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Determinação Da Velocidade Infiltração Básica (Vib), Sob O Método De Infiltrômetro De Anéis Concêntricos Em Diferentes Tipos De Solo Na Região Oeste Da Bahia

RC: 23880
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

SOUZA, Dérica Barreto [1] ALVES, Dyego Kasagrande Rebello [2], SANTOS, Gabriel Andrade [3], BRITO, Hélio Aparecido [4], ROCHA, Kelvin Sodré [5], SANTOS, Lucas Mariano Neri [6], ANDRIGUETTI, Miguel Dos Anjos [7]

SOUZA, Dérica Barreto. Et al. Determinação Da Velocidade Infiltração Básica (Vib), Sob O Método De Infiltrômetro De Anéis Concêntricos Em Diferentes Tipos De Solo Na Região Oeste Da Bahia. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 12, Vol. 04, pp. 170-193 Dezembro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

O conhecimento da taxa de infiltração da água no solo é de fundamental importância para definir técnicas de conservação do solo, planejar e delinear sistemas de irrigação e drenagem, bem como, auxiliar na composição de uma imagem mais real da retenção da água e aeração no solo. Portanto, objetivou-se, através deste trabalho, determinar a Velocidade de Infiltração Básica (VIB) em solo cultivado sob diferentes condições físicas e tipos de cobertura. A execução da pesquisa foi realizada no município de Barreiras – BA, na área experimental de Agronomia da Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB). Para a determinação da velocidade de infiltração da água foi utilizado o método do Infiltrômetro de Anel, que é um equipamento composto por dois anéis (50 e 25 cm de diâmetro e 30 cm de altura) que são cravados no solo. Este método é simples, prático e também pode ser usado para gerar equações de Velocidade de Infiltração e Infiltração (I) da água no solo, através de diversos modelos matemáticos, tais como: Kostiakov-Lewis e Horton. Os testes foram divididos em quatro situações diferenciadas: solo arado há mais de seis meses, solo arado há 15 dias cobertura morta e, agrofloresta. Através dos dados coletados em campo, foram realizadas análises comparativas dos resultados através do delineamento Inteiramente Casualisado (DIC), no qual, através dos dados obtidos em campo, pode-se verificar que há uma diferença significativa entre cada ensaio proposto neste estudo, confirmando que as características físicas e de cobertura ira influenciar a infiltração da água no solo.

Palavras-chave: solo, cobertura, velocidade, infiltração, análise.

INTRODUÇÃO

Entre as propriedades físicas do solo, a infiltração é um dos processos mais importantes quando se estudam fenômenos que estão ligados ao movimento da água. Segundo Horton (1933) apud André (2001), a definição de infiltração da água no solo, é dado ao processo pelo qual a água penetra no interior do solo, se movimenta pelos vazios existentes entre os grãos que compõem a estrutura do solo, em entre espaço disponível a água se acumula. Através do conhecimento desse fenômeno pode se determinar a taxa de infiltração, em relação ao suprimento de água, assim podendo determinar se haverá um volume excedente, que poderá escoar sobre a superfície ocasionando erosão (FONSECA; DUARTE 2006).

A medida que a água infiltra pela superfície, as camadas superiores do solo vão se umedecendo de cima para baixo, alterando gradativamente o perfil de umidade. Segundo Bernado; Soares ; Montovani (2006), a velocidade de infiltração (VI) depende diretamente da textura e da estrutura dos solos, podendo variar com a percentagem de umidade do solo, segundo Bertoni e Lombardi Neto (1990), partindo de solo seco, inicialmente a infiltração da água no solo é elevada, diminuindo com o tempo até se tornar constante no momento em que o solo fica saturado. Outros fatores podem influenciar na infiltração básica ou velocidade de infiltração básica que são: época de irrigação; temperatura do solo, porosidade do solo, existência de camada menos permeável ao longo do perfil, cobertura vegetal entre outros. (ALVES SOBRINHO et al., 2003 apud ÂNGELO et al., 2012 ).

