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O que pode ser produzido em um curso de mestrado?

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O material científico em um curso de mestrado: o que pode ou não ser produzido em um curso de mestrado? Quais variáveis devo considerar?O material científico em um curso de mestrado: o que pode ou não ser produzido em um curso de mestrado? Quais variáveis devo considerar?

Olá, tudo bem? Em nosso post iremos discutir sobre o universo do mestrado. Como sabemos, a pós-graduação por si só é repleta de variáveis que devem ser consideradas para que você consiga se adaptar bem a esse contexto repleto de possibilidades. Além disso, a pós-graduação brasileira divide-se em duas modalidades, lato sensu e stricto sensu. Hoje iremos nos concentrar nos materiais que são produzidos na modalidade do stricto sensu, sendo que ela tem algumas peculiaridades que influenciam diretamente na construção desse material que você irá apresentar ao término de seu curso. Um aspecto elementar que você deve levar em consideração é que, hoje em dia, esta modalidade atende aos interesses tanto de acadêmicos mais inclinados para o contexto prático (em que há o desejo em trazer a experiência do mundo corporativo para a academia) e aqueles acadêmicos que possuem uma inclinação mais teórica.

O trabalho científico no mestrado profissional e acadêmico

Algo que deve ficar claro nesta discussão é que, a depender do tipo de mestrado que você deseja fazer, o tipo de trabalho final a ser desenvolvido, apresentado e defendido será diferente, uma vez que o mestrado profissional demanda um trabalho mais prático e o acadêmico está ligado às pesquisas mais teóricas. Nesse sentido, hoje iremos apresentar todos os aspectos que não podem ficar de fora em um trabalho de mestrado, seja na dissertação canônica, seja nesse trabalho mais prático ligado ao mestrado profissional. A pergunta que guiará nossa discussão de hoje é a seguinte: estou desenvolvendo um novo método de estudo em relação a uma área ligada a uma disciplina específica. É recomendável escrever um artigo científico ou outro material sobre essa proposta? O método foi criado por fim, então é possível registrá-lo? Ele pode ser utilizado por outros autores em revisão bibliográfica?

Como legitimar uma proposta inovadora?Como legitimar uma proposta inovadora?

Esta questão norteadora que irá guiar a nossa conversa de hoje está ligado a uma série de variáveis que iremos esmiuçar ao longo deste post. Nesse sentido, você poderia tanto escrever um artigo científico para tornar pública esta proposta que, sem dúvidas, é essencial, como, também, poderia desenvolver uma tese de doutorado, cuja proposta é a apresentação de um estudo inovador que possa contribuir com a sociedade em geral, bem como com os próprios acadêmicos. Entretanto, se você optar pela produção de um artigo científico, até que ele possa circular em meios científicos, ele deverá ser submetido a uma revista e aprovado por ela. O seu material irá passar pelas mãos de pelo menos três professores com uma titulação acima da sua e que são especialistas em sua área de atuação. O objetivo é verificar se ele atende a todos os padrões científicos.

A adequação da proposta ao rigor científico

Se a sua proposta ainda não foi desenvolvida por nenhum outro autor, mas atende a todos os critérios científicos, sem dúvidas o artigo será aprovado e publicado. Entretanto, caso o seu intuito seja o de aproveitar um insight que teve nesse momento, poderá investir em um ensaio teórico, pois divulgará a sociedade, rapidamente, essa ideia. O ensaio teórico é semelhante ao artigo científico, porém, ele é mais simples e curto. O ensaio divulga ideias, teses, métodos que ainda estão sendo desenvolvidos, mas que já podem contribuir. Como já aponta a própria metodologia, você está ensaiando uma ideia, logo, quando ela adquirir uma maior robustez, pode ser publicada a partir de um artigo científico, que é mais extenso. O número DOI também pode ser uma estratégia interessante, uma vez que, dessa forma, você garante que essa ideia é sua e que foi o primeiro a propor esse método em questão.

O que não pode ficar de fora em uma tese?

