BLOG

Posso usar figuras, imagens, tabelas, quadros e gráficos de outros artigos científicos em minha própria produção citando as fontes desses elementos?

Conteúdo

5/5 - (1 vote)

A importância da citação em materiais científicos: os elementos gráficos (tabelas, quadros, imagens, gráficos etc) podem ser citados?A importância da citação em materiais científicos: os elementos gráficos (tabelas, quadros, imagens, gráficos etc) podem ser citados?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos retomar as nossas discussões sobre uma temática que é essencial para todos os acadêmicos: a citação. Como temos reiterado ao longo dos nossos posts, a fim de que um dado material científico possa vir a ser aprovado é preciso que ele tenha aquilo que chamamos de rigor científico e metodológico, isto é, a fim de que possamos introduzir uma dada afirmação em nosso texto é preciso que partamos de pressupostos considerados como científicos e não de achismos e impressões pessoais. Assim sendo, pesquisamos as fontes que irão trazer as nossas afirmações a esse rigor e as introduzimos ao longo dos capítulos de nossas produções. Esse processo é conhecido como embasamento teórico. Contudo, há outros tipos de fontes que podemos introduzir em nossas produções, que são os elementos visuais. Esses também devem ser devidamente citados e referenciados.

A autoria nos materiais científicosA autoria nos materiais científicos

Sempre temos ressaltado que a autoria daqueles que produzem os textos que estão fornecendo base para as nossas próprias reflexões devem ser respeitadas e devidamente citadas, o que inclui os elementos gráficos dessas produções. Muitos se questionam se é possível inserir um desses elementos visuais – quadros, tabelas, fotografias, imagens, gráficos e afins – referenciando da forma correta ou se é preciso pedir autorização aos detentores de tal elemento gráfico (autores). Há algumas questões iniciais que gostaríamos de destacar. A cada vez que você envia o seu material científico para ser analisado, avaliado e, possivelmente, publicado, é preciso que esse material atenda a alguns critérios. Essa é uma realidade comum a todas as revistas científicas. Se ela possui ISSN, possui um corpo de editores, bem como se essa revista é indexada, ao enviar esse material, precisará assinar um termo específico antes de tudo.

O termo de concessão de autoria

A partir do momento em que você submete um artigo científico a uma revista e assina o termo de concessão de autoria, está atestando que o seu material, caso seja aprovado, será de domínio público, de modo que todos podem acessá-lo e citá-lo. Esse material, de fato, deixa de ser seu, porém, a pessoa que deseja utilizar o seu material precisará resguardar a sua autoria, surgindo, daí, a necessidade da citação. Você, enquanto autor, não pode impedir a circulação desse material, pois ele já é de domínio público. O artigo perde a sua autonomia e passa a pertencer à revista na qual foi publicado. Isso não significa que você deixará de ser autor dessa obra e que o seu nome não será citado. Ocorre justamente o contrário. O que ocorre é que todos devem citar esse material, incluindo você, caso deseje citar sua própria obra. Assim sendo, todos devem demonstrar de onde esse material foi retirado (nas referências e no corpo do texto).

É preciso pedir permissão para que um artigo possa ser citado?

Justamente por esse artigo pertencer ao domínio público, não precisamos pedir qualquer tipo de autorização ao autor original para que a sua obra possa ser citada. Aquele material não é mais do autor no sentido de que concedeu o artigo à revista, logo, pertence à ela, porém, não é essa revista que deve ser citada, mas sim o autor, pois ele não deixa de ser autor, apenas não é o detentor único deste artigo. Perde-se a autoria no sentido de que aquela produção não é de domínio do autor, mas sim de todos, visto que todos podem manusear, desde que façam as devidas citações. Assim sendo, os gráficos, as tabelas, os quadros, as fotografias, as imagens e quaisquer outros elementos visuais podem ser citados, assim como cronogramas e perguntas feitas em questionários/entrevistas. O autor não pode impedir um outro de citar tais elementos. Contudo, é preciso que esse material esteja efetivamente publicado.

Quando um elemento gráfico pode ser citado?

