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Cemitério-Parque: Um Novo Conceito de Cemitério para o Município de Capanema-PR

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CONTEÚDO

GAFSKI, Keila Raquel [1], GOIS, Vanessa Franciele de [2], PAGNO, Daniele Kunz [3]

GAFSKI, Keila Raquel; GOIS, Vanessa Franciele de; PAGNO, Daniele Kunz. Cemitério-Parque: Um Novo Conceito de Cemitério para o Município de Capanema-PR. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 07, Vol. 04, pp. 106-129, Julho de 2018. ISSN:2448-0959

Resumo

Os cemitérios podem ser espaços de referências históricas, culturais e de contemplações artísticas, que formam um elo importante entre o passado e o presente. Na cidade de Capanema, localizada no sudoeste do Paraná, o cemitério figura uma problemática urbana, em decorrência da falta de espaço para novos sepulcros, e pela inexistência de um espaço sereno e adequado para a realização de rituais fúnebres e enterro dos mortos. Este trabalho visa o planejamento arquitetônico e paisagístico de um Cemitério-parque na cidade de Capanema-PR, com ênfase na funcionalidade e conforto, com espaços adequados para atender as necessidades da população, em seus aspectos físicos, estéticos, psicológicos, culturais e sociais. A proposta busca integrar a morte e a vida, a edificação e a natureza, podendo propiciar conforto e harmonia, prezando não só pelos entes queridos que ali estão sepultados, mas também a vida que os rodeia.

Palavras-chave: Cemitério-Parque, Paisagismo Sensorial, Espaços Multifuncionais.

 1. Introdução

Ao passo que os cemitérios são espaços cheios de significação humana e sentimental, são também um valoroso e rico local de referências históricas, artísticas e culturais que formam um elo importante entre o passado e o presente.

Enquanto fonte cultural os cemitérios possibilitam compreender todos os sinais que ali se encontram, viabilizando uma análise exploratória de contextos históricos, sociais, econômicos e religiosos. Todos esses contextos se encontram marcados neste espaço, seja na estrutura arquitetural dos cemitérios e túmulos, ou nas simbologias de suas lápides que permitem múltiplas interpretações. O surgimento desse espaço está diretamente atrelado a morte, e curiosamente têm a intenção de manter viva a memória.

Segundo Carvalho (2012), embora ocupados pelos mortos, os cemitérios são locais de vida, são ‘museus’ que guardam parte da história humana. Não basta olharmos o cemitério como o local onde sepultamos pessoas, mas como um local onde existem histórias de vida, de vínculos familiares que se perpetuam no tempo. Dessa forma é preciso que se crie um espaço cemiterial acolhedor para receber amigos e familiares daqueles que partem, um local onde se mostre respeito e zelo com a sepultura, e por fim, um local onde se preza pelo ‘silêncio’, que simboliza a reflexão e homenagem àquele que ‘não pode mais falar’ (CARVALHO, 2012).

No período globalizado do Pós-Modernismo, há uma evolução contínua dos costumes que se modificam de acordo com a necessidade. Em um cenário de constantes mudanças sociais, crescimento populacional acelerado, necessidade de aumento do espaço, de adequação e manutenção ao funcionamento dos cemitérios, a arquitetura assume o desafio de apontar uma forma de adequar essas mudanças (SILVA, 2013).

O cemitério da Cidade de Capanema, no Sudoeste do estado do Paraná, foi fundado há mais de 50 anos, e atualmente o município enfrenta uma problemática urbana em decorrência da falta de espaço para novos sepulcros, também pela inexistência de um espaço adequado e conveniente para a realização de rituais fúnebres e enterro dos mortos. Considerando o acréscimo do número de óbitos a cada ano, dado pelo crescimento populacional, e visto que a morte é intransferível e inevitável para todos, o trabalho proposto visa projetar um Cemitério-parque em Capanema-PR, na busca de atender as necessidades dos cidadãos capanemenses para um novo espaço cemiterial, harmonizando arquitetura e paisagismo.

O projeto busca enfatizar a funcionalidade e conforto, com espaços multifuncionais adequados para atender as necessidades da população em geral. Além de levar em consideração a acessibilidade e a integração com a natureza, podendo através disso, propiciar equilíbrio, agradabilidade e acalanto aos que continuam a viver.

1.2. Aspectos históricos do cemitério

Desde os primórdios da humanidade, houve grande interesse pelas particularidades mortis. O ser humano buscou dar sentido e significado para as experiências de morte. Estes significados variavam de acordo com aspectos culturais, históricos e sociais em que estavam inseridos.

Segundo Rezende (2007), a palavra cemitério origina-se do grego “Koumetèrion”, cujo significado é dormitório ou local onde se dormia.

Maria Amélia Loureiro (1997) descreve o homem pré-histórico frente à morte:

“Quando o ser humano tomou consciência de sua existência no cenário inóspito e agreste do período pré-histórico, a sua primeira grande perplexidade deve ter sido o ato de morrer. A criatura que há bem pouco tempo emitia sons, tentava articular algo inteligível, jazia, de uma hora pra outra, inerte e imóvel. Era extraordinariamente desconcertante. E aquele corpo inerte que antes manifestava força agora causava assombro e medo. Era misterioso e inexplicável. E, por isso, exigia reverência e acatamento.” LOUREIRO (1997, P.8)

Nos ritos religiosos dos primeiros povos, avistava-se o respeito e até mesmo a veneração pelos mortos, e inclusive a preocupação com a necessidade de preservação não apenas do corpo, mas também das memórias dos defuntos.

Considerando a pré-história, Rezende (2007, p.12) nos diz:

“Enquanto o homem pré-histórico circulava em busca de alimentos, os mortos ficavam alojados em cavernas fazendo com que a cidade dos mortos precedessem a cidade dos vivos.” REZENDE (2007, P.12)

Diversas descobertas arqueológicas mostravam que os costumes de sepultamento estavam inteiramente relacionados com a cultura dos povos de acordo com a determinada época e possuíam forte ligação com as crenças religiosas deste povo.

A morte se tornou um grande mistério aos olhos humanos, o que o levou á tentativa de compreensão dos mistérios sobrenaturais. O interesse dos homens pela morte e sepultamento foi muito importante para a compreensão da imagem dos povos das mais variadas épocas, através da recomposição fisionômica dos restos mortais e estudos das sepulturas, devido á essas descobertas incríveis, foi possível aprofundar o conhecimento em diversas áreas.

Bayard (1996) nos diz:

“[…] Assim o túmulo passou a fazer parte das propriedades da família do morto, sendo um local de rituais e de preservação da memória do falecido.” BAYARD (1996, P. 133)

Em conclusão, percebe-se que desde o início dos tempos existiu a necessidade de providenciar um local para recolher os mortos. Os cemitérios brasileiros sofreram influência dos modelos arquitetônicos europeus, porém, com a evolução tecnológica cada vez maior e a consequente mudança de hábitos da população, torna-se indispensável a inovação nos locais de enterramento, devido ás novas necessidades das pessoas, onde ambientes mais versáteis e funcionais são fundamentais.

