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Panorama nacional da prata entre 2010 e 2014

RC: 20631
594
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/quimica/prata

CONTEÚDO

FEIO, Stefanie Cecília Passinho [1], ARAÚJO, Franciolli da Silva Dantas [2], FECURY, Amanda Alves [3], OLIVEIRA, Euzébio [4], DENDASCK, Carla Viana [5], DIAS, Claudio Alberto Gellis de Mattos [6]

FEIO, Stefanie Cecília Passinho. Et al. Panorama nacional da prata entre 2010 e 2014. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 09, Vol. 08, pp. 38-46 Setembro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

Tendo o nome derivado da palavra em latim Argentun, a prata (Ag) é um metal de transição que possui elevada condução elétrica e resistência a corrosão. Geralmente é encontrada agregada a minerais de cobre, zinco e ouro. Muito utilizada na fabricação de espelhos e moedas, em processos odontológicos como amalgama de prata, na produção de joias e talheres, em fotografia e em dispositivos eletrônicos devido a sua alta condutibilidade elétrica. Esta pesquisa tem como objetivo descrever os dados obtidos nos sumários minerais do Departamento Nacional de Pesquisa mineral (http://www.dnpm.gov.br), a pesquisa bibliográfica foi realizada em artigos científicos, utilizando-se para busca computadores do laboratório de informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá. Quando se trata da mineração de prata, o México é o país que mais se destaca como produtor e o Peru, atualmente, com a maior reserva mundial. O Brasil possui reservas minúsculas de mineral de prata, sua participação na produção mundial deste metal é quase insignificante. No país nunca houve registros da extração da prata como produto principal, ela sempre é encontrada associada a outras substâncias e lavrada como subproduto da extração deles. A produção nacional se dá em maior parte em metais primários e em menor parte em metal concentrado, por ser mais caro e exigir mais etapas de beneficiamento. A demanda pela prata é muito maior do que a produção dela no país, o que faz com os gastos com importação sejam maiores do que os com exportação. O material mais exportado é o bem primário e o mais importado é o produto semimanufaturado. O consumo interno de prata no país é quase estável, com poucas variações. Os setores que mais consomem prata são: o de cunhagem de moedas, a indústria fotográfica, o setor joalheiro e o eletroeletrônico. Seu preço vem passando por um declínio após um aumento recorde em 2011 devido a baixa demanda industrial associada a grande oferta do metal.

Palavras-chave: Prata, Produção Brasileira, Consumo Interno, Preços.

INTRODUÇÃO

Tendo o nome derivado da palavra em latim Argentun, a prata (Ag) é um elemento químico que se localiza no grupo 11 da tabela periódica, um metal de transição que possui elevada condução elétrica e resistência a corrosão (SOUZA et al., 2013). Geralmente é encontrada agregada a minerais de cobre, zinco e ouro. Sendo mais rara de se achar em minerais onde a sua predominância é maior, como por exemplo, a Acantita (Ag₂S) com teor de 87% de prata e a cerargirita (AgCl) com teor de 75% (BITTENCOURT et al., 2017; CPRM, 2017). Muito utilizada na fabricação de espelhos e moedas, em processos odontológicos como amalgama de prata, na produção de joias e talheres e em fotografia, também é muio utilizada em dispositivos eletrônicos devido a sua alta condutibilidade elétrica. A sua utilização é datada desde 5000 a.C. (SOUZA et al., 2013; CPRM, 2017).

A prata é um elemento químico que constitui minerais, os mesmos são substâncias formadas na crosta terrestre através de processos físico-químicos variados que os diferem um do outro, em propriedades como cor, dureza, clivagem, brilho. Eles são obtidos através da mineração que é tida como uma atividade cara e de difícil realização, ela pode ser conceituada como o ato de extrair minerais de interesse e que possuam valor econômico, da crosta terrestre (BRANCO, 2017). Geralmente esses minerais são encontrados em reservas minerais que são a parte de um recurso já descoberto cuja extração é viável economicamente (CURI, 2009).

