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Como funciona o processo de avaliação de um Artigo Científico?

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As etapas de avaliação às quais um artigo científico está sujeito: quais são as técnicas esperadas do pesquisador que submete o material à revista?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos retomar as nossas discussões sobre as etapas às quais um artigo científico está sujeito quando submetido a uma revista científica. É muito importante que você compreenda os mecanismos que estão por trás desse processo para que esse processo seja o mais tranquilo possível para você. Essa compreensão implica conhecer quais são as técnicas e cuidados de pesquisa necessários para que o material possa obter o êxito almejado. Essas etapas perpassam por diversos momentos da produção científica, desde a análise do ineditismo do material até as questões gráficas e ortográficas e a análise do conteúdo propriamente dita. É fundamental que o pesquisador sempre leve em consideração o template da revista no que toca ao quesito de normas, porque, caso não esteja de acordo, também pode ser reprovado. Iremos aprofundar essas questões ao longo dessa discussão.

O que faz com que um material científico seja reprovado?O que faz com que um material científico seja reprovado?

Iremos compreender as fases de avaliação de um artigo a partir da compreensão dos elementos que fazem com que um artigo científico venha a ser reprovado. Precisamos pensar naqueles processos que empregamos que podem potencializar esse processo de reprovação. É fundamental que estejamos dispostos a aprender com esse processo. Ao invés de desanimarmos e desistirmos da publicação, podemos usar isso ao nosso favor. Essa situação, embora possa parecer negativa, pode ser convertida em uma oportunidade, um benefício. Acreditamos que antes de qualquer coisa é preciso entendermos qual é a lógica da revista científica e como elas atuam. Às vezes ficamos tão presos à ideia de que o material foi reprovado que nos esquecemos de outras questões mais importantes. As frustrações estão ligadas à tristeza, a ter que revisar o material e à quebra de uma expectativa com essa submissão.

O que caracteriza a reprovação de um material?O que caracteriza a reprovação de um material?

Um material científico é reprovado diversas vezes até que possa ser aprovado. Embora a situação possa parecer chocante, há uma explicação. Como sabemos, um artigo científico passa por múltiplas avaliações. Nesse sentido, quando ele deixa de atender a um ou mais critérios de qualquer uma das etapas, ele é reprovado. Há critérios mínimos postos por uma revista que devem ser atendidos. A fim de que as questões fiquem mais claras, iremos utilizar a nossa revista como exemplo, isto é, a Núcleo do Conhecimento. Ela atua como um mega journal. Enquanto mega journal, seguimos uma tendência internacional. Contudo, como participamos da Associação Brasileira de Editores Científicos, há alguns aspectos típicos dos outros formatos de revista que podemos mencionar para esclarecer a questão. Há uma reclamação coletiva: os processos/momentos de avaliação de um artigo não atendidos levam a uma reprovação.

O não atendimento aos critérios mínimosO não atendimento aos critérios mínimos

A partir do momento em que um artigo é submetido à revista científica, inicia-se a avaliação de uma variedade de etapas. A primeira delas é representada pela análise sistemática, isto é, verifica-se se o seu material encontra-se dentro das normas e do escopo da revista. Na sequência, inicia-se a análise do ineditismo do material pelas vias da inteligência artificial. Trata-se da análise do plágio. O material é inserido no programa composto por esta inteligência e inicia-se essa análise. O programa irá calcular, investigar e computar o nível de semelhança do seu material em relação àqueles que já se encontram publicados. A análise, portanto, irá apontar se o seu material possui ou não plágio e, em caso afirmativo, qual é o nível percentual de semelhança entre o seu material com aqueles que possuem as mesmas sentenças. O material pode ser apontado como parcial ou integralmente plagiado.

O que fazer quando o material é acusado de plágio?

