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O uso do silicone gel no manejo de cicatriz: revisão sistemática

RC: 101355
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

PORFÍRIO, Thalles Augusto dos Santos [1], PEREIRA, Anne Caroline Castro [2], GRATÃO, Bárbara Sena Morais [3], ALARCÃO, Eduarda Luz Barbosa [4], VIEIRA, Fabrícia Belloni dos Santos [5], RODRIGUES, Jonathan Matheus Martins [6]

PORFÍRIO, Thalles Augusto dos Santos. Et al. O uso do silicone gel no manejo de cicatriz: revisão sistemática. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 06, Ed. 11, Vol. 08, pp. 05-34. Novembro 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/manejo-de-cicatriz

RESUMO

O silicone gel foi introduzido para auxiliar na prevenção de cicatrizes hipertróficas e queloides, mas as evidências objetivas de sua utilidade na cicatrização são limitadas. A questão norteadora do presente estudo foi a de esclarecer se há, na literatura atual, indicações de benefício do uso do silicone gel. Tendo como objetivo apresentar a produção de conhecimentos científicos referentes à técnica sobre o uso do silicone no manejo de cicatrizes, almejando indicar o benefício de sua utilidade na literatura atual. Para isso, realizou-se uma revisão integrativa, em que foram selecionados dez artigos em periódicos encontrados na Base de Dados da Saúde (BVS) apresentando as metodologias utilizadas, as discussões e os resultados por meio de ensaios e de pesquisas qualiquantitativa, de acordo com os descritores da ciência em saúde (DECs) a seguir: Cirurgia Plástica “AND” Métodos “OR” Uso Terapêutico “AND” Cicatrização “OR” Silicone. O período de pesquisa foi entre os anos de 2013 e 2021. Os resultados demonstram ter ocorrido progresso nos tratamentos nesses últimos anos. No entanto, percebe-se que houve pouca produção científica em relação a essa investigação na última década. Concluiu-se que o uso do silicone no tratamento de feridas e no processo cicatricial têm sido eleito eficaz, apresentando resultados positivos.

Descritores:  Cirurgia Plástica e Método, Uso Terapêutico, Cicatrização, Queloide, Silicone.

1. INTRODUÇÃO

A pele humana, o maior órgão do corpo humano, e juntamente com seus órgãos anexos como pelos, unhas e glândulas sudoríparas e sebáceas, constitui o sistema tegumentar e é exposta aos vários fatores externos na absorção de impactos e atritos, proteção de calor ou umidade, pois faz parte do processo de termorregulação. É importante destacar sua função em conservar a homeostasia e, além de protetora e isolante desses fatores e demais, como absorção que impede a perda de líquidos além de manter a pele hidratada; radiação ultravioleta, ainda veda a invasão de microrganismos aos demais órgãos internos. (SZWED, SANTOS, 2015).

A estrutura da epiderme é bastante dinâmica e as células estão frequentemente se dividindo e amadurecendo à medida que migram em direção à superfície da pele para se autorregenerarem e, assim, renovarem suas funções e, uma delas é a função de proteção e, quando há um dano, lesionando-a, a pele poderá ter alterações significativas, inclusive, se se atingirem as camadas mais profundas, como a dérmica, o que pode alterar significativamente a sua fisiologia. (NASCIMENTO JÚNIOR, 2015).

E, de início, havendo diversos tipos de lesão ao tecido, o corpo humano possui a habilidade de substituir as células lesionadas e reparar o tecido danificado abrindo-se um ferimento e, logo em seguida, há o processo de cicatrização, o qual consiste no desencadeamento de vários processos organizados em cascata de eventos celulares e bioquímicos, que incluem quimiotaxia, fagocitose, neocolagênese, degradação do colágeno e remodelação do colágeno, os quais começam a interagir entre si na busca pela regeneração do tecido lesionado. (NELEM, 2018).

Além disso, a angiogênese, a epitelização e a produção de novos glicosaminoglicanos (GAGs) e proteoglicanos são vitais ao processo de cicatrização das lesões e promovem a troca do tecido normal da pele por tecido cicatricial, composto de fibroblastos. Existem vários tipos de cicatrizes: cicatrizes atróficas (comuns em casos de cirurgia e acne, por exemplo). Entretanto, o efeito indesejado no processo de cicatrização da pele é, sem sombra de dúvidas, quando se produz uma exuberância de proliferação fibroblástica, a cicatriz hipertrófica, isso faz com que fique mais elevada em relação à pele ao redor.

Já o queloide é o resultado de uma cicatriz que não para de crescer. Ela consegue ultrapassar os limites iniciais da própria lesão que nada mais é do que o desencadeamento de uma cicatrização sem controle para parar de produzir novo tecido. O colágeno, quando é mais espesso, se torna mais irregularmente organizado e causa dor com mais frequência. (MERCANDETTI, COHEN, 2021).

E, como visto no site da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD, 2021), ao contrário de outras cicatrizes elevadas, chamadas cicatrizes hipertróficas, os queloides crescem sem respeitar os limites da ferida original e ocorrem em 5% a 15% das feridas cirúrgicas e, apesar de benignos, na maioria dos casos, os tratamentos são associados para evitar as recidivas.

Os efeitos indesejáveis são, além dos desconfortos estéticos, e de abalar a autoestima, algumas cicatrizes podem provocar coceira e dor. A produção de cicatriz que se estende além da área do insulto original e o que mais impacta no processo de cicatrização é a pele da paciente, isso está relacionado a questões genéticas. Geralmente, negros e asiáticos, por exemplo, têm uma tendência maior de enfrentar má formação nas suas cicatrizes, mas isso não quer dizer que todos terão esta tendência. Os queloides tendem a recidivar, mesmo depois de serem removidos por cirurgia. (MERCANDETTI, COHEN, 2021).

Assim, o estudo se justifica a fim de se demonstrarem as técnicas mais usuais para a reepitelização de feridas e o processo de cicatrização o qual busca restaurar a continuidade dos tecidos sabendo-se que existem feridas as quais podem ocorrer alterações no reparo cutâneo fisiológico devido ao agravamento da lesão e demora na regeneração, quando são introduzidos os tratamentos tópicos.

Deve-se abordar primeiramente a fisiopatologia da cicatrização para poder entender seus fatores os quais podem acelerá-la ou retardá-la, favorecendo o processo cicatricial. Dentre as variadas técnicas existentes para acelerar a cicatrização, evitar infecções e regenerarem o tecido mais rapidamente e que esse processo não deixe marcas indesejáveis, tais como tecidos hipertróficos ou queloides, há o uso do silicone que tem demonstrado, nos vários tratamentos, bons resultados e eficácia esperada.

Dessa forma, a questão norteadora deste estudo foi a de esclarecer se há, na literatura atual, benefícios com o uso do silicone gel no manejo de cicatrizes. Bem como, o objetivo principal desta revisão é apresentar a produção de conhecimentos científicos referentes à técnica sobre o uso do silicone nesse manejo. A metodologia utilizada trata-se de uma revisão integrativa apresentando os diversos trabalhos possíveis por meio de ensaios e de pesquisas qualiquantitativas.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O levantamento inicial permitiu definir etapas do estudo para facilitar a organização do trabalho iniciando-se com a formulação do problema, levantamento de dados, avaliação dos dados coletados, análise e interpretação dos dados e apresentação dos resultados.

