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Finalidade de um Artigo Científico

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A quem os artigos científicos atingem?

Olá, tudo bem? Conforme temos conversado, deve ter ficado claro que esse mundo da publicação científica é bastante abrangente e repleto de informações.

Ele não envolve apenas questões burocráticas e estruturais, mas sim engloba uma série de outras coisas de igual importância, como a relevância e o impacto dos materiais científicos; a escolha de um público-alvo adequado; dentre outros.

Hoje, no entanto, quero conversar um pouco mais sobre a finalidade desses materiais científicos. Afinal, para o que servem? Mais do que isso, você acredita que os materiais científicos servem só para a comunidade acadêmica e para pesquisadores seletos; ou deve servir, também e principalmente para a sociedade? Esta é a grande questão que irá nortear a nossa reflexão de hoje. Bom, como temos observado já há algum tempo, hoje em dia, a internet e principalmente as redes sociais possibilitaram a agilidade da comunicação.

A importância do público alvo

A importância do público alvo

Já há algum tempo que estamos tentando despertar em você, que nos acompanha, a sensibilidade em relação ao seu leitor.

A escolha pelo público alvo é uma etapa primordial como qualquer outra, pois implica na necessidade de conhecer, de forma ampla, diversa e atenta, uma determinada realidade/contexto social atrelados ao seu tema de pesquisa. São as exigências, sugestões, necessidades, anseios e desejos desse público que deverão ser considerados em todas as etapas da sua pesquisa.

Em outras palavras, é esse público por você escolhido que lhe ajudará a dar andamento ao estudo. Esteja sempre atento às contribuições que eles possam querer.

Pesquisas de campo podem funcionar como poderosas aliadas nesse processo, pois ao propor esse tipo de metodologia, você terá que conhecer detalhadamente esse contexto, a partir do qual surgiu o seu tema de investigação.

A expansão das mídias sociais e o conservadorismo acadêmico

Com a expansão da tecnologia e principalmente com o surgimento da internet e das mídias sociais, desde o Facebook, o Instagram, o Youtube e o Twitter até os aplicativos diversos de conversa, como WhatsApp, Telegram e semelhantes, tem-se acesso de forma mais rápida às mais diversas informações. Entretanto, com isso circula-se também as conhecidas fake news.

É nesse contexto que o seu trabalho científico pode contribuir para evitar que informações superficiais e corretas sobre um determinado tema circulem na sociedade, sobretudo nas mídias sociais. Contudo, mesmo com essa fluidez de informações, existem correntes na academia que defendem e acreditam que o acesso ao conhecimento deve ser restrito, isto é, voltados apenas àqueles que frequentam as instituições de ensino, sobretudo os alunos de pós-graduação na modalidade de stricto sensu.

Ao adentrarem em um contexto conservador, as mídias podem ser mal interpretadas. Contudo, é inegável a sua contribuição.

As mídias sociais são fundamentais e indispensáveis na sociedade moderna. Embora muitos tentem negar a sua contribuição, sobretudo aqueles que fazem parte de ambientes conservadores, elas são as ferramentas mais capazes de acompanhar, de forma eficiente, o alto fluxo de circulação de informações diariamente. Entretanto, devido ao seu fácil acesso, essas mídias muito têm contribuído para com o alastramento de um problema contemporâneo em todo o mundo: as fake news.

Como as mídias são responsáveis por fazer com que as informações cheguem rapidamente a uma maior quantidade de pessoas e como esses sujeitos são bastante diversos bem como os seus contextos, acabam disseminando informações falsas sobre assuntos diversos.

É nesse sentido que, fazer com que as mídias veiculem materiais científicos devidamente publicados é uma atitude essencial para a democratização do saber no contexto brasileiro.

A limitação do conhecimento

A limitação do conhecimento

Mesmo que existam aqueles que rebatam e critiquem de forma bastante áspera esse conhecimento limitado e orientado aos acadêmicos, existe uma grande quantidade de pessoas no mundo acadêmico que compartilham desse ideal conservador: defendem que esse conhecimento deve ser priorizado, ou seja, acreditam que esse conhecimento deve ser materializado em artigos a serem publicados em bases de dados científicas, que como sabemos, não é de acesso a todos, principalmente porque muitos sequer sabem que essas bases de dados existem.

