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Atividades Rítmicas e Expressivas e Suas Contribuições Psicomotoras na Educação Infantil

RC: 8436
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CONTEÚDO

SILVA, Stella Denanni Lopes da [1], BELOTO, Elaine Scarpinelli [2], CARREIRO, Eduardo Augusto [3]

SILVA, Stella Denanni Lopes da; BELOTO, Elaine Scarpinelli; CARREIRO, Eduardo Augusto. Atividades Rítmicas e Expressivas e Suas Contribuições Psicomotoras na Educação Infantil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 03. Ano 02, Vol. 01. pp 13-26, Junho de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

As crianças em idade pré-escolar estão em constante aprendizado, o crescimento e desenvolvimento varia de indivíduo para indivíduo, e tudo isso permeia inicialmente no ambiente escolar, onde essas crianças são obrigadas a saírem da segurança de suas casas e logo são submetidas a participarem de várias atividades dividindo o espaço com outras crianças. O progresso físico, mental e social se faz necessário para aquisição de habilidades psicomotoras. Neste estudo usamos a ginástica rítmica e expressiva como instrumento importante para a prática pedagógica nas aulas de Educação física, para demonstrar sua importância no desenvolvimento psicomotor. Mediante esses fatos, nosso objetivo principal foi analisar, se os professores de Educação Física têm conhecimento da importância da prática de atividades rítmicas para o desenvolvimento psicomotor na educação infantil, e se eles aplicam em suas aulas. Foi feito uma pesquisa direta descritiva, qualitativa, com 42 professores de escolas públicas e privadas da zona leste de SP, que se submeteram a responder um questionário com perguntas abertas e fechadas sobre o tema em questão, após a análise, podemos dizer todos os entrevistados foram unânimes em demonstrar a importância da psicomotricidade para o desenvolvimento infantil, porém, apesar de estar no cronograma dos PCNs nem todos os professores fornecem aulas de atividades rítmicas e expressivas, por diversos motivos.

Palavras chave: Psicomotricidade, Dança, Atividades Rítmicas e Expressivas, Desenvolvimento Infantil.

INTRODUÇÃO

De acordo com os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) um dos itens que a Educação Física Escolar deve garantir, é a prática da cultura corporal. Dentre as diversas atividades que podem ser introduzidas em aula, resgatamos as atividades rítmicas e expressivas como objeto de estudo, elas expressam as produções culturais, comunicação e gestos através da música. Essas atividades proporcionam a busca pelo conhecimento do corpo e de sua capacidade de expressão, isso permite a criança uma melhor forma de se comunicar, refletindo e trocando experiências. É através do corpo que transmitimos alegria, dor, medo, prazer, raiva, entre outros sentimentos (BRASIL, 1998). Nanni (1995) afirma que o conteúdo da dança é muito rico em capacidades motoras, cognitivas e sócio afetivas, a tripolaridade que conceitua a psicomotricidade infantil.

Para Ângela Molinari e Solange Sens (2003) psicomotricidade compreende o corpo nos aspectos neurofisiológicos, anatômicos e locomotores, coordenando – se e se relacionando no espaço e tempo para transmitir e receber informações. A psicomotricidade é entendida hoje como a inter relação de corpo, mente e espírito (o ser natureza, e o ser sociedade). Entende – se por psicomotricidade a integração superior da motricidade, relacionando a criança e seu meio. A psicomotricidade pode ser Corporal (dispraxia, desarmonia tónico-emocional, instabilidade postural, perturbações do esquema corporal e da lateralidade, estruturação espacial e temporal, perturbações da imagem corporal, problemas psicossomáticos). Relacional (dificuldades de comunicação e de contacto, inibição, hiperactividade e agressividade). Cognitiva (no plano do processamento informacional: défices de atenção, de memória, de organização perceptiva, simbólica e conceptual). Educativa (aprendizagens escolares e afinamento das praxias coordenativas).

Assim o desenvolvimento da psicomotricidade é inserido na dança como forma de aquisição de controle corporal no espaço e suas relações com outras pessoas. Ela é uma atividade complementar que ajuda no desenvolvimento da psicomotricidade, fundamental na primeira infância (Fux, 1983).

