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Peer Review ou Preprints: o que são?

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Etapas da submissão de um artigo científico: Peer Review e Preprint

Etapas da submissão de um artigo científico: peer review e preprint

Olá, tudo bem? Em nossa conversa de hoje iremos discutir novamente sobre o universo dos artigos científicos, porém, hoje iremos nos ater a duas etapas essenciais e obrigatórias a partir do momento em que você submete o seu artigo em uma revista científica.

Elas são o peer review e o preprint.

Ao ser traduzido para o português, o peer review pode ser compreendido como revisão por pares, revisão paritária ou arbitragem.

Você submete um artigo, e, a partir desse momento, dois ou mais especialistas anônimos irão verificar a qualidade das suas informações.

Eles não possuem acesso ao seu nome e demais dados, apenas ao conteúdo do seu material.

Eles fazem alguns comentários e sugerem revisões para que o seu trabalho possa ser aprovado.

Contribuem, então, para que apenas trabalhos de qualidade possam ser aprovados, evitando, desse modo, a desinformação.

A ideia geral do peer review e do preprint

Via de regra, tanto o peer review quanto o preprint integram as etapas que concernem a análise de um determinado material científico submetido à uma revista científica.

É muito comum que se escute a sua versão em língua portuguesa, contudo, alguns orientadores e instituições fazem uso do termo em inglês e é por isso que o estamos denominando dessa forma.

A primeira coisa que você precisa manter em mente sobre essas duas práticas é que elas nada mais são do que etapas relacionadas à submissão de uma determinada proposta.

O preprint, na verdade, é uma versão prévia da versão definitiva do material, a ser publicada posteriormente pela revista em questão.

Em outros casos, as ferramentas podem funcionar como uma espécie de esboço ou rascunho que podem vir a ser requeridos.

Você pode nomear esse arquivo com essas nomenclaturas que estamos apresentando.

É uma forma de anunciar o estudo proposto.

As dinâmicas de tratamento das informações

As dinâmicas de tratamento das informações

É importante entendermos essas duas etapas em detalhes, pois, como sabemos, a depender da instituição/orientador, você pode se deparar com dinâmicas muito diferentes, e, assim, compreender exatamente o que o requerente está compreendendo ao empregar esses termos é de suma importância.

O peer review e o preprint funcionam, ainda, como uma forma de obter os mais diversos feedbacks antes de submeter essa produção.

Ao fazer com que esse material circule, você conseguirá trocar ideias e experiências, o que pode agregar bastante valor ao seu material, pois você terá uma noção ampla acerca do que ainda não está claro e precisa ser aperfeiçoado.

Ter esse feedback antes de submeter o material é interessante, pois essas mesmas informações podem ser apontadas pelos pares, isto é, pelos especialistas que irão analisar a qualidade do seu material.

É uma forma de se evitar certos entraves.

Comprovando que um estudo é meu

Comprovando que um estudo é meu

Essas duas práticas também são muito importantes para se comprovar que uma determinada patente, estudo, projeto, intenção, módulo e afins é de sua propriedade, evitando possíveis infortúnios relacionados à autoria do material.

O preprint, nesse sentido, pode ser definido como uma publicação que tem como objetivo anunciar o que você está fazendo.

Por exemplo, ao ingressar em um curso de mestrado ou doutorado, você terá que desenvolver uma pesquisa, certo?

A fim de que as pessoas conheçam a sua proposta, sobretudo o seu tema, problema de pesquisa, os objetivos e alguns esboços teóricos e metodológicos, você pode realizar o preprint.

Ele irá demonstrar aos interessados no seu estudo o que você pretende desenvolver durante esse curso.

Quanto mais informações, mais claro será o entendimento acerca de onde a sua pesquisa pretende chegar.

O preprint pode ser publicado?

A realização de um preprint nada mais é do que uma forma de divulgar a sua imagem enquanto pesquisador, com vistas a demonstrar o que será feito em uma determinada etapa da sua vida.

Em relação à divulgação, pode-se fazer uso das redes sociais, e, ainda, das mídias digitais, como é o caso do Youtube, por exemplo, bem como podemos divulgar essas premissas iniciais em eventos científicos, em palestras e, também, em artigos científicos, caso a revista aceita esse tipo de publicação.

É uma forma de demonstrar tanto à comunidade acadêmica quanto à sociedade como um todo o que estou pesquisando.