Assim sendo, é comum que algumas pessoas acreditem e incentivem/motivem outros a compactuarem com a ideia de que esse material científico deve ser encontrado em uma base de dados fechada, e assim, voltada unicamente aos acadêmicos, pesquisadores, mestres e doutores.

A sociedade desfavorecida pela falta de acesso à ciência brasileira

É nesse contexto que surgem as críticas. Continuar a agir dessa forma fará com que a sociedade fique cada vez mais desfavorecida, pois ela não terá acesso a esse conhecimento publicado de forma intensa (postulado que vimos na conversa anterior que, a cada vinte segundos, um artigo científico é publicado).

Essa intensidade favorece apenas a academia, pois os que estão fora dela dificilmente saberão o que é uma base de dados, e os que sabem, podem não conseguir manuseá-la, uma vez que é um problema que atinge até mesmo pesquisadores no mundo acadêmico.

Se continuarmos a pensar que apenas os pesquisadores devem ter acesso a esse conhecimento publicado, ou se de forma mais direta ou indireta dermos indícios a isso, estaremos automaticamente retrocedendo historicamente, pois tentamos há décadas tornar a universidade acessível a todos bem como o alcance ao que essas instituições produzem em seu dia a dia.

Em defesa da universalização do conhecimento científico

A Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento repudia este tipo de prática. Defendemos e incentivamos que os trabalhos publicados conosco devem voltar-se à sociedade, pois é a partir de um problema do mundo que real que se torna possível fazer ciência em qualquer lugar do mundo. É preciso que, antes de mais nada, haja a universalização do conhecimento.

O conhecimento científico, antes de tudo, precisa ser acessível às comunidades mais diversas, senão não faz sentido continuarmos com as nossas pesquisas, se essas não têm como objetivo atingir também e principalmente às pessoas que se encontram do lado de fora da academia.

As publicações científicas devem estar sempre a serviço da sociedade, em primeiro lugar, pois é a ela que respondem, as universidades apenas potencializam e financiam esse conhecimento.

A falta de hábito pela ciência no Brasil

Pensando no contexto brasileiro, temos aqui menos de 5% de pesquisadores. Assim, percebemos que a prática da pesquisa científica não é um hábito em nosso país, visto que são poucos aqueles que escrevem uma iniciação científica, uma dissertação de mestrado, uma tese de doutorado e semelhantes.

São apenas 5% da população geral que recebem o título de mestre e/ou doutor. Isso ocorre porque grande parte dos profissionais do nosso Brasil não necessariamente continuam ligados à academia depois que terminam a sua graduação, muitos sequer trabalham na área em que são formados.

Com isso, percebemos que pessoas da sociedade civil, sejam essas pessoas profissionais praticantes da área, de outras áreas ou pessoas desempregadas, precisam do acesso a esse conhecimento. Produzimos tanto, por que negar esse conhecimento a quem nos pede? E, mais do que isso, são pessoas que necessitam desses materiais que produzimos, seja para se aperfeiçoar, seja para sanar dúvidas sobre um determinado tema de interesse.

Ajudando aqueles que precisam do conhecimento

Em nossa prática diária, percebemos que as mais diversas pessoas precisam de informações adequadas, para colocar em prática o seu conhecimento.

Visam principalmente melhorar o exercício de suas funções. Para isso, é preciso que elas tenham acesso a materiais inovadores, modernos e antenados às demandas sociais. Contudo, isso é possível apenas quando esse conhecimento é mais democrático e acessível.

O uso das mídias sociais para divulgar esse conhecimento materializado nas revistas indexadas pelas bases de dados é uma estratégia bastante eficiente, pois, ao mesmo tempo que se democratiza o conhecimento, o pesquisador se torna mais notório naquilo que faz. Porque, finalmente, os seus materiais terão o impacto almejado. Entretanto, ao continuar restringindo esse conhecimento aos acadêmicos, apenas teremos o efeito reverso.

As contribuições dos journals e mega-journals

As contribuições dos journals e mega-journals

A Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento acredita que o conhecimento materializado unicamente nas bases de dados fechadas, ou seja, acessadas exclusivamente pelos pesquisadores é uma ideia um tanto que ultrapassada. Daqui a alguns anos, muito provavelmente isso cairá totalmente por terra.