Este minério pode ser extraído e beneficiado tendo como produtos diversos materiais, como, por exemplo, o concentrado da prata que é o material que em sua composição contém somente prata com uma quantidade mínima de impurezas (BRASIL, 2014).

Seus produtos podem ser classificados em: bens primários que correspondem ao minério da prata propriamente dito e seus concentrados que podem gerar objetos semimanufaturados, representados pela prata em sua forma bruta, em barras, em fios e em chapas ou produtos manufaturados que são objetos feitos de prata ou folhados a prata como, por exemplo, talheres, joias, jarros, moedas e etc (DNPM, 2014). Há também os compostos químicos da prata, como o nitrato de prata, medicamentos como vitelinato de prata e a amalgama de prata (SOUZA et al., 2013; BRASIL, 2014).

Há também a classificação dos seus tipos de metal. São chamados de metal primário da prata todos os materiais que são obtidos a partir do beneficiamento dela. Já o metal secundário é aquele obtido por processos de reciclagem de sucata nova ou velha (BRASIL, 2011).

OBJETIVO

Descrever quantitativamente os dados obtidos nos sumários minerais do Departamento Nacional de Pesquisa mineral no período de 2010 a 2014.

MÉTODO

Os dados foram retirados de sumários presentes no site do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral – DNPM (http://www.dnpm.gov.br), para acessá-los seguem-se as etapas: na página inicial na aba lateral “acervo” clica-se em “publicações”, em seguida seleciona-se “Serie Estatística e Economia Mineral”. Na página seguinte clica-se em “Sumários Minerais”. Os Sumários Minerais Brasileiros utilizados foram os dos anos de 2010 a 2014. Dos sumários foram retirados os dados sobre “Reservas Mundiais”, “Produção Mundial”, “Produção do Brasil”, “Importação do Brasil”, “Exportação do Brasil”, “Consumo Aparente do Brasil” e “Preços”. Todos os dados correspondem de 2010 a 2014. A compilação dos dados foi feita dentro do aplicativo Excel, componente do pacote Office da Microsoft Corporation. A pesquisa bibliográfica foi realizada em artigos científicos, utilizando-se para busca computadores do laboratório de informática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá, Campus Macapá, situado na: Rodovia BR 210 KM 3, s/n – Bairro Brasil Novo. CEP: 68.909-398, Macapá, Amapá, Brasil.

RESULTADOS

A figura 1 apresenta a média das reservas mundiais de prata no período de 2010 a 2014. Podemos observar que o Peru é o país que possui a maior média seguido da Polônia e o Brasil é o país que possui a menor média. Na figura 2 se observa a média da produção mundial de prata no período de 2010 a 2014. O México é o país que possui a maior média de produção de prata e o Brasil é o que possui a menor.

Figura 1: Média das reservas mundiais de prata por país no período de 2010 a 2014.

Figura 2: Média da produção mundial de prata por país no período de 2010 a 2014

A figura 3 mostra a produção de prata no Brasil no período de 2010 a 2014. Dentre os três produtos o metal primário é o que apresenta a maior produção e o produto concentrado a menor.

Figura 3: Produção Brasileira de prata no período de 2010 a 2014.

A figura 4 mostra a importação da prata no Brasil no período de 2010 a 2014. Entre os três, os produtos semimanufaturados são os mais importados pelo Brasil enquanto os compostos químicos são menos. A figura 5 mostra a exportação de prata no Brasil no período de 2010 a 2014. Nela podemos observar que a exportação da prata é muito maior como bem primário e menor em outros produtos como semimanufaturados, manufaturados e compostos químicos.

Figura 4: Importação de prata no Brasil no período de 2010 a 2014.

Figura 5: Exportação de prata no Brasil no período de 2010 a 2014.

A figura 6 apresenta o consumo de prata no Brasil no período de 2010 a 2014. Observa-se que o consumo se mantém quase constante, apresentando pouca variação e com um crescimento maior em 2014 e uma queda em 2012.

Figura 6: Consumo de aparente de prata no Brasil no período de 2010 a 2014.

