ARTIGO ORIGINAL
GARCIA, Amanda Carvalho [1], CAVALCANTI, Teresa Cistina Santos [2], COLLAÇO, Luiz Martins [3], GRAF, Hans [4]
GARCIA, Amanda Carvalho et al. Perfil clínico-epidemiológico das citopunções tireoidianas em hospital de referência. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 10, Ed. 04, Vol. 02, pp. 05-23. Abril de 2025. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/citopuncoes-tireoidianas
RESUMO
A Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) de tireoide é um método eficaz e não invasivo, apropriado para distinguir entre nódulos tireoidianos benignos e malignos, sendo guiado por ultrassonografia. A eficácia deste exame citológico resultou na redução de cirurgias tireoidianas desnecessárias em pacientes diagnosticados com nódulos benignos e no encaminhamento adequado à tireoidectomia para pacientes com câncer de tireoide. O atlas do Sistema Bethesda de Relatos Citopatológicos da Tireoide (TBSRTC, The Bethesda System for Reporting Thyroid Cytopathology) representou um marco no diagnóstico das PAAFs de tireoide, pois inclui seis categorias de diagnóstico baseadas em evidências de relatos de casos clínicos de doença tireoidiana, cada uma com um risco de malignidade e gerenciamento clínico específicos. O presente estudo objetivou analisar o perfil clínico-epidemiológico das citopunções de nódulos de tireoide categorizadas pelo Sistema Bethesda. Trata-se de um estudo descritivo, observacional e transversal, com coleta de dados retrospectiva, utilizando registros do Sistema de Informação Hospitalar (SIH). A amostra foi composta por pacientes submetidos a PAAF entre janeiro de 2017 e janeiro de 2022, realizadas no Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná – SEMPR. A amostra avaliada incluiu 449 citopunções de tireoide, com predominância de pacientes de 56 anos. A frequência de doença nodular foi de 88,17% no sexo feminino. Os nódulos da categoria Bethesda II representam a maioria dos casos submetidos a ressecção cirúrgica da tireoide, sendo 56,55% submetidos a tireoidectomia parcial e 44,45% de tireoidectomias totais. Os resultados das punções aspirativas por agulha fina na foram classificados como nódulos “benignos”, confirmados pela anatomia patológica de lesão benigna, ao contrário dos casos tireoidectomizados por suspeita de malignidade. A prevalência de nódulos repuncionados foi a categoria Bethesda IIII. Os achados clínicos deste estudo corroboram para a importância de estudos epidemiológicos-descritivos, que abordem achados clínicos-citopatológicos das Punções Aspirativas por Agulha Fina (PAAF) de tireoide, para melhor entendimento da doença nodular de tireoide.
Palavras-chave: Nódulo tireoidiano, Aspirativa por agulha fina, Bhetesda, Tireoidectomia.
1. INTRODUÇÃO
A doença nodular de tireoide é uma situação clínica comum, apresentando prevalência alta dependendo do método de diagnóstico: 2 a 7% por palpação a 19% a 68% por ultrassonografia (Tamhane e Gharib, 2016; Haugen et al., 2017; Fisher e Perrier, 2018). Os aspectos epidemiológicos envolvidos na avaliação clínica do Nódulo de Tireoide (NT), contemplam o histórico do paciente, palpação da glândula tireoide e dos linfonodos cervicais adjacentes, dosagem sérica do hormônio Tireoestimulante (TSH) e a utilização rotineira do Ultrassom (US) (Schulumberger e Pacini, 2006; Guedes e Garbaccio, 2015; Cohen et al., 2017).
Martin e Ellis em 1930 descreveram a Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF), método eficaz não invasivo apropriado na distinção entre nódulos tireoidianos benignos e malignos (Guedes e Garbaccio, 2015). A eficácia deste exame citológico se refletiu na redução da taxa de cirurgias da tireoide, desnecessária em pacientes diagnosticados com nódulos benignos e o encaminhamento à tireoidectomia e adequada aos pacientes com câncer de tireoide (Cibas e Ali, 2009). A utilização da PAAF começou em 1952, resultando na redução de 25 a 50% no número de pacientes submetidos a tratamento cirúrgico (Muratli et al., 2014).
O Sistema Bethesda de Relatos Citopatólogicos da Tireoide (TBSRTC, The Bethesda System for Reporting Thyroid Cytopathology), é um atlas que contém as definições citopatológicas e morfológicas das alterações da tireoide, bem como sobre o seu diagnóstico, como a utilização da Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF), proporcionando uniformidade nas definições para o entendimento entre os médicos patologistas, citopatologistas e especialistas em citologia (Baloch e Livolsi, 2008; Baloch et al., 2008; Cibas e Ali, 2009; Cibas e Ali, 2017; Liu e Xing, 2016).