1.3. Objetivo

Existe uma preocupação em oferecer um espaço de encerramento dos mortos apropriado para os cidadãos, através de uma estrutura adequada, que priorize as questões relacionadas ao conforto ambiental do espaço, à segurança, à acessibilidade e ao fluxo de pessoas e atividades.

Levando em conta que a utilização multifuncional dos cemitérios tornou-se uma atividade em expansão em inúmeros países da Europa e América, podemos tomar essa prática como base de inspiração para novos projetos. Sendo assim, de que maneira a arquitetura pode propor melhor aproveitamento e melhor utilização dos espaços cemiteriais, contribuindo também para elevar o conforto e harmonia nas instalações e locais de encerramento dos mortos, colaborando com as atividades desenvolvidas no local?

O objetivo é elaborar um estudo teórico e projetual com um novo conceito de cemitério para a cidade de Capanema-PR, com ênfase na funcionalidade e equilíbrio, com espaços multifuncionais adequados para atender as necessidades dos usuários e da sociedade em geral, em seus aspectos físicos, estéticos, psicológicos, culturais e sociais.

2. Métodos

O projeto ora apresentado situa-se nos campos qualitativo, exploratório e multimétodos.

A primeira etapa da presente proposta foi a realização de uma análise bibliográfica, através de um levantamento de referências teóricas por meios escritos e eletrônicos, acerca da temática escolhida. Objetivou-se levantar informações acerca de questões como: acessibilidade universal, tipologias de cemitérios e capelas mortuárias, paisagismo e cemitérios como espaço multifuncional. Essa etapa inicial deu subsidio para maior aproximação e interação com o tema proposto.

A segunda etapa constitui-se do desenvolvimento de estudos de caso de cemitérios e capelas mortuárias, buscando entender o funcionamento e distribuição de atividades nos ambientes. Nesta etapa foram analisadas características como implantação, funcionalidade, soluções ambientais, espaciais e paisagísticas, dentre outras, que foram utilizadas como referência para o desenvolvimento do projeto proposto para Capanema-Pr.

Em um terceiro momento, realizou-se a escolha do terreno sendo desenvolvido um diagnóstico de seu entorno, onde a proposta arquitetônica será inserida. Para essa finalidade foi levado em consideração a localização em uma área acessível da cidade, bem como a topografia, a fim de garantir acessibilidade e segurança dos usuários.

Na etapa final se da o desenvolvimento do projeto, fundamentado nos levantamentos descritos acima, que seguirá a setorização de seus usos e dimensionamento de espaços conforme a necessidade de cada ambiente, através de fluxogramas e organogramas. A partir disso, foi elaborado o programa de necessidades, projeto arquitetônico, paisagístico e escolhas de vegetações, para o desenvolvimento e apresentação da proposta.

3. Levantamento bibliográfico

3.1. A morte: o papel dos ritos fúnebres e do cemitério

Desde a antiguidade, o ser humano buscou várias maneiras de decifrar a morte e de explicá-la para seus grupos sociais (HOROCHOVSKI, 2008). Por sua racionalidade, é exclusividade do ser humano refletir sua existência, sendo também o único vivente que pensa em sua morte. Porém, morrer não sugere unicamente que deixaremos esse mundo, nem se remete a apenas uma viagem deste espaço para outro transcendental, mas interfere diretamente na forma de viver, sendo importante para nossa existência, mesmo que pareça ser divergente, no entanto, é através da morte que somos ‘inspirados’ a viver bem. (ARIÉS, 1990).

O cemitério sempre desempenhou um papel importante durante toda sua história, sendo também utilizado para preces e orações e não somente para função de sepultamento. Era comum sepultar os mortos nas proximidades ou no interior das igrejas, acreditando garantir á eles, dessa forma, a salvação eterna. Os sepultamentos nos locais sagrados expressavam a carência de manterem relação com a esfera dos mortos (REIS, 1991).

No século XIX, os médicos higienistas acreditavam que a prática de inalar ar poluído de dentro dos locais de sepultamento prejudicava a saúde, a partir disso, “as descobertas científicas do século XIX influenciaram nas discussões sobre a conveniente localização dos cemitérios, assim como a respeito da influência desses estabelecimentos no aparecimento de doenças” (ANÍBAL, 2010).

Nos dias atuais, as sociedades têm total consciência dos locais distintos onde estarão os mortos e dos ambientes que pertencem somente aos vivos.

3.1.1.  A importância do paisagismo em Campos-Santos

“Que todo caminho que eu andar tenha flores. E se não tiver, que eu as plante… (ALEXSANDRA ZULPO)”

De acordo com Gengo e Henkes (2012), os projetos paisagísticos favorecem o meio ambiente, especialmente nos amplos centros urbanos, onde o paisagismo se apresenta como uma possibilidade acessível frente à escassez dos espaços comuns propostos para as áreas verdes devido à grande verticalização dos centros.

O cenário paisagístico é de extrema importância, pois tem o poder de atribuir um significado específico á um local. Considerando os cemitérios, é possível reconhecer o papel do paisagismo na valorização deste ambiente através de uma constituição ambiental em que seja possível conferir um leque muito mais amplo de utilidade, versatilidade e funcionalidade em benefício da comunidade.

Segundo Pallasma (2011) a composição da paisagem é tida como uma intervenção arquitetônica, a qual deve considerar quesitos físicos do meio em questão, e também, culturas e hábitos da sociedade, pois servem como espaços de encontro, de discussões e de experiências dos indivíduos, representando o papel social do arquiteto.

Pode-se considerar que a arborização possui uma função essencial nos campos-santos, pois possibilita formar e expressar a identidade do local, além disso, é indispensável sua existência para a preservação e saúde ambiental. É indiscutível a amplitude de seu significado sobre o físico e também sobre a mente humana, podendo contribuir para o bom funcionamento das funções vitais.

Bellé (2013) garante:

“Qualquer área verde, por menor que seja, traz melhorias na qualidade de vida e no ambiente em que vivemos. Um dos efeitos mais importantes das áreas verdes nos centros urbanos diz respeito à satisfação psicológica do ser humano ao estar em contato com o verde. Tanto a apreciação passiva da natureza, quanto a execução de atividades no jardim, como a jardinagem e o cultivo das plantas, influi positivamente nas emoções, na saúde e no comportamento das pessoas. (BELLÉ, 2013)”

Analisar a contribuição da arborização é interessante para realizar um planejamento adequado, benefícios estes, que vão além de melhorar a paisagem através da organização do ambiente, ampliação do espaço e embelezamento do local, mas também amenizar os efeitos nocivos da irradiação solar, regular o clima, melhorar a qualidade do ar, proteger o solo contra possíveis erosões, entre outros.

Segundo Silva (2014) as áreas verdes urbanas apresentam-se cada vez com maior importância no aumento da qualidade de vida, propiciando hábitos de vida saudáveis e convívios sociais com influências positivas na saúde mental e física das pessoas. Existe uma relação óbvia entre bem-estar, qualidade de vida e qualidade ambiental, sendo incontáveis as vantagens que estes espaços propiciam à sociedade a partir de sua introdução no meio urbano.