Cabe agora a conscientização dos professores de educação física implantarem essa rica atividade em suas aulas, explorando a dança como fator educacional e artístico, para a promoção do desenvolvimento psíquico e motor dos pré-escolares. Assim com esse recurso a criança poderá ser educada com as demais disciplinas escolares promovendo uma nova forma de vida, agregando valores e conhecimentos.

Diante destes fatos, surge a questão: Os professores de Educação física têm conhecimento da importância da prática de atividades rítmicas para o desenvolvimento psicomotor em crianças do ensino infantil? Eles aplicam em suas aulas?

O objetivo deste estudo é identificar a importância das atividades rítmicas e expressivas nas aulas de educação física e na promoção da psicomotricidade infantil.

Este trabalho pode trazer uma significativa contribuição para a área de Educação Física Escolar, especialmente para aqueles profissionais que trabalham com crianças, e que possa servir como estímulo para que outros profissionais olhem com mais atenção e cuidado para esta faixa etária que são carentes de amor e profissionalismo.

METODOLOGIA

Foi realizada uma pesquisa qualitativa, onde foram coletados dados através de questionários contendo dez questões abertas e fechadas sobre os conteúdos de atividades rítmicas e expressivas no desenvolvimento psicomotor das crianças do Ensino Infantil e fundamental. O questionário foi aplicado a 42 professores de Educação física que ministram aulas para crianças de escolas públicas e privadas da zona Leste de São Paulo.

Os questionários foram aplicados nos meses de março e abril de 2010, contato direto com os Professores de Educação Física dentro ou fora do ambiente Escolar, visando à disponibilidade de tempo para o preenchimento do questionário, e conceitos de consentimento livre e esclarecido, ao qual, todos foram submetidos.

RESULTADOS

A aplicação desse questionário ocorreu pequenas dificuldades, uma vez que nem todas as Escolas liberavam a entrada para as pesquisadoras, em sua grande maioria eram particulares, problemas internos em outras escolas como, a falta de profissionais da área, organização da secretaria, ou seja, dificuldade de atendimento, e falta de tempo para os professores responderem.

Muitos dos entrevistados não atuam em escolas, mas contribuíram com seus conhecimentos para as divergências e corroboração de opiniões. A formação destes profissionais, em sua maioria estão entre os anos 2000 a 2009 com um total de 28 professores, oito professores na década de 90, cinco professores e na década de 80 e somente um na fase de graduação, que trabalha como estagiário em uma escola do ensino infantil e médio. Dentre eles nove professores área de pedagogia que ministram as aulas de Educação Física nas EMEI`S. De todos os entrevistados, 17 já fizeram uma ou mais especialização, contra 25 que não cursaram ou que estão no processo de especialização, entre eles, 6 são do curso de pós-graduação em Educação Física Escolar.

Dentre os pesquisados, vinte e um professores trabalham em escolas públicas, treze em particulares e oito não trabalham atualmente, mas já tiveram experiência na área escolar, dados esses que não interferem na pesquisa, apenas contribuem para maior divergência de opiniões. Alguns professores trabalham em duas ou mais escolas públicas e/ ou particulares.

Quais dessas atividades são abordadas em suas aulas?
Gráfico 1: Quais dessas atividades são abordadas em suas aulas?

No gráfico, os profissionais poderiam assinalar quantas opções desejassem, nesse caso a recreação com trinta e três marcações mostra – se, imprescindível para o público infantil, não estando muito à frente da dança e atividades rítmicas com vinte e sete marcações, uma vez que a dança também está sempre muito presente na recreação. Em seguida futebol e vôlei com vinte e sete, handebol com vinte e quatro, basquete com vinte e três, ginástica com vinte e um e por último, artes marciais com apenas treze marcações.

Na questão, “ Você aborda a dança/atividades rítmicas e expressivas em suas aulas? ” Os dados foram positivos, uma vez que trinta profissionais disseram aplicar atividades rítmicas e expressivas em suas aulas contra oito profissionais que não ministram essa modalidade, e quatro profissionais não responderam por não estarem atuando no momento.

