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Quais são as diferenças entre mestrado acadêmico e mestrado profissional?

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Compreendendo o universo dos cursos de pós-graduação stricto sensu: características que definem os cursos de mestrado acadêmico e mestrado profissional

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre as características do universo acadêmico. Contudo, como sabemos, ele é muito amplo, e, dessa forma, o nosso olhar hoje irá se voltar às particularidades dos cursos de mestrado. É válido destacar que nesse momento temos tanto aqueles cursos mais tradicionais, sendo os trabalhos mais teóricos. Esses são conhecidos como mestrado acadêmico. Em virtude das transformações nesse cenário, temos, também, os mestrados profissionais. Eles surgiram em razão das demandas das próprias empresas colocadas aos acadêmicos, e, desse modo, esses cursos, como iremos desmembrar ao longo da conversa, possuem uma inclinação diferente, visto que não costumam ser tão teóricos, mas sim mais práticos, visto que o mercado de trabalho, que é onde esses pesquisadores estão inseridos, demandam trabalhos que sejam menos teóricos e mais aplicados, isto é, práticos.

As diferenças entre os cursos de mestrado e o que se fala sobre essas diferenças?

As diferenças entre os cursos de mestrado e o que se fala sobre essas diferenças?As diferenças entre os cursos de mestrado, em muitas das vezes, estão ligadas às próprias terminologias e os seus próprios formatos. Por esse motivo, estamos sempre retomando essa temática para que aos poucos essas características fiquem mais claras. Essas diferenças são típicas aos cursos de mestrado e doutorado, mas hoje iremos nos concentrar nas tipologias do mestrado. Nesse cenário, as principais dúvidas dos pesquisadores dizem respeito à configuração dos mestrados voltados à academia e aqueles que se voltam ao mercado. As confusões que perpassam por esse cenário são vistas na própria fala dos pesquisadores. Há, inclusive, pessoas que realizam cursos de pós-graduação livre, isto é, no formato lato sensu, afirmando que realizaram um curso em uma área x, e, após essa identificação, apontam que fizeram um curso de mestrado. Contudo, precisamos entender o que é, de fato, o mestrado.

A carreira de pesquisador

A carreira de pesquisadorNo caso de você optar por realizar um curso de mestrado acadêmico, é preciso que tenha muito claro em mente que o seu foco será a atuação enquanto docente e pesquisador. Além disso, o mestrado passo que você dá após finalizar um curso de graduação para atuar nesse cenário de uma forma direcionada, com ênfase em uma linha de pesquisa específica. O objetivo com esse título é o de pesquisar e ministrar aulas. Entretanto, para que você obtenha o título de mestre, é preciso que esse curso faça parte da modalidade stricto sensu. São esses programas de pós-graduação stricto sensu que irão lhe atribuir o título de mestre. Contudo, os cursos lato sensu, como aponta a própria etimologia do nome, lato é uma palavra do latim que significa livre. Significa que você irá fazer uma pós-graduação que costuma durar de seis meses a um ano e meio, havendo casos em que esses cursos podem durar até dois anos.

Entendendo a lógica do lato sensu

A primeira característica dos cursos lato sensu que deve ficar clara é que esses cursos são livres, de modo que você poderá fazer quantos quiser, sendo que duram pouco tempo. Embora alguns desses cursos recebam o nome de mestrado, você não será um mestre, mas sim um especialista. Você não estará capacitado e habilitado para atuar enquanto um mestre, isso é, como um docente/pesquisador. Entretanto, essa menção é muito comum por parte de algumas instituições, sendo essa uma mera estratégia de marketing. Assim sendo, deve ficar claro que com esse tipo de curso não é o título de mestre que você está buscando. No Brasil, para que você possa exercer a profissão docente no ensino superior, você precisará obter o título de mestre e/ou doutor a partir da realização de um curso da modalidade stricto sensu. A finalidade, como reitera o próprio nome stricto, é a atuação enquanto profissional acadêmico.