Determinar a velocidade de infiltração básica (VIB) é de fundamental importância no dimensionamento de projetos agrícolas de irrigação, drenagem e conservação do solo, essa e uma questão que vem sendo amplamente estudada e ainda não existe um consenso geral e bem estabelecido sobre qual é a melhor técnica para a sua determinação. (MANTOVANI BERNARDO; PALARETTI; 2009).

A infiltração da água no solo deve ser mensurada por meio de técnicas capazes de representar, adequadamente, as condições naturais em que se encontra o solo. Se Fagundes et al.,(2012) a vários métodos de campo que podem ser utilizados para determinar a velocidade de infiltração de um solo, dentre eles, pode-se destacar o método do Infiltrômetro de Anel, por ser de simples e fácil execução. Este método consiste em se utilizar dois anéis concêntricos, sendo o maior com diâmetro de 50 cm e o menor com diâmetro de 25 cm, ambos com altura de 30 cm. A determinação da infiltração da água no solo se dá através da medição da água infiltrada no cilindro menor (interno), em tempos sucessivos de leituras, onde o teste só é finalizado quando a leitura da régua repete os mesmos valores até três vezes.

Após a coleta dos dados em campo, é necessário que a velocidade de infiltração seja representada por meio de equação, que procuram representar as condições naturais em que se encontra o solo. Nesse sentido podem ser citados os modelos de Kostiakov (1932), Horton (1940) e Kostiakov-Lewis (1945) ( TEIXEIRA, C et al.2010)

Para Reichardt e Timm (2004), o modelo de Kostiakov é prático, pois, com dados de infiltração acumulada (I) em função de tempo (T), pode-se, mediante um gráfico log I versus log T, estimar os parâmetros (“K” e “n”) que definem a equação característica do modelo.

Já a equação de Horton, é descrita na forma de uma função exponencial, em que a redução na taxa de infiltração com o tempo é fortemente controlada por fatores relacionados com a superfície do solo, tais como: selamento superficial (impacto das gotas de chuva) e fenômenos de expansão e contração do solo (PREVEDELLO, 1996). Esses modelos apresentam coeficientes que podem ser calculados a partir das equações teóricas ou serem estimados por meio de regressão linear, a partir de dados de infiltração medidos no campo.

O modelo de Kostiakov-Lewis é empregado, principalmente em manejo de irrigação, normalmente utilizada para a estimativa da infiltração acumulada, a qual consiste em uma generalização da equação de Kostiakov, em que a infiltração de longa duração tende para a VIB. (TEIXEIRA, C et al.2010). A equação de Kostiakov-Lewis tem como objetivo solucionar o problema do tempo de infiltração (TI) tender a zero para um longo período de tempo.

Apesar da modificação feita na equação potencial (Kostiakov) visando solucionar o problema de TI tender a zero e não à VIB, essas equações não levam em consideração o teor de umidade inicial do solo. Por isso, o teste de infiltração deve ser realizado quando o solo estiver com um teor de umidade médio. Desta maneira, o problema é parcialmente resolvido. (FONSECA; DUARTE; 2006).

O objetivo desse trabalho foi determinar a Velocidade Infiltração básica (VIB) e a infiltração acumulada em uma área onde o solo apresentava diferentes situações.

MATERIAL E MÉTODOS

LOCALIZAÇÃO

O trabalho foi realizado na área experimental do curso de Agronomia da Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB), situado entre as coordenadas geográficas de latitude 12º10`28.9“ S e longitude 45º00`9“ W, u na Avenida São Desidério nº 2440 Bairro Ribeirão, Barreiras-BA.

CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS

Na tabela abaixo pode ser observado as condições físicas e químicas do solo onde foi realizado o experimento. De acordo com os dados obtidos na análise de solo, este apresenta a seguinte porcentagem granulomètrica Segundo a Embrapa (2003) a textura do solo corresponde à proporção relativa em que se encontram os diferentes tamanhos de partículas, em determinada massa de solo, refere-se, especificamente, às proporções relativas das partículas ou frações de areia, silte e argila na terra fina seca ao ar (TFSA). Possui tamanha relevância na irrigação, pois tem influência direta na taxa de infiltração de água, na aeração e na capacidade de retenção de água.