O estudo por meio da metodologia de revisão sistemática estabeleceu a investigação em fases, sendo que, na primeira etapa, foram realizadas buscas sobre a questão norteadora da pesquisa “Qual a produção de conhecimentos científicos referentes à técnica sobre o uso do silicone no manejo de cicatrizes?” E optou-se por esse método de pesquisa, na medida em que essa metodologia permite uma metassíntese qualitativa de pesquisas anteriores e conclusões a partir de um tema específico. (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).

Na segunda etapa, estabeleceram-se os critérios de eleição do material categorizado. Os dados foram pesquisados por meio de artigos científicos publicados e indexados na busca de material produzido em idioma português, sendo consultado o banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).

Nessa base de dados, onde se encontraram os artigos de periódicos publicados para consulta de diversos autores e especialistas em medidas preventivas e tratamentos específicos com técnicas testadas e recomendadas das várias fisiopatologias como LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciência da Saúde), MEDLINE (Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica), SciELO Brasil (Scientific Electronic Library Online), dos quais originaram os artigos publicados para atenderem a investigação.

Para o refinamento da pesquisa, foram utilizados os seguintes termos, de acordo com o DeCS – Descritores em Ciências da Saúde – Cirurgia Plástica “AND” Métodos “OR” Uso Terapêutico “AND” Cicatrização “OR” Silicone. O levantamento de dados ocorreu durante os meses de maio e junho de 2021. Por este tipo de pesquisa não envolver seres humanos, não foi necessária a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.

Na terceira etapa da pesquisa, os trabalhos foram, a partir da seleção dos descritores informados na sequência acima, partindo-se do primeiro indicado, depois selecionado no idioma português e inglês, depois realizada a busca pelo assunto principal e, em seguida, o ano de publicação. Foram analisados os títulos, após, analisados os resumos, e, quando pertinente, analisava-se se possuíam o texto completo.

Muitos títulos estavam insertos em outras categorias, ou repetidos mais de duas vezes nos descritores da BVS, por publicações em uma ou outras bases de dados já citadas anteriormente, ou de mais de um periódico, ou só o resumo de descritores previstos nas fases ou não eram gratuitos.

Como critérios de exclusão, foram descartados os trabalhos de dissertações, teses, ensaios e de sites não oficiais e blogs, de notas editoriais, e fora do período de corte temporal, além de pesquisas tendo como modelo experimental animais e tal critério se deu em função de a fisiopatologia de feridas e processo de cicatrização em animais terem configurações diferentes em relação à pele humana.

Sobre Descritores em Ciências da Saúde, abaixo, relacionam-se as definições encontradas em suas árvores de famílias:

DECs.1 – Cirurgia Geral (Plástica) – Especialidade em que procedimentos manuais ou cirúrgicos são usados no tratamento de doenças, lesões ou deformidades. Ramo da cirurgia voltado para a restauração, reconstrução, ou melhora [do desempenho] de estruturas defeituosas, lesadas ou ausentes. Métodos – Usado com técnicas, procedimentos e programas para métodos.

DECs.2 – Uso terapêutico – Usado com fármacos, preparações biológicas e agentes físicos para seu uso na profilaxia e tratamento das doenças. Inclui o uso veterinário e experimental em animais.

DECs.3 – Cicatrização – Reconstituição da integridade do tecido lesado.

DECs.4 – Silicone – Grande família de polímeros organossiloxanos sintéticos que contém uma estrutura repetida de silício-oxigênio com grupos laterais orgânicos anexados através de ligações carbono-silício. Dependendo de suas estruturas, são classificados como líquidos, géis e elastômeros.

No quadro 1, apresentam-se os quantitativos de artigos encontrados para utilização nessa pesquisa, sendo que os elegíveis contemplaram todos os descritores que orientaram a pesquisa:

Quadro 1 – Seleção e coleta de dados da revisão integrativa

Fonte: Dados da pesquisa.

Após se conferirem os critérios de inclusão, foram selecionados 647 artigos do DECs.1, 2, 3 e 4, submetidos a uma análise mais aprofundada, com avaliação dos títulos, resumos e pertinência ao tema, permaneceram 99 artigos considerados apropriados para a terceira fase dessa revisão, a qual se consistiu na leitura dos artigos na íntegra. Desses, selecionaram-se dez artigos que atenderam a todos os critérios de inclusão, os quais foram elegíveis para compor o estudo de revisão integrativa. A seleção do material de análise foi demonstrada no fluxograma 1, abaixo:

Fluxograma 1 – Distribuição dos dados coletados

Fonte: Dados da pesquisa.

Quanto à apresentação dos dados, demonstraram-se o tipo de estudo, o ano de publicação em ordem decrescente entre os anos de 2013 e 2021, a autoria e o título do artigo e os principais achados. Os artigos utilizados na revisão sistemática foram organizados conforme se apresenta no quadro 2.

Quadro 2 – Artigos utilizados como análise de estudo da revisão integrativa

TÍTULO ANO E AUTORES TIPO DE ESTUDO COMENTÁRIOS CONCLUSIVOS
Silicone gel sheeting for preventing and treating hypertrophic and keloid scars. (2013) O’brien e Jones Revisão sistemática A revisão apontou diversos estudos contendo viés e, à primeira vista, deixa o estudo em suspenso, já que não se pôde evidenciar ensaios clínicos randomizados satisfatórios.
Fatores de crescimento envolvidos na cicatrização de pele. (2015) Szwed e Santos

 

Revisão integrativa Revisar a literatura por meio de ensaios clínicos e trabalhos experimentais já publicados com a descrição do uso de fatores de crescimento, buscando a compreensão de como esses interferem na cicatrização de feridas causada por diferentes injúrias. Concluiu-se que o plasma rico em plaquetas demonstra eficácia na obtenção desses fatores e sua aplicação em feridas pode se apresentar como um importante elemento terapêutico.
Curativos de prata iônica como substitutos da sulfadiazina para feridas de queimaduras profundas: relato de caso. (2017)  Farina-Júnior et al Relato de caso Relatar as vantagens de curativos na forma de lâminas impregnadas com prata iônica (Atrauman®, Mepilex border Ag®, Mepilex-Ag® e Silvercel não aderente®) como agentes tópicos substitutos do creme de sulfadiazina de prata 1% nas queimaduras profundas. 31 pacientes se beneficiaram do uso de curativos com lâminas impregnadas por prata iônica e quatro utilizaram Mepilex border Ag®, Mepilex-Ag® (composto de espuma de poliuretano e silicone com íons de prata). Não houve infecção, mesmo nas queimaduras de espessura total, as trocas foram espaçadas entre 4 a 7 dias, minimizou-se a dor e desconforto aos pacientes.
Criolipólise: A importância da membrana anticongelante na prevenção de queimaduras. (2017) Limonta et al Revisão bibliográfica Descrever alguns elementos da técnica de criolipólise a fim de promover o entendimento necessário para a realização de um procedimento terapêutico eficiente; comparar as características de duas membranas anticongelante disponíveis no mercado para o procedimento de criolipólise e identificar em sua formulação o componente com função de prevenir as queimaduras;
Manejo de cicatrizes com uso de placas e gel de silicone (2018) Palermo e Esposito Relato de caso O uso do silicone tópico tem sido uma opção para o manejo da cicatriz e alvo de diversas publicações ao longo dos anos. Acredita-se que o uso precoce possa prevenir o desenvolvimento de cicatrizes anormais e tratar cicatrizes existentes.
Tecido de renovação e reparação: regeneração e cicatrização