Na questão: “Sente dificuldade em ministrar aulas de dança/atividades rítmicas expressivas? ” A maioria dissera sentir muitas dificuldades. Os professores que responderam “não” a essa questão, foi que a vivência na infância e adolescência ajudou a obter um bom repertório motor, outro argumento foi que a professora ministra aula específica de atividades rítmicas expressivas, ou seja, os alunos já vão preparados para a aula e é feita de maneira espontânea e prazerosa.

Já as dificuldades que os professores têm em ministrar essas aulas, foi citado a não aceitação dos alunos, alguns deles só querem saber de futebol, já alguns meninos sentem dificuldade para executar essa modalidade, tornando-se ainda mais difícil essa aceitação, outro professor aplica atividades rítmica expressivas apenas nas cantigas de roda ou outras atividades recreativas, a falta de espaço também é um problema citado por um profissional, outra citação foi que as atividades rítmicas só foram introduzidas a partir da 5ª série, ou seja, não obteve boa aceitação por parte dos alunos, há também uma precária formação acadêmica, falta de experiência motora, falta de vivências e práticas da modalidade, falta de domínio, timidez, desconhecimento do conteúdo, encontra-se poucos cursos sobre o assunto, e a escola oferece essa modalidade fora da grade curricular, todos esses foram os argumentos citados na pesquisa para os profissionais que sentem alguma dificuldade. No entanto, essa questão não houve diferença significativa entre as opções, vinte e três pessoas disseram sentir dificuldade, contra quinze que disseram não sentir dificuldade, outros quatro profissionais não responderam essa questão por não estarem atuando no momento.

Quais atividades você desenvolveu desde sua infância?
Gráfico 2: Quais atividades você desenvolveu desde sua infância?

A intenção dessa questão é saber as vivências e a prática em danças e atividades rítmicas dos professores, se há alguma contribuição da infância ou adolescência para que eles ministrem essa modalidade, com repostas múltiplas deveriam assinalar quantas opções desejassem. De acordo com o gráfico quatorze participantes nunca tiveram experiências com a dança, já as mais vivenciadas foram as danças regionais ou folclóricas com treze participantes, em seguida com onze marcações cada, ficaram a dança de salão e o axé ou samba, as danças circulares com dez marcações, logo em seguida, oito professores citaram já terem feito ballet ou jazz e sete já terem feito dança de rua ou hip hop, seis para a dança contemporânea, e por último com uma marcação cada, as modalidades de sapateado e dança do ventre. Entre os professores que disseram já terem praticado jazz, ballet, dança circular, e até aqueles professores que citaram múltiplos ritmos de dança, todos esses foram os que tiveram mais facilidade em responder o questionário com respostas positivas. Outros professores que responderam terem um repertório na infância não aplicam atividades rítmicas por não terem conhecimento da modalidade para a aplicabilidade nas aulas, ou seja, o professor tem um acervo motor, porém, faltou a didática de ensino dessa modalidade. Outros professores alegam que começaram tarde a aprender a dançar, isso é o caso dos que citaram dança de salão e dança do ventre. Outros professores simplesmente não têm acervo motor, nunca dançou, não tem interesse em começar, outros até têm, mas não tem tempo para praticar, e todos são unânimes em afirmar que as práticas de atividades rítmicas e expressivas são de extrema importância para as crianças, principalmente quando começa no ensino infantil.

O que acha da dança de um modo geral?
Gráfico 3: O que acha da dança de um modo geral?

Na questão onde o profissional deve dar seu parecer sobre a dança de um modo geral e comentar em seguida, teve um aspecto positivo onde vinte e três professores disseram gostar da modalidade, oito que ensinariam se soubessem o básico, onze que apreciam, mas não sabem dançar nem ensinar, seis apreciam, mas não dão em aula, e apenas duas pessoas não gostam. Lembrando que alguns professores assinaram mais de uma alternativa.