Dentro do Sistema de Classificação Bethesda da tireoide as alterações citológicas podem ser classificadas entre as seis categorias que compõem o atlas. No entanto, cada categoria apresenta um risco de malignidade e segmento clínico (Bongiovanni et al., 2012; Pusztaszeri et al., 2016). As lesões citológicas de tireoide são bem definidas e morfologicamente distintas, classificadas como: Bethesda I (não diagnóstico ou insatisfatório); Bethesda II (benigno); Bethesda III (atipia de significado indeterminado ou folicular de significado indeterminado); Bethesda IV (neoplasia folicular ou suspeito de neoplasia folicular); Bethesda V (suspeito de malignidade); e Bethesda VI (maligno) (Crippa et al., 2010; Cibas e Ali, 2017).
O impacto clínico do Sistema Bethesda visa a tomada de decisão para o tratamento da doença nodular. A padronização dos relatórios permite uma melhor comparação de dados entre estudos e centros, e contribui para a tomada de decisões mais informadas sobre o tratamento. Além disso, o sistema ajuda a reduzir a variação nos resultados dos exames e a promover um manejo mais eficiente dos pacientes, possibilitando um tratamento mais direcionado e apropriado para a natureza da lesão tireoidiana identificada.
No entanto, apesar dos avanços proporcionados pelo TBSRTC, estudos recentes mostram que novas tecnologias diagnósticas estão em constante desenvolvimento. Embora essas tecnologias possam oferecer uma maior precisão, também levantam preocupações sobre a detecção de tumores pouco diferenciados, o que pode levar a um aumento de cirurgias desnecessárias e a um manejo excessivo em alguns casos. Portanto, enquanto o TBSRTC continua a ser uma ferramenta valiosa para a avaliação e manejo das lesões tireoidianas, a integração de novas tecnologias deve ser cuidadosamente ponderada para evitar complicações e garantir um tratamento adequado.
Por fim, embora a aplicação do Sistema Bethesda tenha avançado significativamente o diagnóstico e o tratamento das doenças da tireoide, há uma necessidade contínua de avaliação e aprimoramento das práticas clínicas com base em dados atualizados. O Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema de Informação Hospitalar (SIH) desempenham um papel crucial ao fornecer dados que permitem a análise das biópsias de tireoide, suas características clínicas e ultrassonográficas, e suas implicações no manejo dos pacientes, enriquecendo ainda mais o entendimento e a aplicação clínica do TBSRTC.
2. METODOLOGIA
2.1 POPULAÇÃO DO ESTUDO
Foram e analisadas as características clinicas das seguintes variáveis: a classificação Bethesda, idade e sexo; a quantidade de repunções, qual a classificação Bethesda dos casos repuncionados; se houve revisão de lamina da citopunção e qual o diagnóstico resultante da revisão; observou-se os casos e tireoidectomia e se a remoção cirúrgica foi total ou parcial, se o diagnóstico do Anátomo Patológico (AP) era maligno ou benigno; o estadiamento do tumor, os anátomos patológicos que apresentam imuno-histoquímica com diagnóstico e a revisão do AP com diagnóstico.
Os dados foram compilados utilizando o Microsoft Excel (2010), em um Notebook Asus (X45C) com Windows 8, para a criação da planilha empregada nas análises estatísticas.
2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Foram incluídos no estudo pacientes com diagnóstico de doença nodular da tireoide, classificados de acordo com o Sistema Bethesda de Classificação, com idade superior a 18 anos. Apenas foram considerados aqueles cujos prontuários apresentavam dados completos, incluindo informações detalhadas da lâmina da citopunção e, quando disponíveis, do exame anátomo-patológico, suficientes para uma análise adequada.
2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Foram excluídos do estudo pacientes cujos prontuários estavam incompletos ou que não atendiam aos critérios de inclusão estabelecidos.
2.4 TIPO DA PESQUISA
Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo e transversal. Foram coletados dados de 449 Punções Aspirativas por Agulha Fina (PAAF), registrados no Sistema de Informação Hospitalar (SIH), entre janeiro de 2017 a janeiro de 2022, realizadas no Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná – SEMPR.
2.5 ASPECTOS ÉTICOS
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética (CEP) em Seres Humanos do Complexo Hospital de Clínicas (HCH) – Universidade Federal do Paraná (UFPR), apresenta registro: CAEE: 84075318.2.0000.0096, cujo parecer: 3.527.405 e a data de aprovação: 23/08/2019. Devido à natureza retrospectiva do estudo houve a dispensa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
2.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para a análise descritiva das variáveis estudadas, foram calculadas as médias, desvios padrão, valores mínimos e máximos. Esses cálculos foram acompanhados pela utilização de boxplots e proporções para fornecer uma visão geral dos dados (Bruni et al., 2013; Ogle, Wheeler e Dinno, 2019; Matloff, 2019). O boxplot foi utilizado para avaliar a distribuição das variáveis e a homogeneidade da variância, permitindo identificar possíveis outliers e assimetrias nos dados, o que é crucial para validar a aplicabilidade de testes estatísticos paramétricos subsequentes (Fraser, 1992).
Para verificar a independência entre grupos das variáveis nominais, foi empregado o teste G / Qui-Quadrado. Este teste é adequado para dados categóricos e permite determinar se existe uma associação significativa entre as variáveis, fornecendo uma análise sobre a distribuição das categorias e a independência entre elas (Sokal e Rohlf, 1995).