A partir dessas declarações pode-se constatar a grande importância destas áreas verdes para todo o meio urbano. Ao considerar hipóteses e buscar as melhores opções para o planejamento de paisagismo e arborização do local em questão, faz-se necessário analisar as necessidades e encontrar os meios mais adequados não apenas para desenvolvimento, mas também para a sua preservação.

3.2. Paisagismo sensorial

Como o projeto em si incorpora um cemitério-parque oferecido para meditações, reflexões, leitura e contemplação, se torna extremamente propício uma implementação paisagística e arborística variada, sendo possível atribuir uma imagem mais sensorial, voltada para despertar os sentidos e fazer com que todas as pessoas se sintam acolhidas, inclusive as portadoras de diferentes deficiências.

De acordo com Bellé (2013) a implantação de jardins sensoriais pode eliminar barreiras e propiciar a inclusão dos indivíduos com necessidades especiais através de projetos de espaços que incentivam a superação das pessoas com deficiência, permitindo a concepção mental do espaço que as cerca, contribuindo para a autoconfiança e autonomia de cada um.

Através de estudos conclui-se que as plantas sensoriais podem proporcionar a capacidade de despertar nas pessoas a espiritualidade, a calma, a meditação, e o bem-estar interior, por meio da profunda conexão com a natureza. Esse contato com a natureza pode permitir o sentimento de paz e reencontro com si próprio.

Bellé (2013) afirma:

“Este tipo de jardim pode proporcionar prazer e lazer contemplativo, bem como incentivar o exercício físico ao ar livre, contribuindo com benefícios psicológicos e melhoria dos sintomas físicos. (BELLÉ, 2013).”

As texturas podem estar por toda a parte, formando uma identidade única do ambiente:

“Para a implantação de jardins sensoriais é fundamental a utilização de espécies vegetais que se destaquem pela textura das folhas, troncos ou ramos e pelo aroma das flores, folhas, frutos ou sementes. Também podem ser utilizadas plantas que sejam apreciadas quanto ao gosto e que sirvam de alimento e abrigo a pássaros, estimulando também a audição. Espécies vegetais que apresentam grande mobilidade de ramos e folhas contribuem para a emissão de sons pela ação do vento. (BELLÉ, 2013).

Os caminhos podem ser trilhas compostas por diferentes materiais como pedras, tábuas, areia, grama, seixo rolado, terra batida, entre outras muitas opções que podem provocar diversas sensações através do contato com os pés. Pode ser considerado significativo que o cemitério-parque em questão disponha de fontes aquáticas, ou chafarizes onde as pessoas também possam usufruir de suas vantagens.

A vegetação pode ser composta por árvores minuciosamente escolhidas, além de outros tipos de plantas terapêuticas e flores que podem formar um lindo jardim sensorial, conforme sugerido por Bellé (2013):

“A vegetação e os elementos naturais devem ser selecionados de forma a propiciar diferentes experiências, além de criar espaços agradáveis com sombra, locais abrigados de ventos fortes, ruídos ou poluição, comuns no meio urbano. Espaços abertos que permitam ao usuário a interação com outras pessoas e a realização de atividades recreativas ou exercícios físicos ajudam a pessoa com necessidade especial a superar seus próprios limites e melhorando sua auto-estima. (BELLÉ, 2013).”

Despertar os sentidos sensoriais é algo muito benéfico que pode ser prazeroso, por isso a escolha das plantas deve ser feita de modo a privilegiar os cinco sentidos, visão, audição, tato, olfato e paladar. Deve-se valorizar os aromas, sabores, cores e texturas. Como conclusão, entende-se que é primordial que toda a sociedade tenha acesso a esses espaços, possibilitando uma relação com a natureza e proporcionando a inclusão social, desta maneira esses privilégios poderão ser usufruídos por todos os cidadãos.

3.3. A acessibilidade

A acessibilidade universal é compreendida como o direito de ir e vir, em absoluto, de todos os indivíduos, bem como os cidadãos com deficiências passageiras ou permanentes. A acessibilidade é a “possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos”. (ABNT, 2004).

Segundo a NBR 9050, (2004), a definição de acessibilidade:

“Acessibilidade: Possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos.

Acessível: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, inclusive aquelas com mobilidade reduzida. O termo acessível implica tanto acessibilidade física como de comunicação (NBR 9050, 2004).”

As normas asseguram uma padronização ao espaço construído, como exemplo a qualidade, a segurança e a eficiência, permitindo dessa forma que os cidadãos possam se deslocar com facilidade e segurança através dos ambientes, tendo como resultado sua independência. (ABNT, 2004).

Garantir a acessibilidade universal, que facilite o acesso e movimentação dos indivíduos a qualquer lugar da edificação não deve ser só um propósito, mas sim uma obrigação do profissional. Deve-se conceber espaços de qualidade que trazem benefício à todos de modo geral. Dessa forma pode-se estimular o progresso e desenvolvimento das atividades do cotidiano desses indivíduos através do bom planejamento do meio espacial.

4. Estudos de caso: realidade espacial, urbanística e paisagística de projetos arquitetônicos cemiteriais

4.1. Estudo de caso I: cemitério La Recoleta – Buenos Aires

As informações para este estudo de caso foram obtidas por meio virtual, sendo utilizados o site ArchDaily e artigos para obtenção de referências.

O cemitério La Recoleta foi fundado em 1822, mas oficializado com esse nome somente em 1949. A planta do projeto do cemitério foi efetivada no Departamento de Engenharia do governo e Projetado pelos arquitetos franceses Próspero Catelin e Pedro Benoit.

4.1.1. Implantação

A edificação está implantada num bairro nobre da cidade de Buenos Aires, capital da Argentina e tem uma área de 5,5 hectares, com 4.691 jazigos e capelas, contando com panteões, nichos, dentre outros. O terreno tem forma trapezoidal e a organização espacial do cemitério se desenvolve através de quatro eixos principais, onde dois são na diagonal, um na horizontal e outro na vertical.

Figura 01: Planta Baixa Cemitério La Recoleta. Fonte: Artigo de Patrícia Gubert Neuhaus/(Alterado pela autora)
Figura 01: Planta Baixa Cemitério La Recoleta. Fonte: Artigo de Patrícia Gubert Neuhaus/(Alterado pela autora)

O sistema tem continuidade a partir de ramificações, que formam um tabuleiro de xadrez e quadras retangulares nos arredores da quadrícula principal. O cemitério foi construído sobre o jardim da Basílica de Nossa Senhora do Pilar que hoje é um Monumento Histórico Nacional.

4.1.2. Características do projeto

A suntuosidade na arquitetura tumular demonstra o quão ricos e influentes eram os ocupantes dos jazigos, onde repousam presidentes, escritores, cientistas e personalidades históricas da Argentina. Os jazigos e mausoléus são ordenados de maneira alinhada, geminados e dispostos um de frente pro outro, separados por ruas estreitas. Os eixos de acessos do cemitério são compostos de avenidas, ruas e praças onde, em certos locais, se transformam em labirintos, e comparado ao número de edificações de concreto, possui pouca vegetação.

