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Publicação científica – O que é registro DOI?

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Em nossa conversa de hoje iremos esclarecer alguns dos pontos que fazem com que o número DOI seja uma estratégia eficiente à garantia de que o seu material científico ficará disponível a quem o acessa ao longo dos anos.

A fim de que respondamos à nossa questão norteadora, partiremos de uma problemática: o que é, quanto custa e qual é a relevância do DOI no Brasil. A dúvida foi suscitada pelo fato de que quando um material é submetido a uma revista científica ou periódico pode ser solicitada uma taxa destinada ao pagamento do número DOI.

Nesse sentido, muitos se questionam se é obrigatório o pagamento da taxa ou se há algum tipo de isenção. É com essas variáveis que iremos trabalhar hoje. Há uma série de questões iniciais quanto ao número DOI que devem ser esclarecidas antes que foquemos nessas taxas. Logo, começaremos com a definição do que é o número DOI.

O que é o número DOI?

O número DOI nada mais é do que o “RG” de uma produção científica. Ele é um metadado que atribui uma certa identidade a sua produção. Ele não apenas registra, mas também identifica e garante o acesso permanente a esse material. Também atua como um mecanismo que permite mensurar o quanto esse material tem sido baixado e citado por outros acadêmicos.

A partir disso, é possível visualizar o impacto real desses materiais científicos ao longo dos anos. Assim sendo, o número DOI permite que o artigo possa ser mensurado a partir de métricas e indicadores bem definidos. Contudo, o DOI não é um registro brasileiro, visto que a sua empresa criadora é norte-americana.

Trata-se de uma empresa multinacional de terceiro setor que vende esse tipo de serviço para diversos países. Assim, pensemos um pouco mais sobre as tecnologias com as quais trabalha.

As tecnologias por detrás do número DOI

As tecnologias que forneceram subsídios para a criação do DOI permitem que seja feita uma compilação de dados essenciais sobre um material publicado. O acesso rápido a esses dados se dá por conta dos mecanismos que impulsionam a atuação do DOI.

As tecnologias por detrás do número DOI

Esses mecanismos permitem também que o seu material possa ser acessado de uma maneira mais fluida.

Contudo, devemos chamar a sua atenção para o fato de que, em tese, você não precisa de um número DOI para que o seu material seja acessado, mas ele garante longevidade.

Materiais sem DOI não deixam de ser artigos científicos. Foram as preferências e cuidados da comunidade acadêmica com as questões ligadas ao plágio e à citação que fizeram com que o mecanismo adquirisse uma relevância significativa. Foram alguns conflitos entre bases de dados e os seus indicadores que fizeram com que esse registro se tornasse relevante.

A abrangência do número DOI

Como a comunidade acadêmica brasileira se adaptou facilmente ao DOI, ele passou a ser disseminado entre as instituições como um todo. Assim sendo, em razão de tais preferências, esse metadados específico passou a ser utilizado no Brasil como o principal mecanismo de registro.

Esse uso se tornou bastante recorrente, porque, aqui em nosso país, foi feita uma campanha bastante abrangente que corroborou para com a sua introdução nos mais diversos espaços acadêmicos, seja nas revistas, seja nas instituições.

No entanto, é pertinente que você saiba que não existe apenas esse tipo de registro no mundo a fora e aqui no Brasil, porém, ele é aceito de uma forma ampla. De modo que, pelo fato de esse mecanismo ser o mais popular em nosso país, ele acabou sendo tão democratizado que é o mais reconhecido nesse momento.

A parceria do DOI com a CAPES

O DOI se popularizou de tal forma que a empresa responsável conseguiu firmar uma parceria com a própria CAPES, que é a responsável por regular a pós-graduação brasileira stricto sensu.

A partir do momento em que você insere o número DOI em sua produção, ela passa a ser contabilizada pelos indicadores que mensuram a produção científica brasileira. De modo que, quando vamos cadastrar um artigo científico no currículo Lattes, há um campo específico apenas para a menção do número DOI.

É uma tática interessante, porque, à medida em que você menciona este número, o Lattes consegue reunir todas as informações sobre a produção científica que você está registrando, o que otimiza o processo. Nesse sentido, cabe a discussão quanto aos responsáveis pela administração dessa ferramenta específica, pois, como vimos, trata-se de uma empresa internacional.

Os representantes do DOI no Brasil

Embora a empresa-sede fique nos Estados Unidos, ela possui agências que as representam em todo o globo. Caso você precise entrar em contato diretamente com a sede é muito difícil, visto que ela tem os seus parceiros justamente para que a comunicação seja mais direcionada.

Dessa forma, a agência responsável por estabelecer esse vínculo entre a empresa-sede e o Brasil é a Crossref. É ela quem se compromete com o fortalecimento da comunicação entre os donos do registro DOI. Diante desse cenário, podemos esclarecer a seguir a nossa questão norteadora sobre quanto custa e qual é a relevância do DOI no Brasil.

Qual o custo do registro do número DOI? Ele pode ser obtido de graça?

Qual o custo do registro do número DOIComo o DOI está ligado a uma empresa privada, não há como obter esse registro de forma grátis.

Como se trata de uma empresa estrangeira, o valor é pago em dólar. Nesse sentido, a única forma de não pagar pela obtenção deste número é se alguém o financiá-lo, pois, ao contrário, ele não poderá ser obtido de maneira gratuita.

Porém, há certas revistas que recebem fomento e conseguem prestar esse auxílio a alguns autores. A própria instituição pode fazer esse investimento ou valor pode ser obtido a partir de outros meios. Pode haver algum mecanismo interno da revista que possa financiar esse registro, porém, tudo depende das políticas desta revista.