A capacitação posta pelo título de mestre

O título de mestre irá lhe capacitar para lecionar no âmbito do ensino superior, porém, precisará realizar as atividades de pesquisa de forma concomitante. Assim sendo, quando você for procurar por um curso com esse tipo de habilitação, precisará recorrer aos cursos de mestrado acadêmico oferecidos pelos programas stricto sensu. Você pode fazer essa pesquisa nos próprios sites das universidades que oferecem cursos no formato stricto sensu, sejam eles presenciais, EAD ou híbridos. Não se esqueça de verificar se eles estão aprovados e regularizados pela CAPES. Contudo, para que você possa exercer essa carreira de forma legal, bem como para que possa receber o equivalente a um título de mestre, precisará tomar alguns cuidados. A fim de que você possa se referenciar como mestre em certos contextos mais oficiais, precisará obter esse título e, para isso, uma série de requisitos precisarão ser atendidos para ser aprovado.

 O reconhecimento da CAPES

Como reiteramos, você apenas poderá receber o equivalente a esse título de mestre caso o curso por você escolhido faça parte de um programa/instituição que é reconhecido pela CAPES. Se você não sabe se esse programa que deseja fazer parte é regulamentado pela CAPES, no próprio site da entidade você consegue ter acesso a essa informação de uma forma rápida e prática. Esses órgãos que regulamentam a ciência em nosso país são de suma importância, pois eles garantem que as universidades que oferecem cursos de graduação e pós-graduação estão comprometidas com a ciência de qualidade e com o atendimento a requisitos essenciais. Quem regula os cursos de graduação é o Ministério da Educação (MEC) e os de pós-graduação estão sujeitos às regulamentações da CAPES. Esses cursos recebem de forma periódica pareceres que apontam se estão aptos ou não a continuarem com as portas abertas.

A importância dos cursos regulamentados

A importância dos cursos regulamentados

Seja na graduação ou na pós-graduação, é crucial que esse curso seja regularizado, pois, sem isso, você não conseguirá atuar com esse título, uma vez que ele não possuirá validade em todo o território nacional. Os cursos de pós-graduação stricto sensu precisam da aprovação da CAPES. Embora os cursos nacionais sejam bastante procurados, há uma grande oferta de cursos de mestrado oferecidos por empresas estrangeiras no Brasil. Contudo, esses cursos não possuem reconhecimento da CAPES, e, dessa forma, aqui no país você não conseguirá fazer uso desse título. Há alguns casos em que você consegue convalidar esse título, mas não é um processo fácil e nem todos conseguem. A partir desse cenário que apresentamos, podemos compreender as diferenças entre os cursos de mestrado com inclinação acadêmica e aqueles voltados ao mercado. Comecemos essa reflexão com as próprias terminologias.

Existe o mestrado de mercado?

Estamos usando o termo “mestrado de mercado”, mas não temos em nosso país cursos com essa nomenclatura. Essa é a primeira questão que deve ficar clara. Temos, aqui, os cursos de mestrado acadêmicos, que são mais teóricos, e os cursos de mestrado profissionais, que são mais práticos e aplicados. Esses dois tipos de mestrado fazem parte do modelo stricto sensu, embora sejam diferentes em seus objetivos, finalidades e formatação do trabalho final. Conhecidas as terminologias, podemos partir para as diferenças. Iremos discutir sobre como esses cursos ocorrem a partir de uma perspectiva real, porém, também iremos apresentar as características específicas que cada formato deveria atender. Os mestrados acadêmicos têm o objetivo de formar professores e pesquisadores. Assim sendo, o trabalho final a ser desenvolvido e defendido, que é a dissertação, prioriza essas características.

A composição das dissertações

Em virtude da finalidade dos mestrados acadêmicos, a dissertação a ser desenvolvida é essencialmente teórica. Assim sendo, para que os objetivos desse tipo de trabalho sejam atendidos, é preciso que o pesquisador leia muito para desenvolver as suas ideias, já que é um trabalho teórico por excelência. As teorias e conceitos a serem apresentados devem ser discutidas de forma profunda e detalhada. Contudo, no âmbito do mestrado profissional, nem sempre esse produto final é chamado de dissertação. O objetivo dos cursos de mestrado profissional é o de inserir esses profissionais no contexto acadêmico, seja ele professor ou não. Esses trabalhos tendem a não ser tão teóricos, visto que a inclinação é mais prática. Alguns exemplos dos trabalhos finais desenvolvidos nesses cursos são as diretrizes, produtos, serviços, patentes, protocolos, planos de negócio, dentre outros produtos do tipo.

O que é ideal em um produto final do mestrado profissional?