Figura 02: Mausoléus e Pórtico. Fonte: http://www.archdaily.com.br/
Figura 02: Mausoléus e Pórtico. Fonte: http://www.archdaily.com.br/

Os sepulcros, abóbadas e incontáveis mausoléus são de grande destaque, enfeitados com estátuas de todas as formas e tamanhos, sendo esses elementos decorativos provenientes de diversos movimentos, estilos e épocas, onde um pórtico monumental permite a passagem na entrada principal. O cemitério La Recoleta é hoje um dos pontos turísticos mais visitados da capital Argentina por suas características arquitetônicas ímpares e por sua forma exuberante de decoração tumular.

4.1.3. Métodos construtivos

Os mausoléus são construídos geralmente de alvenaria, em sua grande maioria, e são caracterizados por serem edificações em vários tamanhos que possuem nichos em seu interior, onde geralmente, cada uma dessas edificações são destinadas a uma família inteira.

Figura 03: Mausoléus e Esculturas. Fonte: http://myhomeinbuenosaires.com/
Figura 03: Mausoléus e Esculturas. Fonte: http://myhomeinbuenosaires.com/

Seus revestimentos são de materiais variados como cerâmicas, mármore, granito e outras pedras ou metais, assim como as esculturas são também encontradas em diversos tipos de materiais. As estradas e praças são pavimentadas com concreto permitindo pouca permeabilidade da água e toda a extensão do cemitério.

4.2. Estudo de caso II: cemitério Jardim da Paz – Porto Alegre

A escolha deste cemitério para estudo de caso se deu a partir dos conceitos que ele apresenta, pelas atividades que nele são realizadas e pela sua organização espacial. As informações foram retiradas pelo site Jardim da Paz e também foram obtidas através de ligações telefônicas informais, por meio de conversas com uma funcionária do cemitério.

Ele foi criado com o objetivo de prestar assistência às famílias, mas também, teve intuito de inovar no espaço cemiterial introduzindo junto ao local práticas de lazer, atividades físicas e assistência social, andando lado a lado com a preservação do meio ambiente.

4.2.1. Implantação

O Cemitério Jardim da Paz abrange uma área total de 20 hectares de terra. Foi fundado em 1980, na capital do Rio Grande do Sul, e está implantado em um bairro retirado do ponto central da cidade, longe do barulho intenso do centro da grande Porto Alegre.

Figura 04: Planta Baixa. Fonte: Artigo de Patrícia Gubert Neuhaus/(Alterado pela autora)
Figura 04: Planta Baixa. Fonte: Artigo de Patrícia Gubert Neuhaus/(Alterado pela autora)

Com formato irregular, o terreno tem uma organização espacial desenvolvida através de caminhos com direções também irregulares de traçados na diagonal, horizontal e vertical, formando dessa maneira as divisões das quadras, que são identificadas com plaquinhas de acordo com os setores e a colocação dos jazigos. O sistema tem seguimento a partir dessas trilhas ramificadas, que partem do centro do terreno, onde está localizada a capela ecumênica.

4.2.2. Características do projeto

O Jardim da Paz é hoje um dos mais belos cemitérios parques do Brasil, que possui uma flora repleta com abundante beleza com áreas verdes e variedades de jardins, bosques, paisagismo planejado e recantos naturais. Diversas espécies de flores e plantas são identificadas no parque o qual se mostra um recanto convidativo composto por lindo paisagismo com ornamentações exuberantes que provoca serenidade e paz aos visitantes.

Figura 05: Jardins. Fonte: http://jardimdapaz.com.br/
Figura 05: Jardins. Fonte: http://jardimdapaz.com.br/

O foyer é moderno e acolhedor, com atmosfera agradável e aconchegante, localizado próximo das capelas que possuem um amplo espaço destinado a homenagens. As salas de velório são confortáveis devido à disposição dos móveis, pela iluminação agradável, e também pela acomodação e circulação no foyer.

Figura 06: Foyer e Espaços Internos. Fonte: http://jardimdapaz.com.br/
Figura 06: Foyer e Espaços Internos. Fonte: http://jardimdapaz.com.br/

Cada sala de velação abriga sala de repouso e sanitários privativos. A lanchonete tem grandes aberturas, que abriga mesas no interior e exterior do ambiente, formando uma sacada com cobertura de policarbonato transparente, com vista para a capela e jardins. O interior é decorado com revestimentos em madeira e espelhos, resultando um clima confortável em conjunto com a iluminação adequada.

O templo ecumênico foi projetado com linhas contemporâneas, com volumetria moderna que remete às pirâmides, é utilizado para variadas celebrações religiosas, de onde é possível ter visualização de qualquer ponto do cemitério. A mesma tem localização favorecida no coração do parque e possui acesso rápido e fácil, que recebe indivíduos de variadas religiões e crenças. Dispõe de um ambiente acolhedor e tranquilo para visitantes que desejam fazer orações, meditações, reflexões e práticas de atividades físicas diante dos belos recantos naturais.

Figura 07: Gazebo e Templo. Fonte: http://jardimdapaz.com.br/
Figura 07: Gazebo e Templo. Fonte: http://jardimdapaz.com.br/

O cemitério também possui gazebos ornamentados com trepadeiras que possibilita aos visitantes fazerem suas orações e reflexões em contato com a natureza ao mesmo que tempo estão protegidos das variações climáticas. O local também detém um grande estacionamento externo e interno.

4.2.3. Métodos construtivos

O templo ecumênico foi construído em formato de pirâmide, feita de concreto armado com grandes aberturas em vidro e cobertura metálica. O terreno de 200.000 m² possui grama e é permeável em sua maior extensão. As trilhas e caminhos são pavimentadas em paver ecológico, que permite a acessibilidade de cadeirantes e pessoas portadoras de deficiência.

Os jazigos são construídos em formato de galerias subterrâneas, feitos em concreto e com a presença de grama ligeiramente acima do sepulcro. Assim como as sepulturas são padronizadas, as placas de identificação do defunto também possuem um parâmetro, que possibilita uma visualização agradável sem evidenciar diferenças de classes sociais e poder aquisitivo, onde são permitidos a colocação de uma foto em tamanho 3x4cm que pode ter sua gravação em baixo relevo.

Figura 08: Trilha e Placas de Identificação no Gramado. Fonte: http://jardimdapaz.com.br/
Figura 08: Trilha e Placas de Identificação no Gramado. Fonte: http://jardimdapaz.com.br/

4.3. Estudo de caso III: cemitério parque Jardim da Saudade – Curitiba

Este estudo de caso foi realizado através da internet e as informações foram retiradas do site Jardim da Saudade. O cemitério parque foi planejado e projetado pelo grupo Jardim da Saudade, os quais já implantaram esse mesmo modelo de cemitério em várias outras cidades do país. Segundo o site, o Grupo Jardim da Saudade foi o pioneiro ao lançar, há 40 anos, o primeiro cemitério ecumênico, estilo parque do país na cidade do Rio de Janeiro. A aceitação da população foi imediata e desde então o Grupo Jardim da Saudade vem construindo cemitérios parque em várias regiões do país.

4.3.1. Implantação

A edificação é de instituição privada e está implantada na capital Paranaense. Fica localizado no Bairro Portão de Curitiba. O terreno utilizado é de formato trapezoidal, equivalente a um quarteirão tendo dimensão aproximada de 10.000 m².