A figura 7 mostra o preço da prata no período de 2010 a 2014. O preço da prata apresentou poucas oscilações onde no ano de 2011 ele aumentou e após esse ano apresentou quedas.

Figura 7: Preço da prata no Brasil no período de 2010 a 2014.

DISCUSSÃO

No Brasil são poucas as reservas de prata, geralmente ela está associada a outros minerais e é sempre lavrada/minerada como subproduto (BRASIL, 2014). Segundo estudos antigos (FIRME e PINHO, 1975) era possível encontrar prata com um bom teor e em boa quantidade associada ao chumbo e ao ouro nos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Em 2013 as reservas lavráveis de minério contido de prata no Brasil somaram quase 4000 toneladas e as reservas de prata do Brasil correspondem no ranking mundial 0,7% do total de reservas (BRASIL, 2014).

O México é o país que mais tem história quando se trata da prata, registros datam que a extração da mesma por lá começou desde antes do século 17 e até hoje ele se destaca bastante no ramo da mineração da prata (DABÈNE, 2003). Lá estão sediadas três grandes empresas responsáveis pela mineração de prata, a Fresnillo Plc tida como a maior produtora mundial de prata, as Industrias Peñoles, S.A.B. de C.V. donas de uma das maiores minas de prata no mundo e a empresa canadense que minera prata no México e também no Peru Pan American Silver Corp (KLAPWIJK et al., 2012).

Por nunca ser o interesse principal das empresas e sempre ser lavrada/minerada como subproduto de outros minérios é quase que inviável criar uma base só para beneficiar a prata, de modo que as empresas apenas visam a separação dela do produto que realmente tem interesse para eles (Chumbo, Cobre, Ouro, etc.) fazendo com que a produção do material concentrado, que exige mais etapas de beneficiamento devido ao grau de pureza, seja pequena, e a produção do metal primário seja maior (CPRM, 2017).

Segundo os dados apresentados nas figuras 5 e 6, o Brasil exporta uma quantidade muito maior de material do que ele importa em toneladas. Temos que ter em vista que o material exportado possui um preço de mercado menor que o do produto importado devido ao fato de não ser um material totalmente puro. A prata é exportada como liga em bruto, onde sua pureza não é tão alta e em média o teor é de 2%, também é exportada em forma de fios, chapas e barras, porém, em quantidades muito pequenas (BRASIL, 2011; 2013; 2014; 2017).

Segundo a literatura, no mercado brasileiro atual a demanda pela prata é muito maior do que a produção interna desse produto (CPRM, 2017) , ocasionando na importação de diversos produtos semimanufaturados e manufaturados, uma vez que as indústrias brasileiras não são suficientes no suprimento da demanda.

Os principais setores consumidores de prata são: as indústrias de cunhagem de moedas, as indústrias fotográficas e radiográficas, o setor joalheiro e o eletroeletrônico. Em 2012 houve uma queda de 4,8% no consumo deste metal sendo alavancado por um aumento de 4,6% em 2013 e de 16,4% em 2014 (BRASIL, 2013; 2014).

Em 2011 a cotação de preços da prata registrou um recorde no aumento do preço, porém após isso o preço da prata só diminuiu no mercado. O declínio no preço da prata a partir de 2012 se deu pela baixa demanda industrial e pela grande oferta desse metal, pois grandes investidores decidiram fazer grandes vendas de seus estoques de prata a preços liquidados atraindo caçadores de pechincha o que fez com que o preço continuasse abaixando (KLAPWIJK et al., 2012; O’CONNELL et al., 2014)

CONCLUSÃO

Quando se trata da mineração de prata, o México é o país que mais se destaca como produtor e o Peru, atualmente, com a maior reserva mundial. O Brasil possui reservas minúsculas de mineral de prata, sua participação na produção mundial deste metal é quase insignificante. No país nunca houve registros da extração da prata como produto principal, ela sempre é encontrada associada a outras substâncias e lavrada como subproduto da extração deles. A produção nacional se dá em maior parte em metais primários e em menor parte em metal concentrado, por ser mais caro e exigir mais etapas de beneficiamento. A demanda pela prata é muito maior do que a produção dela no país, o que faz com os gastos com importação sejam maiores do que os com exportação. O material mais exportado é o bem primário e o mais importado é o produto semimanufaturado. O consumo interno de prata no país é quase estável, com poucas variações. Os setores que mais consomem prata são: o de cunhagem de moedas, a indústria fotográfica, o setor joalheiro e o eletroeletrônico. Seu preço vem passando por um declínio após um aumento recorde em 2011 devido a baixa demanda industrial associada a grande oferta do metal.