Por outro lado, se o seu intuito é o de desenvolver essa proposta a partir de uma tese de doutorado, as estratégias necessárias são outras e devem ser pensadas e aplicadas com os devidos cuidados científicos. Você pode iniciar o desenvolvimento dessa proposta a partir de um ensaio e/ou artigo, de modo que a tese seria a comprovação e consolidação dessa ideia inovadora. A tese, na maior parte dos casos, implica um esforço significativo dos pesquisadores para que esta se torne viável. Assim sendo, ela precisará fornecer subsídios que justifiquem a proposição desta metodologia (no caso de nosso exemplo). Dessa forma, para que a tese seja desenvolvida, leva-se bastante tempo, uma vez que as discussões devem ser densas e aprofundadas. Também é importante que você saiba que a tese é exigida nos programas de doutorado. Entretanto, esta metodologia poderia ser proposta também em uma dissertação.

As exigências de uma dissertação ou tese

Embora os dois formatos de materiais científicos tenham como objetivo a proposição de um estudo que possa contribuir com a academia e com a própria sociedade, as suas exigências não são as mesmas, embora haja semelhanças. A dissertação é desenvolvida em um programa de mestrado e a tese, por sua vez, em um programa de doutorado. Em ambos os casos, você terá que atender tanto às exigências do programa no qual está vinculado quanto àquelas determinadas pelo seu orientador. Com isso, percebemos que há uma série de nuances que atuam no âmbito da pós-graduação brasileira. Adentramos, também, em um outro cenário: essas produções devem ser registradas para que o autor garanta a sua autoria e legitimidade? A primeira coisa que você deve manter em mente é nos motivos por detrás desse registro, isto é, por que você deseja registrar esse produto, metodologia e afins.

Os motivos que justificam a existência de um estudo

É necessário que fique claro ao seu leitor os motivos que levaram você a propor e registrar essa proposta, isto é, a relevância social deste estudo em questão. Com isso, podemos pensar na divulgação desse conhecimento produzido. Quando publicamos qualquer material científico, ele passa, automaticamente, a ser de domínio público. Nesse sentido, desde o ensaio teórico até o artigo, a dissertação, a tese e afins tornam-se acessíveis a todos. Todos podem fazer uso desse material, desde que o seu material seja devidamente citado e referenciado pelo autor que está se embasando nele. Podemos citar como exemplo a pirâmide de Maslow. Trata-se de um estudo que passou por uma série de testes e experimentos até que fosse validado. Ele está ligado às necessidades básicas do ser humano. Como foi publicado, este pode ser referenciado e incorporado aos mais diversos estudos. É isto que movimenta a ciência.

A importância da visibilidade de um estudoA importância da visibilidade de um estudo

A publicação, mesmo que via ensaios, é de suma importância, pois é uma forma de fazer com que o conhecimento continue a circular e chegue até as mais diversas pessoas que necessitam desse conhecimento. No caso de nosso exemplo, os pesquisadores que, em seus textos, desejam discutir sobre as necessidades básicas de um ser humano, podem referenciar a pirâmide de Maslow. A teoria em questão deve ser devidamente citada e referenciada nesse material em desenvolvimento. Para citar esse material, não é preciso fazer qualquer tipo de pagamento, pois, uma vez na web, o conhecimento por ele gerado é de domínio público. Embora estejamos citando essa teoria, o mesmo processo é repetido em toda e qualquer área do conhecimento. Citamos esse estudo como exemplo em razão do fato de que esta é citado pelos pesquisadores das mais diversas áreas e linhas de pesquisa.

Posso patentear uma ideia?

O exemplo aqui citado é o de um conhecimento que não pode ser remunerado, uma vez que é de domínio público, logo, todos que desejam fazer uso desse conhecimento, desde que empreguem as citações diretas e indiretas da maneira correta, não encontrarão barreiras que restringem o acesso e uso desse conhecimento. Entretanto, se você deseja obter algum tipo de remuneração em relação ao uso desse ideia, método, instrumento, produto ou afins, precisará empregar outras estratégias. Contudo, a produção deixa de ser acadêmica, porque o conhecimento acadêmico não remunera os autores. Todavia, você pode registrar esse documento para garantir a sua autoria. Apenas o ato de publicar esse material em uma revista científica já configura uma espécie de registro. O número DOI também é mais uma forma de se proteger quanto a longevidade dessa produção por você publicada.