Se o seu material foi reprovado nessa etapa, não desanime. Há certas técnicas que podem lhe ajudar a reverter essa situação. Você receberá uma espécie de feedback da revista. Algumas pessoas consideram esse processo como uma reprovação. Assim sendo, é importante que você tenha em mente que, caso o seu material seja reprovado na etapa da análise do plágio, ainda há como o material ser aprovado. Peça à revista o relatório gerado pelo anti-plágio para que você reveja o material da redação do texto, alterando as sentenças que foram acusadas de plágio. O relatório é uma forma a partir da qual você pode saber os motivos que fizeram com que o material fosse reprovado. Quem reprovou não foi a revista, mas sim a inteligência artificial do programa por ela utilizado. O plágio é tão rebatido porque é considerado como um crime, e, portanto, é antiético e ilegal.

Agarre as oportunidades para melhorar o seu materialAgarre as oportunidades para melhorar o seu material

A alteração das sentenças apontadas pelo programa de anti-plágio é a primeira ferramenta que você tem em mãos para fazer com que o seu material seja aprovado, mesmo que tenha sido barrado nesse primeiro momento. Temos, posteriormente, uma segunda etapa de avaliação do seu material científico. Ela é a análise técnica do material. Toda revista tem o seu corpo técnico composto por revisores. O professor, que é o primeiro avaliador, junto à equipe técnica, irá avaliar se o seu material tem algum problema em termos de estrutura, aspectos gráficos e de ortografia/coesão e coerência/concordância. Analisa-se se ele tem uma introdução, um problema de pesquisa, objetivos, metodologia, justificativa de sua relevância social, considerações finais e referências. Em outras palavras, analisa-se se esse material segue um rigor científico-metodológico.

O rigor científico nos materiais

Nessa segunda etapa de avaliação, o corpo técnico da revista irá verificar, também, se esse material obedece a estrutura adotada pela revista. Verifica-se, também, se os aspectos relacionados à ética em pesquisa foram seguidos pelo autor. Esses cuidados farão com que você receba o primeiro parecer da revista. Esse parecer, na maior parte dos casos, tende a ser negativo, o que acarreta em uma “segunda reprova”. Embora na análise do plágio você tenha tido uma nova oportunidade para que o material seja publicado, ele ainda precisa ser aprovado nas demais etapas. A análise do plágio não é uma reprovação, mas sim uma adequação às questões legais e éticas. É uma forma de garantir que esse material é inédito. Quando o material é submetido, assinamos um termo que garante que ele é inédito, logo, não pode conter plágio. Para que você possa prosseguir para a segunda etapa, terá que refazer o material.

Devo refazer o artigo?

Em diversos casos, um material científico é acusado de plágio porque o pesquisador pode ter participado de um congresso científico e submetido um texto semelhante àquele proposto à revista. Uma vez que ele passa a circular na web, já não é mais inédito. Em muitas vezes, o autor ao menos sabe que esse material está publicado, e, dessa forma, na análise de plágio toma essa consciência. Basta modificar as sentenças acusadas de plágio e o material poderá prosseguir para a próxima etapa. Quando a inteligência artificial realiza essa coleta e percebe a semelhança, não há muito o que ser feito a não ser refazer a redação das partes acusadas de plágio. O pesquisador ganha uma chance para refazer esse material porque ele pode nem saber que esse artigo já estava publicado. O material não é, portanto, inédito. Pensaremos agora no segundo parecer que você irá receber.

O parecer da equipe técnica e do primeiro avaliador

O parecer elaborado pela equipe técnica junto ao primeiro avaliador é um documento crucial à aprovação ou reprovação de seu artigo. O parecer costuma ser acompanhado de uma série de observações e apontamentos que podem potencializar a qualidade do seu texto. Recomendamos que todos eles sejam atendidos para que ele possa caminhar para a terceira etapa. Temos, aqui, uma outra oportunidade, porque todo um conjunto de profissionais analisaram de forma minuciosa o seu material e, a partir dessa observação, elencaram alguns pontos que devem ser explorados ou suprimidos. Aponta-se tudo aquilo que deve ser feito para que o artigo seja aprovado, o que é um ganho, pois você sabe exatamente o que não está funcionando. Há revistas que realizam essa etapa antes mesmo da análise do plágio. Contudo, se ele for plágio, de nada adiantará o parecer anterior positivo.

Qual é a função da equipe técnica da revista?Qual é a função da equipe técnica da revista?

