e o cotilédone, mesmo sob a lupa e microscópio, nos cortes para os testes histoquímicos.

Fruto de Dioscorea trifida. A – frutos na panícula, B – fruto antes da deiscência, C – fruto no início da deiscência, D – fruto aberto.
Figura 1: Fruto de Dioscorea trifida. A – frutos na panícula, B – fruto antes da deiscência, C – fruto no início da deiscência, D – fruto aberto.
Semente de Dioscorea trifida. A – aspectos biométricos, B – aspecto geral, C – corte morfológico longitudinal. as – asa, ed – endosperma, em – embrião, tg – tegumento.
Figura 2: Semente de Dioscorea trifida. A – aspectos biométricos, B – aspecto geral, C – corte morfológico longitudinal. as – asa, ed – endosperma, em – embrião, tg – tegumento.

As características estruturais morfológicas de um embrião, assim como o posicionamento que ocupa na semente são tão distintas entre os diferentes grupos de plantas, que podem ser seguramente utilizadas para a identificação de famílias, gêneros e até espécies (TOLEDO & MARCOS-FILHO, 1977).

As sementes de Dioscorea trifida das diferentes etnovariedades não apresentaram características morfológicas que pudessem ser fixadas para separá-las. A semelhança morfológica para as duas etnovariedades sugere que tais caracteres sejam bem fixados geneticamente para a espécie. Na fase juvenil, a identificação de plantas é complicada porque os caracteres morfológicos externos de uma planta nos estádios iniciais de desenvolvimento, nem sempre são semelhantes àqueles observados no indivíduo adulto (AMORIN et al., 2006). Estudos com marcadores bioquímicos ou fragmentos de DNA, que podem ser utilizados a partir de amostras de células ou de tecidos de partes da planta (endosperma, embriões, cotilédones, pólen, etc.)

Nos testes histoquímicos revelou que as reservas das sementes de Dioscorea trifida são formadas por lipídeos. Grupos de plantas, tais como, Discoreaceae, apresentam reação positiva para cristais de oxalato de cálcio, natureza taninos e saponinas quando submetidos á testes histoquímicos (Edeoga & Okoli, 1995). Identificação da localização de sustância que compõem os metabólitos secundários em partes de planta pode ser utilizada para identificar famílias, gêneros e espécies de grupos taxonômicos (MBAGWU & EDEOGA, 2006).

A emergência de Dioscorea trifida etnovariedade cará roxo inicia-se pela protrusão da raiz primária aos 45 dias após a semeadura (Figura 3 A); em dois dias ocorre o alongamento da raiz primária, branca e pilosa (Figura 3 B); e aos cinco dias, diferencia-se o curto epicótilo, de cor branca e pilosa, entre a bainha cotiledonar (Figura 3 C). Simultaneamente ao alongamento do epicótilo, por volta do oitavo dia surge a primeira raiz secundária. Observa-se neste período a gema apical extremamente pilosa, com pelos adensados (Figura 3 D). Logo após essa fase, ocorre a abertura do catafilo para a o surgimento do eófilo (Figura 3 E). A expansão do eófilo ocorre aos 62 dias após a semeadura. A plântula da etnovariedade cará roxo é hipógea, apresenta sistema radicular fasciculado; epicótilo (piloso); eófilo simples com lâmina cordiforme (Figura 3 F).

A emergência da etnovariedade cará branco inicia-se pela protrusão da raiz primária aos 40 dias após a semeadura (Figura 4 A); em dois dias ocorre o alongamento da raiz primária, branca e pilosa (Figura 4 B); e aos cinco dias, diferencia-se o curto epicótilo, de cor branca e pilosa, entre a bainha cotiledonar (Figura 4 C). Simultaneamente ao alongamento do epicótilo, por volta do oitavo dia surgem às raízes secundárias, observa-se neste período um catafilo na base do epicótilo, de forma triangular e (pilosa); gema apical extremamente pilosa, com pelos adensados (Figura 4 D). Logo após essa fase ocorre o alongamento do epicótilo com a elevação do catafilo e abertura do catafilo apical para a o surgimento do eófilo (Figura 4 E). A expansão do eófilo ocorre aos 55 dias após a semeadura, nesta fase já se observa a primeira folha (metafilo). A plântula da etnovariedade cará branco é hipógea, apresenta sistema radicular fasciculado; epicótilo (piloso); eófilo simples com lâmina cordiforme; metafilo com as mesmas características do eófilo (Figura 4 F).

