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Qual é o perfil de um pesquisador científico? Como posso ser reconhecido como um pesquisador de sucesso? – Aula cinco

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O que faz com que um pesquisador seja reconhecido como bom?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje continuaremos as nossas discussões sobre os aspectos que fazem com que um pesquisador seja reconhecido como bom. Ao longo desta série, temos chamado a sua atenção para alguns pontos que consideramos cruciais para que nos tornemos referências naquilo que fazemos. Dentre eles, temos a capacidade de acreditar em nosso potencial, agir de forma humilde e resiliente e sabermos como fazer boas perguntas. Todos esses aspectos integram um grande conjunto de práticas diárias que devemos depreender a fim de que cheguemos a esse sucesso. Diante desse cenário, iremos discutir sobre um outro ponto que está muito atrelado a todos esses aspectos sobre os quais já conversamos ao longo dessa série. Estamos nos referindo às estratégias que fazem com que um sujeito tenha a postura de um pesquisador científico. Assim sendo, hoje, iremos apresentar esses elementos.

Por que as pessoas têm dúvidas quanto ao ser um pesquisador de sucesso?

Por que as pessoas têm dúvidas quanto ao ser um pesquisador de sucesso?Essa foi uma das questões recentes mais pontuadas por aqueles que nos acompanham: o que faz com que o pesquisador seja reconhecido como bom, isto é, que tenha o perfil de pesquisador. Assim sendo, frequentemente, nós somos questionados acerca dos requisitos que fazem com que um pesquisador chegue a esse sucesso almejado. Temos percebido que muitas pessoas acabam se cobrando de forma excessiva, e, com isso, acabam dispensando uma atenção exagerada para critérios e cobranças que não valem tanto a pena. Eles não são tão essenciais no sentido de que, na prática, não fazem com que você desenvolva a pesquisa de forma profunda. Entendemos que esses requisitos que estamos apresentando ao longo dessa série são muito mais fundamentais. Além disso, esses aspectos dizem muito mais a respeito aos aspectos comportamentais do que ao assunto propriamente dito que você está investigando.

Conhecendo o perfil de um pesquisador científico

Conhecendo o perfil de um pesquisador científicoDiferentemente de nossos últimos posts, hoje iremos nos concentrar um pouco mais nos aspectos próprios à pesquisa científica que podem impulsionar a sua carreira ao sucesso. Todavia, assim com os demais aspectos que apresentamos, essas estratégias que iremos apresentar hoje também estão interligadas aos aspectos comportamentais. Essa pauta é importante pois temos percebido que as pessoas que pretendem ingressar em um programa de pós-graduação ou que já se encontram nele vivenciam um grande medo que gera pânico: o medo de produzir. Acreditam que os seus trabalhos não serão aceitos, que não irão contribuir e que não há nada de novo a acrescentar. Porém, há aquelas pessoas que pensam o contrário: que são detentoras de todo o conhecimento, logo, de uma verdade absoluta. Pregam que esse conhecimento precisa ser repassado de forma absoluta para as outras pessoas.

A polarização em visões de pesquisa diferentes

As pessoas que não acreditam em seu potencial e aquelas que se acham detentoras de toda a verdade integram um polo muito oposto. Não podemos recair na ideia de que nós sabemos tudo e nem na ideia de que tudo o que sabemos é insuficiente e que não serve. Os dois extremos são perigosos. Isso é de suma importância e tem tudo a ver com algo essencial à maturidade acadêmica: a experiência com a pesquisa. É a experiência que faz com que alcancemos todos os objetivos que estamos pontuando que podem lhe conduzir ao sucesso. Por mais que sempre estejamos estudando, aprendendo e conhecendo, sempre haverá algo novo a ser descoberto. A partir do momento que alcançamos uma certa idade, evoluindo enquanto pessoa, acabamos percebendo que há muito o que ser aprendido ainda. Quanto mais sabemos, mais dispostos precisamos estar para que aprendamos novas coisas.

