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Artigos Científicos publicados em conjunto: posso usar na pontuação?

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O que apresentar em um processo seletivo?

O que apresentar em um processo seletivo?

Em nossa conversa de hoje iremos discutir novamente sobre o universo dos processos seletivos, contudo, como é um tema bastante amplo, vamos nos concentrar em uma das etapas que é a da pontuação.

Essa etapa é muito comum em processos seletivos de programas de pós-graduação, em que você concorre a uma bolsa de estudos, ou, ainda, a pontuação irá aparecer nos processos seletivos para aqueles que desejam dar aula no ensino superior.

Antes de nos atentarmos à nossa questão norteadora de hoje, que é saber se um artigo científico publicado com outros pesquisadores pode ser apresentado em um processo seletivo e ser contabilizado como produção, gostaríamos de apresentar algumas dicas para que você, e, também, os parceiros envolvidos na produção desse artigo, possam escolher pela revista mais ideal ao tipo de artigo que desejam publicar.

O universo dos artigos científicos

Um artigo científico nada mais é do que uma publicação de um determinado tema/assunto de seu interesse.

Diferentemente dos trabalhos finais, essas produções não costumam ser muito longas, dada a sua finalidade: atingir a maior quantidade possível de pessoas, sejam elas acadêmicas ou não.

Sabemos que textos muito longos pouco despertam a atenção, sobretudo daqueles que não possuem o hábito da leitura, e, dessa forma, os artigos são particularmente úteis para atingir esse público, bem como para publicar as suas inquietações mais rapidamente.

Os autores envolvidos na produção desse material deverão apresentar e discutir sobre ideias, métodos, técnicas, processos e resultados.

Os artigos podem  propor tanto uma pesquisa teórica, de base bibliográfica, assim como estudos mais práticos, que envolvam a coleta de dados experimentações.

Não pode ultrapassar, em média, 20 páginas.

Por que publicar artigos científicos é interessante?

Mesmo que você não esteja pensando em participar de um processo seletivo, se você deseja permanecer na comunidade e construir nela uma carreira sólida, a publicação de artigos de forma frequente é uma dessas obrigações.

Você pode publicar tanto individualmente quanto em coautoria, sobretudo quando você possui parcerias com grupos de estudos e pesquisadores diversos.

A escrita em conjunto pode agregar bastante à sua carreira como cientista.

Do mesmo modo, ter um artigo publicado, e, mais do que isso, ver o seu nome sendo citado em outras pesquisas, agrega valor e autoridade ao seu currículo, e, consequentemente, à sua carreira.

No caso de processos seletivos, provavelmente a sua pontuação será positiva nesse quesito, então investir na construção de um bom currículo é de suma importância.

Aliás, muitas revistas científicas têm como critério de aceitação a sua credibilidade enquanto pesquisador.

Quem pode publicar artigos científicos?

Quem pode publicar artigos científicos?

Em tese, todos nós podemos publicar as nossas produções, contudo, como temos enfatizado ao longo das nossas conversas, a questão da titulação é, ainda hoje, levada em consideração pela grande parte das nossas revistas científicas.

Uma vez que os artigos científicos propõem a análise e discussão de temas específicas, o mais comum é que sejam escritos por especialistas nesses assuntos.

Assim, a depender da revista, graduados, pós-graduados, mestres, doutores e afins publicam as suas inquietações.

Com isso, percebemos que as condições para que uma obra seja publicada acabam ficando à critério das revistas, e, desse modo, o ideal é checar se a revista em que deseja publicar admite a sua titulação e a dos seus parceiros.

Caso você e os parceiros não se encaixem, submetam esse material à outra revista.

O comum é que quanto maior a qualis da revista, mais alta será a exigência da titulação.

Qual é o lugar mais seguro para se publicar artigos científicos?

É verdade que um artigo pode ser publicado em qualquer mídia, entretanto, artigos publicados em locais não científicos não poderão ser contabilizados como produção, o que não é vantajoso pra você, sobretudo se está passando ou pretende participar de um processo seletivo em breve.

Da mesma forma, deve ficar claro aqui que escolher a revista inadequada para a publicação do seu trabalho também pode prejudicar a sua pontuação.

