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Meningocele Intranasal: Relato de caso

RC: 76879
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

PLACHESKI, Ana Carolina Galindo [1], OLIVEIRA, Ronan Djavier Alves [2], PASSOS, Fábio Manoel dos [3], ESPÓSITO, Guilherme Soriano Pinheiro [4], PEREIRA NETO, Alonso Alves [5], PELIZER, Carlos Antônio Albuquerque [6], ESPÓSITO, Mário Pinheiro [7]

PLACHESKI, Ana Carolina Galindo. Et al. Meningocele Intranasal: Relato de caso. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 02, Vol. 11, pp. 19-24. Fevereiro de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/meningocele-intranasal

RESUMO

O presente estudo tem como tema a meningocele intranasal verificada em uma paciente do sexo feminino, de 3 anos de idade, usuária do SUS, com queixa de obstrução nasal unilateral e deformidade em face progressiva. Trata-se de um estudo descritivo do tipo Relato de Caso, cujas informações foram obtidas durante a atendimento da paciente no Hospital Otorrino, via convênio com o SUS. A análise dos dados foi realizada a partir de entrevista, exame físico, avaliação de exames de imagem, e a revisão do prontuário do paciente. Objetivo: Demonstrar a importância do diagnóstico da Meningocele intranasal, diminuindo iatrogenia e aumentando a resolutividade desses casos. Melhorando, portando, a qualidade de vida do paciente com o tratamento adequado. Conclusão: Apesar de uma doença rara, a hipótese de meningocele deve ser sempre lembrada e pesquisada, quando a queixa de obstrução nasal apresentar massa polipoide unilateral. O diagnóstico de meningocele e o tratamento precoce evita deformidades e complicações aos pacientes.

Palavras–chave: meningocele, obstrução nasal, massa nasal, intranasal.

INTRODUÇÃO

A meningocele é uma herniação da dura-máter, contendo liquor. Pode se localizar em vários pontos do sistema nervoso. A meningocele intranasal é rara. Acredita-se que o processo ocorre no estado embrionário, já que a maioria dos pacientes apresenta nos primeiros anos de vida. Aparece como uma massa única e unilateral, polipóide, não dolorosa (BIZZI, 2012).

Pode apresentar afastamento dos ossos nasais. Tem a obstrução nasal como principal queixa, pois é intensa e bilateral, por forçar o septo nasal para o lado oposto. Portanto, o otorrinolaringologista geralmente é o primeiro médico a ser procurado (AGUIAR et al., 2003).

Diversos estudos mostram que a meningocele intranasal tem como principal característica um defeito congênito na base do crânio (hérnias que aparecem das meninges para a cavidade nasal em virtude de um defeito na lâmina cribriforme.

Numa matéria publicada em 2020 no site “portalsãofrancisco/saúde” que fala dos possíveis fatores de risco para o desenvolvimento da Meningocele, acredita-se que a ingestão de ácido fólico pela mãe nas primeiras semanas de gestação pode diminuir consideravelmente a incidência da meningocele intranasal e tal defeito congênito na maioria dos casos é resolvido com procedimento cirúrgico. Destaca-se ainda que a meningocele pode ser identificada ainda na gestação por meio da ultrassonografia que é realizada entre a 18ª e 20ª semana de gravidez, entretanto, em muitos casos o defeito já existe quando a mulher descobre a gravidez.

Além da ingestão do ácido fólico, um estilo de vida saudável da mãe especialmente no período da gestão possibilita a prevenção dos Defeitos de Fechamento do Tubo Neural, haja vista que a nutrição adequada é o ponto chave para o perfeito desenvolvimento do bebê em todas as fases da gravidez (GAÍVA, 2011).

