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Por que existem diferentes normas? Como surgiram as normas?

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Em nosso post de hoje iremos esclarecer a você quais são os motivos que fazem com que as normas sejam tão importantes para os trabalhos científicos. As normas sempre suscitam uma série de dúvidas, pois, além dos órgãos que estabelecem essas regras em todo o mundo, as instituições e revistas também podem personalizar as suas próprias normas.

Pensemos em quais são essas normas, nos porquês que justificam a sua existência e nos cuidados que devemos tomar ao colocarmos em prática tais normas em nossos trabalhos. Se você está iniciando a sua jornada acadêmica nesse momento e se sente perdido, este post é para você. Diante desse cenário, acreditamos que é muito importante que iniciemos a nossa conversa de hoje refletindo sobre o contexto que suscitou a criação dessas normas.

Contextualização histórica

Antigamente, por volta dos séculos XVIII e XIX, não haviam normas, uma vez que a pesquisa científica era uma atividade limitada às pessoas específicas da elite. A ciência produzida dentro das universidades era muito escassa, pois, além de serem poucos os cientistas, também eram poucos os recursos para tanto.

Contextualização histórica

Além disso, durante muito tempo, as universidades eram ligadas apenas à ciência da Teologia.

Assim sendo, se você se deparar com os materiais de teólogos e mesmo de filósofos, sobretudo dos mais antigos, irá notar que eles possuem uma inclinação diferente.

Os filósofos e teólogos até o início do século XX eram os principais responsáveis pela movimentação da ciência. Nesse sentido, todos os pensadores e críticos da época estavam fortemente envolvidos com o campo da Teologia. A maior parte das instituições estava preocupada com esse tipo de ciência.

As escolas confessionais

As escolas que produziam ciência naquela época eram denominadas de confessionais. É por esse motivo que as discussões se concentravam nos assuntos que perpassavam pela teologia e pela filosofia, o que tornava a ciência, que já era escassa, bastante restrita à elite, sobretudo à elite que fazia parte dessas escolas confessionais.

Santo Agostinho e Maquiavel são alguns dos filósofos desse período bastante reconhecidos. Nesse sentido, quando analisamos a forma como esses filósofos escreviam naquela época, percebemos que é muito diferente da forma como produzimos ciência hoje.

Diante desse cenário, é de suma importância que reflitamos sobre como a ciência era construída naquela época para que entendamos a construção da ciência de hoje. Haviam poucas instituições e uma população de um país inteiro que, no geral, não tinham acesso a essas instituições e ao próprio conhecimento.

A falta de acesso ao conhecimento

Haviam naquela época uma ou duas universidades para atender toda a população do país. Assim sendo, a população, quase que integral, não tinha acesso à educação superior. Eram pessoas muito específicas que conseguiam fazer parte dessa elite e, com isso, ocupar tais espaços, que pertenciam à elite.

A falta de acesso ao conhecimento

Eram indivíduos muito ricos e provenientes de famílias com uma boa reputação, fortemente envolvidas com as atividades intelectuais, que tinham acesso a essas instituições. Até o século XX, era necessário, inclusive, o celibato para o exercício da ciência.

Assim sendo, durante a sua formação superior, de maneira oficial, não podiam ter quaisquer relacionamentos amorosos. Não poderiam casar e constituir uma família porque a eles era imposta a dedicação integral à instituição. O único interesse da pessoa nesse momento deveria ser os estudos. Posto isso, pensemos um pouco sobre as atividades ali desenvolvidas.

O exercício da reflexão e da capacidade crítica

Algo que precisamos observar sobre as atividades intelectuais ali desempenhadas é que havia uma cobrança pelo fortalecimento da capacidade de reflexão e crítica. Entretanto, embora isso não tenha mudado, a ciência era construída de uma outra forma, pois não haviam certos tipos de preocupações que a academia de hoje se atém.