Esteja sempre aberto ao novo

Esteja sempre aberto ao novoÉ muito importante que sempre estejamos dispostos a aprender novas coisas, pois, com isso, a nossa capacidade de raciocínio irá aumentar de uma forma muito mais significativa. As sinapses serão construídas de uma forma muito mais rápida, de modo que a nossa capacidade de enxergar o mundo será muito mais ampla. Com isso, tornamos mais aptos a reconhecermos que nem sempre estaremos certos em todos os pontos. É a partir dessa lógica que iremos pensar nas estratégias que fazem com que um pesquisador seja bom. A experiência é um poderoso instrumento, porque, ao deparar-se com fenômenos, problemas e situações, ela fará com que você os solucione de uma forma muito mais leve. Além disso, essas experiências do dia a dia fazem com que aprendamos a ser um pouco mais cautelosos com as nossas falas. Permita-se a isso. A partir do momento que você acessou esse post, já começou a sua trajetória evolutiva.

Permita-se mudar

Permita-se mudarNão somos os mesmos de ontem e, amanhã, não seremos os mesmos de hoje. Logo, o seu universo será mais expandido à medida em que você se permitir passar por esse processo de transformação, tão necessário, para que evolua e ganhe maturidade, não apenas na academia, mas em todas as esferas da vida humana. Assim, o seu universo intelectual, irá progredir caso deixe esse novo processo agir em sua vida. É preciso aprender a transformar essas técnicas de pesquisa cautelosas em ações que irão garantir que você seja um bom pesquisador. Este elemento essencial, sobre o qual iremos conversar, deve agir em todas as esferas da sua vida. Estamos nos referindo à profundidade no âmbito acadêmico. Isto é, no processo de pesquisa, é de suma importância que adotemos um caminho a ser percorrido, uma linha de raciocínio conceitual que deve ficar clara ao leitor.

A profundidade de pensamento

A fim de que cheguemos a essa tão necessária profundidade, é preciso que nos atentemos a alguns aspectos. A primeira coisa que você deve saber é que todo bom pesquisador faz uso da terceira pessoa para garantir que o seu texto é imparcial. Assim, é preciso que você olhe para o seu objeto por meio desse distanciamento, empregando a terceira pessoa. Não podemos incorporar as nossas percepções a partir de uma linguagem pessoal (primeira pessoa, por exemplo). Pensemos em um exemplo: suponhamos que você esteja em um embate (discussão). Se naquele momento você estiver muito nervoso e brigando sem fundamentos, você não conseguirá assegurar a veracidade dos fatos que está defendendo, e, desse modo, não terá credibilidade. Assim, você não conseguirá agir da melhor forma possível. Por outro lado, se você analisar outra pessoa nessa mesma situação, conseguirá argumentar de uma forma melhor.

A importância do distanciamento na pesquisa

Quando olhamos para um fenômeno como um terceiro, deixamos de ser a pessoa que sente para ser a pessoa que analisa a situação. É muito mais fácil de opinar quando a situação ocorre com o outro, uma vez que estamos menos inflamados. O mesmo ocorre com a pesquisa científica. Para o exercício ser executado de uma melhor forma, aplique primeiro em uma situação de sua vida e depois na pesquisa. Olhando para esse objeto a partir de uma terceira pessoa, você irá começar a traçar uma linha de raciocínio. A partir do momento que você começa a trabalhar dessa forma, você estará executando aquilo que chamamos de distanciamento. As ações a partir daqui serão muito mais efetivas, já que há esse deslocamento que permite a imparcialidade, atribuindo credibilidade a sua discussão, já que ela é menos emocional e mais racional, logo, científica. Com isso, produz-se resultados científicos.

Escolhendo uma linha de raciocínio

Feito esse exercício do distanciamento, você irá, agora, escolher uma linha de pensamento com a qual irá trabalhar. Suponhamos que você tenha como objetivo discutir sobre a gestão de pessoas, especificamente sobre a avaliação. Em primeiro lugar, você precisará ter um tipo de avaliação com a qual irá trabalhar, saber quais são os autores atuais que têm discorrido sobre esta temática, qual a origem dessa avaliação e qual a ótica que tem sustentado a sua linha de raciocínio sobre a avaliação. Ela pode advir de áreas diversas, como da administração, da psicologia, da psicanálise e de muitas outras. Deve ficar muito claro o que você está pretendendo com essa avaliação e onde deseja chegar. Na pesquisa científica, a fim de que qualquer assunto possa ser investigado e explorado, é preciso partir de uma linha específica. Por esse motivo, é muito importante que você a detalhe.