 

(2018) Nelen Artigo de material didático Os alunos envolvidos no projeto são capacitados para a realização das etapas de planejamento, preparação e manuseio de material didático, contribuindo para a iniciação à docência e participação de outros momentos relacionados às atividades de extensão e iniciação científica.
The discovery and development of topical medicines for wound healing. (2019) Öhnstedta et al Revisão Intregrativa Para acelerar a cicatrização de feridas, há uma tendência emergente em direção a produtos biológicos, terapia genética e novos conceitos para entrega de medicamentos em pesquisas e em preparação para testes clínicos. Os pesquisadores apresentaram um delineamento científico do mecanismo de ação terapêutico já implantados, os que foram testados e considerados eficazes e os estudos em andamento para a análise e desenvolvimento das melhores técnicas atualmente.  Concluíram ser vital para o sucesso dos ensaios clínicos e para uma fração cada vez maior de produtos médicos no pipeline farmacêutico apresentarem estudos randomizados.
Tratamento para queloides: revisão de literatura (2019) Corrêa et al. Revisão de literatura Foram enumeradas e abordadas as principais informações sobre técnicas cirúrgicas e adjuvantes empregadas para essas lesões, que são: excisão, injeções intralesionais, crioterapia, laserterapia, revestimento com gel de silicone, radioterapia e pressoterapia.Há muitos tratamentos disponíveis para o queloide, sejam cirúrgicos ou não, todavia não há consenso sobre uma abordagem universalmente aceita. Há necessidade de mais estudos haja vista a qualidade mediana das evidências apresentadas nos estudos.
A comparison of the efficacy of silicone gel containing onion extract and aloe vera to silicone gel sheets to prevent postoperative hypertrophic scars and keloids. (2021) Pangkanon et al Estudo prospectivo randomizado 40 pacientes submetidos à cirurgia. Os pacientes foram divididos em dois grupos: um tratado com SGOA e outro com SGS. Os pacientes foram avaliados após 1, 2 e 3 meses. Após o acompanhamento de 12 semanas, não houve diferença estatisticamente significativa na taxa de incidência de cicatrizes em ambos os grupos. Dor e coceira diminuíram significativamente em ambos os grupos. Nenhum efeito adverso foi relatado em nenhum dos grupos. O gel de silicone contendo extrato de cebola e aloe vera é eficaz como SGS para a prevenção de cicatrizes pós-operatórias.
A massive mandibular keloid with severe infection: What is your treatment? (2021) Zhao et al. Relato de caso Relato de caso de queloide mandibular maciço com infecção grave induzida por acne. Obteve-se resolução das lesões cutâneas após tratamento combinado com cirurgia e terapia fotodinâmica de alta concentração de ácido 5-aminolevulínico em dose única (5-ALA PDT). Os efeitos foram satisfatórios, após receber tratamento combinado com radioterapia, cicatrização secundária, injeção intralesional de glicocorticoide e outros tratamentos. A cicatriz não apresentou crescimento em uma verificação de acompanhamento após um ano. Este caso fornece evidências de que a terapia fotodinâmica foi eficaz no tratamento desse tipo queloide mandibular maciço com infecção grave.

Fonte: Dados da pesquisa

No total de dez artigos publicados, três eram relatos de caso, um se tratou de um estudo prospectivo randomizado, um era artigo de material didático para a construção do referencial da fisiopatologia da ferida e cicatrização e os demais se tratou de revisões bibliográficas, integrativas e sistemáticas.

3. DISCUSSÃO

Nesse primeiro momento da discussão, em breve revisão, apresenta-se a fisiopatologia das feridas e cicatrizes, cujos autores pesquisados forneceram os subsídios necessários para as definições e características do processo cicatricial.

3.1 SISTEMA TEGUMENTAR E PROCESSO CICATRICIAL DA PELE

Originando-se do ectoderma cutâneo, a epiderme, a mais superficial, compõe-se de uma camada córnea achatada formada pelo epitélio pavimentoso estratificado queratinizado. É avascular e sua espessura varia entre 75 e 150 μm com poucas camadas celulares e uma camada de queratina delgada designada como fina ou delgada. (LIMONTA et al., 2017)

Também há uma função específica, a secreção, que excreta os fluidos e toxinas, e ainda desempenha outro papel muito importante, que é o da percepção do tato como ajuste sensorial na prevenção de perigos, contribuindo para a defesa do organismo. (SZWED; SANTOS, 2015).

Em sua composição de extensão e peso corporal, conforme apresentou Limonta et al. (2017), a pele representa a massa corporal aproximada de 16%, detém 1/3 do sangue, e reveste completamente a parte externa do corpo e, em um adulto, calcula-se uma área de cobertura em torno de 2 m2, com uma espessura entre 1 a 4 mm, dependendo da região onde está situada como, por exemplo, na região plantar das mãos e dos pés, por conter mais concentração de queratina e sofrer maior ação mecânica; além da diferença encontrada entre o sexo e a idade do indivíduo.

Segundo descrevem Szwed e Santos (2015), nas mulheres, crianças e idosos, costuma ser mais fina. Ainda há características elásticas e coloração variável, dependendo da raça, devido à concentração de melanina, carotenos e pelo sangue (SZWED; SANTOS, 2015).

A fisiologia da pele se divide em dois componentes, sendo constituída pelo epitélio superficial estratificado pavimentoso com uma camada protetora queratinizada de células mortas em sua superfície, denominado como epiderme. É formado por cinco estratos que são germinativo, espinhoso, granuloso, lúcido e córneo. (LIMONTA et al., 2017).

Nascimento Júnior (2015) explica que a derme fica abaixo da epiderme e possui tecido conjuntivo frouxo e conjuntivo denso não modelado, e estruturas vásculo-nervosas e glândulas, apresentando duas camadas chamadas de camada papilar, mais interna e possui as papilas, que são terminações nervosa. Já na camada reticular, essa possui feixes de fibras colágenas bem associadas, fibras elásticas e a presença de células como macrófagos, linfócitos e mastócitos.

