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Por que fazer um parágrafo bem estruturado? A importância das citações nos parágrafos

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A importância de um bom parágrafo em materiais científicos: aprendendo a estruturar um parágrafo na pesquisa científica

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje voltaremos a discutir sobre a organização de uma pesquisa científica. As dicas que iremos apresentar hoje podem ser aplicadas em qualquer tipo de material científico, desde a um artigo científico até a uma dissertação de mestrado ou tese de doutorado. Para que um material seja considerado bom, é preciso que, ao longo de sua produção, tomemos alguns cuidados básicos para que ele tenha o que chamamos de rigor científico e metodológico. É por esse motivo que existem as normas que aplicamos aos trabalhos acadêmicos. Entretanto, hoje não iremos falar propriamente sobre as normas, mas sim sobre um elemento que faz com que tenhamos um texto fluído. Estamos nos referindo a boa construção de parágrafos. Um texto que apresenta parágrafos bem estruturados fica muito mais fácil de ser lido, e, além disso, atrativo para aqueles que estão consultando e citando o texto.

Aprendendo a estruturar um parágrafo no material científico

Elegemos essa pauta para a nossa conversa de hoje porque compreendemos a dificuldade e a angústia relacionadas ao processo de estruturação de um parágrafo no material científico que está sendo produzido. Essas dificuldades advêm de uma série de exigências, como, por exemplo, a necessidade de que o texto todo esteja embasado em autores (citações). Como sempre ressalta-se que precisamos de bases para que possamos argumentar e afirmar nossas ponderações, às vezes, para quem não está acostumado com essa dinâmica, pode parecer que não é uma prática que permite o exercício livre da escrita, que não há nada que seja, de fato, autoral. A primeira coisa que precisa saber é que existem muitas instituições e programas, e, com isso, muitas formas de se fazer pesquisa. As áreas e as suas linhas de pesquisa acabam trabalhando com estruturas que podem ser muito diferentes. Pensemos, então, na maioria.

O senso comum na universidade sobre o desenvolvimento dos trabalhos

Como estamos trabalhando com o que é mais usual, estamos levando em consideração o que acontece com a maior parte das instituições e de seus respectivos programas. Em relação a parte autoral, mais livre, tudo irá depender de qual momento da pesquisa você está se referindo. Ademais, algo que precisamos frisar é que todo trabalho científico deve mostrar para o que veio, isto é, deve ser inédito. Dizer qual é o seu marco teórico e de onde advêm as suas argumentações é algo crucial. Apontar de onde esse autor está tirando as suas alusões também é elementar. Após a conclusão do seu material, diversas pessoas podem não concordar, já que isso é algo inerente ao ser humano. Nem tudo o que falamos ou escrevemos está cem por cento passível à concordância. Isso é aceitável, mas o leitor deve entender que a sua reflexão foi feita dentro de uma lógica específica. Por esse motivo, o marco teórico é muito importante.

A importância do marco teórico nas pesquisas

O marco teórico é de suma importância às pesquisas científicas porque é uma forma de reiterar que o seu trabalho científico levou em consideração alguns pressupostos científicos e metodológicos, ou seja, que você tomou cuidados básicos de pesquisa. É uma forma, portanto, de atestar que diversos estudos foram levados em consideração e que você conhece o panorama do assunto investigado. É uma forma de demonstrar de onde vem o seu posicionamento. Sem esse cuidado, o seu material estará repleto de achismos. É difícil chegar a uma unanimidade em um material que é bem embasado e que o autor tomou uma série de cuidados. Em um material sem esse tipo de cuidado a situação é ainda mais problemática, pois ele perde a sua credibilidade. Materiais que trabalham apenas com achismos não podem ser classificados como científicos. Entretanto, os doutores não costumam esbarrar com esse tipo de necessidade.

Por que a voz de um doutor é tão válida?

Por que a voz de um doutor é tão válida?

