Em nosso post de hoje iremos refletir sobre uma questão importante para todos aqueles que querem ingressar em um curso de graduação, mas têm receio por causa do seu momento de vida ou da sua idade.
Muitos se questionam se há um momento certo para realizar esse curso ou deixam de procurar por um curso de graduação porque acham que estão “muito velhas” para aprender coisas novas e que não terão capacidade de acompanhar o conteúdo das aulas.
Contudo, gostaríamos de desmistificar essas questões por meio da apresentação e da discussão sobre alguns pontos que você deve levar em consideração antes de tomar esta decisão tão importante.
Assim, para iniciarmos nossa discussão, a primeira coisa da qual você precisa ter conhecimento é que a fim de que você possa exercer uma profissão no Brasil, terá que fazer um curso de graduação reconhecido pelo MEC.
Graduação vs Profissão
No Brasil, para que você exerça uma profissão de forma legal, terá que procurar por um curso, reconhecido pelo MEC, que forneça competências e habilidades relacionadas à área na qual deseja atuar.
Por exemplo, se você deseja atuar como um educador físico, terá que ter uma licença para isso, seja para lecionar ou para ser personal.
E, para que você consiga essa licença para abrir uma academia, independente do seu bom conhecimento sobre a área que pretende atuar, é necessário que tenha passado por um curso de graduação.
Nesse contexto, em certas áreas, além de cursar uma graduação, será preciso prestar uma prova para que se possa exercer a profissão de forma legal, como é o caso do Direito e das Ciências Médicas.
Contudo, mesmo que você consiga atestar por meio dessa prova que possui o conhecimento necessário para atuar em uma área específica, ainda assim precisará se formar em um curso de graduação e obter o título, seja de bacharel ou de licenciado na área. Tendo isso em mente, podemos entender um pouco sobre os cursos de graduação.
Contexto histórico dos cursos de graduação
Sobre a lógica dos cursos de graduação, é nosso papel frisar que os conteúdos ministrados nesse âmbito têm o intuito de lhe colocar em contato com o conhecimento profissional. Contudo, trazendo o contexto histórico, antigamente, o objetivo das faculdades era um pouco diferente. Elas estavam mais voltadas para a construção e o desenvolvimento do conhecimento, de modo que os alunos eram mais incentivados a pensar e a refletir de forma crítica.
Além disso, as academias, já na graduação, incentivavam as pesquisas, a busca por novas explicações existenciais e a busca por outras explicações mais voltadas para o campo teórico. Desse modo, pode-se dizer que os cursos costumavam ser muito mais teóricos se comparados aos dias de hoje.
Os cursos de graduação ainda são teóricos?
Embora diversos cursos ainda tenham essa inclinação, muitos deles já não são tão teóricos como antes. Em virtude da Revolução Industrial, essa lógica passou a ser invertida, uma vez que a sociedade passou a demandar respostas mais práticas para os seus problemas.
Ou seja, as faculdades passaram a ser mais práticas, de modo que os cursos penderam mais para o campo profissional do que para o teórico.
Nesse sentido, a partir do momento em que você procura pela educação superior, terá como objetivo a capacitação profissional para que possa atuar de forma legal no campo escolhido.
Sendo assim, pensemos em um exemplo prático. Digamos que você tenha procurado por um curso de graduação em Letras. Terá algumas possibilidades, sendo a mais comum o exercício da docência na área da Língua Portuguesa. Contudo, enquanto bacharel, poderá atuar como redator e revisor de diversos tipos de textos.
A busca por competências e habilidades
Se o seu objetivo é o de atuar como pedagogo, por exemplo, terá que procurar pelo curso que irá lhe fornecer as competências e habilidades necessárias para que possa alfabetizar as crianças na educação básica.
Assim sendo, em todas as áreas, quando você procura por um curso específico, estará buscando pela profissionalização em um certo campo do saber de sua preferência. O mesmo vale para aqueles que desejam atuar como médicos. O primeiro passo a ser feito é a procura por um curso de Ciências Médicas.
Após isso, o mais indicado é que faça uma residência na área de sua preferência para que, depois disso, obtenha a habilitação para atuar como médico na área na qual se especializou. Todavia, a graduação nem sempre vai fornecer todos os conhecimentos necessários para a atuação profissional, de modo que é comum que haja lacunas no ensino.
As lacunas deixadas por um curso de graduação
Posto o contexto acima, devemos chamar a sua atenção para uma situação que tem acontecido cada vez mais nos últimos anos.
Temos percebido nos cursos de graduação que as grades antigas não têm mais conseguido atender as demandas do mercado, de modo que elas têm mostrado a necessidade de serem atualizadas com uma frequência muito maior.
Nesse sentido, não são raros os casos de profissionais que fizeram um curso de graduação que não supriu as demandas e necessidades do mercado e, em sua atuação profissional, sentiu que faltavam competências e habilidades para que pudesse desempenhar as atividades inerentes a sua profissão de uma forma efetiva. Esta é uma realidade bastante frequente.
Como lidar com essas lacunas dos cursos?
É visível que, por um lado, esses cursos de graduação têm o objetivo de qualificar os profissionais nas mais diversas áreas, contudo, por outro, deixam lacunas que comprometem o desempenho desses no campo prático da profissão.
As faculdades têm dificuldade para atenderem as demandas urgentes do mercado, de modo que a formação fica, de certa forma, defasada. No entanto, a única forma de reverter essa situação é nunca parar de estudar e se profissionalizar, visto que a faculdade nos ajuda apenas até certo ponto.