Justifica-se a importância do diagnóstico da meningocele, bem como o seu tratamento uma vez que ela pode gerar incapacidades crônicas graves na criança, tais como como paralisia de membros, hidrocefalia, deformação de membros e da coluna vertebral, disfunção vesical, intestinal, sexual e dificuldade de aprendizagem, com risco de desajuste psicossocial (AGUIAR et al., 2003)

Nesse caso relatado, assim como em diversos outros, a correção por meio do procedimento cirúrgico depende exclusivamente de ações do Sistema Único de Saúde (SUS) não só para os exames com os especialistas das áreas envolvidas como também do próprio procedimento cirúrgico.

Independente disso, há que se pensar que os casos de meningocele devem ser tratados com prioridade quando se verifica na literatura a influência que eles possuem no crescimento e desenvolvimento da criança, repercutindo na vida adulta da pessoa que cresce com essa malformação e caracterizando um problema de saúde pública já que é um reflexo da interação entre vários genes e fatores ambientais (GAÍVA, 2011).

O caso a ser relatado a seguir apresenta uma paciente do sexo feminino, de 3 anos de idade, usuária do SUS, com queixa de obstrução nasal unilateral e deformidade em face progressiva e com resultado de Meningocele frontoetmoidal esquerda.

MÉTODO

Trata-se de um estudo descritivo do tipo Relato de Caso, e, assim, utilizou-se de informações obtidas durante a atendimento de uma paciente no Hospital Otorrino, via convênio com o SUS. A análise dos dados foi realizada a partir de entrevista, exame físico, avaliação de exames de imagem, e a revisão do prontuário do paciente.

RELATO DE CASO

O presente caso apresenta uma paciente do sexo feminino, de 3 anos de idade, usuária do SUS, com queixa de obstrução nasal unilateral e deformidade em face progressiva. A mãe relata que em consultas com pediatras e clínicos gerais, foi previamente diagnosticada com hipertrofia de cornetos inferiores e encaminhada ao nosso ambulatório. Devido a morosidade do SUS, chega após 2 anos em consulta com nossa equipe de otorrinolaringologia, com permanência das queixas e piora da deformidade em face.

Na consulta foi realizada a coleta detalhada da história pregressa e ao exame físico foi constatada a deformidade facial com abaulamento em região nasal, a esquerda, rinoscopia alterada, com a presença de massa em fossa nasal esquerda, e desvio septal a direita. Solicitado então a videonasofibroscopia e Ressonância Magnética do Encéfalo e Face.

Figura 1- Rinoscopia evidenciando massa em fossa nasal esquerda

Fonte: (PLACHESKI, 2020)

Figura 2- TC de face evidenciando volumosa lesão expansiva com remodelamento ósseo em fossa nasal esquerda.

Fonte: (PLACHESKI, 2020)

No retorno da consulta, com o resultado dos exames de imagem houve a confirmação de Meningocele frontoetmoidal esquerda. Foi então solicitado avaliação do neurocirurgião, para juntos programarmos a correção da meningocele. No momento aguardamos pelo SUS a consulta com o especialista em neurocirurgia, e o acompanhamento da paciente é realizado no mesmo ambulatório, via SUS.

DISCUSSÃO

De acordo com Ayoub et al. (2010) a meningocele é uma herniação da dura-máter, contendo líquor. Pode se localizar em vários pontos do sistema nervoso. Se contém líquor e tecido encefálico, passa a se chamar meningoencefalocele. A meningocele intranasal é rara. Acredita-se que o processo ocorre no estado embrionário, já que a maioria dos pacientes apresenta nos primeiros anos de vida.

Aparece como uma massa única e unilateral, polipóide, não dolorosa. Pode apresentar afastamento dos ossos nasais. Tem diagnóstico diferencial com pólipo nasal, como pólipo de Killian, e deve-se confirmar o diagnóstico previamente ao procedimento cirúrgico. Tem a obstrução nasal como principal queixa, pois é intensa e bilateral, por forçar o septo nasal para o lado oposto (AYOUB et al., 2010).