Chamamos a sua atenção para isso, pois, ainda hoje, a escolha por uma revista inadequada é um dos erros mais comuns entre os cientistas, pesquisadores e acadêmicos, principalmente no caso de pessoas que estão ainda se adaptando à esse mundo da pós-graduação.

Como ressaltamos, teoricamente, o seu artigo, seja de autoria solo ou escrito de forma conjunta, pode ser publicado em qualquer espaço, isto é, em blogs e em redes sociais.

Contudo, essas opções não são as mais adequadas, pois não são veículos científicos, e, dessa forma, os conteúdos publicados nesses espaços não possuem um cuidado científico, ou seja, não estão sujeitos aos critérios de avaliação que definem a relevância e a qualidade de uma dada produção.

Não há ao menos um código (DOI) para que esse artigo não se perca com o tempo ou um código que permita a sua rápida identificação.

Muito dificilmente você conseguirá registrar essas produções, e, por esse motivo, elas não podem ser contabilizadas.

Avalie bem o seu objetivo e o dos seus parceiros antes de decidir onde o material será publicado.

O que fazer antes de enviar esse material a revista que desejam publicar?

Existem algumas técnicas que podem favorecer o aceite do material.

Todo bom artigo é fruto de muitas leituras, e, dessa forma, quanto mais você conhecer o assunto proposto, menos brechas você e os seus parceiros deixarão para possíveis contestações.

Nesse sentido, antes mesmo de começarem a escrever, discuta, em detalhes, os textos que desejam usar, sejam eles teóricos ou metodológicos.

A riqueza desses capítulos, isto é, a maturidade, chama bastante a atenção dos avaliadores, o que favorece a aprovação.

De igual importância é a atenção às normas da revista que desejam publicar.

Antes mesmo de começarem a escrever, esmiúcem as normas, e, caso restem dúvidas, perguntem.

As normas são bastante detalhadas e nem sempre são compreendidas em sua totalidade. Entretanto, qualquer elemento que ficar de fora pode comprometer o aceite do trabalho, por mais que, em termos de conteúdo, ele esteja bom e bem embasado.

De que forma os artigos em coautoria são contabilizados nos processos seletivos?

Adentramos, finalmente, na pergunta-guia da nossa conversa de hoje: os artigos científicos publicados junto com outros pesquisadores podem ser contabilizados em um processo seletivo?

A resposta para essa questão, como temos enfatizado ao longo desse texto, é positiva.

Na verdade, precisamos deixar claro que a prática da escrita e publicação de artigos científicos a partir de parcerias, isto é, em coautoria, é muito bem vista pelas revistas científicas, sobretudo se essa parceria é com já doutores.

Especialmente os artigos que tendem a ser aplicados, a coautoria é muito frequente, como é o caso, por exemplo, das pesquisas da área da saúde.

É bastante comum que um mesmo artigo seja assinado por seis ou mais pesquisadores que fazem parte de um determinado núcleo de pesquisa.

Entende-se que o processo de elaboração e da produção fica mais fácil quando várias mãos dão vida à essa reflexão.

Por que a coautoria é bastante benéfica para a sua carreira?

Por que a coautoria é bastante benéfica para a sua carreira?

Além das vantagens sobre as quais conversamos ao longo desse texto, a coautoria é bastante benéfica, pois, como sabemos, são diversas as etapas pelas quais um texto passa até que fique pronto, desde a seleção de materiais até a escrita propriamente dita.

É muito comum que não tenhamos facilidade com certos capítulos e é nesse sentido que a escrita conjunta pode funcionar para você conseguir, finalmente, publicar um artigo.

Por exemplo, você pode ter muita facilidade para descrever conceitos, contudo, quando o assunto é metodologia científica, você não sabe como aplica-la ao estudo, mas conhece um pesquisador interessado na mesma linha de pesquisa que a sua que possui facilidade com os aspectos metodológicos do estudo.

Nesse sentido, vocês podem unir forças para que esse texto que estava engavetado possa ser publicado, e, consequentemente, contabilizado no processo seletivo que deseja participar.

Como distribuir as tarefas?

Como distribuir as tarefas?Caso você deseje publicar com várias pessoas, a distribuição de tarefas será crucial.