Para investigar diferenças entre as médias das variáveis numéricas, foram utilizados o teste t de Student para amostras independentes, que é apropriado para comparar as médias de duas amostras e verificar se as diferenças observadas são estatisticamente significativas. O teste t é uma ferramenta robusta quando os dados seguem uma distribuição normal e as variâncias das amostras são homogêneas (Field, 2009).
Além disso, para analisar a força de associação entre variáveis qualitativas, foi utilizado o teste Cramer V². Este teste fornece uma medida de associação que varia de 0 (sem associação) a 1 (associação perfeita), e é particularmente útil para variáveis categóricas em tabelas de contingência (field, 2009).
A análise foi conduzida utilizando o software R 3.5.2 e Microsoft Excel, que são amplamente utilizados e oferecem ferramentas adequadas para a execução dos testes estatísticos mencionados. Um nível de confiança de 95% foi adotado para todas as análises, garantindo um rigor estatístico apropriado para a interpretação dos resultados.
3. RESULTADOS
3.1 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA
Foram incluídos neste estudo 449 pacientes que haviam submetidos a Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) do nódulo de tireoide. A idade média foi de 56 anos. A amostra foi composta por 88,20% (n=396) de doença nodular no sexo feminino e 11,80% (n=53) no sexo masculino. Em relação a classificação Bethesda e as idades da população estudada, utilizando-se o teste de Qui-quadrado, os resultados (X² = 19,182, graus de liberdade = 14, p-valor = 0,1581), indicam pela inexistência de diferença entre os dados da Classificação Citopatológica Bethesda e as idades do grupo estudado. Porém, observa-se aumento do risco de malignidade com o avanço da idade (GRÁFICO 1).
GRÁFICO 1 – Classificação Citopatológica Bethesda em relação a idade da população estudada

LEGENDA: BI = Não diagnóstico ou não satisfatório; BII = Benigno; BIII = Atipia de significado indeterminado ou lesão folicular de significado indeterminado (AUS\SFN); BIV = Neoplasia folicular ou Suspeito para uma neoplasia folicular (FN\SFN); BV = Suspeito para malignidade; BVI = Malignidade, CM = Carcinoma Medular.
3.2 ANÁLISE DESCRITIVA DAS CITOPUNÇÕES
No que se refere ao Sistema Bethesda para Laudos Citopatológicos de Tireoide que classifica os nódulos de tireoide submetidos à PAAF os dados constatam a predominância do tipo Bethesda II (benigno), com prevalência no sexo feminino de 90% (n=216) conforme distribuição apresentada na Tabela 1. Foi evidenciado apenas um caso de carcinoma medular de tireoide (CM) no sexo masculino. Além disso, os nódulos de tireoide indeterminados com classificação Bethesda III foi de 85,53% (n=65), em mulheres no que em homens (TABELA 1).
TABELA 1 – Classificação Citopatológica Bethesda em relação a população estudada

LEGENDA: N = Número de casos; BI = Não diagnóstico ou não satisfatório Benigno (BII); BII = Benigno; BIII = Atipia de significado indeterminado ou lesão folicular de significado indeterminado (AUS\SFN); BIV = Neoplasia folicular ou Suspeito para uma neoplasia folicular (FN\SFN); BV = Suspeito para malignidade; BVI = Malignidade.
A prevalência de pacientes sem repunção foi predominante no Bethesda II com 84,17%, comparados aos 61,84% no Bethesda III que tiveram mais de uma Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF), pode ser uma lesão folicular de significado indeterminado, cujo aspecto citopatológico da sua classificação não se enquadra em benigno e nem maligno, realça a importância do exame da PAAF conforme a indicação clínica, assim proporcionando qualidade no diagnóstico e seguimento clínico ao paciente com doença nodular de tireoide indeterminado. Além disso, dentre os casos de nódulos tireoidianos com diminuta frequência de repunção foram observados em Bethesda IV, V e VI (TABELA 2). Em relação ao número de óbitos, constata-se que 1,12% dos pacientes tiveram uma evolução ruim.
Analisando a classificação de Bethesda em relação à tireoidectomia, verifica-se a associação entre as duas variáveis (X² = 105.16, graus de liberdade = 14, p-valor = 4.834 e-16), com força de associação entre as variáveis igual a 59,45% (V² de Cramer = 0.4945229). Ou seja, estatisticamente, é possível comprovar a relação entre a Classificação de Bethesda e a tireoidectomia.
TABELA 2 – Classificação Citopatológica Bethesda em relação frequência de pacientes com repunção

LEGENDA: N = Número de casos; % = porcentagem; BI = Não diagnóstico ou não satisfatório Benigno (BII); BII = Benigno; BIII = Atipia de significado indeterminado ou lesão folicular de significado indeterminado (AUS\SFN); BIV = Neoplasia folicular ou Suspeito para uma neoplasia folicular (FN\SFN); BV = Suspeito para malignidade; BVI = Malignidade, CM = Carcinoma Medular.