Pensemos no seguinte exemplo: suponhamos que um dado pesquisador tenha registrado uma fotografia ao longo do desenvolvimento do seu estudo, porém, essa imagem não é de domínio público, isto é, não foi publicada em nenhum lugar, e, desse modo, não está circulando na web. Se essa imagem não foi publicada em um artigo científico ou em qualquer material científico, ela não pode ser citada. O mesmo vale para uma dada ferramenta de pesquisa. Se ela não foi publicada, não pode ser divulgada, tampouco citada. Como não houve essa publicação, entende-se que é um estudo que ainda está sendo desenvolvido e, portanto, não pode ser citado até que seja publicado. A partir do momento em que ele é publicado, entende-se que o autor abriu mão dessa exclusividade. Com isso, permite-se que a revista publique esse artigo científico, e, por esse motivo, passa a ser de domínio público.

Cuidados com as citações diretas e indiretasCuidados com as citações diretas e indiretas

Todo artigo pode e deve ser citado, contudo, ao realizarmos essas citações, precisamos tomar certa cautela para que elas sejam feitas da forma devida. No caso de um elemento gráfico, as regras são as mesmas. Se você for inserir uma imagem de outro artigo de forma idêntica em seu material, sem qualquer tipo de adaptação, precisará realizar uma citação direta. Você atesta ao seu leitor que essa fonte específica não é sua. Contudo, se você fizer qualquer tipo de anotação, transcrição ou adaptação nessa figura, não terá uma citação direta, mas sim indireta, visto que você apenas está se inspirando em uma figura para desenvolver a sua própria. Ao realizar a fonte, você irá dizer que essa figura é de elaboração própria, inspirada na figura de autor x, inserindo o último sobrenome do ou dos autores, seguido do ano. No caso de uma citação direta, os dados são os mesmos, porém, com o acréscimo da página de onde foi retirada.

Como citar tabelas e quadros em um material científico?Como citar tabelas e quadros em um material científico?

Dentre os elementos visuais, as tabelas e quadros são recorrentes. O mais comum é que a tabela ou quadro tenham que ser refeitos completamente, visto que os seus dados de pesquisa não são os mesmos dos autores nos quais está se inspirando, salvo alguns casos específicos. É muito raro que os orientadores autorizem que uma tabela ou quadro de um autor sejam replicados de forma idêntica em seu trabalho. Preferem que você adapte esses dados, porém, pode se inspirar. Novamente, se a tabela for inserida de forma idêntica, precisará fazer uma citação direta. Se você está se baseando, basta a citação indireta. Antes de inserir esse elemento visual, precisará criar uma legenda, um título, enumerando de forma cronológica. Abaixo do elemento visual, é preciso que você aponte que se trata de um elemento de autoria própria baseado no autor x (ano y).

A inspiração em um elemento visual já publicadoA inspiração em um elemento visual já publicado

Há a possibilidade de que você possa realizar um organograma e/ou cronograma, que são, frequentemente, requeridos, e, a partir deles, produzir o seu próprio. Assim sendo, ele terá as suas próprias datas e prazos, mas as atividades de pesquisa podem ser as mesmas. No caso de uma tabela ou quadro, você pode interpretar os dados de tais elementos gráficos a partir do seu contexto de pesquisa, inserindo os seus próprios achados, visto que possuirá dados mais atualizados em relação àqueles dispostos pelo autor no qual está se inspirando. Há pesquisadores que apresentam, em um primeiro momento, os dados encontrados pelos autores em que se inspiram na íntegra, e, posteriormente, apresentam as suas próprias conclusões, com novos dados. Além disso, pode ser que esses pesquisadores contestem/questionem os outros dados, porém, para isso, é preciso que apresentem esses dados antes dos seus próprios.

A finalidade e o formato da citação

Há múltiplas possibilidades para que os dados de pesquisa antigos (de outros autores) e atuais possam ser apresentados. Essas possibilidades devem estar de acordo com a finalidade dessa citação, bem como com o seu formato. Também gostaríamos de frisar aqui que toda e qualquer informação que se encontra em um material científico já publicado pode e deve ser citada, desde que contribua e enriqueça a sua própria discussão. Qualquer informação que se encontra publicada em artigo indexado em uma revista científica é de domínio público, e, portanto, pode ser utilizada e citada. Se essa autoria original não é citada, a pessoa que está fazendo uso indevido dessa informação será acusada de plágio. O plágio é considerado como um “roubo intelectual”, considerado como um crime em nosso país. A partir do momento em que você está se inspirando em uma tabela, por exemplo, já está se apropriando do material.