A função essencial dos membros que ocupam a equipe técnica de uma revista é a averiguação de alguns pontos de seu material. Analisa-se se ele está de acordo com as normas da revista e dentro de seu escopo, se há vícios de linguagem e coloquialismos, se há coesão e coerência entre os parágrafos e se há problemas de concordância ou gráficos (erros de digitação, por exemplo). Analisa-se se a quantidade de citações diretas e indiretas está adequada e se elas estão explicitadas de forma correta no corpo do texto e no tópico das referências. O parecer indica que um primeiro professor avaliou o seu material. Ele analisa se o artigo atende aos critérios mínimos. A falta de objetivos exequíveis, de um problema de pesquisa, de uma metodologia adequada, se o texto chega até onde propõe e de uma fundamentação teórica suficiente aumenta as chances de reprovação nessa primeira etapa de avaliação do conteúdo.

Exemplo de um artigo que poderia ser reprovado

Pensemos no seguinte exemplo: suponhamos que tenhamos em mãos um artigo que propõe a elaboração de um material a ser introduzido no dia a dia docente de um grupo de professores. O avaliador de número um irá verificar se, ao longo do texto, a proposta do manual aparece e é desenvolvida de forma suficiente. No caso de uma reprova, ao invés de ficarmos tristes, deveríamos ficar mais felizes, pois é uma forma de termos um panorama real sobre como temos entendido a nossa temática e os processos de pesquisa. Temos, neste parecer, as dicas principais, as respostas para que o nosso material possa, enfim, ser aprovado. É crucial que nessa etapa todas as observações feitas pelo avaliador sejam atendidas, uma a uma. Fazer um checklist para verificar quais já foram atendidas é uma forma de verificar se todas elas foram atendidas. Depois, o material é enviado, novamente, a esse primeiro grupo de avaliadores.

O terceiro processo avaliativo: a avaliação dos pares

Chegamos na terceira etapa avaliativa dos materiais científicos. Os pares nada mais são do que dois professores especialistas em sua área e linha de pesquisa que irão avaliar todo o conteúdo do artigo, não apenas os aspectos técnicos. Normalmente, eles têm uma titulação superior à sua. Contudo, a maior parte desses avaliadores são doutores. Eles irão analisar o material e ponderar se ele é capaz de contribuir com a comunidade científica e, sobretudo, com a sociedade em geral. Avaliam se esse material pode ser publicado ou não. Nesse processo, a ideia não é a de reprovar o material, mas sim de fazer com que ele atinja a sua qualidade máxima. A ideia não é fazer com que ele não seja publicado, afinal, todo conhecimento é válido e necessário, porém, aperfeiçoamentos são necessários. Entenda esse processo como o momento em que sugestões são apresentadas para que o material torne-se mais contributivo.

A importância das observações finais dos pareceristas

A partir do momento em que entendemos essas observações como mecanismos que fazem com que o nosso material atenda todos aqueles critérios mínimos sobre os quais conversamos, o estudo tem chances significativas de ser aprovado. Pensemos, novamente, em um exemplo fictício. Suponhamos que um dado pesquisador tenha proposto a realização de um estudo sobre a cidade, mas, ao longo do artigo, não se discute sobre a cidade. Recorrer ao senso comum também não é uma prática indicada, pois os argumentos não têm força, não são capazes de serem sustentados. É preciso recorrer à literatura para que as ideias não sejam meros achismos, mas sim frutos da ciência.

A partir do momento em que todos os pareceristas apontaram que não há uma discussão clara sobre a proposta, aqui, no caso, sobre a cidade, é preciso incluir a discussão, pois, ao contrário, não há como o material ser aprovado, ele não segue a um fio condutor. Não se pode falar sobre a cidade sem deixar claro ao leitor, do ponto de vista da ciência, o que é a cidade e quais são os elementos que caracterizam esta cidade. Deixar claro qual é a cidade e o estado, bem como o contexto a ela relacionado é fundamental, básico, mas crucial. O leitor deve ter muito claro em mente essas questões. Nem sempre o seu leitor é da mesma cidade, estado ou mesmo país, o que torna essenciais tais tipos de esclarecimentos.

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