Comparando o sistema de Bethesda com o tipo de tumor, o teste do Qui-Quadrado também indicou pela existência de associação entre as variáveis (X² = 58.295, graus de liberdade = 13, p-valor = 1.058 e-07). Quanto à força de associação, a estatística V² de Cramer indicou uma força igual a 68,56. Os dados são apresentados no gráfico 2
GRÁFICO 2 – Classificação Citopatológica Bethesda em relação ao tipo de tumor

LEGENDA: BI = Não diagnóstico ou não satisfatório Benigno (BII); BII = Benigno; BIII = Atipia de significado indeterminado ou lesão folicular de significado indeterminado (AUS\SFN); BIV = Neoplasia folicular ou Suspeito para uma neoplasia folicular (FN\SFN); BV = Suspeito para malignidade; BVI = Malignidade; CM = Carcinoma Medular.
Os resultados observados na tabela 3 indicam que há maior indicativo de cirurgia com aumento a escala de risco de malignidade da Classificação de Bethesda, o que era esperado. Já na classificação Bethesda II (benigna) houve maior indicativo de cirurgias, refletindo o maior do número de casos em comparação aos demais nódulos classificados pelo Classificação de Bethesda. Na maioria dos nódulos submetidos a cirurgia o anátomo patológico foi benigno (TABELA 3).
TABELA 3 – Classificação Citopatológica Bethesda em relação submetidos a cirurgia total e parcial

LEGENDA: N = Número de casos; % = porcentagem; BI = Não diagnóstico ou não satisfatório Benigno (BII); BII = Benigno; BIII = Atipia de significado indeterminado ou lesão folicular de significado indeterminado (AUS\SFN); BIV = Neoplasia folicular ou Suspeito para uma neoplasia folicular (FN\SFN); BV = Suspeito para malignidade; BVI = Malignidade; CM = Carcinoma Medular.
4. DISCUSSÃO
Os resultados deste estudo identificaram o predomínio de casos com doença nodular tireoidiana, submetidos à Punção Aspiração com Agulha Fina (PAAF) classificados como “benignos”. A partir dos dados do recrutamento de 449 citopunção, a média foi de 56 anos, onde evidenciamos uma frequência de 88,17% de doença nodular no sexo feminino contra uma frequência de 11,83% nos homens. As taxas crescem progressivamente entre aqueles com idade entre 40 e 59 anos e aqueles com 60 anos ou mais, com um aumento significativamente maior entre as mulheres (Wells et al., 2013). Fatores de risco como histórico do paciente submetido a irradiação, e ou histórico familiar de câncer tireoidiano e regiões com dietas pobres em iodo (2022 – INCA).
A predominância encontrada no presente estudo é consistente, pois a prevalência de nódulos tireoidianos aumenta com o avançar da idade. Segundo o estudo de Kwong et al. (2015) observaram que a prevalência da multinodularidade aumenta com o avanço da idade, embora o risco de nódulos malignos diminua, o câncer de tireoide em pacientes de idade avançada apresenta fenótipos histológicos consistentes com maior risco de malignidade (Acar, Ozbek, Acar; 2014). Lembrando que a doença nodular da tireoide é uma doença comum em adultos, com prevalência entre 26 e 67% (Acar, Ozbek e Aca, 2014; American Thyroid Association, 2009; Yassa et al., 2007).
Os achados clínicos de doença nodular neste grupo de estudo submetido há Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) foram classificados como “benignos”, assim como os resultados da anatomia patológica com diagnóstico compatível com lesão benigna, seguidos daqueles tireoidectomizados por suspeita de malignidade. A prevalência de nódulos repuncionados foi na categoria Atipia de Significado Indeterminado ou Lesão Folicular de Significado Indeterminado (AUS\SFN). Os resultados das PAAFs das citopunções de tireoide na maioria dos casos foram classificados Bethesda II (benignos), alteração compatível com o diagnóstico do anátomo patológico para lesão benigna, seguida dos casos de tireoidectomizados classificados Bethesda V (suspeita de malignidade).
Além disso, foi observado a maior prevalência de casos repuncionados na categoria Bethesda III (Atipia de Significado Indeterminado ou Lesão Folicular de Significado Indeterminado AUS/SFN). A frequência dos nódulos tireoidianos foi “benigna”, das 449 citopunções, 216 foram classificadas como Bethesda II (benigno) com predomínio do sexo feminino, o que difere de 10% do sexo masculino. Além disso, observamos a prevalência de Punções Aspirativas com Agulha Fina (PAAF) no sexo feminino que se enquadram nas categorias de insatisfatório ou insatisfatório de 86,25%, atipia de significado indeterminado ou lesão folicular de significado indeterminado (AUS\SFN) com 90%, Folicular Neoplasia ou SUSPeita de Neoplasia Folicular (FN\SFN) representando 94,74%, seguida de 85,53% com suspeita de malignidade e 84,62% de malignidade.