Apesar da hipoderme se juntar à derme, essa estrutura é independente e nela se encontram as funções de conexão, proteção de órgãos e ossos, isolante térmico, reserva energética e produção do hormônio leptina. Ainda há, segundo visto em Nascimento Júnior (2015), a estrutura anexa da pele onde se encontram as glândulas sudoríparas, sebáceas, as veias, artérias e vasos linfáticos, além das unhas.

Encontrou-se em Limonta et al. (2017) a definição mais concreta sobre lesões crônicas é de que essas não se cicatrizam espontaneamente em até seis semanas, podendo haver recorrência frequente, e gerar complicações como processos infecciosos (locais ou sistêmicos). As lesões de pele e feridas podem conter característica generalista, ou seja, provenientes por diversos fatores como pressão local (UP), cirúrgicas, iatrogênicas e acidentais.

É interessante abordar os processos desencadeados os quais consistem em cinco elementos principais descritos por A. Carrel, quando apresentou, em 1910, o tratamento de feridas, sendo eles: inflamação, proliferação celular, formação do tecido de granulação, contração e remodelação da ferida e posteriormente reorganizados pelo médico Clark, por volta de 1985, dividindo-os, agora, em três fases: a inflamatória, a de proliferação ou de granulação; e de remodelação ou de maturação (NELEM, 2018).

Esse processo de cicatrização é constituído da proliferação de fibroblastos, deposição de colágeno e produção da cicatriz, visando restituir o tecido original. Ele é influenciado pelo tamanho da lesão à célula, pelo tipo de tecido acometido e pela intensidade do dano extracelular (NELEM, 2018).

E a apresentação, além da indicação dos níveis e graus das feridas/úlceras assim se distribuem:

1      Intenção da ferida:

a) 1ª intenção ou primária – formada pela reepitelização, em que há um crescimento do epitélio ao redor da ferida;

b) 2ª intenção ou secundária – há perda de tecido, em diferentes graus;

c) 3ª intenção ou terciária – casos em que devido ao edema ou infecção a ferida é mantida aberta

2      Grau da úlcera:

a) Grau I – a pele está íntegra, porém há danos à epiderme, caracterizados por hiperemia, descoloração ou endurecimento;

b) Grau II – lesão superficial, em forma de escoriação ou bolha, porém com perda parcial da epiderme/derme;

c) Grau III – lesão da epiderme, derme e hipoderme;

d) Grau IV – mais profunda que a anterior, atingindo tecidos mais profundos.

3      Grau – de contaminação, dor, pele ao redor da ferida, borda da ferida, leito da ferida, exsudato, odor, profundidade da ferida e extensão;

4      Tipo de tecido – necrótico, fibrinoso, de granulação ou de epitelização, relacionado à fase de cicatrização da lesão no momento.

Quadro 3 – Tipos e características das feridas

Tipo de ferida Causa
Ferida Aguda Causada por trauma ou cirurgia – necessita de cuidados locais limitados.
Ferida Crônica Demora mais tempo para cicatrizar devido às condições pré-existentes.
Ferida de Espessura Total A destruição tecidual estende-se por toda a derme, envolve tecido subcutâneo. Pode ter aspecto branco-neve, cinza ou castanho, com textura firme, semelhante a couro.
Laceração Ferida Lacerada ou com bordas desiguais
Ferida de Espessura Parcial Destruição tecidual que atravessa a epiderme e alastra-se até a derme, sem penetrá-la.
Úlcera Arterial Causada por isquemia; relacionada com doença arterial oclusiva
Úlcera Diabética Causada por trauma ou pressão, secundários a neuropatia ou doença vascular relacionada com DM.
Úlcera de Pressão Causada por isquemia secundária a compressão.
Úlcera Venosa Perdas locais de epiderme, derme e tecido subcutâneo, ocorre próximo ou sobre maléolo – relacionada com a dificuldade de retorno venoso.
Queimadura Superficial – 1º grau Danos na epiderme, caracterizado por eritema, hiperemia, sensibilidade e dor.
Queimadura de Espessura Parcial – 2º grau Caracterizada por grandes bolhas, edema, dor e superfície brilhosa e com exsudato.
Queimadura de Espessura Total – 3º grau Caracterizada por aspecto vermelhovivo, preto ou branco; edema, lesões nas terminações nervosas, com supressão da dor, exposição da camada gordurosa subcutânea.
Tipo de ferida Causa
Ferida Aguda Causada por trauma ou cirurgia – necessita de cuidados locais limitados.
Ferida Crônica Demora mais tempo para cicatrizar devido às condições pré-existentes.
Ferida de Espessura Total A destruição tecidual estende-se por toda a derme, envolve tecido subcutâneo. Pode ter aspecto branco-neve, cinza ou castanho, com textura firme, semelhante a couro.
Laceração Ferida Lacerada ou com bordas desiguais
Ferida de Espessura Parcial Destruição tecidual que atravessa a epiderme e alastra-se até a derme, sem penetrá-la.
Úlcera Arterial Causada por isquemia; relacionada com doença arterial oclusiva
Úlcera Diabética Causada por trauma ou pressão, secundários a neuropatia ou doença vascular relacionada com DM.
Úlcera de Pressão Causada por isquemia secundária a compressão.
Úlcera Venosa Perdas locais de epiderme, derme e tecido subcutâneo, ocorre próximo ou sobre maléolo – relacionada com a dificuldade de retorno venoso.
Queimadura Superficial – 1º grau Danos na epiderme, caracterizado por eritema, hiperemia, sensibilidade e dor.
Queimadura de Espessura Parcial – 2º grau Caracterizada por grandes bolhas, edema, dor e superfície brilhosa e com exsudato.
Queimadura de Espessura Total – 3º grau Caracterizada por aspecto vermelhovivo, preto ou branco; edema, lesões nas terminações nervosas, com supressão da dor, exposição da camada gordurosa subcutânea.

Fonte: Nelen (2018, com adaptações).

3.2 MANEJO DE FERIDAS E O USO DE SILICONE NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO

De acordo com O’brien e Jones (2013), cicatrizes queloidais são cicatrizes anormais de etiologia incerta com predileção por certos grupos raciais. Embora muitos artigos tenham sido publicados sobre o manejo dessas cicatrizes, não existem protocolos de tratamento definitivos. Dessa forma, ao realizarem a pesquisas, os autores buscaram examinar a qualidade científica da literatura sobre terapia para cicatrizes queloidais.

Segundo O’brien e Jones (2013), esses informaram que a introdução da técnica de uso do silicone surgiu no ano de 1981 para o tratamento de cicatrizes de queimaduras na forma em gel, para o tratamento no Adelaide Children’s Hospital, na Austrália.

A revisão averiguou o uso de placas de silicone em gel para prevenir e tratar uma cicatriz hipertrófica e essa revisão visou realizar a coleta de dados de estudos cujo objetivo foi avaliar a efetividade da placa de silicone em gel para prevenir a cicatriz hipertrófica ou queloide em pessoas com feridas cicatrizadas recentemente (por exemplo, pós‐cirurgia) e averiguar tratamento de cicatrização em pessoas com queloides ou cicatrizes hipertróficas.