Como tenho o compromisso de propor um estudo relevante para a sociedade, bem como o de divulgar esse trabalho, o preprint é uma poderosa ferramenta.

É uma forma, inclusive, de os acadêmicos e não acadêmicos interagirem com você, seja a partir das redes e mídias sociais ou em espaços científicos.

Por que certos acadêmicos não concordam com essa prática?

Embora as ferramentas que estamos apresentando sejam formas de demonstrar os resultados de uma pesquisa à sociedade como um todo, há diversos acadêmicos que discordam totalmente dessa prática.

Vamos pensar no seguinte exemplo para que essa resistência fique mais clara: suponhamos que, em sua pesquisa, você está investigando um determinado medicamento.

Este medicamento passa por uma série de questões para que possa ser abordado e associado à você: são a patente, a comercialização e afins.

Um certo laboratório descobriu a sua proposta e, como ela não se encontrava patenteada, tomou para si, sem atribuir quaisquer créditos à você.

Como não há um prenúncio do seu estudo, não há como comprovar que ele é, de fato, seu.

Há, ainda, casos em que as propostas das pesquisas levam bastante tempo para que as hipóteses e a eficácia do estudo possam ser comprovadas, sobretudo na área da saúde.

Isso ocorre porque é preciso testar a eficiência e a viabilidade de um determinado medicamento/tratamento, o que leva tempo.

Dependendo de alguns elementos, como, por exemplo, disponibilização de recursos e materiais, de ferramentas tecnológicas, de certas metodologias etc., leva-se tempo para que seja possível abordar os resultados.

Contudo, para se proteger, você pode anunciar a sua pesquisa a partir do preprint.

Cuidados para que a sua ideia não seja apropriada por outros

Cuidados para que a sua ideia não seja apropriada por outros

É possível visualizar que os pesquisadores ficam, de certa forma, vulneráveis até que possam começar a apresentar os resultados das suas investigações, e, nesse tempo, pessoas de má fé podem se apropriar dessas ideias, o que compromete o ineditismo do seu estudo, pois elas podem, rapidamente, patentear essa ideia.

Ao anunciar essa premissa, você se protege, pois a sociedade como um todo saberá que, apesar de ainda não haver os resultados, você está caminhando para isso.

No caso dos pesquisadores que não fazem esse pré anúncio, dificilmente essa ideia poderá ser recuperada.

Você pode até brigar por ela, mas comprovar que ela é, de fato, sua, pode ser impossível é algo bastante custoso nos mais diversos sentidos.

É muito comum que as pessoas acabem abandonando e desistindo desse estudo.

Por isso, o mais sensato é tornar essa ideia pública nas mais diversas esferas, sejam elas acadêmicas ou não.

Publicando o preprint e o peer review

Com vistas a proteger os seus orientandos, os professores pedem que os seus alunos publiquem, com frequência, artigos científicos para divulgar essa ideia.

Como sabemos, um artigo de revisão, por exemplo, contempla diversas finalidades, e, desse modo, à medida em que for coletando os materiais e desenvolvendo, publique sobre cada uma das etapas, respeitando as características de cada um dos formatos de artigos de revisão.

É uma forma de divulgar todas as etapas da sua pesquisa.

Nesse sentido, os professores costumam incentivar essa publicação contínua a fim de que o pesquisador possa demonstrar aos interessados como o estudo em questão está evoluindo.

Entretanto, deve ficar claro que outra parcela de professores não concordam com essa prática, e, desse modo, conversar com o seu professor antes de elaborar esse tipo de produção é algo essencial, pois ele pode questionar.

De que forma demonstrar a evolução de um estudo é vantajosa?

De que forma demonstrar a evolução de um estudo é vantajosa?

Há benefícios e malefícios em publicar um novo material a cada etapa realizada.

Acreditamos que demonstrar essa evolução do tema proposto para a sociedade é bastante relevante, pois essa prática, inclusive, poderá te legitimar enquanto pesquisador, isto é, esse cuidado com a transparência pode ajudar você a construir uma imagem positiva tanto na academia quanto fora dela.

É uma forma de demonstrar a essa sociedade a dinâmica da academia e o que está ou não funcionando em sua pesquisa, bem como os passos que você percorrerá para sanar essas lacunas e propor um trabalho realmente interessante e indispensável para o grupo associado a esse tema/assunto que está sendo investigado.