No entanto, de qualquer forma, esse registro do DOI sempre é pago e em dólar. De modo que, ao pagar pelo DOI, se é pago por um registro que atua na forma de metadados. Assim, dentre as suas vantagens, tem-se o fato de que ele garantirá que o seu material sempre seja acessado, uma vez que fornece ao seu leitor um link que nunca é expirado. Contudo, o DOI não é uma base de dados, mas apenas um mecanismo que garante o acesso permanente a essa produção publicada em uma revista científica.

Como é feito o registro por meio do DOI?

O registro do DOI não é feito de forma aleatória, uma vez que, enquanto metadados obedece a uma sequência específica. O preenchimento é feito em uma plataforma específica para que um número seja gerado. Os dados a serem registrados dizem respeito ao próprio artigo publicado. Como é feito o registro por meio do DOI

O DOI não insere nenhuma outra informação diferenciada, uma vez que irá apenas gerar um link permanente para esse material indicando o local onde esse material foi publicado, em que, ao clicar no link, o leitor será redimensionado para o site da revista e lá irá conseguir acessar o material na íntegra.

Isso por si só não é um benefício pessoal para o pesquisador. Para ele, as vantagens estão associadas ao fato de que o DOI garante que esse artigo seja citado ao longo dos anos sem qualquer tipo de interrupção, uma vez que sempre poderá ser acessado.

Os benefícios para o pesquisador na prática

Como mencionamos, os benefícios fomentados pelo DOI dizem respeito ao fato de que esse material poderá ser facilmente encontrado e acessado. Além disso, o DOI permite que o pesquisador acompanhe em tempo real a frequência com que o seu material tem sido citado, o que é uma forma de acompanhar o impacto de sua produção.

Os benefícios para o pesquisador na prática

Entretanto, é preciso que você leve em consideração que todos esses dados são mensurados e contabilizados pelas bases de dados, logo, nem sempre os números são absolutos.

É por esse motivo que se torna essencial conhecer como funciona o mundo das métricas, pois, afinal, dele é mais uma forma de mensuração.

O grande objetivo é a compreensão do impacto real de seu material científico!

É possível saber quantas vezes ele foi baixado, lido e citado. São esses dados que revelam o impacto desse material. É a partir desses mecanismos que a relevância social de um pesquisador tem sido estudada e averiguada.

A relevância social dos acadêmicos

A relevância social dos acadêmicos tem sido mensurada de inúmeras formas, sendo que uma das mais comuns é a análise da quantidade de citações que um mesmo autor recebe com um ou mais materiais publicados e indexados em bases de dados diversas.

A fim de que o seu índice aumente, isto é, o seu impacto enquanto pesquisador, é preciso que aqueles que leem o seu material o citem em uma nova produção, pois, dessa forma, você terá credibilidade enquanto acadêmico.

Entretanto, para que essa citação possa ser contabilizada, alavancando a sua carreira, esse material em questão precisa estar indexado em uma base de dados, pois, caso contrário, os indicadores não conseguirão captar essa citação e essa produção não poderá ser contabilizada.

É a inteligência artificial que permite que o cruzamento de dados seja feito para que essas informações possam ser mensuradas e contabilizadas em seu índice, demonstrando, assim, a relevância social dos acadêmicos.

Especificidades do DOI

Nunca se esqueça que o número DOI atua como uma espécie de registro e, além disso, ele é fornecido por uma empresa estrangeira. Assim, caso você queira entender um pouco melhor sobre como ele atua no cenário brasileiro, recomendamos que leia as diretrizes da Crossref.

Contudo, como mencionamos ao longo desta discussão, é de suma importância que você saiba que há outras agências responsáveis por administrar o vínculo entre o DOI e a academia em outros países, contudo, no Brasil, a Crossref é o principal órgão.

Em relação aos valores, não se esqueça que o pagamento será feito em dólar, de modo que pode variar bastante a depender da cotação do dia e da parceria da revista com a Crossref. Entretanto, como temos frisado ao longo desse post, não é o DOI que irá validar o seu artigo. Ele é apenas mais um dos mecanismos que garante que o seu material chegue até as pessoas com uma maior fluidez.

O que faz com que um material seja científico?

A fim de que um material seja considerado como científico, ele passará por uma série de avaliações até que esteja apto a ser publicado. Após a análise do ineditismo deste material, isto é, se possui ou não plágio, analisa-se se ele se encontra dentro das normas da revista, de seu escopo e se a linguagem é apropriada.

O que faz com que um material seja científico

Em seguida desta análise técnica, o seu material é analisado pelos pares, que são especialistas na sua área de pesquisa e possuem uma titulação superior à sua.

Caso eles considerem que o seu material tem a devida qualidade, ele será aprovado para publicação.

Nesse sentido, o número DOI é um mecanismo que você deverá acionar, caso seja de seu interesse, após o aceite para publicação desse material. O número de registro poderá ser mencionado no próprio currículo Lattes quando for fazer o cadastro desse artigo específico na plataforma.

O que o DOI impulsiona?

Dentre os inúmeros benefícios (sobre os quais discutimos ao longo deste post) podemos mencionar que um dos aspectos que o DOI mais impulsiona diz respeito ao acesso facilitado às suas produções por meio do próprio currículo Lattes, uma vez que bastará que aquele que está acessando o seu currículo clique no link do DOI para ter acesso à revista onde o seu material foi publicado, o que é uma forma de agilizar esse processo para o próprio interessado, visto que ele não terá que pesquisar individualmente por cada produção por meio do Google, uma vez que terá esses links de acesso facilitados.

É uma estratégia interessante, pois ao mesmo tempo que garante um acesso mais rápido e fluido, também representa uma chance maior de que o seu material seja citado por aquele que está acessando o seu Lattes. Logo, o DOI garante que o interessado terá acesso a informações fidedignas sobre o seu material.

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