O registro DOI

Citamos em diversos momentos que o número DOI é uma forma de garantir que o seu material científico sempre estará disponível na web. Ao escolher esse registro, você receberá um número de identificação. Este atua como uma espécie de “RG” acadêmico. Uma das vantagens em fazer uso desse recurso é que, de tempos em tempos, ele irá realizar uma espécie de varredura em toda a internet para verificar se esse material por você publicado está sendo lido e citado. É uma forma, portanto, de saber quem são as pessoas que estão citando o seu material (a partir da identificação da instituição, titulação e até mesmo do núcleo ou grupo de pesquisa ao qual esses pesquisadores que estão citando estão ligados), de que forma e em qual contexto. Retomando o nosso primeiro exemplo, o autor criou uma metodologia e, dessa forma, a dúvida é se ela pode ser citada pelos demais pesquisadores em seu estudo.

Como assegurar a citação de meu material?

Pensemos em um pesquisador que tenha criado um protótipo. Como ele poderia assegurar a legitimidade de sua ideia? A primeira coisa que você precisa manter em mente é que a ciência é muito colaborativa. Assim sendo, o conhecimento nunca pode ser esgotado, visto que um único estudo provoca a elaboração de uma série de produções. Uma contribui com a outra, de modo que esses estudos tornam-se complementares, originando-se, dessa forma, uma rede colaborativa entre autores que caminham por uma mesma linha de raciocínio. Garante-se, dessa forma, que o conhecimento continue a fazer com que a sociedade evolua e que as pessoas se emancipem. Os estudos, portanto, devem contribuir com essa sociedade. O ganho para o pesquisador é o aumento de sua credibilidade enquanto cientista. Se você deseja se consolidar na carreira acadêmica, a divulgação do seu material é essencial, assim como as citações.

A criação de metodologias específicasA criação de metodologias específicas

Já vimos casos de alunos que criaram metodologias específicas e tornaram-se consultores (contribuíam com aqueles autores que desejavam incorporar em seus estudos essas metodologias específicas). Para que tais metodologias possam ser replicadas, esses criadores prestam consultorias para que essa aplicabilidade seja feita da maneira correta. Há aqueles que se questionam, também, quanto aos ganhos que um autor pode ter com a criação e registro de um dado protótipo. A primeira coisa que você precisa manter em mente é que uma série de cientistas irão debater acerca dos elementos que funcionam bem nesse protótipo e aqueles que ainda precisam de certos reparos. Entretanto, para que esse processo seja bem articulado, é necessário que tal conhecimento seja divulgado ao público. O ganho não é financeiro, mas, certamente, você terá bastante renome e notoriedade nesse campo no qual se especializou.

Os benefícios fomentados por um estudoOs benefícios fomentados por um estudo

Os pesquisadores comprometidos com a produção constante de conhecimento de qualidade são beneficiados de inúmeras formas. O prestígio social é, sem dúvidas, almejados por todos que estão imersos nesse contexto. Todavia, se você pretende ser remunerado com o seu produto (ou qualquer outra produção mais prática), deverá estabelecer uma outra estratégia. Todavia, mantenha em mente que esse não é o intuito da academia (remunerar os autores de artigos científicos). As pesquisas podem ser financiadas por agências de fomento, mas não são todos os pesquisadores que conseguem esse apoio por motivos diversos. O intuito da academia é o de produzir e distribuir o conhecimento de maneira acessível.

A nossa missão social é a de contribuir com a própria sociedade e com os demais pesquisadores que tenham interesse nessa mesma linha de raciocínio. Entretanto, se você também tem interesse comercial com a divulgação desse estudo, isto não é um empecilho, porém, é preciso que você adote uma estratégia mais coerente com o mundo corporativo. São dois universos que demandam estratégias diferentes, pois atraem públicos-alvo distintos. Não se esqueça que, independentemente da estratégia, o seu principal objetivo deve ser o de contribuir de maneira efetiva com a sociedade que necessita desse conhecimento. O desafio é o de transformar os seres humanos em sujeitos mais conscientes acerca do mundo ao entorno.

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