Já os argumentos citados foram bem diversificados, alguns professores citaram a falta de capacidade, outros ensinam porque é importante e não por gostarem da modalidade, outros abordam apenas na recreação, um outro profissional disse por saber o básico as aulas ficam cansadas e repetitivas, porém, surgiram comentários positivos como por exemplo: “Tenho vontade de aprender”; “Adoro dança e já ganhei dinheiro trabalhando com isso”; “A dança é algo popular no país, tornando-se fácil sua aceitação”; “Se é abordado no ensino infantil, facilita a aprendizagem no ensino médio”. A professora que citou esse último argumento trabalha com a turma do infantil e os acompanha até o ensino médio, facilitando o progresso dessa e outras modalidades. Vale ressaltar que cada um dos profissionais apesar de serem da mesma área de pesquisa, veem de realidades e contextos socioculturais diferentes, que podem influenciar positiva ou negativamente.

Na questão: “O que entende sobre psicomotricidade? É importante na Educação infantil? ” Os professores dizem, que a psicomotricidade trabalha com o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo, outros dizem que trabalha com o desenvolvimento dos movimentos básicos através de aulas lúdicas e criativas, poucos professores disseram na íntegra o que é psicomotricidade, apenas um citou em formas técnicas, outros citavam o básico da psicomotricidade, mas foram unânimes sobre esse conceito geral (psicologia e motricidade).

No que diz respeito a sua importância na Educação Infantil, os professores dizem que proporcionam melhor aprendizagem, desenvolvimento motor, conhecimento corporal e espacial, facilita a alfabetização, conhecimentos de suas habilidades e capacidades. Alguns dizem que é o período mais importante para se trabalhar com a psicomotricidade, é parte do processo de ensino aprendizagem. Na educação infantil é de suma importância as habilidades básicas da motricidade, trabalhando em conjunto os aspectos sociais e emocionais da criança, quando há essa base bem definida o desenvolvimento se torna mais eficaz.

Já na última questão: “Qual a influência da dança/atividades rítmicas expressivas na psicomotricidade infantil? ” Todos os professores concordam que é muito importante esse trabalho na Educação Infantil, alguns dizem que favorece a consciência e controle corporal, sociabilização, desenvolvimento motor, outros dizem que facilita alfabetização corporal, conhecimentos de suas habilidades e capacidades. Um professor diz que é possível detectar problemas de aprendizado através da mesma. Tendo em mente os conceitos básicos da questão anterior, é possível aplicá-las as aulas de atividades rítmicas e expressivas com uma outra visão e não somente aplicar uma dança ou expressão corporal porque acha importante, o professor deve ver não só essa modalidade, mas todas as brincadeiras, jogos e práticas corporais envolvendo corpo, mente e afetividade.

DISCUSSÃO

Na Idade pré-escolar (3 à 6 anos) também conhecido como 1ª infância, é o momento no qual a criança passa a interagir com o ambiente começando a desenvolver sua capacidade de empatia. Até então o agir da criança é baseado apenas naquilo que está de acordo com sua perspectiva. É nessa idade que a criança descobre regras e estratégias mais gerais e abstratas que lhe são úteis na interação com os diferentes ambientes (BEE,1996). Na escolinha a criança tem oportunidade de ampliar seu desenvolvimento de habilidades básicas (andar, correr, saltar, girar, etc.), aprende à sua maneira, um novo convívio social com crianças da sua mesma idade e com essa socialização a criança adquire independência, adaptabilidade e rendimento intelectual, favorecendo estudos na 2ª infância (FERREIRA, 1986).

As crianças têm alto poder de imaginação e abstração, leva a imitação de ações e palavras, com pouca preocupação pela precisão ou pela sequência lógica dos eventos, aprende o real ao “pé da letra”, são curiosas e tem necessidade e interesses em explorar objetos e ambientes novos, colecionar, perguntar, aprendem depressa e desejam exibir suas conquistas. A coordenação motora nessa fase é muito distinta variando conforme as idades, é fundamental que a criança desenvolva habilidades básicas para que futuramente ela possa executar movimentos com precisão e facilitar a aprendizagem de habilidades específicas (BORGES, 1994).