Aspecto morfológico do desenvolvimento da plântula de Dioscorea trifida, etnovariedade cará roxo. A – protrusão da raiz primária, B – alongamento da raiz primária, C – emissão do epicótilo, D – alongamento do epicótilo, E – abertura do catafilo, F – expansão do eofilo. as – asa, cf – catafilo, ef – eofilo, ep – epicótilo, ga – gema apical, rp – raiz primária, rs – raiz secundária.
Figura 3: Aspecto morfológico do desenvolvimento da plântula de Dioscorea trifida, etnovariedade cará roxo. A – protrusão da raiz primária, B – alongamento da raiz primária, C – emissão do epicótilo, D – alongamento do epicótilo, E – abertura do catafilo, F – expansão do eofilo. as – asa, cf – catafilo, ef – eofilo, ep – epicótilo, ga – gema apical, rp – raiz primária, rs – raiz secundária.
Aspectos morfológicos do desenvolvimento da plântula de Dioscorea trifida, etnovariedade cará branco. A – protrusão da raiz primária, B – alongamento da raiz primária, C – emissão do epicótilo, D – alongamento do epicótilo, E – abertura do catafilo, F – expansão do eofilo. as – asa, cf – catafilo, ef – eofilo, ep – epicótilo, ga – gema apical, rp – raiz primária, rs – raiz secundária.
Figura 4: Aspectos morfológicos do desenvolvimento da plântula de Dioscorea trifida, etnovariedade cará branco. A – protrusão da raiz primária, B – alongamento da raiz primária, C – emissão do epicótilo, D – alongamento do epicótilo, E – abertura do catafilo, F – expansão do eofilo. as – asa, cf – catafilo, ef – eofilo, ep – epicótilo, ga – gema apical, rp – raiz primária, rs – raiz secundária.

Essa pequena diferença de dias dos eventos morfológicos entre as etnovariedades pode ser devido ao teor de água, que vaiou entre 26,7% e 23,2% para as etnovariedades cará roxo e cará branco, respectivamente. Dessa forma, diferenças acentuadas entre potenciais hídricos das sementes podem ter acarretado problemas para a germinação da semente, devido à entrada muito rápida de água nas sementes, especialmente em sementes menos vigorosas, ocasionando danos por embebição. As sementes mais secas classificadas como ortodoxas são mais sensíveis a essas injúrias (MARCOS FILHO, 2005).

CONCLUSÃO

A emergência foi baixa e demorada para as duas etnovariedades, sendo a melhor germinação para etnovariedade cará branco com o substrato areia fina + serragem curtida (33,6%). O melhor resultado para o índice de velocidade de emergência (IVE) foi observado para a etnovariedade cará branco no substrato composto por serragem curtida.  O tempo médio de emergência variou entre 43 a 50 dias, sendo o melhor desempenho registrado para a etnovariedade cará-branco no substrato composto por areia fina + serragem curtida.

Os frutos e as sementes de Dioscorea trifida das duas etnovariedades não apresentaram diferenças em suas características morfológicas. A semelhança morfológica para as duas etnovariedades sugere que tais caracteres sejam bem fixados geneticamente para a espécie.

Semelhança entre as cultivares das duas etnovariedade é observada também em plantas adultas. Sendo a única diferença verificada quanto à coloração (roxa ou branca) e textura dos tubérculos, podendo ser tal característica decorrente da poliploidia, o qual se refere às variações naturais ou induzidas no número de cromossomos.

Os testes histoquímicos utilizados para se analisar o conteúdo das reservas endospermáticas indicaram que as reservas das sementes de Dioscorea trifida são formadas por lipídeos. A pequena diferença de cinco dias para o início da emergência entre as duas etnovariedades pode estar associada com o teor de água, apresentado um 26,7% e 23,2% para as etnovariedades cará roxo e cará branco, respectivamente. Dessa forma diferenças acentuadas entre potenciais hídricos das sementes, podem acarretar problemas para a germinação da semente, devido à entrada muito rápida de água nas sementes, especialmente em sementes menos vigorosas, ocasionando danos por embebição.

REFERÊNCIAS

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4. Entende-se por etnovariedade as populações ecológica ou geograficamente distintas originadas a partir da seleção local realizada por agricultores (Silva et al., 2001).

[1] Discente da Faculdade de Ciências Agrárias – UFAM- Universidade Federal do Amazonas, Campus Universitário Aleixo – bolsistas CAPES – Pós-graduação em Agronomia Tropical.

[2] Engenheiro Agrônomo, PhD., Docente da Faculdade de Ciências Agrárias –UFAM- Universidade Federal do Amazonas, Campus Universitário Aleixo.

[3] Engenheira Agrônoma, Dra., Faculdade de Ciências Agrárias – UFAM- Universidade Federal do Amazonas, Campus Universitário Aleixo.

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Edfran Nascimento Andrade

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