No entorno do terreno são encontradas indústria de ferragens, igrejas, posto de combustível, comércio de alimentos, lazer e comércios em geral, sendo composto também por residências.

Figura 9: Vista Aérea Cemitério Jardim da Saudade. Fonte: https://www.google.com.br/maps/(Alterado pela autora)
Figura 9: Vista Aérea Cemitério Jardim da Saudade. Fonte: https://www.google.com.br/maps/(Alterado pela autora)

4.3.2. Características do projeto

O cemitério Jardim da Saudade possui uma infraestrutura completa e exclusiva naquela região, contando com quatro capelas em estilo contemporâneo, onde todas possuem sala de repouso e sanitário privativo, floricultura, lanchonete, sala administrativa com central de serviços funerários e praça de alimentação. A edificação possui planta baixa inovadora para o ramo de mortuária, com circulação bem resolvida e ambientes diferenciados, dispostos em formas geométricas e cercados por jardins.

Figura 10: Planta Baixa. Fonte: http://www.jardimdasaudade.com/(Alterado pela autora)
Figura 10: Planta Baixa. Fonte: http://www.jardimdasaudade.com/(Alterado pela autora)

A praça de alimentação é coberta com toldo, tem vista panorâmica de grande parte do bosque, e encontra-se próxima da sede administrativa, onde estão distribuídas as 04 capelas mortuárias, o que facilita o acesso a todos os usuários, independente da sala de velação que esteja utilizando. Segundo a equipe, o cemitério apresenta um ponto de vista filosófico a respeito da morte e busca valorizar o acolhimento e a harmonia com a natureza, sempre investindo em reformas e melhorias através de projetos de paisagismo e preservação do meio ambiente, sem a presença de ostentação, onde não existem distinções religiosas ou socioeconômicas. O espaço se apresenta muito bem cuidado, com bosques e jardins bem floridos e cultivados.

Figura 11: Praça de Alimentação, Bosque e Monumentos. Fonte: http://www.jardimdasaudade.com/
Figura 11: Praça de Alimentação, Bosque e Monumentos. Fonte: http://www.jardimdasaudade.com/

O terreno é separado em setores, com divisão de lotes para facilitar a localização dos sepulcros, distribuídos em forma de quadras numeradas. O setor administrativo foi evidentemente colocado próximo a entrada principal do cemitério a fim de facilitar o ingresso de todos os usuários. A edificação possui apenas um pavimento, construída em estilo contemporâneo. Os caminhos e trilhas são pavimentados em paver, de forma a contornar o local proporcionando fácil acesso a todos os lotes de enterramento.

Figura 12: Setorização dos Espaços. Fonte: http://www.jardimdasaudade.com/
Figura 12: Setorização dos Espaços. Fonte: http://www.jardimdasaudade.com/

Dispostos em pontos estratégicos na extensão do terreno estão posicionados monumentos arquitetônicos que fazem referências à fé e à algumas crenças religiosas, todos envoltos por lindas árvores e flores.

4.3.3. Métodos construtivos

O projeto foi elaborado em formato de caracol, onde as trilhas foram pavimentadas com paver tornando esses caminhos os principais elementos que dão essa forma ao espaço. Para forração do terreno foi utilizado grama praticamente na totalidade da superfície. A sede administrativa foi construída em alvenaria em estilo contemporâneo, posicionada no centro da “entrada do caracol”.

Os túmulos são construídos em alvenaria com tamanho padronizado de 2,40mx1,20mx1,80m, onde existe uma norma que proíbe qualquer tipo de construção ou monumento diferenciados no nível, abaixo ou acima da superfície do jazigo, onde absolutamente todas as sepulturas são demarcadas somente com uma placa de modelo padrão.

5. Levantamento de dados e diagnóstico

O diagnóstico foi realizado a fim de obter informações a respeito do município, da história da cidade, da cultura e suas características gerais, para assim apresentar uma adequada proposta arquitetônica a partir do levantamento de dados. Foi realizada também uma visita in loco até o Cemitério Municipal para coleta de dados e informações de sua atual implantação, podendo assim dar continuidade à concepção deste projeto.

5.1. Implantação do cemitério atual

O cemitério está situado na entrada leste da cidade, tendo acesso através da BR 163 ou pela Rua Santa Catarina, no Bairro São José Operário. A BR 163 é altamente movimentada em praticamente todos os horários do dia, principalmente por ser rodovia e rota de caminhões.

Figura 13: Vista aérea Cemitério Capanema. Fonte: https://www.google.com.br/maps/ (Alterado pela autora)
Figura 13: Vista aérea Cemitério Capanema. Fonte: https://www.google.com.br/maps/ (Alterado pela autora)

A falta de espaço para enterrar seus entes queridos cemitério municipal de Capanema é um problema que está afetando os cidadãos capanemenses.  Inaugurado há mais de 50 anos, não levou-se em consideração o crescimento urbano decorrente do passar dos anos. Com isso a cidade que circundou o cemitério, impediu a ampliação do espaço.

Figura 14: Limites do Cemitério. Fonte: (Acervo Pessoal da Autora do Trabalho)
Figura 14: Limites do Cemitério. Fonte: (Acervo Pessoal da Autora do Trabalho)

5.2. Características do projeto e métodos construtivos

No cemitério existem modelos variados de mausoléus, crucifixos, capelas e imagens. Sua organização é feita por vias e trilhas não pavimentadas que contornam os túmulos semi-enterrados.  Não há praticamente nenhuma arborização e há ausência de infraestrutura de acessibilidade e de proteção às intempéries climáticas. Os túmulos, mausoléus e jazigos são revestidos de granito, mármore, cerâmica e outros materiais. Esse modelo de construção é compreendido como a prática de sepultar os cadáveres em carneiras, ou seja, gavetas subterrâneas feitas em alvenaria comum, ou concreto armado, de formato retangular.

Figura 15: Imagens do Cemitério de Capanema. Fonte: (Acervo Pessoal da Autora do Trabalho)
Figura 15: Imagens do Cemitério de Capanema. Fonte: (Acervo Pessoal da Autora do Trabalho)

5.3. Breve histórico de Capanema

A cidade de Capanema está localizada no centro da mesorregião do sudoeste do Paraná. O bioma da cidade corresponde a Mata Atlântica e sua população é aproximada a 19.275 habitantes.

Figura 16: Mapa de Capanema/PR. Fonte: http://chega.org/pt/os-fatos/historia-de-capanema/
Figura 16: Mapa de Capanema/PR. Fonte: http://chega.org/pt/os-fatos/historia-de-capanema/

A economia do município é composta basicamente pela agricultura, avicultura e gado leiteiro, contando também com empresas de médio porte, sendo elas do ramo de frigorífico de aves, exportação de grãos, cerealistas e indústria têxtil. No quesito educação, Capanema conta com escolas e instituições públicas como o Instituto Federal, três faculdades à distância e uma faculdade presencial. A cultura do município pode ser definida como multicultural, devido a suas variadas etnias e raças.