A infância é uma das fases da vida onde ocorrem as maiores modificações físicas e psicológicas. Essas mudanças caracterizam o crescimento (aumento da estrutura do corpo causado pela multiplicação ou aumento das células) e alterações no nível de funcionamento de um indivíduo ao longo do tempo, mais os fatores biológicos e mecânicos que influenciam o movimento chamado de desenvolvimento motor. A qualidade no desempenho motor depende da precisão das percepções de um indivíduo e de sua habilidade em interpretar essas percepções em uma série de atos motores coordenados (GALLAHUE E OZMUN, 2005).

Segundo Dr. Le Boulch (1992), a criança deve vivenciar na sua fase pré-escolar e escolar, uma série de atividades e experiências a fim de permitir-lhe viver e organizar melhor sua “imagem corporal”, núcleo central da personalidade e ponto de partida na sua organização prática e gnóstica. O mundo é unânime em afirmar que o exercício físico é necessário para o desenvolvimento mental, corporal e emocional do ser humano e em especial da criança, pois estimula a respiração, a circulação, o aparelho excretor, fortalece os ossos, músculos e aumenta a capacidade física (MÜTSCHELE, 1996).

O estudo do desenvolvimento psicomotor só progrediu na década de 1980, ocupou seu lugar como área legítima da pesquisa científica nos campos da cinesiologia e da psicologia desenvolvimentista. Atualmente estudiosos reconhecem que as exigências físicas e motoras específicas de uma tarefa motora interagem com o indivíduo (GALLAHUE E OZMUN, 2005). A partir dos 6 anos temos alguns progressos motores. A força física tem um papel preponderante, a criança brinca com objetos que envolva sua capacidade muscular, seus membros superiores e inferiores já estão preparados para suportar pesos. Sua coordenação já está desenvolvida, mas seu pensamento ainda é concreto, seu raciocínio e sua compreensão ficam no limite desse concreto (MÜTSCHELE, 1996).

Segundo Piaget, o desenvolvimento da inteligência infantil se dá em quatro estágios essenciais: autismo puro do nascimento até 2 ou 3 anos, egocentrismo dos 3 aos 7/8 anos, começo da sociabilização de 8 a 10 anos e sociabilização cada vez maior depois dos 11 anos.

Entretanto, mediante essa pesquisa podemos considerar que os professores acreditam na importância da dança e das atividades rítmicas expressivas para o desenvolvimento dos alunos. São unânimes também em afirmar que as vivências motoras para os formadores de opiniões são essenciais para essas aulas, porém, nada adianta se o grupo tiver preconceito, dificuldades ou simplesmente não querem praticar essa modalidade, nesse caso é preciso uma abordagem lenta, incluindo aos poucos nas aulas de Educação Física, sem impor nem obrigar as crianças para essa atividade.

As escolas da Prefeitura de São Paulo (EMEI´S) não têm professores de Educação Física para essa faixa etária, o que resultou na falta de conhecimento específico, pois quem ministra as aulas são os próprios pedagogos, por isso, a dificuldade em ministrar aulas de dança/atividades rítmicas expressivas. Alguns desses professores desenvolvem seu trabalho através de aulas lúdicas, criativas e prazerosas, pois acreditam na importância do desenvolvimento motor, suas habilidades e capacidades. Já as escolas do Estado de São Paulo (Escolas Estaduais) e Escolas Particulares, existem professores atuando nessa faixa etária e desenvolvem seu trabalho com aulas de dança/atividades rítmicas expressivas, onde visam o desenvolvimento em seus aspectos motor, afetivo e cognitivo, e estão conscientes na sua importância. Mesmos os professores que tem pouca noção sobre psicomotricidade, acreditam na importância, no caso de algum aluno com dificuldades a aprendizagem/desenvolvimento motor, poderá trabalhar de forma mais eficiente com o aluno, sem prejudicá-lo ou expor o mesmo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mediante essa pesquisa podemos considerar que os professores acreditam na importância da dança e das atividades rítmicas expressivas para o desenvolvimento dos alunos nas aulas de educação física, na maioria das respostas dos 42 professores entrevistados disseram que a psicomotricidade favorece a consciência, controle corporal, sociabilização, desenvolvimento motor, conhecimento de suas habilidades e capacidades e ainda é possível detectar problemas de aprendizado através da prática, muitos professores não têm conhecimento sobre a dança e a psicomotricidade, mas todos são unânimes em demonstrar a importância da mesma. Além de estar no cronograma dos PCNs nem todos os professores fornecem aulas de atividades rítmicas e expressivas, e ao fazer a pesquisa, nem todas as escolas tinham professores habilitados em Educação Física, muitos eram da Pedagogia e/ou Magistério. O grande número de pesquisas bibliográficas realizadas contribuiu, positivamente para o andamento deste estudo, sobretudo o avanço do conhecimento cientifico da faixa-etária e a pesquisa de campo com os profissionais da área da Educação Física e como estes poderiam argumentar sobre suas aulas. Este trabalho pôde trazer uma significativa contribuição para a área de Educação Física Escolar, especialmente para aqueles profissionais que trabalham com crianças, e até servir como estímulo para outros profissionais se atentarem a dança como precursora da psicomotricidade que engloba desenvolvimento motor, cognição e afetividade e olhem com mais atenção e cuidado para esta faixa etária que são carentes de amor e profissionalismo. As instituições de formação profissional deveriam investir mais no assunto, e os professores se aprofundarem nessa modalidade para aplicar em suas aulas em prol do crescimento e desenvolvimento infantil.