Tabela 01: Características químicas e físicas do solo coletado na área experimental da Faculdade São Francisco de Barreiras.

Nutrientes Quantidades Unidades
Granulometria
Argila: 227 %
Silte: 2,70 %
Areia: 741 %
Ca: 2,00 cmolc/dm3
Mg: 0,60 cmolc/dm3
AL: 0,00 cmolc/dm3
H+AL: 1,60 cmolc/dm3
K: 31,20 mg/dm3
P (Mel): 8,90 mg/dm3
M.O: 22,20 dag/dm3
PH H2O 6,19

Laboratório de Análise de Solo / AGROLAB, 2

Os tratamentos foram avaliados em uma área onde apresenta o mesmo tipo de solo. O diferencial de cada tratamento foram os locais em que cada um foi analisado, o tipo de cobertura existente e a textura física do mesmo. O primeiro tratamento foi realizado em uma área onde o solo não estava sendo utilizado para cultivo. Segundo Richart et al. (2005), algumas práticas realizadas durante o manejo do solo e das culturas podem provocar alterações nas propriedades físicas do solo, podendo ser permanentes ou não. Dentre essas alterações, está a compactação. A compactação excessiva pode limitar a adsorção e/ou absorção de nutrientes, infiltração e redistribuição de água, (BICKI; SIEMENS, 1991 apud RICHART et al 2005).

Já o segundo tratamento foi realizado em uma área que estava sendo preparada para a realização do cultivo, de acordo com Fonseca e Durte (2005), esse manejo do solo tende a aumentar a capacidade de infiltração do mesmo. O terceiro tratamento foi realizado em uma área onde o solo se encontrava coberto com cobertura morta (Folhas, palha, etc), além da cobertura morta, o solo tinha presença de algumas plantas invasoras. Fonseca e Duarte (2005) falam que, essa camada de matéria orgânica em decomposição favorece a atividade microbiana, e consequentemente contribui para a formação de caminhos que favorecem o movimento da água no solo. A cobertura vegetal também age no sentido de reduzir a velocidade do escoamento superficial e, portanto, contribui para aumentar o volume de água infiltrada. Já o tratamento quatro foi realizado em baixo de um cultivo de mangueiras, em um local sombreando.

DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O delineamento experimental adotado no presente estudo foi o de delineamento Inteiramente Casualisado (DIC) contendo 4 tratamentos e 5 repetições. Os tratamentos analisados foram: T1- (Solo

arado há mais de seis meses); T2 – (Solo arado há 15 dias); T3 – (solo com cobertura morta) e T4 (solo com agrofloresta). Antes da instalação do equipamento era observado os locais, a escolha do local deveria ser um local sem atrito, de solo plano evitando-se assim, possíveis interferências na hora de coletar os dados. As coordenadas onde foram realizados os testes estão apresentadas no quadro a seguir (Quadro 01):

Teste Coordenadas geográficas
1 Solo arado há mais de

seis meses

12º10`24.8“ S 45º00`52.8“W
2 Solo arado há 15 dias 12º10`29.1“S 45º00`48.0“W
3 Solo com cobertura morta 12º10`29.7“S 45º00`48.9“W
4 Solo de Agrofloresta 12º10`27.2“S 45º00`48.0“W

 

Quadro 01: coordenadas geográficas onde se realizou os testes de infiltração

IMPLANTAÇÃO E CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO

Para a determinação da velocidade de água foi utilizado o método do Infiltrômetro de Anel Duplo, pois de acordo com Gonçalves; Santos; Teixeira; (2007) o anel externo tem como finalidade reduzir o efeito da dispersão lateral da água infiltrada do anel interno, fazendo com que a água do anel interno infiltre no perfil do solo em direção predominante vertical, o que evita a superestimativa da taxa de infiltração.

Após a determinação dos locais, usando uma marreta os anéis concêntricos foram enterrados no solo a uma profundidade de 15 cm. A extremidade inferior do cilindro apresenta um corte em bisel, facilitando a sua introdução no solo, que deve ser realizada com o mínimo de esforço possível, além disso, garante a integridade estrutural da superfície do equipamento.