O sexo masculino apresenta 13,75% de insatisfatórios ou insatisfatórios, 10% de benignos, seguido de 14,47% de atipias de significado indeterminado ou lesão folicular de significado indeterminado (AUS\SFN), Neoplasia Folicular ou Suspeita De Neoplasia Folicular (FN\SFN) representa 5,26%, suspeita de malignidade 15% e malignidade 15,38%, comparados aos valores absolutos em sua totalidade (Tabela 2). Além disso, foi observado um caso de carcinoma medular de tireoide no sexo masculino, considerada uma neoplasia maligna que acomete a glândula tireoide que representa 3-4% dos casos e apresenta forma esporádica ou hereditária 20-25% (Cibas e Ali, 2017).
Pode-se observar que a maioria dos nódulos tireoidianos com PAAF que apresentam risco de malignidade afetam mais mulheres do que homens. Segundo dados de estatística do câncer de tireoide nos Estados Unidos estima-se 43.800 novos casos, a incidência de 14.2 dentre os anos 2014 – 2018 (2022 – American Cancer Society). Já no Brasil estima-se 4.820 casos sendo 760 homens e 4.060 mulheres (2022- INCA). Este dado era esperado visto que o câncer de tireoide é o mais frequente na região da cabeça e pescoço em mulheres do que em homens, o câncer de tireoide afeta três vezes mais pessoas do sexo feminino do que do sexo masculino, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos (INCA – 2022; 2022 – American Câncer Society). Os nódulos malignos representam cerca de 8-15% (Acar, Ozbek e Aca, 2014; Yassa et al., 2007, Guimarães et al., 2013).
O câncer de tireoide é o que acomete com maior frequência, cerca de três vezes na região de cabeça e pescoço nas mulheres em comparação aos homens (Kwong et al., 2015). Curiosamente, o aumento da incidência de nódulos de tireoide biopsiados com risco de malignidade para Neoplasia Folicular ou Suspeita de Neoplasia Folicular (FN\SFN), Suspeita de Malignidade e Malignidade, os diagnósticos citológicos propostos têm um risco aumentado de malignidade, e abordagens de tratamento são sugeridas para cada deles (Baloch et al., 2008; Gharib e Goellner, 1993).
Embora a incidência do câncer de tireoide nos últimos 10 anos tenha aumentado, a mortalidade tende diminuído, principalmente em mulheres, e não em homens, como sabemos aproximadamente 10% da população adulta apresenta nódulos tireoidianos, porém, apenas 90-95% são benignos (Younis, 2017; Bolin, 2021). Os carcinomas diferenciados como o Carcinoma Papilífero de Tireoide (CPT) representam 80% dos casos, ao passo que Carcinoma Folicular de Tireoide (CFT) responde por 20% dos casos, sendo o carcinoma de células de Hürthle menos frequente. Ao contrário, os carcinomas pouco diferenciados e indiferenciados representam 10% dos casos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer a estimativa de câncer de tireoide em torno de 13.780, 1.830 sendo homens e 11.950 mulheres (2020 – INCA).
Os casos de nódulos de tireoide biopsiados e seguidos com repunção foram observados em nódulos de citologia indeterminada, seguidos de nódulos classificados como insatisfatórios. Considerando que o grupo da citologia indeterminada é heterogêneo, em contraste com a citologia insatisfatória que na maioria dos casos a quantidade de crescimento celular do grupo e o excesso de hemácias dificultam o diagnóstico (Baloch et al. 2008; Gharib e Goellner, 1993). A prevalência de pacientes que não tiveram seus nódulos repuncionados foi predominante na classificação Bethesda II, representando 87,17% dos casos (Tabela 3), evidenciamos, entre os grupos estudados em tela, uma prevalência de 61,84% em indeterminados nódulos (AUS \SFN) com repunção, seguido de 57,50% em insatisfatório, em contraste com os 25% com malignidade. Dos 240 nódulos tireoidianos benignos acompanhados por PAAF, 18,83% foram submetidos à repunção. A Punções Aspiração com Agulha Fina (PAAF) é considerada o exame mais adequado para pacientes com nódulos tireoidianos (Bongiovanni et al., 2012). Segundo Bongiovanni et al. (2012) cerca de 60% a 70% são classificados como “benignos” e aproximadamente 20% a 30% no total se enquadram nas categorias de “suspeita de neoplasia folicular” (FN\SFN), “suspeita de malignidade” e “maligno (Mohorea et al., 2021).
Analisando os resultados da citologia de tireoide em relação aos 122 casos submetidos à cirurgia, seja parcial ou total, o presente estudo mostrou uma prevalência de 54,10% de nódulos tireoidianos submetidos à tireoidectomia total comparado a 45,90% de tireoidectomizados parcialmente. É interessante notar que entre o grupo da classe benigna (BII) foram submetidos à cirurgia de tireoide, representando a maioria dos casos, com 56,55% de cirurgia parcial seguida de 44,45% de cirurgia de tireoide total (Tabela 4). O tipo de tumor em relação aos nódulos tireoidianos tireoidectomizados, independentemente de a remoção ter sido parcial ou total, foi benigno com predomínio na classe II de Bethesda, representando 39 dos 45 submetidos à remoção cirúrgica da tireoide. Da anatomia patológica concordância para malignidade foram observadas naqueles com citologia suspeita de malignidade.
