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Plágio inocente: fazer plágio sem saber é possível?

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O que é o plágio?

O que é o plágio?

Olá, tudo bem? Em nossa conversa de hoje iremos discutir sobre um dos aspectos mais polêmicos no mundo acadêmico: o plágio.

Você, em algum momento, deve ter sido advertido ou alertado quanto aos perigos do plágio e o porquê dele ser tão ruim para a sua carreira.

Entretanto, estamos muito acostumados a apenas criticar essa prática e não paramos para refletir se sempre que a pessoa que comete o plágio possui más intenções.

Nesse sentido, hoje iremos discutir sobre o “plágio inocente”.

Você acredita que ele existe ou é um mito?

Além de respondermos a essas perguntas, o post de hoje tem como intuito lhe ajudar a evitar cometer essa prática, sobretudo se essa é a sua primeira experiência com a pesquisa científica.

Sabemos que escrever de forma acadêmica não é a tarefa mais simples e, dessa forma, iremos ajudar você a aprender a usar as citações para evitar o conhecido plágio.

Fique atento!

Existem plágios mais “inocentes”?

Antecipando a resposta para a pergunta-guia da nossa conversa de hoje, podemos afirmar que sim, há a probabilidade de a pessoa que plagiou um ou mais trechos ter sido apenas descuidada.

Assim sendo, separamos três possibilidades que fazem com que o plágio, de certa forma, possa ser “justificado”, isto é, casos em que, muito provavelmente, o autor não teve más intenções ao abordar esse trecho.

Atenção: embora consideremos que a pessoa, nesses três casos, não possui uma má intenção, não significa que você deve plagiar e usar isso como argumento.

O intuito dessa conversa é apenas apontar os motivos que levam a pessoa a plagiar e, de forma alguma, incentivamos essa prática, pois o plágio é um crime, previsto em lei e, dessa forma, precisamos tomar bastante cuidado ao reproduzir uma obra, seja parte dela ou o texto na íntegra.

Compreendendo a ideia do plágio de forma mais ampla

O plágio nada mais é do que a cópia sem qualquer tipo de modificação ou referenciação/citação da obra copiada.

Essa cópia pode ser tanto integral quanto parcial.

Os anti-plágios, nesse sentido, nada mais são do que ferramentas que visam fazer a identificação de um possível plágio em uma dado documento e, para isso, fazem um mapeamento do seu material a fim de se verificar esses trechos sem referência e de onde eles são.

Compara-se o seu material com outros artigos já publicados, mesmo que sejam de sua autoria, bem como verifica-se se esse conteúdo se encontra publicado em algum site da internet, com em blogs, por exemplo.

Quem realiza o mapeamento do seu material não são seres humanos, mas sim robôs e, dessa forma, a análise é muito certeira, pois pode-se identificar, em termos exatos, o que é ou não plágio.

Por que as revistas não publicam materiais com plágio?

Essa pergunta é de suma importância porque a análise do plágio é um dos processos pelos quais o seu artigo irá passar antes que possa passar para a próxima etapa dessa análise.

As revistas científicas não admitem materiais com plágio porque, na maioria das vezes, estão indexadas em bases de dados.

As bases de dados fazem com que os artigos publicados por uma revista possam ser identificados e acessados mais rapidamente.

Assim sendo, as bases possuem políticas bastante severas e punem as revistas que admitem materiais que contêm plágio, o que faz com que as revistas em questão deixem de ser indexadas.

Nesse sentido, como forma de se proteger e garantir a sua indexação nas bases de dados, as revistas investem na alta tecnologia, isto é, em ferramentas de anti-plágio que, facilmente, conseguem identificar se há ou não o plágio em um dado material e qual a porcentagem da ocorrência.

Por que alguns autores não entendem a política anti-plágio das revistas?

Como a preocupação com a indexação da revista nem sempre é algo que aflige, também, o autor, ele não entende o porquê de as revistas serem tão rígidas em relação à prática do plágio e questionam os programas que detectam o plágio, abrindo mão, em algumas das vezes, da publicação.

Muitos desses autores se sentem bastante ofendidos quando o professor-orientador ou a revista chamam a sua atenção frente ao plágio, pois acreditam que as ideias realmente são suas.