É inegável que a faculdade, enquanto instituição, fará com que você tenha acesso a um conhecimento que, sem ela, poderia ser inviável. Ela é a primeira forma de colocar o aluno em contato com um conhecimento capaz de fazer com que ele chegue a tão sonhada emancipação. Entretanto, é um processo gradativo e feito a longo prazo.
Por que a faculdade não é capaz de suprir todas as necessidades?
É impossível que durante quatro ou cinco anos aprendamos tudo sobre todos os campos que perpassam pela área escolhida. Além disso, nenhum conhecimento se esgota, de modo que, a cada dia, há novas informações que precisamos absorver.
Além do fato de que os cursos de graduação hoje têm uma inclinação muito forte para a lógica mercadológica, de modo que o exercício do pensamento crítico-reflexivo se tornou algo secundário, há o fato de que as grades curriculares são muito generalistas, de modo que aprendemos apenas o conteúdo básico e geral em cada uma das disciplinas que compõem esta grade, o que pode não ser suficiente para que exerçamos a nossa profissão com qualidade.
É por esse motivo que muitos procuram pelos cursos de especialização para aprimorar esse conhecimento básico. Nesse sentido, podemos afirmar que nenhuma faculdade é capaz de tornar seus alunos 100% habilitados na área.
O ensino superior na prática
A inclinação para a lógica mercadológica é uma tendência de todas as academias em nosso país. Desse modo, durante o período em que o aluno irá cursar a graduação, ele terá contato apenas com o conhecimento básico em cada uma das disciplinas, ou seja, não se aprofundará!
Nesse cenário, o principal desafio será escolher, em meio a esse emaranhado de informações, um campo específico. E, após o término do curso de graduação, o aluno poderá começar a focar em matérias específicas ou seguir uma linha de pesquisa de seu interesse.
Dessa forma, o aluno terá duas opções: se essa pessoa se interessa pelo meio acadêmico e está mais inclinada para o campo da pesquisa, os cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) são os mais indicados.
Entretanto, caso queira atuar no campo prático, a pós lato sensu é a estratégia mais indicada, pois são cursos mais direcionados a uma determinada área de conhecimento e que possuem um menor tempo de duração se comparado ao stricto sensu.
A média de tempo de um curso de graduação
Esta é uma questão bem relativa e que varia de área para área. Entretanto, a graduação brasileira assume três formatos principais, sendo eles o técnico, o bacharelado e a licenciatura.
Assim, se a graduação que você pretende fazer é técnica, esta costuma durar de dezoito a trinta meses, ou seja, de um ano e meio a dois anos e meio. Se o curso que você pretende fazer é uma licenciatura, a média é de trinta e seis a quarenta e oito meses, o que dá, em média, entre quatro e cinco anos, com exceção da Medicina, que dura cerca de seis anos, sem contar a residência nesse cálculo.
E, se você pretende fazer um bacharelado, este costuma durar de quarenta a sessenta meses, pois são os cursos que focam na qualificação de seus alunos para a atuação no mercado. Nesse contexto, para que você possa se informar melhor sobre qual é o tempo médio de duração de seu curso, basta consultar essa informação no site da instituição que pretende cursar.
Variação do tempo dos cursos
O tempo de cada curso varia, pois, cada instituição de ensino elabora os seus cursos de uma forma específica. Um exemplo que podemos citar diz respeito ao curso de Biomedicina.
Já vimos instituições que estipularam o período de três anos para a realização desse curso e outros que determinaram o período de seis anos.
Nesse contexto, a melhor forma de saber quanto tempo levará para cursar uma graduação é por meio da consulta no site da instituição, pois tudo dependerá de como essa instituição elaborou a sua própria grade curricular que, por sua vez, teve que ser aprovada pelo MEC.
Contudo, independentemente desse tempo, tenha em mente que o ensino superior hoje é apenas o primeiro passo que você pode percorrer rumo à emancipação.
Por que muitas pessoas ficam desesperadas ao terem que escolher um curso?
Não é algo que se restringe aos adolescentes, mas eles são, sem dúvida, um dos públicos mais afetados nos últimos anos quanto à escolha de um curso. E esse fato tem a ver com uma situação amplamente corriqueira em nossa sociedade, em que eles são pressionados a tomarem esta decisão muito cedo.
Posto isso, é evidente que esta pressão tem sido cada vez mais acirrada hoje em dia, em razão da facilidade do acesso a esses cursos. Assim, quando entram em algum curso de graduação que não gostam acabam se frustrando. No entanto, é válido destacar que o conhecimento pode ser adquirido não apenas por meio de um curso de graduação.
O acesso ao conhecimento inesgotável
Até pouco tempo atrás, fazer um curso de graduação era algo inviável para a maior parte das pessoas, de modo que muitas delas passaram a procurar por esse tipo de profissionalização mais tarde do que hoje em dia.
Eram poucos os cursos gratuitos e aqueles pagos tinham um custo muito elevado. Hoje, além de haver diferentes formas para se fazer um curso de forma gratuita mesmo nas instituições particulares, há vários formatos de ensino, como o EAD, o que é ótimo, visto que nem todas as pessoas têm como fazer um curso de forma presencial. Os valores também são mais acessíveis e os cursos são reconhecidos pelo MEC.
Posto isso, acreditamos que a pressão por fazer esse curso muito jovem é desnecessária, visto que:
o conhecimento se dá a todo dia e a todo instante, de modo que nunca se esgota!
Hoje em dia possuímos diversas possibilidades de cursos e ferramentas de aprendizagem, o que permite ao aluno dar continuação ao seu aprendizado da forma que achar melhor.
Por esse motivo, o aluno não deve se preocupar tanto com a escolha do curso correto ou a idade correta para iniciar uma graduação, mas sim pensar a respeito do momento em que está vivendo e qual é a melhor opção para esse seu contexto de vida.