Em sua conclusão, relativamente à época de nove anos atrás, relataram ter havido muitos problemas com os desenhos de estudo das pesquisas existentes sobre cicatrizes queloidais. Isso incluiu a falta de definições consistentes de doenças e medidas de resultados, acompanhamento inadequado e intervenções terapêuticas inconsistentes.

Devido à baixa qualidade metodológica desses estudos, foi confirmada a existência de fraca evidência sobre o benefício da utilização da placa de silicone em gel para prevenir a formação de cicatrizes anômalas em pacientes de alto risco. Já na avaliação do uso de placas de silicone em gel como manejo de queloide e cicatrizes hipertróficas, foram mostrados benefícios como aperfeiçoamento na espessura da cicatriz e em sua coloração, porém estas afirmações também de baixa qualidade e com suscetibilidade ao viés.

Já em 2018, investigou-se em Palermo e Esposito (2018) o mesmo tema sobre o processo cicatricial das feridas e afirmaram que essas começam a se fechar nas primeiras 48 horas, e quando são consideradas como feridas “normais”, ou seja, transcorrem dentro do prazo de normalidade e sem nenhum evento, costumam estar sanadas e fechadas em até três meses, mas o processo total só se conclui em seis meses.

Também informaram que esse processo cicatricial da epiderme demora em torno de uma a duas semanas e que ainda se deve aguardar uma prevenção terapêutica, pois, nessa fase, há a produção de colágeno, o que pode aumentar o volume da cicatriz, devendo então o paciente ser monitorado para que seja providenciado o uso preventivo de curativos com silicone.

3.3 UTILIZAÇÃO DO SILICONE NO CUIDADO E TRATAMENTO DE FERIDAS

E, segundo Palermo e Esposito (2018, p. 300), confirmaram haver pesquisas que evidenciaram os resultados favoráveis com a introdução mais rápida possível dos curativos com silicone, após a retirada dos pontos, como uso preventivo para o desfecho de feridas hipertróficas ou os mais temidos queloides porque, após o processo: “[…] replica as propriedades de oclusão do estrato córneo, normalizando a hidratação no local da cicatriz e diminuindo a instrução enviada aos fibroblastos para produzir células de colágeno em excesso.”

E, com esse tratamento precoce, a tendência é de que a cicatriz evolua com uma melhor hidratação devido a introdução do curativo de gel de silicone promovendo alívio e sensação de irritação e prurido durante o processo de cicatrização que normalmente o paciente reclama.

Palermo e Esposito (2018) apresentaram relatos de caso sobre o uso de curativos com gel de silicone em duas intervenções. A primeira foi em uma mulher que realizou uma blefaroplastia superior, conforme figura 1, com 10 dias de pós-operatório (A) e uso contínuo por três meses(B) utilizando gel de silicone.

Figura 1 – Uso de gel de silicone em cicatrização de blefaroplastia superior

Fonte: Palermo e Esposito (2018, p. 301)

Na figura 2, apresenta-se a cirurgia para correção do lóbulo de orelha no 15° dia de pós-operatório (A) e, na sequência, apresenta-se a cicatrização completa após três meses, com uso de gel de silicone (B).

Figura 2 – Reconstrução de lóbulo esquerdo

Fonte: Palermo e Esposito (2018, p. 301)

Ainda afirmam que o tanto a placa e fitas de silicone, mais apropriadas para feridas extensas e ideais para áreas do corpo que se mantenham estáticas, como é o caso de queimaduras, quanto o gel de silicone, ideal para áreas flexoras, são ainda considerados por Palermo e Esposito (2018, p. 300) “[…] os curativos de primeira linha no manejo das cicatrizes e atuariam tanto profilaticamente (para garantir um melhor resultado estético) quanto como opção terapêutica frente a cicatrizes hipertróficas ou queloides.”

Segundo Palermo e Esposito (2018), a opção em gel é bem mais apropriada e fácil de manejar, já que as fitas e ou placas devem ser trocadas entre 12-24 horas por dia durante três a seis meses, o que podem causar mais desconforto, principalmente em feridas por queimaduras. A vantagem no uso do gel é de que ele pode ser aplicado em cicatrizes de superfície irregular, de qualquer tamanho e em regiões anatômicas móveis (como articulações).

Os géis devem ser utilizados em camadas finas, durante duas vezes ao dia e não devem ser usados em feridas abertas, além de terem uma tecnologia de autossecagem que é ativada de quatro a cinco minutos e o tratamento irá permanecer enquanto houver melhoria estética da cicatrização. Há comprovação científica dos poucos efeitos adversos e ou colaterais causados, portanto, também é elegível no tratamento de crianças. (PALERMO; ESPOSITO, 2018)

Ademais, Palermo e Esposito (2018) informaram que estudos científicos demostraram ser capazes de reduzir até 86% da textura, 84% da cor e 68% da altura das cicatrizes. Outra informação relevante é de seu uso abrangente, principalmente pela utilização em partes as quais requerem cuidados maiores de estética e são indicados uso após cauterizações, lasers ablativos ou não ablativos, luz intensa pulsada, peelings químicos (superficiais, médios ou profundos) bem como após dermoabrasão e cirurgias estéticas e oncológicas.

Como visto no estudo de Pereira, Silva e Bonfati (2020), Farina-Júnior et al. (2017) apresentaram estudos referentes ao tratamento de queimaduras por meio de novas técnicas de uso de curativos de prata, os hidrogéis, os substitutos de pele, espuma de silicone, curativo úmido e petrolato com alto índice e recomendação frente aos bons resultados confirmados.

Em seu relato de caso, Farina-Júnior et al (2017) tratou sobre as possíveis vantagens de curativos em forma de lâminas banhadas com prata iônica (Atrauman®, Mepilex border Ag®, e Silvercel não aderente®) como agentes tópicos suplentes do creme de sulfadiazina de prata 1% nas queimaduras profundas.

Especificamente, esses autores trataram 31 pacientes com queimaduras profundas utilizando esses curativos. Dentre esses, quatro pacientes foram tratados com Mepilex border Ag® (composto de espuma de poliuretano e silicone com íons de prata) e Mepilex-Ag®, O Mepilex-Ag® foi utilizado em todos com queimadura profunda, dentre adultos e crianças. Apontou alta qualidade de cobertura para queimaduras profundas, de 2° e 3° graus.

Nesse estudo, Farina-Júnior et al. (2017) apresentaram o relato de uma paciente, feminino, 23 anos, com queimadura pôr fogo em membro superior esquerdo, com predomínio de 2º grau profundo. Inicialmente, foi utilizada sulfadiazina de prata todos os dias e, no 5º dia após o evento lesivo, o curativo foi alterado por Mepilex border Ag®, sendo trocado após 5 dias.

Relataram em suas observações que a evolução das feridas foi eficiente, sem odor relevante e sem sinais de infecção nas regiões afetadas, além da paciente não referir incômodo ou dor no manejo da ferida e remoção do curativo, sem a necessidade de sedação. A reepitelização foi quase completa e o curativo pôde ser exposto sem necessidade de enxertos, conforme as sequências A, B, C, D da figura 3, abaixo.