Nós realmente acreditamos que grande parte dos autores cometem plágio por desconhecimento dessas políticas e de como os anti-plágios funcionam, bem como não sabem como fazer uso das citações. Adentramos, a partir de agora, naquelas três situações que podem fazer com que o autor cometa plágio de forma inocente.

A primeira delas é quando o autor não encontra palavras diferentes para expressar a ideia do texto.

O que fazer quando não encontro palavras diferentes para expressar a minha ideia?

O que fazer quando não encontro palavras diferentes para expressar a minha ideia?

Em todas as áreas do conhecimento, é muito comum que haja jargões e termos muito específicos e, dessa forma, ao interpretar a ideia em questão, o autor não consegue encontrar outras palavras para expressar essa mesma ideia de forma diferente.

Ele até cita o autor e o ano da publicação, mas o trecho fica idêntico ao da obra original, o que faz com que o anti-plágio aponte que, nesse trecho, há plágio, mesmo com a citação adequada.

Há muitas frases que são muito famosas, como, por exemplo, “Freud é conhecido como o pai da psicanálise”, ou, ainda, “Foucault é o fundador da biopolítica” e, dessa forma, usar essas mesmas sentenças pode fazer com que a ferramenta detecte o plágio.

Tais frases acabam se tornando tão populares que os pesquisadores, de modo geral, acabam empregando de forma massiva e, assim, o mais adequado é usar outros termos para transpor essa mesma ideia em seu texto.

Como usar uma ideia consagrada sem que seja acusada de plágio?

O melhor a se fazer nesses casos em que uma certa frase acaba se tornando muito popular, é substituir certos termos desta sentença, pois, ao contrário, a frase ou trecho inteiro do seu texto será acusado como plágio.

O uso de certas expressões é tão automático que ao escrever e organizar esse texto nem percebemos que, assim como nós, muitas pessoas estão fazendo uso exatamente da mesma expressão.

Justamente a ideia de que é de “conhecimento geral” uma certa expressão que acabamos recaindo, sem querer, no plágio.

Essa frase foi internalizada de tal forma que, o mais sensato, é substituir certas palavras, sobretudo aquelas que aparecem em muitos trabalhos, pois um trecho longo, inclusive, pode ser acusado de plágio porque diversas palavras possuem muita recorrência nos materiais que já se encontram publicados na web.

Temos, então, nesse caso, a primeira possibilidade de plágio inocente.

O que é o autoplágio?

Há, também, um segundo tipo de plágio que consideramos como inocente, pois, diferentemente dos outros tipos de plágio, sobretudo daqueles mais convencionais, em que há a cópia parcial ou total do texto de outra pessoa, é a questão do autoplágio.

No autoplágio, o autor acaba por copiar um mesmo trecho em sua nova produção, contudo, esse trecho em questão é de sua própria autoria.

Como esse texto já se encontra publicado e, desse modo, disponibilizado na web, o anti-plágio muito provavelmente irá apontar esse trecho como plágio, mesmo que ele seja seu.

Na verdade, tudo que se encontra disponibilizado na web deixa de ser nosso, pois, quando consultamos esse texto, estaremos desempenhando o papel de leitor e não mais de autor.

Nesse sentido, é muito pertinente discutirmos sobre os materiais que são submetidos a eventos científicos.

Devo citar materiais que submeti à um evento?

Muitos autores caem no equívoco de que apenas materiais que foram submetidos e aprovados pelas revistas científicas devem ser referenciados. Como destacamos, todo e qualquer material que se encontra disponibilizado na web, caso não seja citado, fará com que o seu material seja acusado de plágio. Assim sendo, o conteúdo de um resumo simples e expandido ou o artigo submetido a esse evento não poderá ser aproveitado. Você pode citar essa produção, contudo, a sentença/parágrafo que deseja utilizar deverão ser modificados para que você não tenha problemas. Em todas as vezes que você for participar de um evento científico com apresentação de trabalho, um novo texto deverá ser montado, seja ele mais curto ou extenso.

As citações diretas e indiretas: como e quando usar?