Por exemplo, se o estudo que vocês desejam submeter envolve enviar a proposta para que o Comitê de Ética aprove, um desses pesquisadores pode ficar incumbido dessa tarefa; aqueles que possuem mais facilidade com as ferramentas, instrumentos e tecnológicos podem se responsabilizar com essa etapa; aqueles que se dão bem com a descrição e apresentação dos conceitos mais teóricos podem dar vida ao marco teórico; e aqueles que preferem a parte aplicada/prática do estudo, representada pelos resultados e discussões, podem ficar com essa missão.

Do mesmo modo, aqueles pesquisadores que irão realizar o processo de revisão das normas e do conteúdo propriamente dito também devem ser encarados como autores dessa produção.

Todos aqueles que de forma indireta ou direta participaram ativamente da construção do material deverão ser tidos como autores da obra.

Compreendendo a ideia de coautoria

A coautoria, como você deve ter percebido, nada mais é do que uma estratégia de pesquisa (podendo ser mais comum em uma área do que em outra, embora, no geral, a sua aceitabilidade seja significativa).

Preza-se pela coautoria porque entende-se que a partir desse mecanismo o trabalho pode fluir de forma mais dinâmica, pois, como dito, algumas pessoas possuem dificuldade para lidar com certos capítulos que não podem ser desprezados em um material, por mais prático que ele seja.

Nesse sentido, todos aqueles que forem registrados como autores poderão usufruir dos benefícios ofertados pelas revistas que aceitam e disponibilizam esses materiais, e, como tal, todos os envolvidos nessa produção poderão a utilizar como artigo a ser contabilizado em um determinado processo seletivo para ingresso na pós-graduação, para pleitear bolsas de estudo ou, ainda, para lecionar nas universidades.

Devo ser sempre o primeiro autor para que a publicação conte?

Existem alguns processos seletivos que apontam que para que uma determinada publicação seja aceita, será preciso que aquele que está prestando o concurso/processo seletivo seja o primeiro autor.

Essa cobrança parte da ideia enraizada em nossa sociedade de que o primeiro autor de uma produção é aquele que participou mais, isto é, que esteve mais envolvido com a produção, contudo, isso é um mito, pois todos que contribuem de forma direta ou indireta são dignos de serem registrados como autores.

Não se trata de quem participou mais ou menos, mas de quem, de fato colaborou.

Entretanto, caso o edital aponte essa exigência, a produção poderá não ser contabilizada. Isso existe, mas, felizmente, tem-se tornado cada vez mais raro, e, assim, qualquer artigo, seja ele individual ou coletivo, desde que tenha sido publicado e possua a comprovação, poderá ser contabilizado em qualquer processo seletivo.

A ideia de quem participa mais é válida?

Embora o mais correto seja pensarmos que todos que assinaram aquele artigo contribuíram para que essa produção pudesse existir, há, sim, um ou mais autores que podem ter participado mais dessa referida produção, porém, isso não invalida a participação de todos os outros envolvidos com esse artigo.

Essa participação pode sim interferir no momento de inserção dos nomes dos autores.

Há autores que optam por fazer esse registro a partir da ordem de participação.

Já outros, que não compactuam com essa ideia, ou, ainda, quando a revista exige, optam por fazer esse registro em ordem alfabética ou a partir da titulação, aparecendo, portanto, os nomes dos doutores em primeiro lugar.

Tudo irá depender da lógica adotada por esse grupo de autores, ou, ainda, das regras da revista escolhida para submeter essa produção.

De modo geral, essa técnica da coautoria pode agregar valor à sua carreira.

A eficiência da coautoria

A eficiência da coautoria

Como um material é composto por diferentes pessoas quando se faz uso da técnica da coautoria, você conseguirá produzir e publicar muito mais, e, assim, você irá consolidar a sua imagem de pesquisador mais rapidamente.

A melhor forma de se investir na coautoria é manter uma rede de contato sólida com os mais diversos pesquisadores.

Fazer parte de grupos de núcleos de pesquisa, bem como frequentar, sempre que possível, eventos científicos, é a melhor forma de conhecer novas pessoas e de manter contato com aqueles pesquisadores que estão conectados à sua linha de pesquisa.

É comum que os núcleos e grupos de pesquisa estejam publicando o mais rápido possível as suas inquietações, uma vez que há diversas pessoas que se dividem para dar vida às mais diversas pesquisas, sanando as lacunas deixadas por outros estudos.

Isso é fundamental, pois o conhecimento, a cada dia, renova-se.

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