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Revista Científica – Compreendendo as características de uma revista científica – O que é o processo de indexação e qualidade da produção – Como escolher? Qual é o melhor?

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Características do universo das revistas científicas: compreendendo quais são esses elementos e o que avalia-se em uma revista desse tipoCaracterísticas do universo das revistas científicas: compreendendo quais são esses elementos e o que avalia-se em uma revista desse tipo

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre o universo da produção científica, porém, hoje a nossa discussão irá se concentrar nos mecanismos que garantem a existência de uma revista científica e quais são os cuidados que devem tomar para que o material seja aprovado. Leva-se em consideração que toda revista científica preza pela indexação em uma ou mais base de dados, porém, para que consigam esta, não podem aceitar quaisquer tipos de materiais, pois, por exemplo, se eles conterem plágio, isto é, se já estiverem disponíveis na web e mesmo assim forem publicados por essa revista, ela perderá alguns benefícios, podendo responder judicialmente, visto que o plágio é considerado como um crime. Dentre essas perdas, tem-se, justamente, a perda da indexação. Além disso, iremos discutir sobre a qualidade das produções científicas e como elas e as revistas são avaliadas.

A indexação e a qualidade das produções científicas

A pergunta que irá conduzir a nossa discussão de hoje é se a indexação de uma revista tem algo a ver com a qualidade dos materiais científicos. Já iniciamos essa discussão afirmando que isso não é sempre uma realidade, infelizmente. Primeiramente, precisamos entender como funciona esse processo de indexação. A grande parte de nossas revistas científicas, ainda hoje, disponibilizam os seus artigos a partir de um formato que não é o HTML, que faz com que esses artigos sejam encontrados mais facilmente na web. Contudo, nossa revista e muitas outras, já publicam esses materiais em HTML, de modo que a partir do momento em que ele é publicado, logo se encontra disponível nos resultados dos mecanismos de busca, como o Google. Com isso, as pessoas conseguem ter acesso ao conhecimento de uma forma muito mais rápida. Entretanto, quando ela não faz esse uso, a comunicação desses materiais torna-se mais lenta.

A comunicação dos materiais científicosA comunicação dos materiais científicos

As revistas científicas que ainda não trabalham com o formato HTML quando finalizam o processo de avaliação dos artigos científicos acabam publicando esse material em PDF, o que pode retardar o acesso a esse material, pois não é disponibilizado como uma página da web. Dessa forma, diversas revistas científicas que trabalham assim não conseguem indexar os seus materiais em bases de dados abertas. Contudo, elas precisam ser indexadas, isto é, precisam de uma plataforma capaz de viabilizar o acesso aos seus materiais publicados. Também precisamos chamar a sua atenção para o fato de que grandes empresas passaram a visualizar nesse processo uma possibilidade de lucro, de modo que passaram a investir nessas bases de dados. Assim sendo, com o advento da internet, criou-se múltiplas bases de dados para que essas revistas passassem a armazenarem os seus textos publicados.

As bases de dados em seus primórdiosAs bases de dados em seus primórdios

Logo que as bases de dados foram criadas, tinha-se, como objetivo, recolher esses materiais publicados e compilar em um mesmo espaço. Surgem, nesse contexto, os indexadores, que são, na verdade, critérios para que uma revista científica possa ser armazenada em uma certa base de dados. Temos diversos indexadores, porém, a maioria deles são pagos. A base de dados cria o seu próprio indexador, e, com isso, regras a serem seguidas por essa revista que deseja se filiar à base. Porém, nascem alguns problemas. São grandes conglomerados empresariais que administram essa produção científica. As revistas passam a cobrar para publicar esses artigos. Assim sendo, ela e os seus autores devem atender a certas regras para que esses indexadores sejam atendidos. Como o autor pagou para que esse artigo fosse publicado, ele passará a integrar uma base de dados que segue a mesma lógica.

Como as bases de dados pagas podem ser acessadas?Como as bases de dados pagas podem ser acessadas?