Em relação ao número de óbitos, verifica-se que 1,12% dos pacientes tiveram causa não correlacionada com dados citológicos ou anatomopatológicos. O câncer de tireoide vem ganhando um aumento substancial na população mundial, com incidência de 1% de todas as neoplasias malignas, tornando-o cada vez mais comum em todo o mundo. Estudos de autópsia relatam uma prevalência de aproximadamente 50% de nódulos tireoidianos detectados durante autópsias em indivíduos com patologia tireoidiana desconhecida (Ron e Schneider, 2017).
Além disso, entre os achados clínicos deste grupo de estudo, foi identificada uma prevalência significativa de doença nodular da tireoide, um achado comum em pacientes com disfunção tireoidiana. Estudos como o de Durante et al. (2018) corroboram esses achados, mostrando que nódulos tireoidianos são frequentes e, muitas vezes, encontrados incidentalmente em exames de imagem realizados por outras razões. No entanto, a correlação entre a presença de nódulos e o desenvolvimento de malignidades ainda é um tema de discussão na literatura, como apontado por Alexander et al. (2020), que sugerem que embora muitos nódulos sejam benignos, a avaliação cuidadosa é necessária para identificar aqueles com potencial maligno.
O presente estudo recomenda que haja atenção no preenchimento dos prontuários e siga veemente a sua totalidade, bem como a padronização das informações do ultrassom e da citologia, pois a Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) é guiada por ultrassom. Também sugerimos considerar a qualidade e a quantidade das lâminas dos esfregaços citológicos resultantes das citopunções e numa análise microscópica prévia no próprio ambulatório. Isso se alinha com as recomendações de Gharib et al. (2016), que destacam a importância de um diagnóstico citológico preciso para o manejo adequado dos nódulos tireoidianos.
5. CONCLUSÃO
A pesquisa reforça que estudos sobre o perfil clínico-epidemiológico das Punções Aspirativas por Agulha Fina (PAAF) tireoidianas classificadas pelo Sistema Bethesda para Laudos Citopatológicos de Tireoide são de grande importância, pois permitem auxiliar no mapeamento do seguimento clínico dos pacientes com recidiva ou não durante o tratamento, bem como a magnitude das informações contidas nos prontuários dos pacientes. Os achados citológicos evidenciaram a prevalência dos nódulos tireoidianos no sexo feminino com frequência na categoria Bethesda II, refletindo na maior quantidade de nódulos repuncionados. Observou-se que os nódulos de tireoide da categoria Bethesda II foram os mais repuncionados dentro da totalidade do grupamento.
Evidenciou-se na análise descritiva que a classificação Bethesda II (benigna) apresentou um maior indicativo de cirurgias, refletindo no maior número de casos em comparação aos demais nódulos Bethesda, sendo que, na maioria dos nódulos submetidos a cirurgia, o anátomo patológico foi benigno.
Estudos epidemiológicos-descritivos corroboram na compreensão das alterações clínicas e citológicas que envolvem a doença nodular, a fim de investigar os diversos processos envolvidos na disfunção celular.
A evidência de que nódulos Bethesda II frequentemente leva a procedimentos cirúrgicos desnecessários sugere uma necessidade urgente de aprimorar os protocolos de acompanhamento e decisão terapêutica para evitar intervenções invasivas em casos benignos. Isso pode resultar em uma redução nos custos associados a cirurgias e nas complicações relacionadas.
Políticas de saúde que promovam a educação contínua sobre a interpretação dos resultados de PAAF e incentivem a pesquisa adicional podem contribuir para um melhor direcionamento dos recursos e uma maior eficiência no tratamento e acompanhamento dos pacientes com doença nodular da tireoide. Novos estudos se fazem necessários, tendo em vista a significativa prevalência de doença nodular no mundo.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem aos participantes que dedicaram seu tempo e esforço para participar do estudo, Hamashia, J.C e ao estatístico Marcos Maia. Todos os autores contribuíram para a análise e interpretação dos dados e deram aprovação final da versão do manuscrito submetido para publicação. Este trabalho contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) – Código Financeiro 001.
REFERENCIAS
Acar T, Ozbek SS, Acar S. Incidentally discovered thyroid nodules: frequency in an adult population during Doppler ultrasonographic evaluation of cervical vessels. Endocrine. 2014;45(1):73–8.
Alexander LF, Cibas ES, Baloch ZW, et al. Thyroid ultrasound: diffuse and nodular disease. Radiol Clin North Am. 2020;58(6):1041–57.
American Thyroid Association (ATA) Guidelines Taskforce on Thyroid Nodules and Differentiated Thyroid Cancer, Cooper DS, Doherty GM, et al. Revised American Thyroid Association management guidelines for patients with thyroid nodules and differentiated thyroid cancer. Thyroid. 2009;19(11):1167–214. [Published correction appears in Thyroid. 2010 Aug;20(8):942. Hauger, Bryan R [corrected to Haugen, Bryan R] [published correction appears in Thyroid. 2010 Jun;20(6):674–5].]