Figura 3 – Mulher com queimadura no braço esquerdo

Fonte: Farina-Júnior et al (2017, p. 55).

Apesar do uso do curativo fechado por 7 dias, concluiu-se que não foram vistos sinais de infecção nas áreas manejadas e, como vantagem, referiram sobre a secreção da ferida ter ficado principalmente retida no interior da espuma e não necessitar de curativos secundários absorventes e a secreção das feridas ter sido bem absorvida pela espuma de silicone, sem odores relevantes após esse tratamento.

Não houve a aderência dos curativos no leito das feridas, bem como nos curativos secundários de faixa crepe, notou-se a ausência de esfacelos na ferida e que a maioria das áreas já se apresentava com reepitelização sendo extremamente recomendado o seu uso.

Diferente do resultado apresentado em Farina-Júnior et al. (2017), encontrou-se em Corrêa et al (2019) uma revisão não sistemática, na qual os pesquisadores se propuseram a analisar diversos tipos de técnicas já usuais para o controle da cicatrização de feridas queloides e demonstraram estudos de casos, como a apresentação do tipo de cicatrização na figura 4, e o início do processo da ferida sem causa anterior, apresentado na figura 5:

Figura 4 – Queloide em lobo de orelha

Fonte: Lima apud Corrêa et al. (2019, p. 392)

Nessa figura acima demonstra-se a necessidade de intervenção cirúrgica haja vista que, na literatura, apresentaram-se os efeitos e desconfortos causados, e, ainda assim, não há a garantia de recidiva em caso tão extremo.

Figura 5 – Formação de queloide em região pré-esternal.

Fonte: Lima apud Corrêa et al. (2019, p. 392)

Na figura acima, início de desenvolvimento de queloide sem lesionamento na pele. Nesse estudo, foram enumeradas e abordadas as principais informações sobre técnicas cirúrgicas e adjuvantes empregadas para essas lesões, que são: excisão, injeções intralesionais, crioterapia, laserterapia, revestimento com gel de silicone, radioterapia e pressoterapia.

Um dos tratamentos realizados demonstrou que a excisão cirúrgica de queloides localizadas no pé, associada posteriormente às injeções intralesionais de corticoesteroides e cobertura de gel de silicone, resultou em não recorrência de 78,5% em um ano. Nesse caso, pôde-se comprovar a eficiência na aplicação do gel de silicone como tratamento adjuvante.

Corrêa et al. (2019) concluíram que existem muitos tratamentos disponíveis para o queloide, sejam cirúrgicos ou não, todavia, não há consenso sobre uma abordagem universalmente aceita. Há necessidade de mais estudos, haja vista a qualidade mediana das evidências apresentadas nos estudos.

3.4 NOVOS TRATAMENTOS OU ESTUDOS EM ANDAMENTO

Öhnstedta et al. (2019) publicaram uma revisão sobre o estudo acerca de se apresentarem os mais atuais métodos de cura por intermédio de medicamentos tópicos mais baratos para o uso emergente da economia da saúde e, também, a fim de reduzir a disseminação da resistência aos antibióticos para o tratamento de feridas crônicas que não cicatrizam.

Öhnstedta et al. (2019) dividiram os tipos de medicamentos e categorias utilizadas atualmente; estudos que se encontram desenvolvidos e confirmados, ou não, e a eficácia; e estudos que estão em desenvolvimento e fase de análise de eficiência comprovada.

É fato constatar que a maioria dos produtos atualmente em uso são curativos para dispositivos médicos ou conceitos de tratamento de pressão negativa ou oxigênio hiperbárico e visam transmitir efeitos terapêuticos como a estimulação da reepitelização e síntese de colágeno, facilitando a promoção da angiogênese dentro das feridas, entretanto, Öhnstedta et al. (2019) afirmam que não existe um suporte clínico coeso e é ainda muito limitado.

O tratamento de feridas é dividido em diferentes tipos, dependendo de sua finalidade como sendo o tradicional, avançado e ativo de feridas. O cuidado tradicional de feridas é aplicado em feridas agudas e visa apenas cobrir e proteger as feridas. Se as feridas não cicatrizarem, cuidados avançados na forma de curativos são usados ​​para mantê-las úmidas. Por último, segmento de feridas que não cicatrizam, o cuidado ativo da ferida visa à cicatrização acelerada. (ÖHNSETDTA et al, 2019)

Abaixo, mostraram-se nos quadros 3, 4 e 5 os níveis de uso atual, em desenvolvimento e os já testados e comprovados a eficiência ou não dos tratamentos curativos de feridas que não cicatrizam.

Quadro 4 – Diferentes curativos para feridas disponíveis no mercado para tratar as variedades de injúria

MODELO INDICAÇÕES DESCRIÇÃO
Filmes Feridas superficiais com baixo exsudato A folha flexível fina adesiva transparente não absorvente protege contra bactérias e líquidos, bem como tem propriedades de desbridamento autolítico.
Espumas Úlceras com forte exsudação Curativos de alta absorção com uma superfície hidrofílica para fazer interface com a ferida e uma superfície hidrofóbica para o meio ambiente. Protege contra infecção e desidratação da ferida. Pode ser deixado na ferida por vários dias.
Hidrogéis Feridas necróticas, feridas crônicas secas e queimaduras O alto conteúdo de água (70–90%) no curativo absorve o mínimo de fluido, mas doa umidade para a ferida. As propriedades elásticas macias permitem a remoção sem danificar o tecido. Alguns hidrogéis diminuem a temperatura da ferida, proporcionando um efeito calmante e refrescante. Não protege contra bactérias, portanto, é necessário um segundo curativo.
Hidrocolóides Úlceras levemente exsudativas Curativo de duas camadas: a camada interna tem absorção moderada e a camada externa impermeável à água protege contra bactérias. O ambiente hipóxico criado auxilia no desbridamento autolítico.
Alginato Úlceras fortemente exsudativas e úlcera hemorrágica Altamente absorvente, biodegradável e fácil de remover sem danificar o tecido de granulação. Não protege contra bactérias, portanto, é necessário um segundo curativo.
Hidrofibras Úlceras com forte exsudação e feridas infectadas Altamente absorvente.

Fonte: Öhnstedta et al (2019, p. 490).