Esse tipo de base de dados sobre o qual estamos conversando segue uma lógica específica. Contudo, para que esse conhecimento possa ser disseminado, é preciso que se tenha um público que irá consumir esse conteúdo. Quando escrevemos e publicamos um artigo científico temos em mente que ele será divulgado e acessado pelas pessoas. Entretanto, quando essa publicação é feita por meio de pagamentos, o autor está investindo financeiramente tanto na revista quanto na base de dados, o que irá lhe proporcionar um tipo de acesso específico. Assim, aqueles pesquisadores que procuram por materiais em bases de dados fechadas devem saber que precisará pagar para ter acesso a esses materiais. Essa questão gera uma série de polêmicas tanto no mundo corporativo quanto no acadêmico. O Brasil ainda não comprou a briga pelo conhecimento aberto e gratuito, embora haja, sim, os seus defensores.

A importância do conhecimento abertoA importância do conhecimento aberto

Aqueles que resistem a essa lógica do conhecimento fechado, pago, ainda são poucos, mas lutam constantemente para reverterem essa situação. A lógica do conhecimento, portanto, caminha a partir de um outro viés, de modo que as revistas científicas comprometidas indexam os materiais em plataformas que todos podem ter fácil acesso e de forma gratuita. O Google é o principal indexador gratuito. Esses artigos podem ser encontrados em uma pesquisa simples, como se você estivesse procurando se informar sobre uma dada questão. Embora o Google seja um grande conglomerado, o acesso a esses artigos é gratuito, fácil e para todos. Também gostaríamos de destacar que a base de dados da Scielo, que, ainda hoje, é gratuita, faz uso do próprio Google como indexador. Hoje, ela é autônoma, mas foi criada pela FAPESP, uma instituição de fomento à pesquisa pública.

Afinal, o que são os indexadores?

Os indexadores podem assumir formas diversas a depender da base de dados que está por detrás deles. Como são tecnologias derivadas das formas mais refinadas e atualizadas de inteligência artificial, cada base tem as suas próprias possibilidades e restrições. A base da Google, por exemplo, indexa quaisquer tipos de revistas e materiais que se enquadrem em seus critérios, de modo que não há um material melhor que o outro. Quando discute-se sobre o processo de indexação, não estamos nos referindo à qualidade dessas produções, mas sim às tecnologias empregadas, às políticas de indexação, ao emprego de uma certa linguagem de programação, aos mecanismos de interesse, dentre outras questões. Hoje, o governo brasileiro ainda investe nesses indexadores pagos. Almeja-se que os alunos dessas universidades federais tenham acesso aos materiais pagos pelo governo.

A lógica da Revista Núcleo do Conhecimento

Um dos primeiros elementos notáveis é a publicação dos materiais no formato HTML. Essa preferência se dá em virtude do fato de que prezamos pelo alto alcance desse material publicado junto a nós, de modo que a partir do momento em que ele é disponibilizado, às pessoas de todo o mundo têm acesso à produção quase que de forma instantânea. Isso decorre do fato de que em dez minutos esse trabalho passa a ser indexado e divulgado pelo Google. Para uma empresa que segue a lógica do conhecimento fechado e que, portanto, vende os seus artigos, uma vez que almeja-se que a pessoa assine para que tenha acesso a conteúdos diferenciados e privados, esses materiais não podem estar publicados em qualquer lugar, o que restringe ao acesso e garante que a empresa possa vender essas publicações. Se esse mesmo material é publicado de forma gratuita, não fará sentido o investimento por aqueles que pagam.

A exclusividade nas bases de dados fechadas

Para que os leitores queiram investir, os materiais veiculados a partir das bases de dados demandam uma certa exclusividade. No caso de nossa revista, como o processo de indexação é feito automaticamente junto à Google, não conseguiríamos indexar as produções em uma base de dados fechada, pois eles não são mais privados, mas sim de domínio público. Revistas com essa lógica não são viáveis economicamente para essas bases. Selecionam, portanto, artigos de revistas que têm potencial de venda, porém, não se trata, novamente, de uma questão de qualidade, mas sim de rentabilidade. Não se trata de terem artigos melhores ou piores, mas sim de uma política de publicação que prioriza uma certa lógica que restringe o acesso para que ele seja exclusivo a quem investe. Há algumas regras postas por essas bases para que os artigos possam ser publicados.