Haviam poucas pessoas que poderiam produzir ciência, logo, todos se conheciam e interagiam entre si, por meio, por exemplo, de cartas. Nessas cartas, compartilhava-se os resultados de pesquisas diversas, sendo esta a forma de divulgação da ciência na época. Algumas academias eram fortemente influenciadas por esta tendência de troca de informações por meio de cartas, como é o caso da alemã e da francesa.

O exercício da reflexão e da capacidade crítica

Assim, se pararmos para analisar como essas informações eram reunidas, perceberemos que toda a interação que ocorria entre os membros de diversas academias, mas principalmente da francesa, alemã e americana, se dava porque se interessavam por autores e temas em comum.

Foi através da troca de cartas que esse canal de comunicação surgiu, por meio do qual podiam discutir sobre os mais diversos autores e trocar ideias.

Os autores que perpassam por diversos campos

Esta é uma tendência comum até mesmo na academia contemporânea, mas, naquela época, a interação entre os membros da academia se dava por meio das discussões sobre os autores que perpassavam pelos diversos campos do saber, como a filosofia.

O interessante nesse processo é que os comentários de um autor sobre diversos outros em um dado texto suscitam novos debates em virtude desse intercâmbio de um único autor com muitos outros.

Todo o processo de construção do conhecimento tomava como base as ideias de outros autores, as quais eram comentadas e criticadas nos textos de outros. Naquela época, não haviam muitos autores, o que impulsionava ainda mais essa conexão entre membros de diversas academias.

Discutiam sobre os pontos identificados nas obras de autores canônicos e que ainda o são até mesmo hoje em dia. E, essa tendência somente começou a ser modificada muito recentemente.

O aumento na produção de informações

Embora seja muito comum ainda hoje recorrer aos autores canônicos para tecer uma dada discussão, desde a segunda metade do século XX, temos sido abastecidos a cada dia com uma quantidade imensa de novas informações.

Com a chegada da internet nas casas das mais diversas pessoas, bem como o acesso facilitado, temos contato com muitas informações a cada dia, de modo que ficou cada vez mais difícil saber o que tem sido produzido em todos os lugares.

A expansão do ensino superior, no nível da graduação e depois da pós-graduação, intensificou ainda mais o fluxo de produção de materiais científicos. É essa expansão que motivou a criação das normas, como iremos explicar mais adiante.

As instituições começaram a ser expandidas no início do século XX. Com muitas pessoas pesquisando em diversos locais do mundo, a ciência se tornou cada vez mais aberta, surgindo, com isso, um problema.

A falta de intercâmbio entre os pesquisadores

Como passou-se a produzir um volume intenso de materiais, não era mais possível manter contato com todos os pesquisadores. Em virtude disso, tornou-se difícil compreender quais as escolhas estavam motivando a produção de materiais de uma forma específica.

Essa preocupação atingiu todas as áreas, especialmente a da saúde, uma vez que é a mais fluida, isto é, há um volume diário de novos materiais sobre achados na saúde que é muito intenso.

Muitos passaram a se intrigar sobre o “como” os materiais estavam sendo feitos. Tomemos como exemplo as vacinas. Muitos passaram a se indagar sobre como uma vacina era feita, quais testes eram feitos, como a sua eficácia era comprovada e qual era a população associada ao estudo.

Ao longo da condução desses estudos, percebia-se que havia uma série de lacunas deixadas pelas pesquisas e que precisariam ser sanadas por outros estudos, porém, era necessária a sua divulgação.

A substituição de uma tendência milenar

Em virtude do aumento do fluxo de produção, os autores não conseguiam mais debater por meio de cartas, uma vez que o método se tornou inviável. Essas cartas serviam como base para a criação e consolidação de uma teoria, contudo, era um processo lento, o que hoje não mais se sustenta, visto que a sociedade demanda e exige informações rápidas e que possam sanar os seus problemas momentâneos.

Com a expansão em massa das universidades e, com isso, da própria ciência, essas pesquisas precisavam ser compartilhadas e, além disso, havia-se a necessidade de um rigor científico em cada uma delas, de modo que se observou a necessidade de padronizar esse processo de construção da ciência, surgindo, então, as revistas e os periódicos.