Não é apenas o título de doutor que faz com que as pessoas confiem naquilo que você tem a dizer. Leva-se em consideração que para que a pessoa tenha chegado a esse título de doutor, passou por um longo processo. Essa pessoa, em sua jornada, teve que ler, escrever e produzir em larga escala. Todas essas angústias com as quais nos deparamos ao longo de nossa jornada já foram sentidas por esse doutor. A carga de leitura e argumentação precisa ser desenvolvida em todos esses anos e somos cobrados quanto a isso. Assim sendo, com o título de doutor, o pesquisador costuma ter um pouco mais de liberdade textual para falar sobre o seu posicionamento de uma forma mais fluida, já que entende-se que há todo um caminho teórico que construiu e o levou a ter esse tipo de visão. Contudo, as pessoas que ainda estão na graduação ou iniciando a sua jornada na pós-graduação lidam com mais exigências.

Exigências postas aos graduandos e mestrandos

Algumas exigências são postas aos alunos que estão na graduação ou em um mestrado pois entende-se que ainda estão iniciando a sua trajetória enquanto pesquisadores. O conhecimento, nesse momento, ainda não tem a profundidade necessária, e, por esse motivo, é preciso que, nos textos, sempre aponte-se a cada parágrafo os autores que estão embasando as afirmações. Em um único parágrafo é preciso que haja um ou mais autores responsáveis por alicerçarem a sua linha de raciocínio. Assim sendo, dizer de onde vem esse conhecimento é um exercício essencial. Reconhecemos que no início da pesquisa ou quando não entendemos a importância dessa necessidade, o exercício das citações é um pouco complexo. Além disso, a sensação de desânimo por não sentir que está desenvolvendo um trabalho autoral também é comum. Não pense dessa forma, pois a ideia/compreensão é sua, mas ela advém de um lugar.

O que asseguro com uma citação?

A partir do momento que citamos os autores que estão embasando o nosso pensamento, não significa que não temos uma ideia própria, que não temos um posicionamento, mas sim que estamos partindo de algum lugar sólido, sem recorrermos aos achismos. Por exemplo, se você deseja afirmar que a globalização é benéfica para a sociedade, há uma série de autores aos quais pode recorrer para atestar essa vantagem social. O mesmo vale para os malefícios. Há uma série de autores que versam sobre os aspectos negativos e positivos do processo. Dificilmente você terá um estudo que seja cem por cento autoral, até mesmo porque, diariamente, somos influenciados e impactados por diferentes agentes. As nossas ideias e percepções sempre advêm do que lemos e ouvimos. Toda e qualquer pessoa possui o seu próprio posicionamento, mas ele parte de percepções do mundo real.

Reconheça o impacto do seu posicionamento

Reconheça o impacto do seu posicionamento

Precisamos ser humildes para que reconheçamos que somos sim detentores de um posicionamento, mas ele não nasce por si só, mas sim de influências que nos interpelam a cada dia ao termos contato com diversas pessoas e situações diárias. É esse cuidado que devemos tomar ao fazermos uso das citações. Assim sendo, é preciso que encontremos autores que estejam de acordo com o seu pensamento e que sejam capazes de fornecer bases suficientes para que você consiga argumentar. Com isso, surge uma pergunta: a estrutura de um parágrafo deve ser baseada por inteiro em citações? E, ainda: há algum aspecto autoral na estrutura (em uma frase, por exemplo) que seja totalmente inédito e que depois deve ser embasado em uma referência? Começamos a responder essa pergunta afirmando que sim, você pode, primeiramente, construir o seu texto e depois buscar por argumentos que irão basear o texto.

Construindo os parágrafos estruturados

Construindo os parágrafos estruturados

Suponhamos que, em sua pesquisa, você deseja falar sobre o fenômeno da globalização. Em um primeiro momento, você irá definir o que é o fenômeno para, depois, afirmar se você concorda ou discorda das visões sobre a globalização fornecidas pela literatura por você escolhida. A partir do momento em que você faz uma alusão a um certo aspecto do fenômeno analisado e concorda ou discorda com o autor, você já está produzindo ciência, já que está dizendo de onde essa afirmação saiu. Desde que você apresente os motivos devidos, você pode concordar ou discordar as informações que deseja trazer para o seu texto. Além disso, dizer que discorda de uma certa visão em virtude de uma outra também é um exercício muito produtivo para a pesquisa científica. Tem-se, com isso, uma construção que é, ao mesmo tempo, argumentativa, colaborativa e reflexiva.