Cuidados ao citar os elementos visuais

Como temos ressaltado, qualquer elemento visual já publicado pode ser usado na íntegra ou adaptado, porém, o pesquisador precisa tomar alguns cuidados. Desde um organograma/cronograma até uma ferramenta de pesquisa que já se encontra validada, o pesquisador tem em mãos diversos conteúdos de qualidade e científicos que podem ser aproveitados e adaptados a uma nova realidade. Feito esse panorama, iremos ajudá-lo a organizar essas informações em seu texto. Iremos conduzir essa segunda parte da discussão a partir de uma questão norteadora: a fim de que eu possa realizar um artigo científico devo começar por uma revisão bibliográfica? A primeira coisa que gostaríamos de salientar é que sim, um artigo científico pode ser iniciado com uma revisão bibliográfica. Recomendamos o início dessa discussão com o estado da arte, momento em que você reúne e justifica as suas fontes.

A importância do problema de pesquisa

Toda pesquisa começa com um problema de pesquisa bem definido, visto que é esse problema que fará com que você chegue aos melhores materiais que irão fornecer base para que a discussão seja construída. Além disso, é preciso que, ao analisar esses materiais, encontre uma lacuna de pesquisa com a qual trabalhar, que corresponde a uma variável que ainda não foi explorada pelos textos que coletou e escolheu. Não podemos começar a revisão de um material sem que ele tenha um motivo para existir. Dessa forma, antes de iniciar a revisão dessa literatura, é preciso ter um problema de pesquisa claro e bem justificado. Sem essas respostas, a qualidade do material pode ser comprometida, visto que não se tem um propósito para a discussão. Além disso, o pesquisador deve ter claro em mente que todo e qualquer material científico deve partir do problema de pesquisa.

Características de um problema de pesquisa

É muito comum que os orientadores digam aos seus alunos que o problema de pesquisa deve estar “lincado” com os objetivos da pesquisa – geral e específicos – bem como com  metodologia de pesquisa. A lógica é a seguinte: você parte de um problema de pesquisa e, dentro desse problema, precisará de mecanismos para chegar à solução (ou a uma proposta de reflexão). Eles são os objetivos. Por exemplo, o seu problema de pesquisa pode ser compreender qual é o melhor formato de ensino nesse momento (o ensino presencial, à distância ou híbrido). O grande centro da questão seria descobrir se há diferenças entre esses formatos e quais são as suas vantagens e desvantagens. O objetivo poderia ser compreender se há um modelo que é, de fato, melhor. Pode-se, ainda, investigar quais são as diferenças efetivas entre os modelos em questão.

O que o problema de pesquisa determina?

Um problema de pesquisa bem definido é essencial à boa condução da pesquisa, visto que ele irá determinar e delimitar os rumos que o estudo tomará ao longo de todo o seu desenvolvimento. Ele determina etapas decisivas da pesquisa, como os próprios objetivos da pesquisa, a metodologia (abordagem, natureza e técnicas envolvidas) e até mesmo irá orientar o pesquisador a escolher os melhores autores que podem ajudar a desenvolver a discussão teórica. Assim sendo, em razão dessa importância, recomendamos que, caso você esteja no início dessa pesquisa, comece pela pesquisa do estado da arte. Tem-se algumas vantagens com essa prática.

O início da pesquisa com o estado da arte é considerado por nós como vantajoso porque a partir dessa busca sistematizada você conseguirá obter um panorama geral acerca do que os estudiosos da linha de pesquisa relacionada ao seu tema têm pesquisado em um recorte temporal a ser por você delimitado. O problema de pesquisa surgirá dessa análise, porque você perceberá quais são as lacunas de pesquisa deixadas por esses estudiosos e, a partir disso, escolherá uma com a qual irá trabalhar. A partir disso, conseguirá identificar quais são os seus objetivos, a metodologia apropriada, dentre outras questões. Escolha por um tema que realmente seja útil ao contexto que estamos vivendo hoje.

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita

Confira também...