Logo após a instalação do equipamento no o solo, com o auxílio de um nivelador, foi verificado se os anéis estavam nivelados. Logo após, foi realizado o revestimento com plástico para que a água infiltrasse ao mesmo nos dois anéis. Com o uso de uma régua graduada, foi realizado a leitura inicial da altura da água, sendo assim, o filme plástico foi retirado do anel central, dando início ao teste. Com o uso de um cronômetro iniciou-se a contagem do tempo da infiltração da água no solo. Sempre quando necessário, houve a reposição da água nos anéis, isto foi realizado toda vez que o nível da água alcançava quatro centímetros de profundidade.

O tempo de leitura para cada tratamento oscilou entre 2 e 35 minutos (155 minutos) e 3 horas e 5 minutos (185 minutos). Cada tratamento tinha um intervalo entre leituras que ia de 1 a 30 minutos.

TOMADA DE DADOS

Após as coletas de dados em campo, os valores obtidos ao longo dos testes foram organizados em uma tabela. Os valores apresentados no quadro a seguir (Quadro 02), foram dados obtidos em um dos tratamentos realizados no presente estudo.

Os parâmetros apresentados no quadro são: Horas- o momento que deu iniciou aos testes, quando eram realizadas as leituras na régua e momento que finalizou o teste; Tempo acumulado – quantidade de minutos foi necessário para realização do teste; Tempo em minutos – intervalos de tempo determinados para a realização da leitura da régua, o intervalo de tempo se repete duas vezes consecutivas, com intervalos de 1 à 15 minutos. Após esse período e realizado intervalos com três repetições de 30, esse procedimento é necessário, para que o valor da velocidade de infiltração seja um valor exato, esse valor tem que se repetir no mínimo três vezes, caso necessário o intervalo de tempo pode se estabelecer por quatro ou mais repetições, isso irá depender, das característica física e química presente no solo que está sendo analisado.

Reposição – a reposição da água nos anéis era realizada toda vez quando o nível de água abaixava 4 cm no anel interno, onde era realizada a leitura da régua. Quando o nível da água chegava entre 26 a 25 cm, era necessário fazer o reabastecimento dos dois anéis; Diferença em centímetros (cm) – É calculado a diferença em centímetros entre cada leitura realizada nos intervalos determinados. Através desses dados obtidos em campo é determinada a infiltração acumulada em centímetros (cm) e a velocidade de infiltração apresentada em centímetros (cm).

Horas Tempo Acumulado Tempo Minutos (T) Leitura da régua Reposição (cm) Diferença (cm) Infiltração Acumulada cm/h Velocidade de infiltração cm/h
14:16 0 0 30 0 0 0
14:17 1 1 29,2 0,8 0,8 48
14:19 3 2 28,4 0.8 1,6 24
14:21 5 2 27,5 0,9 2,5 27
14:26 10 5 26,7 30 0,8 3,3 9,6
14:31 15 5 29,2 0,8 4,1 9,6
14:41 25 10 28,3 0,9 5 5,4
14:51 35 10 26,8 1,5 6,5 9
15:06 50 15 25,7 30 1,1 7,6 4,4
15:21 65 15 28,7 1,3 8,9 5,2
15:51 95 30 27,5 1,2 10,1 2,4
16:22 125 30 26,3 1,2 11,3 2,4
16:52 155 30 25,1 1,2 12,5 2,4

Quadro 02: Planilha de determinação de velocidade básica e infiltração acumulada.

Como pode ser visto no quadro acima, o teste foi realizado em 155 minutos, ao longo do teste foram determinados intervalos de tempo que variaram de 1 a 30 minutos, nesses intervalos foram realizadas leituras na régua, localizada no anel interno. Observa-se que, quando o teste chega 95 minutos até 155 minutos, entre três intervalos de 30 minutos, a leitura da régua repete os mesmos valores em diferença constate, quando ocorre esse fato o teste e finalizado.

Após serem organizados no quadro logo após determina a diferença em centímetros entre as leituras de cada intervalo, o próximo parâmetro a ser determinado é a infiltração de água acumulado no solo. A infiltração acumulada e a soma da diferença em centímetros de forma crescente.