Baloch ZW, Livolsi VA. Fine-needle aspiration of the thyroid: today and tomorrow. Best Pract Res Clin Endocrinol Metab. 2008;22(6):929–39.
Baloch ZW, LiVolsi VA, Asa SL, Rosai J, Merino MJ, Randolph G, Vielh P, DeMay RM, Sidawy MK, Frable WJ. Diagnostic terminology and morphologic criteria for cytologic diagnosis of thyroid lesions: a synopsis of the National Cancer Institute Thyroid Fine-Needle Aspiration State of the Science Conference. Diagn Cytopathol. 2008 Jun;36(6):425-37. doi: 10.1002/dc.20830. PMID: 18478609.
Bongiovanni M, Spitale A, Faquin WC, Mazzucchelli L, Baloch ZW. The Bethesda System for Reporting Thyroid Cytopathology: a meta-analysis. Acta Cytol. 2012;56(4):333–9.
Bolin J. Thyroid follicular epithelial cell-derived cancer: new approaches and treatment strategies. J Nucl Med Technol. 2021;49(3):199–208.
Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer – INCA. Estimativas da incidência e mortalidade por câncer. Rio de Janeiro: INCA; 2022.
Bruni R, Cesarone F, Scozzari A, Tardella F. No arbitrage and a linear portfolio selection model. Econ Bull. 2013;33(2):1247–58.
Cibas ES, Ali SZ. The 2017 Bethesda System for Reporting Thyroid Cytopathology. Thyroid. 2017;27(11):1341–6.
Cibas ES, Ali SZ. The Bethesda System for Reporting Thyroid Cytopathology. Thyroid. 2009 Nov;19(11):1159-65. doi: 10.1089/thy.2009.0274. PMID: 19888858.
Cohen RN, Davis AM. Management of adult patients with thyroid nodules and differentiated thyroid cancer. JAMA. 2017;317(4):434–5.
Crippa S, Mazzucchelli L, Cibas ES, Ali SZ. The Bethesda System for reporting thyroid fine-needle aspiration specimens. Am J Clin Pathol. 2010;134(2):343–4; author reply 345.
Durante C, Grani G, Lamartina L, Filetti S, Mandel SJ, Cooper DS. The diagnosis and management of thyroid nodules: a review. JAMA. 2018;319(9):914–24. doi:10.1001/jama.2018.0898.
Field A. Discovering Statistics Using SPSS. 3rd ed. London: Sage Publications Ltd; 2009.
Fisher SB, Perrier ND. The incidental thyroid nodule. CA Cancer J Clin. 2018;68(2):97–105.
Fraser DAS. Introduction to Bartlett (1937) Properties of Sufficiency and Statistical Tests. In: Kotz S, Johnson NL, editors. Breakthroughs in Statistics. Springer Series in Statistics. New York: Springer; 1992.
Gharib H, Goellner JR. Fine-needle aspiration biopsy of the thyroid: an appraisal. Ann Intern Med. 1993;118(4):282–9.
Gharib H, Papini E, Garber JR, Duick DS, Harrell RM, Hegedüs L, Paschke R, Valcavi R, Vitti P; AACE/ACE/AME Task Force on Thyroid Nodules. American Association of Clinical Endocrinologists, American College of Endocrinology, and Associazione Medici Endocrinologi medical guidelines for clinical practice for the diagnosis and management of thyroid nodules–2016 update. Endocr Pract. 2016;22(5):622–39. doi:10.4158/EP161208.GL.
Guedes, V. R., & Garbaccio, J. L. (2015). PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA DA TIREÓIDE, UMA REAVALIAÇÃO DOS BENEFÍCIOS. Revista De Patologia Do Tocantins, 2(1), 12–21.
Guimarães RM, Castro LP, Silva G, et al. Evolução da mortalidade por câncer de tireoide em adultos no Brasil. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(7):538–44.
Haugen BR. 2015 American Thyroid Association Management Guidelines for Adult Patients with Thyroid Nodules and Differentiated Thyroid Cancer: What is new and what has changed? Cancer. 2017 Feb 1;123(3):372-381. doi: 10.1002/cncr.30360. Epub 2016 Oct 14. PMID: 27741354.
Liu R, Xing M. TERT promoter mutations in thyroid cancer. Endocr Relat Cancer. 2016 Mar;23(3):R143-55. doi: 10.1530/ERC-15-0533. Epub 2016 Jan 5. PMID: 26733501; PMCID: PMC4750651.
Kwong N, Medici M, Angell TE, Liu X, Marqusee E, Cibas ES, Krane JF, Barletta JA, Kim MI, Larsen PR, Alexander EK. The influence of patient age on thyroid nodule formation, multinodularity, and thyroid cancer risk. J Clin Endocrinol Metab. 2015;100(12):4434–40.
Matloff N. Probability and Statistics for Data Science. Boca Raton: CRC Press; 2019.