O texto submetido a um evento muito provavelmente ficará disponível na web depois ao seu término e, dessa forma, deixa de ser sua propriedade e, assim, deverá ser citado sempre que for acionado.

Atenção: não se esqueça das regras de citação que conversamos em outros momentos.

Caso você deseje usar trechos idênticos, sem quaisquer tipos de alterações, você precisará fazer uso da citação direta.

Caso o trecho em questão tenha até três linhas, bastará abrir aspas, inserir o trecho, fechar as aspas e colocar, entre parênteses, os dados do trecho (ÚLTIMO SOBRENOME DO SEU NOME, ano da publicação e página) e caso tenha mais de três linhas bastará fazer o recuo de quatro centímetros, colocar a letra em um tamanho menor e com espaçamento simples e inserir esses mesmos dados.

Para as citações indiretas, basta inserir o seu último sobrenome e o ano da publicação.

Elas são usadas quando o conteúdo do trecho é alterado.

Devo referenciar um resumo expandido?

Devo referenciar um resumo expandido?

Muitos autores acabam cometendo o autoplágio porque não sabem que um resumo expandido não serve apenas para que a sua inscrição seja validada no congresso.

Muito provavelmente, esse conteúdo ficará disponível a todos, tendo essas pessoas participado ou não do congresso em questão.

Assim sendo, do mesmo modo que essas pessoas precisarão citar o seu material, você também precisará, caso deseje aproveitar partes deste conteúdo.

Vivemos em uma academia, que, a cada dia, luta de forma mais feroz contra o plágio e, assim, aposta-se nas mais modernas e atualizadas ferramentas de anti-plágio, que, como ressaltamos, apontam o local exato de onde você está retirando esse conteúdo que não foi referenciado/citado.

Dessa forma, por via das dúvidas, sempre cite os materiais que submeteu a eventos e, também, aqueles slides apresentados em palestras, pois podem fotografar e disponibilizar na web.

O plágio como forma de proteção à integridade do autor

 

Concorda que para que uma produção possa ganhar vida dedicamos muito tempo de nossa vida?

É muito injusto que as pessoas se apropriem daquilo que levamos tanto tempo para construir.

É nesse sentido que a luta contra o plágio é bastante benéfica para todo e qualquer pesquisador.

Trata-se de uma forma de proteger o intelecto de todo um conjunto de cientistas que fazem com que a produção de conteúdo nunca tenha um fim, pois são as novas pesquisas que fazem com que a sociedade continue sempre a evoluir.

Nesse sentido, por via das dúvidas, sempre cite as suas produções que sabe que se encontram disponíveis na web.

Não se esqueça: para que uma proposta seja aceita ela precisa ser totalmente inédita, bem como há uma porcentagem aceitável de citações diretas (aquela em que copiamos o trecho exato de uma determinada obra já publicada).

O uso de um mesmo autor por muito tempo

Um último caso de plágio inocente sobre o qual gostaríamos de conversar é quando o pesquisador usa um mesmo autor por muito tempo.

Existem casos em que autores fazem uso de uma única matéria para construir todo o seu capítulo.

É comum, inclusive, que as mesmas referências usadas pelo autor em que o pesquisador está se baseando sejam mantidas e reproduzidas.

Nesse sentido, é muito comum que o anti-plágio detecte a presença do plágio em trabalhos que seguem essa lógica.

O texto em questão será acusado de plágio porque as ideias por você abordadas, mesmo que esteja modificando algumas sentenças e frases, não são de sua autoria.

Vamos pensar em um exemplo prático para que a situação fique clara.

Suponhamos que a sua pesquisa tenha como intuito discutir sobre um autor específico e, devido a essa finalidade, o autor dessa ideia será citado muito.

O ideal, para que o seu material não seja acusado de plágio é que procure outras fontes que falem sobre esse mesmo autor, pois você não estará se apoiando em uma única obra, embora a ideia sobre a qual irá discorrer seja a mesma.

É muito comum que autores que fazem uso de um mesmo autor reproduzam, inclusive, a estrutura desse material, o que faz com que o seu próprio fique ainda mais propício a ser acusado de plágio.

Mesmo que você faça uso das citações diretas, a construção desse material será muito idêntica. Use sempre mais de um autor.

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