No quadro 03 mostra o exemplo de como é realizado a soma para determinar a infiltração acumulada. É uma soma de forma crescente aonde irá englobar todos os valores determinados no parâmetro anterior, que foi o parâmetro diferença em centímetros entre cada leitura.

Fonte: autor

Quadro 03: soma para determinar a infiltração acumulada

Em seguida, o próximo parâmetro a ser determinado foi o de velocidade de infiltração (VI). Para a determinação dos valores, foram utilizados os valores de diferença em centímetro e os valores do tempo em minutos. A fórmula utilizada para determinar a velocidade de infiltração básica é: DC/T X 60. Na tabela os valores de diferença em centímetros e representado pelas as letras (DC), e os valores de tempo em minutos e representado pela a letra (T). O número 60 corresponde à quantidade em minutos que contém uma hora.

Horas Tempo Acumulad o Tempo Minutos (T) Leitura da régua Reposição em (cm) Diferença em centímetros

(DC)

Infiltração Acumulada cm/h Velocidade de infiltração cm/h
DC/T X 60
15:51 95 30 27,5 1,2 10,1 2,4
16:22 125 30 26,3 1,2 11,3 2,4
16:52 155 30 25,1 1,2 12,5 2,4

Quadro 04: cálculo de determinação da velocidade de infiltração cm/h

Após a determinação da velocidade de infiltração básica (VIB), o solo é classificado de acordo com sua intensidade. Os solos podem ser classificados como solo de VIB: Muito alta; alta, média e baixa. A tabela (Tabela 01 e 02) de classificação do solo de acordo com os valores de velocidade de infiltração básica pode ser apresentada em duas maneiras diferentes em cm/h ou em mm/h.

Tabela 01:Classificação do solo a partir de sua VIB em cm/h

RESULTADOS E DISCUSSÃO

VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO BÁSICA (VIB)

Através da análise de variância (Tabela 4), verificou-se que houve diferença significativa para os valores de VIB apresentados em função das condições dos solos analisados.

Tabela 4. Resultados da análise de variância referente à velocidade de infiltração básica (cm/h) em função de diferentes condições de solos observadas.

FV GL SQ QM F
Tratamentos 3 6.64 2.21 0,0000**
Repetições 4 0.32 0.08 0.3036ns
Erro 12 0.70 0.05
CV (%):

Média geral: DMS:

11,82

2,05

0,45

CV: coeficiente de variação; DMS: Diferença mínima significativa; Ns: não significativo.

**: significativo a 1% de probabilidade

Diante da tabela de médias apresentada logo a seguir (Tabela 5), percebe-se, que apesar dos tratamentos terem sido significativos, alguns deles não se diferiram entre sí. Entre o Tratamento 1 e o Tratamento 2, as médias encontradas não apresentaram diferenças estatísticas significativas, assim como as médias do Tratamento 3 e o Tratamento 4, que também não mostraram diferenças significativas entre sí. Entretanto, ao comparar os dois primeiros tratamentos (T1 e T2) com os dois últimos (T3 e T4), é notório a diferença entre eles.

Os valores encontrados nas médias da VIB referente às diferentes condições de solos avaliados foram bem semelhantes, entretanto, as maiores médias obtidas foram observados nos tratamentos 1 e 2. No tratamento 1 a VIB foi determinada com a média de 2.60 cm/h e no tratamento 2 com 2.64 cm/h. Esse resultado é devido aos dois solos sofrerem alterações nas suas estruturas físicas em um período de tempo não prolongado. Ao observar a figura 01, percebe-se que a velocidade inicial de infiltração de água no solo arado há 15 dias (T2) foi superior ao do solo arado há mais de seis meses. (T1). Essa diferença encontrada entre os dois tratamentos é devido ao solo arado há mais de seis meses apresentar um nível maior de compactação. Segundo Fonseca e Duarte (2006), o tráfego intensivo de máquinas sobre a superfície do solo, produz uma camada compactada que reduz a capacidade de infiltração do solo.