Entendendo a escrita colaborativa

Entendendo a escrita colaborativa

Compreendendo a produção científica como um processo de escrita colaborativa, você perceberá que esse texto, em hipótese alguma, trata-se de uma cópia. O ato de citar uma série de autores para atestar uma opinião/posicionamento não retira a legitimidade de suas próprias ideias, uma vez que eles estão fornecendo base para você construir o seu próprio raciocínio, o que faz com que o texto seja sim autoral e inédito. Quanto mais você exercer a sua capacidade de reflexão, mais profundo e inédito será o seu trabalho, pois você estará empenhado em apresentar uma nova visão. Além disso, precisamos, também, discutir sobre formas de escrita. Há pesquisadores que possuem uma escrita mais pesada. Porém, por outro lado, há pesquisadores que possuem uma escrita que é mais fluida. Entretanto, não se trata de uma escrita certa ou errada, mas de uma escrita que funciona ou não para você. Cabe escolhermos.

O que não pode na escrita acadêmica?

Como ressaltamos, não existe uma escrita modelo. Desde que você atente às exigências da pesquisa científica, você pode trabalhar com um tipo de escrita que tenha mais a ver com a sua personalidade enquanto pesquisador. O essencial nesse processo é sempre demonstrar de onde você está retirando essas informações, pois, caso contrário, o texto não poderá ser aprovado, já que faltará aquilo que denominamos de rigor científico e metodológico na pesquisa científica. As citações são fundamentais, pois são elas que atribuem esse caráter científico ao estudo, pois as afirmações deixam de ser vagas e meros achismos, sendo, então, dados embasados em estudos sólidos e consolidados na academia e fora dela. Além disso, cada tipo de produção científica produz resultados específicos para cada pesquisador. Uma pessoa, de um livro todo, pode retirar apenas uma frase/parágrafo para o seu estudo, por exemplo.

Mensurando as informações científicas que trazemos para nossos estudos

Mensurando as informações científicas que trazemos para nossos estudos

Uma mesma obra pode ser produzida de diferentes formas. Assim sendo, é de suma importância que tomemos alguns cuidados quando citamos essas informações. Atenção: a citação não reitera que todo o texto está sendo utilizado, mas sim que uma parte dele cabe em uma discussão específica que você está levantando em algum momento do seu estudo. Além disso, uma citação não significa que você apenas irá mudar algumas palavras da ideia original, pois, se assim o fizer, é provável que o texto seja acusado de plágio. Uma citação deve ser realmente interpretada, promover uma nova visão acerca do conteúdo consultado e lido. Também acreditamos que apenas mudar as palavras sem uma citação, sem que haja o seu posicionamento real enquanto pesquisador, não é algo que irá agregar valor ao seu estudo, pois você estará apenas reproduzindo uma certa visão sem qualquer tipo de interpretação.

Posicione-se com o seu texto

É de suma importância que, respeitando os preceitos da pesquisa científica, posicionemo-nos em nossos textos, seja concordando ou discordando com a literatura que estamos levando em consideração. A concordância e a discordância é fundamental para que o seu texto seja construído da melhor forma possível. Além disso, você irá perceber que no desenvolvimento da sua pesquisa, irá adotar algumas formas que irão atribuir certas peculiaridades ao seu estudo. É muito natural que a sua pesquisa adquira algumas características, principalmente se você estiver relacionado apenas com uma única área de pesquisa.

Há certas áreas do conhecimento, como é o caso da metodologia científica, que acabam se relacionando com muitas outras. Porém, outras áreas restringem-se a um campo do saber específico, com peculiaridades de pesquisa específicas. Assim sendo, algumas áreas permitem que o pesquisador transite entre áreas do conhecimento diversas. Essas lógicas apontam para abordagens teóricas e formas de análise que são igualmente específicas, o que demanda cuidados de pesquisa diversos. Conhecer as metodologias de pesquisa e as suas ferramentas é de suma importância para que o conteúdo seja abordado da melhor forma possível. No caso de pesquisadores que trabalham com uma área, com o tempo, terão uma identidade de pesquisa.

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