Não funciona e temos visto cada vez mais falhas pela falta de acesso ao conhecimento por parte dessa sociedade civil. Com a expansão dos grandes journals e dos mega-journals, essa prática será quase que inexistente, pois não é nada eficiente para a academia.

Talvez isso as motive e, principalmente aqueles que fazem parte dela a mudar de postura, e dessa forma, divulgar os seus materiais publicados em outras mídias sociais também. É o caso da nossa revista. Acreditamos fielmente que o conhecimento científico deve estar disponível para toda a sociedade.

Como universalizar o conhecimento?

Ao defender esta causa, automaticamente precisamos aderir estratégias para que essa universalização seja efetivamente possível. Acreditamos que todos os tipos de profissionais, sejam eles acadêmicos ou não, estudantes dos mais diversos níveis (desde o ensino médio e técnico até os alunos de graduação, especialização e pós-graduação) e todos aqueles interessados (que não necessariamente trabalham ou que trabalham com uma área mas tem interesse em outra, correspondente ou não), devem ter acesso ao conhecimento. Para isso, é preciso que se abrace às estratégias mais dinâmicas, para que haja a pluralização desses conteúdos investigados pelos pesquisadores. É uma forma também de suprir a carência de informações na sociedade, para que seja evitada a circulação das conhecidas e famosas fake news.

As fake news e o seu combate por meio dos materiais científicos

Embora o termo “fake news” possa parecer algo recente, ele é mais antigo do que parece. Em português, pode ser traduzido como “notícia falsa”. É uma expressão utilizada já há bastante tempo, mais especificamente desde o final do século XIX. Ele tornou popular em todo o mundo porque denomina de fake news todos aqueles conteúdos duvidosos, com informações sensacionalistas e sem fonte sobre um determinado assunto. De forma geral, costuma ser publicado principalmente nas redes sociais.

Enfatizamos novamente que, não é de hoje que mentiras são divulgadas na internet como verdades. Porém, sabemos que foi com o surgimento da internet, e principalmente com a popularização das redes sociais que esse fenômeno se tornou mais frequente. Aqui no Brasil, o termo começou a ser utilizado com mais frequência durante a eleição de 2016, nos Estados Unidos, quando Donald Trump tornou-se presidente.

Desde as eleições, o termo é acionado sempre que deseja se referir às informações falsas divulgadas pelas mídias diversas. Os motivos para que as fake news sejam espalhadas são inúmeros. Em alguns casos, cria-se manchetes absurdas, com o intuito de atrair acesso aos sites, e com isso, faturar por intermédio da publicidade digital. Mas elas não se restringem a isso.

Além da finalidade puramente comercial, elas podem ser usadas para criar boatos e reforçar um determinado pensamento, sobretudo a partir de mentiras e da disseminação do ódio a algo ou alguém.

As fake news prejudicam a todos, desde as pessoas comuns até as celebridades, políticos e empresas. Em períodos eleitorais, por exemplo, empresas especializadas criam boatos que são disseminados em grande escala, nas redes sociais, alcançando milhares de pessoas.

Como as fake news se espalham?

Para concluir a nossa conversa de hoje, preciso fazer uma última consideração sobre as fake news. Existem grupos específicos que trabalham para espalhar os boatos as mais diversas origens, e assim, não é fácil encontrar empresas que trabalham nesse segmento, mas elas existem e dão as caras, principalmente em períodos eleitorais.

Elas operam a partir da conhecida deep web, esta, por sua vez, é uma parte da rede que não é indexada pelos mecanismos de buscas, pois fica oculta ao grande público. E qual a relação das fake news com o que conversamos hoje? É aí que entram em ação os artigos científicos que nós produzimos.

A partir deles, somos capazes de driblar essa circulação de notícias falsas nas mais diversas esferas, contudo, é preciso que haja uma mudança de postura por parte da própria academia, pois enquanto esse conhecimento não for efetivamente universalizado, a sociedade estará carente de materiais advindos de fontes seguras, e dessa forma, pode ser que sejam informados através das  fake news, pois terão acesso facilmente a elas. Vamos juntos reverter essa ideia!

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