Mohorea IS, Socea B, Şerban D, Ceausu Z, Tulin A, Melinte V, Ceausu M. Incidence of thyroid carcinomas in an extended retrospective study of 526 autopsies. Exp Ther Med. 2021;21(6):607.
Muratli A, Erdogan N, Sevim S, Unal I, Akyuz S. Diagnostic efficacy and importance of fine-needle aspiration cytology of thyroid nodules. J Cytol. 2014;31(2):73–8.
Ogle D, Wheeler P, Dinno A. Simple Fisheries Stock Assessment Methods. [S.l.]: The Comprehensive R Archive Network; 2019.
Pusztaszeri M, Rossi ED, Auger M, Baloch Z, Bishop J, Bongiovanni M, Chandra A, Cochand-Priollet B, Fadda G, Hirokawa M, Hong S, Kakudo K, Krane JF, Nayar R, Parangi S, Schmitt F, Faquin WC. The Bethesda System for Reporting Thyroid Cytopathology: Proposed Modifications and Updates for the Second Edition from an International Panel. Acta Cytol. 2016;60(5):399–405.
Ron E, Schneider AB. Thyroid cancer. In: Thun MJ, Linet MS, Cerhan JR, Haiman CA, Schottenfeld D, editors. Cancer Epidemiology and Prevention. 4th ed. New York: Oxford University Press; 2017.
Sokal RR, Rohlf FJ. Biometry: The Principles and Practice of Statistics in Biological Research. 3rd ed. New York: WH Freeman and Co.; 1995.
Schlumberger M, Pacini F. Distant Metastases. In: Schlumberger & Pacini. Thyroid Tumors. 3rd edition. Paris: Éditions Nucléon, 2006.
Tamhane S, Gharib H. Update on thyroid nodule diagnosis and management. Clin Diabetes Endocrinol. 2016;2(17).
Wells A.S., Jr, Pacini F, Robinson BG, Santoro M. Multiple endocrine neoplasia type 2 and familial medullary thyroid carcinoma: an update. J Clin Endocrinol Metab. 2013;98(8):3149–64.
Yassa L, Cibas ES, Benson CB, Frates MC, Doubilet PM, Gawande A, Moore FD Jr, Kim BW, Nosé V, Marqusee E, Larsen PR, Alexander EK. Long-term assessment of a multidisciplinary approach to thyroid nodule diagnostic evaluation. Cancer. 2007;111(6):508–16.
Younis E. Oncogenesis of thyroid cancer. Asian Pac J Cancer Prev. 2017;18:1191–9.
[1] Doutorado em Medicina Interna e Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Paraná- PPGMICS-UFPR; Mestrado em Ciências bioquímicas pela Universidade Federal do Paraná – UFPR; Graduação em Biomedicina pela Unibrasil. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2314-5774.
[2] Pós-graduação nestas três áreas na Universidade de Gothemburgo, Suécia. Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Paraná (1981). É patologista, Diretora do Citolab Laboratório de Citopatologia e Anatomia Patológica e professora auxiliar da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Patologia Mamária, Patologia Endócrina e Citopatologia. ORCID: https://orcid.org/ 0000-0002-8555-6547.
[3] Doutorado em Medicina Interna pela Universidade Federal do Paraná (2002). Graduação em Medicina pela Faculdade Evangélica do Paraná (1982). Atualmente é Coordenador do Curso de Medicina da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR), Professor responsável Histologia e Patologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná, Professor Adjunto da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Patologia, com ênfase em Citopatologia, atuando principalmente nos seguintes temas: citologia, punção aspirativa por agulha fina, aspiration biopsy, controle de qualidade e neoplasia intra-epitelial cervical. Membro da Academia Internaacional de Citologia (MIAC), Fellow da Academia Internacional de Citologia (FIAC). Presidente Sociedade Latinoamericana de Citopatologia 2020-2023. Coordenador do Curso de Medicina- Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR). ORCID: https://orcid.org/ 0000-0002-3215-1650.
[4] Doutorado em Medicina Interna pela Universidade Federal do Paraná, concluído em 2000. Mestrado em Ciências Médicas Endocrinologia pela PUCRJ, concluído em 1986. Residência médica pelo IEDE/PUCRJ entre 1980 e 1984. Especialização em Clínica Médica e Endocrinologia pela PUCRJ, concluídas em 1980. Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Paraná em 1976. Atualmente é chefe da disciplina de Endocrinologia da UFPR, chefe da unidade de Tireóide do Serviço de Endocrinologia (SEMPR) do Hospital de Clínicas da UFPR e professor associado III de Endocrinologia da UFPR. Orientou diversas dissertações de Mestrado e Doutorado. Já proferiu centenas de palestras em congressos regionais, nacionais e internacionais. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Endocrinologia, atuando principalmente nos seguintes temas: câncer de tireóide, nódulo de tireóide e doenças funcionais. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8671-1556.
Material recebido: 08 de outubro de 2024.
Material aprovado pelos pares: 28 de outubro de 2024.
Material editado aprovado pelos autores: 02 de abril de 2025.