Já o tratamento 3 e 4 (T3 e T4), apresentaram valores médios de 1.60 cm/h e 1.36 cm/h. Valores médios da VIB, esses valores foram inferiores aos outros dois tratamentos avaliados. Esse fator esta ligado diretamente ao processo que os outros dois tratamentos sofreram que foi a aração. Esse procedimento mexe com as estruturas do solo e facilita a infiltração da água.

Tabela 5. Valores médios referentes à velocidade de infiltração básica (cm/h) em função de diferentes condições de solos observadas.

Tratamentos Velocidade de infiltração Básica (cm/h)
T1 – (Solo arado há mais de 6 meses) 2.60a
T2 – (Solo arado há 15 dias) 2.64a
T3 – (Solo com cobertura morta)

T4 – (Solo de Agrofloresta)

1.60b

1.36b

CV (%):

Média geral:

DMS:

11,82

2,05

0,45

*CV: coeficiente de variação;

**DMS: Diferença mínima significativa;

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entrem si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade

Essa diferença entre os tratamentos pode ser bem observada na Figura 01. Através do gráfico apresentado, com as médias dos tratamentos obtidos em campo é notável que, nos 10 primeiros minutos os tratamentos T2 e T4 obtiveram uma infiltração mais rápida quando comparados com os tratamentos T1 e T3. Esse fator está ligado diretamente ao nível de compactação dos solos e da ausência de cobertura sobre a superfície do solo. As diferenças entre os tratamentos durante este período foram maiores devido ao solo ainda estar seco. Segundo Bertoni e Lombardi Neto (1990), partindo de solo seco, inicialmente a infiltração da água no solo é elevada, diminuindo com o tempo até se tornar constante no momento em que o solo fica saturado.

Já aos 15 minutos, as diferenças de velocidade entre os tratamentos vão diminuindo e se estabilizando. Aos 155 minutos, a velocidade de infiltração básica dos tratamentos T1, T2 e T3 se estabilizam e a do T4 continuou até os 185 minutos. Segundo Isabel (2007) quando um solo estiver úmido consequentemente a infiltração é menor do que a um solo mais seco.

Explicando assim, o porquê do solo de agroflorestal ter levado mais tempo o mesmo apresentar um teor de umidade de 12%.

Figura 01. Médias gerais dos quatros tratamentos, avaliando o parâmetro de velocidade de infiltração básica (VIB).

Fonte: autor

Esse comportamento encontrado na velocidade de infiltração, onde ela se inicia com uma velocidade maior e vai diminuindo gradativamente com o passar do tempo, também é observado no trabalho realizado por Riquelme; Luz; Filho; (2012), que afirma que a velocidade de infiltração de água no solo inicialmente é alta e vai diminuindo gradativamente até um alcançar um valor constante. Gonçalvez et al. (2015) ainda fala que, essa estabilização na velocidade está relacionada diretamente a presença de umidade já existente antes do início da prática.

INFILTRAÇÃO ACUMULADA (I.A)

Os dados colhidos na análise de variância referente à infiltração acumulada (I.A), mostra que, houve significância entre os tratamentos avaliados no presente experimento.

Enquanto, para as fontes de variação “Repetições”, não foi possível constatar efeitos significativos.

Tabela 6. Resultados da análise de variância referente à infiltração acumulada (cm/h) em função de diferentes condições de solos observadas.

FV GL SQ QM F
Tratamentos 3 34.24 11.41 0,0371*
Repetições 4 14.95 3.73 0.3324ns
Erro 12 35.13 2.92
CV (%):

Média geral: DMS:

11.81

14.49

3,21

CV: coeficiente de variação; DMS: Diferença mínima significativa; Ns: não significativo

*: significativo a 5% de probabilidade

Ao analisar a tabela a seguir (Tabela 07), estão expostas as médias referentes à infiltração acumulada em diferentes condições de solos avaliadas, é percebível que, apesar do fator de variância (FV) tratamento ter sido significativa, os mesmos apresentaram diferenças expressivas entre sí. Os melhores desempenhos avaliados neste parâmento foram encontrados no solo arado há mais de seis meses e arado há 15 dias que apresentaram média de 15.86 e 15.70 cm/h. Enquanto o tratamento T3 e T4 apresentaram 12.90 e 13.50 cm/h.