Quadro 5 – Tratamentos que se encontram em fase de estudo clínico

TRATAMENTO

 

DOENÇA VIA DE ADM DESCRIÇÃO DO MECANISMO DE AÇÃO
Absolver Úlceras de pé diabético Curativo de colágeno PDGF-BB recombinante em um curativo de colágeno
Células-tronco mesenquimais (MSCs) Úlceras de pé diabético Aplicação tópica de dose única semeada na estrutura de colágeno Células-tronco mesenquimais alogênicas derivadas da medula óssea. As CTMs secretam quimiocinas, citocinas e fatores de crescimento que são pró-angiogênicos, antifibróticos e antiapoptóticos
MSCs ABCB5-positivos Úlceras venosas crônicas Aplicação tópica Suspensão de MSCs positivas para ABCB5 autólogas ou alogênicas. As CTMs secretam quimiocinas, citocinas e fatores de crescimento que são pró-angiogênicos, antifibróticos e antiapoptóticos
Células-tronco mesenquimais (MSCs) Queimaduras de segundo grau Aplicação tópica Células-tronco mesenquimais alogênicas. As CTMs secretam quimiocinas, citocinas e fatores de crescimento que são pró-angiogênicos, antifibróticos e antiapoptóticos
Fração vascular estromal Úlceras crônicas de perna Injeção local Fração vascular estromal autóloga (SVF). Cinco a vinte por cento do SVF são células-tronco mesenquimais derivadas do tecido adiposo (ADSCs). As ADSCs estimulam a cicatrização de feridas por meio da secreção de fatores de crescimento
MRG-110 Cicatrização de feridas em participantes saudáveis Injeções locais MRG-110 se destina a promover o crescimento de novos vasos sanguíneos inibindo a molécula anti-angiogênica miR-92ª
Gel tópico TotaSure Punção em feridas de biópsia em participantes saudáveis Gel tópico TotaSure é um gel tópico que contém substâncias biomiméticas cristalinas que promovem o fechamento da ferida, estimulando fatores de crescimento, produzindo peróxido de hidrogênio e oxigênio
Granexin Úlceras de pé diabético Gel tópico O peptídeo ACT1 tem como alvo a conexina-43, que está elevada nos queratinócitos e fibroblastos humanos, reduzindo os neutrófilos inflamatórios e o tecido de granulação.

LEGENDA – PDGF-BB: isoforma BB do fator de crescimento derivado de plaquetas; MSCs: células-tronco mesenquimais; SVF: fração vascular estromal; ADSCs: células-tronco mesenquimais derivadas do tecido adiposo.

Fonte: Öhnstedta et al (2019, p. 491).

Quadro 6 – Tratamentos de ensaios clínicos com evidência científica

TRATAMENTO DOENÇA VIA DE ADM DESCRIÇÃO DO MECANISMO DE AÇÃO RESULTADOS
Fator de crescimento epidérmico (EGF) Úlceras de pé diabético Spray tópico EGF estimula a proliferação e migração de queratinócitos, células endoteliais e fibroblastos Relata resultados positivos
Fator de crescimento epidérmico Queimadura de espessura parcial profunda Em gel de sulfadiazina de prata, tópico Fator de crescimento; EGF estimula a proliferação e migração de queratinócitos, células endoteliais e fibroblastos Relatórios de resultados, mas não estatísticas
Hidrogel de GM-CSF humano recombinante Queimadura de espessura parcial profunda Gel tópico Fator de crescimento; GM-CSF Relata resultados positivos
TG-PDGF.AB Queimaduras PDGF conjugado a uma matriz de fibrina Fator de crescimento; PDGF Nenhum resultado relatado
GAM501 Úlceras de pé diabético Gel tópico, vetor de adenovírus em gel de colágeno Fator de crescimento: PDGF-BB (isoforma BB) Nenhum resultado relatado
BioChaperone TM PDGF-BB Úlceras de pé diabético Spray tópico Fator de crescimento: PDGF-BB Nenhum resultado relatado
APOSEC TM Voluntários saudáveis Gel tópico PBMC liofilizado irradiado em um hidrogel. O secretoma dessas células contém fatores de crescimento e quimiocinas Relata resultados positivos
Plasma rico em plaquetas Úlceras do pé diabético, úlceras venosas, úlceras de pressão Gel tópico, injeções locais ou injeções de gel PRP contém fatores de crescimento e outras moléculas que estimulam a cicatrização de feridas Nenhum resultado relatado
Células epidérmicas em proliferação autóloga cultivadas Queimar feridas com autoenxertos de pele dividida em malha Queratinócitos em carreador de colágeno / elastina Pela distribuição das células epidérmicas na ferida, essas células contribuem para uma epitelização mais rápida. Relata resultados positivos
ALLO-ASC-DFU Queimadura de 2º grau Folha de hidrogel ASCs em folha de hidrogel Nenhum resultado relatado
HPβCD-I Úlceras de pressão Gel tópico Complexo de insulina Relata tendência positiva (p = 0,06)
SANTYL® Úlceras de pé diabético Pomada Colagenase que quebra o colágeno desnaturado no tecido necrótico Relata nenhuma diferença
Spray de dinitrato de isossorbida e gel de quitosana Úlceras de pé diabético Spray tópico e gel O dinitrato de isossorbida é um vasodilatador que aumenta o fluxo sanguíneo. Gel de quitosana como barreira. Relata resultados positivos
Betulina Enxertos de pele de espessura dividida Gel tópico Extrato de casca de bétula que regula os mediadores pró-inflamatórios na ferida. Relata resultados positivos
Pirfenidona Úlceras de pé diabético Gel tópico Agente antiinflamatório e antifibrótico Relata resultados positivos
P1G10 Úlceras de pé diabético Curativo tópico Fração proteolítica isolada de Vasconcellea cundinamarcensis. Esta fração possui atividade desbridante, antiinflamatória e mitogênica Relata resultados positivos
NanoDOX ™ Hydrogel Úlceras de pé diabético Hidrogel A substância ativa é o antibiótico doxiciclina que bloqueia a atividade proteolítica do tecido pela inibição de MMP Relatórios de resultados, mas sem estatísticas
GSK1278863 Úlceras de pé diabético Pomada Inibe a hidroxilase, que é o regulador da via do HIF-alfa, o que leva ao aumento da ativação do HIF-alfa. Nenhum resultado relatado

LEGENDA – EGF: fator de crescimento epidérmico; GM-CSF: fator estimulador de colônias de granulócitos macrófagos; PDGF: fator de crescimento derivado de plaquetas; PDGF-BB: isoforma BB do fator de crescimento derivado de plaquetas; PBMC: célula mononuclear de sangue periférico; PRP: plasma rico em plaquetas; ASCs: células-tronco derivadas do tecido adiposo; MMP: metaloproteinase de matriz; HIF-alfa: fator induzível por hipóxia

Fonte: Öhnstedta et al (2019, p. 492).

No quadro 5, dos 18 estudos clínicos apresentados por Öhnstedta et al. (2019), 11 obtiveram resultados com evidências favoráveis sendo que dois deles foram positivos, mas não informaram as estatísticas. Nesse sentido, deve-se investir em mais pesquisas para que se aperfeiçoem o processo e barateiem-se os custos.

Os estudos apresentados nessa revisão de Öhnstedta et al. (2019) vem ao encontro de outros estudos os quais apresentaram resultados positivos como o de Pereira; Silva e Bonfanti (2020), cujo estudo demonstrou eficácia para os tratamentos utilizando curativo biológico como trataram sobre a aplicação de pele de tilápia ao se comparar com os tratamentos biológicos utilizando a quitosana, polissacarídeo extraído do exoesqueleto de crustáceos; o látex produzido pela fração P1G10, do mamão (Vasconcellea cundinamarcensis), vistos na revisão acima, além da casca de bétula.