5.4. Características ambientais e geográficas

O clima é Subtropical Úmido Mesotérmico, verões quentes com tendência de concentração das chuvas (temperatura média superior a 22° C), invernos com geadas pouco frequentes (temperatura média inferior a 18° C), sem estação seca definida. O município de Capanema apresenta um relevo suave, constituído de planaltos pouco ondulados, com pequenas planícies costeando o Rio Iguaçu.

5.5. Legislações

Para obter aprovação de projetos no município de Capanema faz-se necessário seguir certas condicionantes, como por exemplo: Plano Diretor, Zoneamento, Uso e Ocupação do solo, NBR 9050/2004, bem como outras normas de segurança que darão base para continuidade do trabalho. A partir de análises dessas cláusulas segue-se um padrão para a concepção do projeto.

O Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo Urbano da cidade de Capanema – PR é estabelecido conforme a Lei n°1134/2007. De acordo com o zoneamento, o terreno onde será implantado o Cemitério Parque está situado no perímetro da macrozona urbana.

Tabela 01: Taxa de Ocupação de Capanema/PR. Fonte: Prefeitura de Capanema-PR (Alterado pela autora)
Tabela 01: Taxa de Ocupação de Capanema/PR. Fonte: Prefeitura de Capanema-PR (Alterado pela autora)

O terreno se enquadra na Zona de Estruturação e Ocupação (ZEO), onde a taxa de ocupação é de 60%, com vocação para ocupação pelo comércio e equipamentos comunitários, onde já existe infraestrutura básica e permite maior adensamento. Nessa zona, permite-se a elaboração deste projeto no terreno escolhido onde a ocupação deve ser estimulada permitindo a diversificação de usos, observando e minimizando os impactos.

5.6. Dados do terreno

5.6.1. Forma, dimensões e localização

Figura 17: Mapa do Terreno. Fonte: Prefeitura de Capanema/ (Editado pela autora no programa AutoCad)
Figura 17: Mapa do Terreno. Fonte: Prefeitura de Capanema/ (Editado pela autora no programa AutoCad)

O terreno escolhido para implantação da proposta está situado na cidade de Capanema, no Paraná. O mesmo fará parte de um projeto destinado ao Cemitério Parque, possuindo uma área de 60.201,48 m², sendo o local correspondente a chácara de número 16. Localiza-se no perímetro da área urbana central, lado oeste do município, na esquina da Rua Tupi e Alagoas onde o acesso se dá através da Rua Alagoas.

A escolha da localização teve por objetivo facilitar o acesso a toda a população, através das malhas viárias que interligam todos os pontos da cidade, tendo também espaço para estacionamentos internos que proporciona otimização do fluxo de veículos.

5.6.2. Características gerais

O terreno foi estrategicamente pensado para ser acessível a todos os cidadãos capanemenses pois sua localização é favorável aos variados acessos da cidade.

As proximidades do local indicado apresentam um entorno em desenvolvimento, contando com residências, supermercados, salão de beleza, restaurante, farmácias e lojas, contudo, é pouco movimentado, o que torna adequada a instalação do projeto proposto. O futuro estabelecimento acarretará em um aumento de fluxo de veículos e pessoas após sua implantação, resultando no crescimento do centro urbano, o qual encontra-se estagnado.

O terreno atualmente é denominado como chácara do perímetro urbano do município, o qual já apresenta instalações de infraestrutura como iluminação pública e encanamento de água. A área é predominantemente plana e não pavimentada, não há construções nem cercas no local, portanto, é apto para construção sem necessidade de demolições e maiores transtornos.

5.6.3. Influência solar e dos ventos

As condições climáticas naturais influenciam diretamente na elaboração de projetos e podem designar o seguimento do partido arquitetônico. Dessa forma, é necessário levar em consideração a orientação solar que proporciona maior conforto térmico aos ocupantes do espaço no período de verão e também no inverno.

Figura 18: Condicionantes Bioclimáticas. Fonte: https://www.google.com.br/maps/ (Alterado pela autora)
Figura 18: Condicionantes Bioclimáticas. Fonte: https://www.google.com.br/maps/ (Alterado pela autora)

6. Proposta

Os resultados da proposta para a nova implantação do Cemitério-Parque para o município de Capanema foram obtidos a partir dos dados discutidos ao longo deste trabalho e tem como finalidade assegurar um espaço físico acessível e adequado, que possibilite multifuncionalidade em seu uso e melhor aproveitamento do lugar. Por se tratar de um local público, o projeto foi pensado como lugar de encontros sociais, onde foram planejados os ambientes relacionando o paisagismo e a arquitetura.

Figura 19: Implantação do Cemitério-Parque. Fonte: A autora (Programa AutoCad)
Figura 19: Implantação do Cemitério-Parque. Fonte: A autora (Programa AutoCad)

6.1. Conceito

O projeto tem como conceito transformar o cemitério em um recinto de integração social, e com a natureza, substituindo a imagem de um local sombrio e triste por uma visão mais leve, humana e funcional. Além do tradicional espaço de sepultamentos e valorização dos antepassados, agora compreende um espaço multifuncional para a população.

A pretensão é criar um cemitério-parque contemporâneo, onde a compreensão sobre este espaço seja repensada, levando a uma reflexão saudável e natural sobre a concepção de morte. Os ‘croquis’ iniciais com formas orgânicas e círculos foram tidos a partir do conceito do ciclo da vida, da reflexão a respeito da nossa caminhada terrena permeada por altos e baixos, curvas e retas, dúvidas e fé.

A inspiração e base para elaboração do projeto da capela e das salas mortuárias será a partir do conceito de altitude e de luz. Altitude, por proporcionar sensação de elevação, simbolizando a imensidão do céu e do infinito, através da forma e altura do pé direito. Luz, por despertar sensação de pureza e paz, representando eternidade e transcendência por meio de iluminação natural obtida de fachadas utilizando vidro.

6.2. Partido arquitetônico

O projeto foi inserido em um terreno plano, onde os espaços planejados para o Cemitério-parque podem proporcionar aos cidadãos um ambiente apropriado não somente para meditações e orações, mas também para visitação com finalidade de reflexões e caminhadas, com locais que podem ser utilizados para leitura, oração, relaxamento e reflexão, nos bancos-canteiros, sob a sombra das árvores,

A partir da concepção de utilização desses espaços foi realizada a distribuição dos setores, os quais foram locados pensando na acessibilidade e facilidade de ingresso aos ambientes, sendo analisadas também questões ambientais, como iluminação e ventilação. Deste modo, a entrada se dá pelo lado superior direito do terreno, com acesso pela rua pouco movimentada, com amplo estacionamento lateral próximo do setor administrativo, onde os usuários podem se deslocar a diversas direções, conforme as atividades escolhidas.

O ponto principal foi a locação da capela, sendo inserida na entrada do terreno para facilitar o acesso, sendo rodeada pelas salas de velório e seguida de uma vasta área de paisagismo, onde são dispostos os túmulos em formas orgânicas entremeadas por caminhos sinuosos.