Segundo Centurion & Demattê (1992), essa diferença entre os tratamentos pode ser explicada pelas diversas alterações nas estruturas de cada solo avaliado. Quando se tem um solo que possui uma densidade menor, consequentemente irá haver um aumento na condutividade hidráulica.

Figura 01. Médias gerais dos quatros tratamentos, avaliando o parâmetro de velocidade de infiltração básica (VIB).

Fonte: autor

Tabela 7. Valores médios referentes à infiltração acumulada (cm/h) em função de diferentes condições de solos observadas.

Tratamentos Infiltração acumulada (cm/h)
T1 – (Solo arado há mais de 6 meses) 15.86a
T2 – (Solo arado há 15 dias) 15.70a
T3 – (Solo com cobertura morta) 12.90b
T4 – (Solo de Agrofloresta) 13.50b
CV (%): 1.81
Média geral: 14.49
DMS: 3,21

*CV: coeficiente de variação; **DMS: Diferença mínima significativa;

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entrem si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade

De acordo com a figura 02, nota-se que a infiltração acumulada aumenta com o passar do tempo, mostrando ser diferente da velocidade de infiltração básica, que diminui a velocidade com o passar do tempo. Em um trabalho realizado por Santos et al. (2015), eles também comentam essa relação inversa entre a velocidade de infiltração e a infiltração acumulada, onde a velocidade de infiltração diminui e se estabilizar com o passar do tempo enquanto o valor da infiltração acumulada tende a aumentar.

CONCLUSÃO

Para a velocidade de infiltração básica verificou-se que houve diferença significativa entre as condições de solos avaliadas. Já a infiltração acumulada não houve diferença significativa entre os teste.

O Tratamento 1 (Solo compactado) e o tratamento 2 (Solo arado) apresentaram os maiores valores da velocidade de infiltração, sendo que o solo arado apresentou um resultado maior do que os de mais solos.

REFERÊNCIAS

ANDRE.C.P. determinação da velocidade de infiltração básica de água no solo por meio de infiltrômetros de aspersão, de pressão e de tensão, em três solos do estado de São Paulo. Campinas Estado de São Paulo Setembro de 2001 FONSECA.F.C; DUARTE.L. B. Hidrologia. Capitulo 5. INFILTRAÇÃO, Agosto,2006

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BERNARDO, S; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. 8.Ed. Atual. e Ampl. Viçosa: UFV, 2006. 625p.

BICKI, T.J.; SIEMENS, J.C. Crop response to wheel traffic soil compaction. Transaction of the ASAE, St. Joseph, v.34, p.909-913, 1991.

CARVALHO, D.F. Infiltração de água no solo em sistemas de plantio direto e convencional, Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.7, n.2, p.191-196, Campina Grande-PB, 2003.

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FAGUNDES, E. A. A.; KOETZ, M.; RUDEL, N.; SANTOS, T. S.; PORTO, R.

Determinação da infiltração e velocidade de infiltração de água pelo método de infiltrômetro de anel em solo de cerrado no município de Rondonópolis-MT.(2012)

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[1] Estudante do curso de Engenharia Agronômica. Faculdade São Francisco de Barreiras.

[2] Estudante do curso de Engenharia Agronômica. Faculdade São Francisco de Barreiras.

[3] Estudante do curso de Engenharia Agronômica. Faculdade São Francisco de Barreiras.

[4] Estudante do curso de Engenharia Agronômica. Faculdade São Francisco de Barreiras.

[5] Estudante do curso de Engenharia Agronômica. Faculdade São Francisco de Barreiras.

[6] Estudante do curso de Engenharia Agronômica. Faculdade São Francisco de Barreiras.

[7] Estudante do curso de Engenharia Agronômica. Faculdade São Francisco de Barreiras.

Enviado: Novembro, 2018

Aprovado: Dezembro, 2018

 

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Gabriel Andrade dos Santos

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