É importante destacar que a demora e falta de agilidade no SUS faz com que a doença progrida, quando deveria ter sido realizada logo na primeira infância, não acarretando deformidades nem maior gravidade a paciente. O SUS aparenta ter uma pequena porta de entrada para o acesso a especialidades e tecnologia, fazendo com que alterações mais raras ou mais complexas, mas que tem tratamento e cura, sejam tratadas tardiamente, acarretando complicações ao tratamento (AZEVEDO, 2010).

No presente caso relatado, aguarda-se a avaliação do especialista em neurologia para a análise dos próximos passos, entretanto, reforça-se a importância de um diagnóstico de massas na fossa nasal em crianças, por meio de exames especializados e de imagem que possam evidenciar a existência da meningocele intranasal e efetuar a correção o mais rápido possível.

CONCLUSÃO

Apesar de uma doença rara, a hipótese de meningocele deve ser sempre lembrada e pesquisada, quando a queixa de obstrução nasal apresentar massa polipoide unilateral. O diagnóstico de meningocele e o tratamento precoce evita deformidades e complicações aos pacientes.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Ana Lucia Martins de, COSTA, André Monteiro. A estreita porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS): uma avaliação do acesso na Estratégia de Saúde da Família. 2010.Disponível em <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-32832010005000029&script=sci_abstract&tlng=pt> Acesso em 18 Jan 2021.

AYOUB, Jimmy Ali Saadallah. XAVIER, Patricia Fernanda Furlan. NOGUEIRA JUNIOR, João Flavio. YOSHIDA, Mauricio. STAMM, Aldo Cassol. ALONSO, Nivaldo. Meningoencefalocele esfenopalatina: um diagnóstico e desafio terapêutico. 2010. Disponível em <http://arquivosdeorl.org.br/additional/acervo_eng.asp?id=678> Acesso em 17 Jan 2021.

AGUIAR, Marcos J.B. CAMPOS, Ângela S., AGUIAR Regina A.L.P., LANA, Ana Maria A., Magalhães Renata L., BABETO Luciana T. Defeitos de fechamento do tubo neural e fatores associados em recém-nascidos vivos e natimortos. 2003. Disponível em < https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572003000200007> Acesso em 18 Jan 2021.

BIZZI, Jorge W. Junqueira. MACHADO, Alessandro.  Mielomeningocele: conceitos básicos e avanços recentes. 2012. Disponível em <https://www.abnc.org.br/jbnc_art_down.php?arquivo=1006> Acesso em 17 Jan 2021

GAÍVA, Maria Aparecida Munhoz, CORRÊA, Emanuelle Righetto. ESPÍRITO SANTO, Elisete Ap. Rubira do. Perfil clínico-epidemiológico de crianças e adolescentes que vivem e convivem com espinha bífida. 2011. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822011000100010&lng=pt&tlng=pt.> Acesso em 18 de Jan de 202.

SÃO FRANCISCO PORTAL. Meningocele. Disponível em <https://www.portalsaofrancisco.com.br/saude/meningocele> Acesso em 17 Jan 2021.

[1] Médica pela Universidade de Cuiabá – Cuiabá e R3 em Otorrinolaringologia no Hospital Otorrino de Cuiabá.

[2] Médico pela Universidade de Cuiabá – Cuiabá e R3 em Otorrinolaringologia no Hospital Otorrino de Cuiabá.

[3] Médico pela Universidade Federal do Paraná – UFPR e R3 em Otorrinolaringologia no Hospital Otorrino de Cuiabá.

[4] Médico pelo Centro Universitário São Lucas e R2 em Otorrinolaringologia no Hospital Otorrino de Cuiabá.

[5] Médico pela União das Faculdades dos Grandes Lagos – UNILAGO e R2 em Otorrinolaringologia no Hospital Otorrino de Cuiabá.

[6] Médico pelo Centro Universitário São Lucas e R2 em Otorrinolaringologia no Hospital Otorrino de Cuiabá.

[7] Orientador. Coordenador da Residência Médica em Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico – Facial do Hospital Otorrino de Cuiabá/MT.

Enviado: Janeiro, 2021.

Aprovado: Fevereiro, 2021.

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Ana Carolina Galindo Placheski

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