REFERÊNCIAS

BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. 7.ed. tradução Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artmed, 1996.

BORGES, Teresa Maria Machado. A criança em idade pré-escolar. São Paulo: Ática, 1994. cap. 12.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação Física. Brasília: MEC, 1998.

FUX, Maria. Dança, Experiência de vida 3. Ed. São Paulo: Summus, 1983

COSTE, Jean Claude. A Psicomotricidade. 4. ed. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992.

FERREIRA, Idalina Ladeira; CALDAS, Sarah P. Souza. Atividades na pré-escola. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 1986. p. 3 – 8.

GALLAHUE, David L.; OZMUN, John C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2005.

GALHAHUE, D. E DONNELLY, F. Educação Física Desenvolvimentista para todas as Crianças. 4.ed. São Paulo: Phorte, 2008.

LE BOULCH, Jean. O Desenvolvimento Psicomotor: do nascimento até 6 anos. Tradução Ana Guardiola Brizolara. 7. Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

LOUREIRO, Mário Aurélio. Programa de benefícios em medicamentos e saúde. Disponível em: <www.medicineservice.com.br> Acesso em: 02.set.3006.

MEUR, A. De, STAES, L. Psicomotricidade: Educação e reeducação. São Paulo: Manole, 1991.

MOLLINARI, Ângela Maria da Paz; SENS, Solange Mari. A Educação Física e sua Relação com a Psicomotricidade. Revista PEC, Curitiba, v.3, n.1, p.85-93, jul. 2002-jul. 2003.

MOLONEY, Kathleen. A alimentação correta para seus filhos, um guia prático para seus pais. Tradução Maria Beatriz Montura. São Paulo: Maltise, 1992. 72.54-72

MÜTSCHELE, Marly Santos. Como desenvolver a psicomotricidade? 2. ed. São Paulo: Loyola, 1996.

NANNI, Dionísia. Dança Educação – Princípios, Métodos e Técnicas. Rio de Janeiro: Sprint, 1995.

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ORNELLAS, Alfredo; ORNELLAS, Lieselotte Hoesch. Alimentação da criança. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 1983. p. 165 – 213; 351 – 361.

PAPALIA, Diane E; OLDS, Sally W. Desenvolvimento Humano. Trad Daniel Bueno 7.ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000

PEASE, Allan; PEASE, Barbara. Desvendando os segredos da Linguagem Corporal. Tradução Pedro Jorgensen Junior. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.

SCHINCA, Marta. Psicomotricidade, ritmo e expressão corporal: exercícios práticos. Tradução Elaine Cristina Alcaide. São Paulo: Manole, 1991

TANSLEY, A.E. Educação Motora. Trad. Andréia Guimarães dos Santos. Rio de Janeiro: Enelivros, 1993

[1] Universidade Gama Filho.

[2] Universidade Gama Filho.

[3] Universidade Gama Filho.

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