A internacionalização da ciência impulsionou a fortificação da mesma por meio da publicação em massa de materiais científicos, sobretudo de artigos. Os artigos se tornaram populares.

O surgimento das normas

Em virtude do acesso facilitado à ciência em todo o mundo, os acadêmicos passaram a se preocupar com a qualidade e rigor desses materiais para que eles fossem, de fato, válidos, surgindo, então, as normas.

O surgimento das normas

Em razão de tal necessidade, os acadêmicos passaram a defender a necessidade da sistematização do conhecimento, de modo que os textos, para que fossem e para que sejam aprovados hoje em dia, precisam obedecer a um sistema composto por regras. Essas regras são as normas indicadas para trabalhos científicos.

Além disso, passou-se a exigir uma certa postura: comprovar de onde os argumentos estão partindo. Isto é, tornou-se obrigatória a menção da fonte que está oferecendo base para a construção desse conhecimento. Todavia, a ciência brasileira é nova e, aos poucos, tem se adaptado a essas novas exigências ao longo dos anos.

As dificuldades na expansão do conhecimento

Em virtude da expansão do conhecimento, tornou-se muito difícil saber o que cada uma de nossas universidades têm investigado, visto que dentro de uma mesma instituição há uma série de grupos de pesquisa diferentes.

Antigamente era muito mais fácil de se ter essa noção, pois o número de cientistas era muito menor que nos dias atuais. Entretanto, com o aumento no número de pesquisadores não somente essa noção fugiu do nosso controle, como também a qualidade das pesquisas acabou sendo afetada.

Dessa forma, para que a qualidade das pesquisas pudesse ser assegurada de alguma forma, se viu necessário a criação de algumas normas!

Logo, essas normas servem para criar um modelo padrão de pesquisa a qual todos devem seguir, ou seja, é um meio de organizar todo o conteúdo de uma forma clara e de auxiliar os pesquisadores na produção de seu trabalho.

As normas no exercício de construção da ciência

Sabemos que muitos não gostam das normas ou apontam que elas são difíceis e que complicam a vida de um pesquisador. No entanto, o nosso papel aqui é demonstrar como essas normas são vitais ao sucesso de uma pesquisa.

Assim, a fim de que a ciência seja construída a partir de critérios rígidos e de qualidade, as normas devem ser atendidas. Nesse contexto, ainda que cada país tenha a sua própria agência específica para a definição dessas normas, muitos ainda se questionam se há uma norma universal.

Na verdade, cada país tem a sua própria e, geralmente, elas partem das mesmas regras, o que acontece é que cada uma das normas propõe uma forma relativamente diferente para a formatação de um trabalho, embora estas sejam parecidas.

Aponta-se como os autores devem ser citados, o tamanho e a fonte, espaçamento, normas para as referências finais, dentre outros pontos essenciais que atribuem uma forma específica a esse texto.

Como atuam as normas nos trabalhos?

As indicações que aparecem na forma de normas permitem que o trabalho adquira uma característica visual específica, o que otimiza a leitura desse texto. Os elementos são pensados justamente para facilitar o processo de leitura, de modo que nenhuma informação importante seja ignorada pelo texto estar “poluído” e sem um padrão.

Há uma fonte e um tamanho específicos tanto para as citações com recuo quanto para o corpo do texto, bem como outros tipos de formatações, como espaçamento, notas de rodapé, legendas de imagens etc.

Como atuam as normas nos trabalhos

Com base nisso, podemos afirmar que, a grosso modo, essas normas modificam muito pouco um texto, visto que, em termos de conteúdo, ele permanece o mesmo. Assim, é apenas uma forma de tornar a leitura mais agradável.

Qualquer metodologia é colocada em prática da mesma forma em qualquer local do mundo, assim como em qualquer local é preciso tomar os mesmos cuidados éticos para que a pesquisa não seja comprometida.

E, ainda, a sistematização desses dados se dá da mesma forma. Contudo, as normas apontam apenas as mudanças de caráter visuais, sendo importantes, portanto, para o momento da leitura e compreensão do texto.

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