Regras das bases de dados fechadas

Dentre as principais regras, tem-se o fato de que esses artigos são publicados em língua inglesa, o que por si só restringe a circulação desses materiais a um nicho de pessoas muito específico, porque, no Brasil, são poucas as pessoas que dominam a língua inglesa em termos de leitura e escrita. As revistas que optam pela inclusão de seus materiais em indexadores privados seguem regras técnicas muito particulares àquele contexto. Assim, a grande maioria das revistas desse tipo não trabalham com o conhecimento científico aberto, de modo que paga-se para ler e publicar materiais científicos. Pensemos em alguns exemplos. A Pubmed é considerada como uma base de dados aberta, porém, em nosso entendimento, ela é mista, pois nem todos os materiais ali disponibilizados podem ser lidos na íntegra sem que o leitor pague pelo acesso. Geralmente, os resumos podem ser lidos de forma gratuita.

Exemplos de bases de dados

Como mencionamos, a Pubmed disponibiliza os resumos dos artigos de forma gratuita. Ao acessar um deles, você será redimensionado para a revista onde foi publicado, e, geralmente, paga-se para continuar com essa leitura. Contudo, alguns desses materiais podem ser lidos na íntegra sem que você tenha que pagar, e, por isso, trata-se de uma base de dados mista. A Pubmed é uma base de dados recomendada para pesquisas que se situam na área da saúde. Um dos critérios mínimos para que uma revista possa ser indexada nessa base de dados em específico é o fato de que os artigos por ela publicados devem ser da área da saúde. Uma revista multidisciplinar, que é o nosso caso, não conseguiria esse aval, pois publica-se artigos de todas as áreas e não apenas da saúde. Em relação ao pagamento, pode ser que você tenha que pagar a revista e/ou à base de dados, tudo irá depender das condições postas por ambos.

Regras que uma revista científica precisa seguir

A fim de que uma revista consiga ser indexada em uma base de dados como a Pubmed, que opera a partir de um sistema misto, obrigatoriamente, a revista que pleiteia esse vínculo precisa ser da área da saúde ou afins. Todas as outras que admitem outras áreas que não são correlatas à saúde não conseguirão se vincular à essa base em específico, pois admitem materiais de outros campos do saber. O critério para indexação, no caso da Pubmed, está relacionado diretamente com a “imposição” de uma área específica para que essa revista pleiteante atue (ciências da saúde e correlatas). Com isso, percebemos que o processo de indexação atém-se mais às questões administrativas e burocráticas do que com questões atinentes à qualidade desses materiais que podem ser indexados. Também entendemos que é pertinente a discussão sobre o impacto social dessas revistas abertas e fechadas.

O impacto social das revistas científicas abertas e fechadas

Hoje, a CAPES, que mensura a produção científica realizada junto aos programas de pós-graduação stricto sensu brasileiros, tem pensado nas questões atinentes à representatividade e ao impacto desses materiais na sociedade real, isto é, se esses materiais têm, de fato, chegado até as pessoas. Esse impacto dos materiais é mensurado a partir de uma perspectiva aberta e fechada. No caso das bases de dados fechadas, esse impacto é mensurado a partir do índice JCR e o fator de impacto. São métodos criados exclusivamente por essas bases fechadas, restringindo-se a elas apenas. Essas métricas têm o seu campo de atuação restrito porque no processo de composição desses índices as características dessas bases foram introduzidas.

Contudo, as bases de dados abertas também possuem os seus índices, que contêm características próprias e relevantes a esse contexto. No caso da Google, o índice H é o mecanismo que mensura esse impacto dos materiais. A mensuração considera o quanto você e as revistas nas quais costuma publicar estão sendo citados por outros pesquisadores que também publicam nessas revistas abertas. A pessoa que irá citar o seu material precisa seguir as regras da Google para que a citação possa ser contabilizada. Esse material a ser publicado pelo autor que lhe cita precisa ser indexado na Google para que a varredura dessa citação possa ser feita. Cada pessoa que cita seu material dessa forma faz com que seu índice H aumente.

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