Há que se frisar, também, que nos deparamos, constantemente, com problemas éticos e morais e com a falsificação, o que faz com que seja necessário nos protegermos.

A autonomia de pesquisa

Demonstrar, à sociedade, os caminhos percorridos pelo estudo a partir de publicações diversas fornece, à você, uma maior autonomia enquanto pesquisador.

Contudo, como ressaltamos no tópico anterior, essa publicação massiva, às vezes sobre uma etapa semelhante a outra, pode dar a ideia de que o mesmo texto está sendo publicado diversas vezes.

Mesmo que a peer review/preprint atuem como uma espécie de complementação, o mesmo texto não poderá ser submetido a revistas diferentes, pois um dos critérios para que seja aprovado é o ineditismo.

Assim sendo, uma análise minuciosa para se detectar o plágio é feita por todas as revistas, sejam elas nacionais ou internacionais.

Gostaríamos de ressaltar que aproveitar um texto já pronto e acrescentar apenas algumas páginas de complementação não é algo positivo.

Essa é uma prática, inclusive, que faz com que os professores resistam a essa publicação.

Como fazer um bom peer review ou preprint?

Caso o seu orientador autorize a elaboração desses materiais, é muito importante que você tenha em mente que a cada etapa que deseja divulgar à sociedade, para que acompanhe a trajetória a ser percorrida pelo seu tema, você deverá criar um novo texto, por mais que algumas informações se repitam.

Elas podem ser repetidas, mas deverão ser devidamente citadas e referenciadas para que esse novo texto não seja acusado de plágio.

Tome muito cuidado para que esse avanço que está tentando demonstrar tanto aos acadêmicos quanto aos não acadêmicos não seja entendido como plágio, ou, ainda, como pouco relevante para a sociedade como um todo.

Lembre-se: os materiais científicos precisam sempre agregar e apresentar algo novo.

Se a etapa não se encontra bem profunda, considere publicar quando tiver uma maior maturidade.

Os artigos podem ser aproveitados em uma dissertação ou tese?

Essa pergunta, embora pareça, em um primeiro momento, óbvia, deve ser respondida com muita cautela.

Todo e qualquer material que deseja incluir em sua dissertação de mestrado ou em sua tese de doutorado, caso seja publicado e disponibilizado na web, precisará ser citado e referenciado ao final do texto.

Nesse sentido, se, ao longo do curso, você publicar um ou mais artigos científicos, esse texto, na íntegra, não poderá ser aproveitado.

Caso você deseje usar partes dele, ou, ainda, inspirar-se para escrever o novo texto, deverá ater-se às regras das citações diretas e indiretas para que o texto não seja acusado de plágio.

Há uma outra coisa que precisamos, também, levar em consideração.

Existem pesquisadores que não concordam com a reescrita, isto é, preferem criar algo totalmente do zero, e, dessa forma, para essas pessoas, a autocitação é inadmissível.

Usar ou não a autocitação?

Como vimos, em razão de um posicionamento pessoal, muitos orientadores, e, consequentemente, os seus alunos, não concordam com a prática da autocitação.

Usar ou não o peer review/preprint irá depender das exigências do professor-orientador e da própria instituição.

Você também poderá perceber, com o desenvolvimento da pesquisa, que esses estudos prévios não serviram para nada, por motivos diversos, como a falta de maturidade e aprofundamento teórico.

Assim, é muito comum que esses materiais sejam totalmente descartados, por pouco contribuírem para com o atual estágio da sua investigação.

Iremos dar um exemplo prático

Vivemos um momento pandêmico, certo?

Como tudo ainda é muito incerto, os resultados têm sido modificados com muita frequência, e, dessa forma, o que era válido no começo da pandemia, agora já não é mais pertinente, uma vez que identificou-se estratégias mais positivas e eficazes, embora nenhuma delas tenha chegado a uma cura.

Se o seu estudo não conseguiu acompanhar essa dinâmica, ele pouco contribuirá e dificilmente será aprovado.

Será preciso fazer novas leituras e tirar novas conclusões para que a pesquisa possa ser, de fato, relevante e passível a ser publicada.

Analisar o que é interessante e que vale a pena ser publicado é sempre a melhor estratégia. Converse com o seu professor.

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