O edifício tem a finalidade de integração com a natureza. Ao longo da fachada oeste foram utilizados brises, com formatos flexíveis, que fazem lembrar os autos e baixos da vida terrena. Na fachada leste foi utilizado vidro com estruturas metálicas, que permitem uma visão panorâmica do bosque e permeabilidade dos espaços internos e externos. Dessa forma, é possível desfrutar de ambientes confortáveis e arejados. As paredes em concreto armado com acabamentos em cimento polido rompem a leveza do vidro e trazem um ar sólido ao edifício, e o paisagismo em torno dos sepulcros, ajuda a propiciar um ambiente de paz, com os jardins sensoriais, e a disposição dos caminhos em meio á natureza, buscando proporcionar tranquilidade e equilíbrio.

Considerações finais

O desenvolvimento deste trabalho possibilitou a análise da importância cultural e patrimonial dos cemitérios para a sociedade em que os mesmos estão inseridos. Com a realização do projeto, suscitou-se a necessidade de um olhar mais atento para o desenvolvimento de uma proposta sustentada na organização de um espaço cemiterial poético, icônico, e suave.

O projeto busca enfatizar a funcionalidade e conforto, com espaços multifuncionais adequados para atender as necessidades da população em geral. Além de levar em consideração a acessibilidade e a integração com a natureza, podendo através disso, propiciar equilíbrio e acalanto àqueles que enfrentam suas perdas.

A proposta que aqui relatamos, busca integrar a morte e a vida, a edificação e a natureza, possibilitando a criação de um espaço agradável e de contato com a natureza. Com o projeto ora apresentado pode-se propor um ambiente cemiterial confortável e harmônico, prezando não só pelos entes queridos que ali estão sepultados, mas também pela vida que os rodeia, buscando contribuir para amenizar a dor e o sofrimento da perda através do espaço  e dos ambientes projetados.

Referências

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050. Rio de Janeiro, 2004.

ANÍBAL, Ana Cláudia. Jesus, Maria e José, minha alma vossa é! Velórios e enterros na comunidade jardim São José – Russas – CE (1970-1990). 2010. 66f. Monografia (Graduação em História) – Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos, Universidade Estadual do Ceará, Limoeiro do Norte – Ce, 2010.

ARIÉS, Philippe. O homem diante da morte. v.1. Francisco Alves: Rio de Janeiro, 1981.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050. Rio de Janeiro, 2004.

BAYARD, Jean Pierre. Sentido Oculto dos ritos mortuários: Morrer é morrer? 1° edição. 1996. 321 p.

BELLÉ, Soeni. Apostila de Paisagismo. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – IFRS. Campus Bento Gonçalves. 2013.

CARVALHO, Hugo Pereira de. A inclusão do cemitério no espaço da cidade. 2012. 127 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Arquitetura, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2012.

GENGO, Rita de Cássia. HENKES, Jair Afonso. A utilização do paisagismo como ferramenta na preservação e melhoria ambiental em área urbana. Gestão e Sustentabilidade Ambiental. 1º ed. 81p. 2013.

HOROCHOVSKI, Marisete Teresinha Hoffmann. Memórias de Morte e Outras Memórias: Lembrança de velhos. Curitiba, 2008, Tese de Doutorado.

LOUREIRO, Maria Amélia Salgado. Origem Histórica dos Cemitérios. São Paulo: Secretaria de Serviços e Obras da Prefeitura do Município, 1977.

PALLASMA, Juhani. Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos. Porto Alegre: Bookman, 2011.

REIS, João José. A morte é uma festa: ritos fúnebres e revolta popular no Brasil do século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

REZENDE, Eduardo Coelho Morgado. Cemitérios. 104 pág. 2007.

SILVA, Joana. Contributo dos espaços verdes para o bem-estar das populações – estudo de caso em Vila Real. Dissertação de mestrado, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Portugal. 2014.

SILVA, Noliana Sousa. Estudo sobre a configuração do espaço cemiterial com relação entre a arquitetura contemporânea. Humanidades, v. 9, p.1-1, 2013.

ANEXO 01: MEMORIAL JUSTIFICATIVO E DESCRITIVO

O projeto arquitetônico e paisagístico em questão possui grande amplitude de significados, pois o foco está ligado á multifuncionalidade, onde o propósito perpassa a intenção de conceber um espaço cemiterial, e intenta para outras funções.

O cenário paisagístico é de extrema importância, pois tem o poder de atribuir um significado específico á um local. As seleções se deram em detrimento á trazer benefícios aos usuários, através de uma constituição ambiental versátil, útil e funcional.

A identidade do local se dá por meio das escolhas associadas a composição e disposição estrutural, e ao paisagismo combinando plantas sensoriais, capazes de despertar os sentidos, devido a isso, as opções foram consideradas permeadas de objetividade. Buscou-se valorizar as características ambientais do local, e realizar essa implementação paisagística variada, como meio de despertar sensações e contribuir para que as pessoas sintam-se acolhidas no recinto.

As relações com a saúde e preservação ambiental, a preocupação com o bem estar mental e físico humano, aliados á otimização espacial, justificam os meios optados para a análise, planejamento e desenvolvimento da proposta. Partindo dessa justificativa, se deu a procura de métodos e materiais convenientes, resultando no referido projeto. As escolhas consideraram as peculiaridades, necessidades, meios adequados para o desenvolvimento e preservação geral do espaço. Contemplou-se os traços representativos do município á que se destina o projeto, com a problematização de agravantes verídicos relacionados á falta de espaço para enterros, dificuldades de acessos decorrentes da localização, e ausência de infraestrutura adequada.

A implantação foi elaborada de maneira á acolher aos usuários, transmitindo sensações únicas, para que se sintam acolhidos e valorizados ao se depararem enfrentando situações relacionadas á morte. Buscou-se realizar uma integração com a natureza, e valorização de todas as áreas que compõe o espaço. A acessibilidade foi contemplada, através de adaptações para que as pessoas com diferentes tipos de deficiências possam circular.

Com base nisso, o projeto foi pensado composto por setores, onde primeiramente dispõe-se a entrada principal, estacionamento, e então o setor social, de serviços, administrativo e de enterramento. No acesso pela entrada principal, encontra-se disposto um chafariz contendo uma bomba cuja função é impulsionar a água para cima, criando um lindo efeito. O projeto prevê a entrada de pedestres, e também a de veículos, que se dirige até o estacionamento. Outra característica importante, é que o ingresso de dá através de uma rua pouco movimentada da cidade.

O estacionamento possui entrada por acesso secundário, para evitar congestionamentos na entrada de pedestres, sendo amplo, com 130 vagas de garagem. Ao lado do mesmo, comporta-se um bosque com belas árvores, como Flamboyants e Canela, que fazem sombra para os veículos e enfeitam a paisagem com suas florações. O acesso á carga e descarga ocorre através da entrada do estacionamento. A entrada de pedestres contém dois espelhos d’água com plantas aquáticas que são um belo adorno, dos gêneros Ninfeias e Bromélias. A água traz a sensação de pureza e tranquilidade, por isso optou-se pela inclusão dos espelhos e do chafariz nesse ponto, para que as pessoas possam sentir a calmaria de um lugar acolhedor já na entrada do recinto.