Considerando a finalidade dos cursos de mestrado profissional, o ideal seria que esses trabalhos finais, como ele insere-se no âmbito do stricto sensu, o ideal é que esses profissionais sejam habilitados, também, para lecionar no ensino superior. Contudo, o foco é a produção de trabalhos finais que sejam mais práticos e que possam, de fato, contribuir para com o mercado de trabalho atual. Entretanto, esse é o plano ideal, porém, na prática, grande parte das instituições exigem mesmo nos cursos de mestrado profissionais a realização de trabalhos teóricos, as dissertações clássicas, o que pode gerar frustração. Isso decorre do fato de que muitas instituições de ensino brasileiras, atentas às demandas atuais, abrem esses cursos de mestrado profissional, porém, não são capazes de atender aos requisitos deste formato, sobretudo no que toca ao desenvolvimento do trabalho final.

A pressão pela abertura de cursos de mestrado profissional

A pressão pela abertura de cursos de mestrado profissional

A CAPES e os acadêmicos como um todo têm pressionado para que haja a abertura de cursos de mestrado profissional em todo o país. Essa necessidade se deu porque no país há um distanciamento histórico entre o mercado de trabalho e as universidades. Assim sendo, a CAPES tem defendido a necessidade do desenvolvimento de trabalhos que não sejam tão acadêmicos, visto que esses chegam a uma parcela muito restrita da sociedade. Para atender essa exigência, as instituições de ensino lançam os seus programas com o nome de mestrados profissionais. O problema é que grande parte dos professores redimensionados para esses cursos profissionais possuem inclinação acadêmica e não conseguem orientar esses trabalhos mais práticos e aplicados. A principal consequência é que os trabalhos finais desenvolvidos não são práticos, mas sim as conhecidas dissertações clássicas.

As exigências de um curso de mestrado profissional

As exigências de um curso de mestrado profissional

Embora esses cursos prometem uma maior flexibilidade, a pressão pela publicação de artigos científicos e pela participação em congressos científicos é muito comum. Isso decorre do fato de que embora esses cursos recebam o nome de mestrado profissional, os acadêmicos que integram esses programas possuem uma bagagem que advém desse contexto acadêmico, logo, as exigências serão as mesmas dos cursos acadêmicos. Mesmo que seja uma realidade que assola quase que de forma unânime as nossas universidades, há aquelas instituições de ensino que abraçam as exigências dos cursos profissionais com uma maior facilidade. Os programas de mestrado da FGV, por exemplo, dificilmente pedirão como trabalho final algo que não seja aplicado ao mercado de trabalho. Os docentes que integram esses programas já possuem uma inclinação mais prática, o que propicia e impulsiona o desenvolvimento desse tipo de trabalho.

Os trabalhos de instituições de ensino com inclinação prática

Os trabalhos desenvolvidos na FGV, em virtude da composição do próprio corpo docente, são, por excelência, mais práticos. Além disso, as análises desenvolvidas nesse tipo de trabalho costumam apresentar soluções que possam ser facilmente aplicadas ao mercado de trabalho atual. Propõe-se diretrizes para essa aplicação, dentre outros aspectos que possam tornar esse produto desenvolvido viável para a empresa, que, em geral, é o contexto de trabalho real do pesquisador. Apresenta-se, também, ideias para novos projetos e processos que possam otimizar o dia a dia dessa empresa em específico, mas nada impede que possam ser replicados em outros contextos. Esse processo torna-se viável à FGV porque já é uma característica dessa instituição em específico. Considere, também, os seus objetivos com esse mestrado, isto é, onde deseja atuar, porque aí o reconhecimento poderá ou não ser interessante para você.

Entretanto, precisamos fazer um alerta. Muitas pessoas procuram por esses cursos de mestrado profissional em universidades e institutos federais. Esses tendem a ter cursos desse tipo, mas o trabalho final costuma ser mais teórico, visto que o corpo docente, em sua maioria, possui inclinação acadêmica. As exigências postas por instituições com esse tipo de inclinação tendem a ser muito diferentes, e, assim, mais associadas aos aspectos teóricos. Finalizamos afirmando que algumas empresas, hoje, têm oferecido cursos de mestrado com o nome de mestrado de mercado. Esses cursos, em sua maioria, costumam ocorrer no formato EAD. O título a ser obtido será expedido por uma instituição estrangeira, que dificilmente será reconhecida. Acreditamos que essa terminologia pode acabar frisando que esse mestrado permitirá a atuação no âmbito dessa empresa em específico.

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