Deixe claro a linha de pesquisa que está seguindo

Deixe claro a linha de pesquisa que está seguindoPara que o leitor saiba exatamente de onde você está partindo, é preciso mencionar a corrente teórica que está alicerçando o estudo. Por exemplo, ao mencionar que se trata de uma análise semiótica, deve ficar muito claro ao leitor de que tipo de análise semiótica o estudo está partindo. São muitos os autores que integram uma linha de pesquisa e, por esse motivo, é importante mencioná-lo. O mesmo vale para um estudo sobre a sociedade. Dentre as possibilidades, temos um autor célebre, que é Bourdieu, porém, há outras perspectivas. A partir do momento que você menciona essa corrente, toda a sua discussão deve seguir a esta linha de raciocínio específica. Se você optar por uma análise a partir da psicologia cognitiva, é preciso que você demonstre o ponto de vista que está sustentando a sua análise. Esta é uma forma de demonstrar cuidado e respeito com o leitor, os pesquisadores e com a sociedade em geral.

O cuidado consigo mesmo na pesquisa

Deixar clara a linha de pesquisa com a qual está trabalhando é uma forma de demonstrar respeito, também, consigo mesmo. É uma forma, portanto, de se preservar enquanto pesquisador. Esse cuidado é muito necessário porque um pesquisador, ao ter contato com o seu material, poderá refutá-lo a partir do seu próprio ponto de vista. Quando desenvolvemos um trabalho que leva em consideração todos esses pressupostos aqui apresentados, conseguimos nos defender de qualquer argumentação contrária aos nossos estudos. A partir do momento que você menciona a abordagem que está norteando o seu estudo, o leitor não poderá questionar a falta de autores que não integram essa linha de raciocínio adotada. As pessoas podem lhe propor outros tipos de análise, porém, se você mencionar de onde está partindo, conseguirá refutar essa argumentação contrária ao seu estudo.

Como lidar com as refutações?

Quando reiteramos que é importante que aprendamos a nos defender, não estamos incentivando brigas. Cada um pode ter o seu ponto de vista, mas há argumentos que cabem e que não cabem em uma contestação. Você irá demonstrar que a sua análise está partindo de um ponto de vista específico. Os pesquisadores podem adotar pontos de vista diversos para os seus estudos, mas é preciso que nos atenhamos a linha de raciocínio por eles escolhidas. A dica que damos é: escolha uma linha de pesquisa específica com a qual irá trabalhar, mencione e construa o seu texto a partir dessa perspectiva específica. O caminho escolhido deve ser seguido do início ao fim, por mais difícil que possa aparentar ser. Com isso, é preciso que entendamos um pouco mais sobre um texto científico em construção. À medida que construímos uma produção e seguimos uma linha de raciocínio, algumas implicações devem ser consideradas.

O transcurso de uma pesquisa científica

Ao desenvolvermos uma pesquisa científica é muito comum que as coisas mudem durante o processo de construção. As leituras que fazemos são as principais responsáveis por fazerem com que consideramos coisas que ao menos haviam sido cogitadas de início. É essa a mágica da pesquisa. Nesse percurso, cada hora poderemos ter que lidar com uma novidade diferente, seja ela positiva ou negativa. Assim sendo, você precisará ponderar o que é interessante para esse estudo e o que não cabe agora e pode ser utilizado em um momento mais oportuno. Com isso, passamos a traçar novos caminhos de pesquisa dentro de um caminho previamente delimitado.

Todavia, é preciso tomar muito cuidado com isso, porque adotar novos caminhos pode não ser nada efetivo e, além disso, pode comprometer a exequibilidade do seu estudo. Trace uma linha de pesquisa com a qual irá trabalhar e aprofunde-se nela e em seus autores, teorias e conceitos. Tome muito cuidado para que esses conceitos e teorias a serem explorados sejam detalhados da melhor forma e para que estejam, de fato, ligados à ótica que está guiando o seu estudo. As pessoas que terão contato com o seu texto devem estar cientes acerca da perspectiva teórica que está norteando e conduzindo o seu estudo. Argumente com profundidade para que o seu texto tenha credibilidade e sustância.

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