Existem também canteiros na entrada contendo plantas que atribuem beleza, encanto e promovem aproximação com a natureza. Os canteiros são constituídos de concreto, que servem também como banco para os usuários sentarem-se. Buscou-se mesclar diferentes categorias de plantas aquáticas, arbustivas, herbáceas, floríferas, frutíferas, de grande e pequeno porte, formando a grande riqueza do lugar.

As calçadas de pedra proporcionam um ar sólido ao local, e ainda, possuem a vantagem de serem duráveis, resistentes, e anti-derrapantes. Foram escolhidos dois tipos de pavimentação para comporem os caminhos, com pavers na cor ocre, e piso drenante na cor cinza claro.

O café possui vista panorâmica para o bosque. Existe um espelho d’água em forma de lua que envolve o templo, sendo exuberante a sua integração na paisagem. Os caminhos sinuosos que percorrem até o templo abrem espaço para a reflexão sobre aspectos importantes.

As formas orgânicas do jardim permitem associar suas características circulares aos ciclos da vida. Por meio da meditação leva-se, a refletir á respeito da morte, como algo inspirador, que vai promover o desejo de valorização das coisas importantes, e o pensamento sobre o que se tem feito durante sua vivência. A intenção é despertar nas pessoas a análise de suas ações, para que raciocinem sobre o que querem, e o que vale a pena realizar, antes de terem suas vidas extinguidas, e repousarem em um local como aquele.

A água possui um papel de suma importância no paisagismo do espaço, estando presentes espelhos d’água por toda a extensão do local, deixando-o harmonioso. Nas duas laterais centrais do terreno encontram-se dois chafarizes, rodeados por árvores de romãzeira, que carregam um significado milenar, constando nos textos bíblicos como símbolo do amor e fecundidade, e, para os judeus como ritual do ano novo, em que traz coisas melhores do que as passadas.

A floração das árvores é destacada, com seu colorido, e variações de espécies, como o Ipê amarelo e roxo, e os Flamboyants, tendo sido pensada a combinação arborística, de modo que em todas as épocas do ano, ocorra florescência. Além das belas plantas floríferas, foram escolhidas as frutíferas, como a guabiroba e a jabuticaba, formando lindos pomares, que servem de alimento para as pessoas e também para os pássaros, contribuindo com a preservação de espécies.

Todas as plantas, chafarizes, espelhos e fontes de água que compõem a paisagem carregam objetividade sensorial, onde são responsáveis por despertar sensações por meio dos sentidos: visão, tato, audição, olfato e paladar. Através do aroma das plantas, do sabor dos frutos e ervas, do toque nas texturas, do barulho das águas e do vento, do canto dos pássaros e da exuberância aos olhos, os usuários são introduzidos á um leque de sensações e integração com a natureza.

O cemitério-parque em questão, não é apenas um espaço para enterrar os entes queridos, mas é um investimento benéfico para a comunidade, que se configura como um espaço de leitura, caminhadas, oração, relaxamento e reflexão.

Os túmulos serão subterrâneos, contendo apenas uma placa com a identificação da pessoa enterrada, ficando na superfície um campo forrado com grama, formando um belo e harmonioso parque. Foram escolhidas duas espécies de gramíneas para forrar o chão, a grama amendoim que apresenta ótima textura e rápido rebrote, e a grama esmeralda sendo muito resistente ao pisoteio. Todos os túmulos serão iguais, independente da posição social ocupada, não existindo possibilidade de construções de mausoléus extravagantes. O templo é ecumênico, e abre as portas para todas as religiões realizarem suas celebrações, valorizando a diversidade religiosa.

Enfim, o projeto em si, configura-se como um método de inclusão social, com uma proposta convidativa a repensar os cemitérios, como possibilidade de reflexão, fruição e lazer, propondo novos desafios, abarcando uma gama ampla de práticas e finalidades distintas.

ANEXO 02: PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ-DIMENSIONAMENTO

As principais condições e necessidades da sociedade capanemense em relação ao espaço de sepultamento dos mortos, somado à falta de espaço para ambientes de encontros sociais foram os motivos que nortearam a concepção do programa de necessidades e pré-dimensionamento de ambientes, sendo considerados todos os métodos de pesquisa realizados no presente trabalho.

Com base nisso, foram considerados como fundamentais os seguintes ambientes:

Setor Administrativo:

  • Foyer: 31,14 m²
  • Sala de Reuniões: 21,28 m²
  • Administração e Contabilidade: 12,85 m²
  • Gerência: 12,82 m²
  • DML: 6,93 m²
  • Copa: 8,46 m²
  • Hall WC: 5,03 m²
  • WC Masculino: 2,63 m²
  • WC Feminino: 2,43 m²
  • Total: 103,57 m²

Setor de Serviços:

  • Salas Mortuárias: 81,16 m² X 4 = 324,64 m²
  • DML: 8,32 m² X 2 = 4,98 m²
  • BWC Feminino/Acessível: 2,70 m² X 2 = 5,40 m²
  • BWC Masculino/Acessível: 2,70 m² X 2 = 5,40 m²
  • Salas Íntimas e Copa: 17,71 m² X 4 = 70,84 m²
  • Circulação: 7,47 m² X 2 = 14,94 m²
  • Total: 426,20 m²

Setor de Alimentação:

  • Cozinha: 37,85 m²
  • Cafeteria: 107,86 m²
  • DML: 4,24 m²
  • Hall de Sanitários: 19,04 m²
  • Sanitários Femininos: 14,19 m²
  • Sanitários Masculinos: 14,19 m²
  • Sanitário Acessível: 4,00 m²
  • Depósito de Bebidas: 7,01 m²
  • Depósito de Alimentos: 7,50 m²
  • Depósito de Frios: 5,56 m²
  • Depósito de Utensílios: 5,56 m²
  • Higienizações: 6,71 m²
  • Lixo: 3,57 m²
  • Manutenção: 12,86 m²
  • Carga e Descarga: 64,95 m²
  • Total: 315,09 m²

Setor Social:

  • Capela: 247,90 m²
  • Hall Sanitários: 4,39 m²
  • WC Feminino/Acessível: 3,45 m²
  • Wc Masculino/Acessível: 3,05 m²
  • Fraudário: 2,27 m²
  • Escritório: 17,84 m²
  • WC Escritório: 1,56 m²
  • Altar: 21,88 m²
  • Total: 302,34 m²

Setor Geral:

  • Bosque, Túmulos: 54.224,04 m²
  • Estacionamento: 4.837,45 m²
  • Total: 201,48 m²

[1] UNIPAR – Universidade Paranaense, Francisco Beltrão/PR, Brasil

[2] UNIPAR – Universidade Paranaense, Francisco Beltrão/PR, Brasil

[3] UNIPAR – Universidade Paranaense, Francisco Beltrão/PR

5/5 - (17 votes)
Keila Raquel Gafski

2 respostas

  1. Por se tratar de uma construção de um cemitério, com relação ao meio ambiente, como serão tratados os gases e o necrochorume, promovendo assim a preservação do ar e do solo.

  2. Muito bom os textos sobre cemitérios. Afinal é no cemitério que se ficará até o dia de Juízo final. Em vida, estou construindo o meu Jazigo. Pretendo ficar em pé sob uma Pirâmide Triangular.

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