Essa árvore é muito comum na Europa e sua substância (betulina) tem comprovação pela medicina tradicional de ser eficaz contra vários tipos de células tumorais, como as que afetam a pele ou o cérebro, e já era usada em medicamentos para doenças de pele como a psoríase, dermatoses ou eczemas secos.

Atenção deve ser dada aos projetos que envolvem estudos com células-tronco, pois tem sido uma tendência mundial desenvolverem-se estudos relevantes em tal área e, no Brasil, os estudos têm sido recentes e progressivos, mas ainda de alto custo.

Já em Pangkanon et al. (2021), os pesquisadores paquistaneses compararam a eficácia do gel de silicone contendo extrato de cebola e aloe vera (SGOA) com as folhas de gel de silicone (SGS) para prevenir cicatrizes hipertróficas e queloides no pós-operatório. Esse tratamento vem sendo considerado como diretrizes de prevenção atualmente em vigor para terapia à base de silicone, extrato de cebola e roupas pressurizadas.

Os médicos paquistaneses realizaram um estudo prospectivo randomizado e controlado duplo cego com 40 pacientes submetidos à cirurgia e dividiram o grupo em dois controles sendo um tratado com SGOA e outro com SGS durante o período pós-cirúrgico com intervalo de 1 mês durante 3 meses da cirurgia e observar a intercorrência de cicatrizes, eritema e valores de melanina por meio do Mexímetro e flexibilidade por meio do Cutômetro para dectectar possíveis cicatrizes hipertróficas e queloides.

O resultado do estudo após as 12 semanas evidenciou não ter havido diferença estatisticamente significativa na taxa de incidência de cicatrizes em ambos os grupos e nem desenvolvimento de eritema e valor de melanina entre ambos. No grupo de uso do SGOA, estatisticamente foram melhores a avaliação objetiva e a flexibilidade e a dor e coceira diminuíram significativamente em ambos os grupos. Nenhum efeito adverso foi relatado em nenhum dos grupos. Pangkanon et al. (2021) concluíram que o gel de silicone contendo extrato de cebola e aloe vera é eficaz como SGS para a prevenção de cicatrizes pós-operatórias.

O objetivo do estudo de Pereira; Silva e Bonfati (2020) foi o de divulgar o uso da pele de tilápia para ampliação e melhor conhecimento do novo curativo biológico apresentado. Foi realizada uma revisão bibliográfica integrativa a partir de bases científicas fidedignas.  E como foi visto nos estudos de Öhnstedta et al. (2019) sobre enxertia de curativos biológicos em feridas têm apresentado bons resultados.

Nesse estudo de caso apresentado pelos pesquisadores Zhao et al. (2021) sobre o tratamento realizado para a retirada de um queloide mandibular maciço com infecção grave induzida por acne e o tratamento eleito consistiu em, primeiramente, controlar a infecção e deixar a ferida cicatrizar naturalmente, e, em seguida, utilizar a terapia fotodinâmica de alta concentração de ácido 5-aminolevulínico em dose única (5-ALA PDT) para resolução das lesões cutâneas.

Os resultados satisfatórios se deram realizando o procedimento da combinação de PDT para controlar a inflamação, infecção e promover a cicatrização de feridas, com terapia de pressão, irradiação por feixe de elétrons e preparações de silicone, reduzindo a probabilidade de recorrência da cicatriz após receber tratamento combinado com radioterapia, cicatrização secundária, injeção intralesional de glicocorticoide e outros tratamentos. Nesse sentido, a evidência clínica foi favorável ao tratamento, pois a cicatriz não apresentou crescimento em uma verificação de acompanhamento após um ano.

4. CONCLUSÃO

Pretendeu-se avaliar, nessa revisão, estudos sobre o uso de silicone para o tratamento de feridas sendo possível observar que em associação com outros insumos para se evitarem os efeitos indesejáveis das feridas hipertróficas e de queloides, mas não houve consenso de estudos que confirmem sua eficácia, entretanto, não deve ser descartado o seu uso como coadjuvante.

No estudo apresentado também se pôde observar existirem direções futuras com desenvolvimentos promissores os quais estão em andamento em tecnologia de imagem para se detectar a extensão e comprometimento das feridas e possíveis tratamentos mais eficazes para se evitarem efeitos indesejados na cicatrização das feridas.

Também foi possível observar a histopatologia, biomarcadores e adjuvantes de cicatrização de feridas, como oxigenoterapia hiperbárica, terapia tópica de pressão negativa, tratamentos com células-tronco e substitutos da pele como tratamentos adjuvantes para a melhoria do processo.

O maior benefício de pesquisas adicionais sobre o manejo de pacientes com vários tipos de feridas, principalmente as de queimaduras e de pé do diabético, provavelmente seria derivado da elucidação de protocolos ideais de ressuscitação com fluidos, protocolos de manejo da dor e técnicas cirúrgicas de ensaios clínicos randomizados.

Lembrando-se que não se pretendeu fazer, aqui, nessa pesquisa, uma descrição compreensiva que abranja todos os elementos pertinentes na constituição desse campo, mas tão somente fazer um breve relato sobre as possibilidades de se minimizarem os distúrbios em detrimento à busca de soluções práticas, barateadas, acessíveis, menos invasivas e de alívio e eficiência para a promoção do bem-estar dos pacientes, além de se estimularem investigar as técnicas mais atuais a partir de resultados já favoráveis ou promissores.

Finalizando essa revisão, e retornando-se ao estudo promovido por O’brien e Jones (2013), tendo sido escolhido com um lapso de tempo de nove anos em relação aos mais recentes artigos publicados no ano de 2021, os de Pangkanon et al. e de Zhao et al., foi proposital e visou fazer uma analogia de ter havido progressos nos tratamentos, porém, as mesmas conclusões apontadas por O’brien e Jones de ter havido pouca produção científica relativa à investigação e pesquisas randomizadas pareceu confirmar os mesmos resultados encontrados no presente momento.

Nesse sentido, continua a recomendação vista há anos e ainda presente nos estudos mais recentes de que o uso do silicone no tratamento de feridas e no processo cicatricial têm sido eleito como de primeira linha, evidenciando o benefício do seu uso pela literatura atual. Além disso, afirma-se a eficácia do silicone gel como adjuvante até mais recentemente em estudos em desenvolvimento com resultados positivos conforme demonstrou Öhnstedta et al (2019).

REFERÊNCIAS

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[1] Cirurgião Geral. ORCID: 0000-0003-4884-1266

[2] Graduanda em Medicina. ORCID: 0000-0003-4570-1022

[3] Graduação em Medicina. ORCID: 0000-0002-3643-8747

[4] Graduanda em Medicina. ORCID: 0000-0002-7054-4746

[5] Graduação em Medicina. ORCID: 0002-3297-8578

[6] Graduação em Medicina. ORCID: 0000-0002-0121-3177

Enviado: Outubro, 2021.

Aprovado: Novembro, 2021.

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