REFERÊNCIAS

BITTENCOURT, A. et al. PRATA, BRONZE, ESTANHO CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES NA ENGENHARIA ELÉTRICA. 2017. Disponível em: < https://www.eecis.udel.edu/~portnoi/academic/academic-files/estanho-prata-bronze.html >. Acesso em: 21 de novembro, 2017.

BRANCO, P. Dicionário de Mineralogia. 2017. Disponível em: < http://www.dnpm-pe.gov.br/Detalhes/Mineral.htm >. Acesso em: 27 de novembro, 2017.

BRASIL. Sumário Mineral. Brasília: Departamento Nacional de Produção Mineral DNPM 2011.

______. Sumário Mineral. Brasília: Departamento Nacional de Produção Mineral DNPM 2013.

______. Sumário Mineral. Brasília: Departamento Nacional de Produção Mineral DNPM 2014.

______. Sumário Mineral. Brasília: Departamento Nacional de Produção Mineral DNPM 2017.

CPRM. Metais Preciosos. 2017. Disponível em: < http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-Bibliotecas—Rede-Ametista/Canal-Escola/Metais-Preciosos-1041.html >. Acesso em: 21 de novembro, 2017.

CURI, A. Minas a céu aberto: Planejamento de lavra. São Paulo: Oficina de Textos, 2009. 232p. Disponível em: < http://www.dnpm-pe.gov.br/Geologia/Mineracao.php >.

DABÈNE, O. América Latina no Século XX. Porto Alegre: Edipucrs, 2003. 328 p.

FIRME, E. F.; PINHO, C. C. C. Prata: Estudo da economia mineral. 1975. Disponível em: < http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/13823/1/Prata%2C%20estudo%20de%20economia%20mineral.pdf >. Acesso em: 18 de dezembro, 2017.

KLAPWIJK, P. et al. World Silver Survey 2012. London UK: GFMS Thomson Reuters 2012. ISBN 978-1-880936-20-7. Disponível em: < https://www.silverinstitute.org/wp-content/uploads/2017/10/2012WorldSilverSurvey.pdf >.

O’CONNELL, R. et al. World Silver Survey 2014. London UK: GFMS Thomson Reuters 2014. ISBN 978-1-880936-23-8. Disponível em: < https://www.silverinstitute.org/wp-content/uploads/2017/10/2014WorldSilverSurvey.pdf >.

SOUZA, G. et al. Prata: Breve histórico, propriedades e aplicações. Educ. quím, v. 24, n. 1, p. 14-16, 2013.

[1] Estudante de Ensino Médio. Curso Técnico em Mineração. Instituto Federal de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Amapá (IFAP).

[2] Tecnólogo em Materiais. Mestre em Ciência e Engenharia de Materiais. Professor Pesquisador do Instituto Federal de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Amapá (IFAP)

[3] Biomédica. Doutora em Doenças Tropicais. Professora Pesquisadora da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).Biólogo. Doutor em Doenças Tropicais. Professor Pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA).

[4] Biólogo. Doutor em Doenças Tropicais. Professor Pesquisador da Universidade Federal do Pará (UFPA).

[5] Teóloga. Doutora em Psicanálise Clinica. Pesquisadora do Centro de Pesquisa e Estudos Avançados, São Paulo, SP.

[6] Biólogo. Doutor em Teoria e Pesquisa do Comportamento. Professor Pesquisador do Instituto Federal de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Amapá (IFAP)

 

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Carla Dendasck

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