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Atividades e Exercícios físicos nos Transtornos Psicológicos

RC: 13297
994
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CONTEÚDO

ZUNTINI, Ana Carolina Siqueira [1], SANTANA, Daniel Vitor Lima [2], DOMINGOS, Emerson [3], SANTOS, Ítalo Gomes dos [4], SILVA, José Wilson Cordeiro Soares [5], SILVA, Leonardo Rodrigo da [6], BORGES, Lucas de Tarso Beccari [7]

ZUNTINI, Ana Carolina Siqueira; et.al. Atividades e Exercícios físicos nos Transtornos Psicológicos. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 01, Vol. 03, pp. 97-115, Janeiro 2018. ISSN: 2448-0959

RESUMO

Tomando-se como base o avanço tecnológico, assim como as pressões sociais, políticas e econômicas, têm-se observado o aumento de distúrbios psicológicos, como Ansiedade, Depressão, Esquizofrenia e Síndrome do Pânico. Embora de alta ocorrência, há poucos estudos na área da Educação Física que realizam um elo entre prática de exercício físico regular e o tema em questão. Devido a isso, a pesquisa se baseou numa revisão de literatura sobre o tema Exercício Física nos transtornos psicológicos. A pesquisa bibliográfica foi realizada em base de dados da SciELO; Google Acadêmico e PubMed, nos idiomas: inglês e português, entre os anos de 2000 a 2017. Tem-se como resultado da pesquisa que, o sujeito com a patologia desse estudo ao praticar regularmente exercícios físicos, pode produzir efeitos antidepressivos e ansiolíticos, os quais o protegem dos efeitos negativos do estresse na saúde física e mental.

Palavras Chaves: Ansiedade, Depressão, Esquizofrenia, Síndrome do Pânico, Exercício Físico.

INTRODUÇÃO

Com a evolução da industrialização e incremento tecnológico, a prática de atividade e exercício físico passou a ser colocada em segundos ou terceiros planos, condição essa que propiciou, mas não como causa única, o surgimento de problemas ligado ao psíquico. Atualmente, muitos males que afetam a população são consequências de conflitos emocionais, sendo caracterizados como transtornos emocionais. Esses transtornos são distúrbios universais, que atingem pessoas de todas as faixas etárias. Embora os valores de mortalidade sejam baixos, estes transtornos provocam grande peso emocional, prejudicam atividades diárias (exemplo: isolamento social), acarretam uma diminuição da qualidade de vida (ARAÚJO et al.,2014), além de estarem entre a segunda e a terceira causa de afastamento do trabalho (MULLER, 2014).

Transtornos como, Ansiedade, Depressão, Esquizofrenia e Síndrome do Pânico estão cada vez mais frequentes na mídia. As relações entre pessoas com estes transtornos se tornam conturbadas, refletindo em isolamento social, insegurança, e vários comportamentos que afetam sua qualidade de vida e saúde mental (ARAÚJO et al., 2014).

Neste contexto, o exercício físico tem se apresentado como uma ferramenta de suma importância como auxílio no tratamento destes transtornos emocionais. Os estudos apontam que pessoas fisicamente ativas, praticantes de exercícios de forma regular e sadia, apresenta uma redução significativa de sintomas ansiolíticos e antidepressivos (SHARKEY, 1998). Segundo Luwisch (2007), com a prática regular da atividade física, a liberação desse hormônio mais a autoestima adquirida também da atividade física, provoca um estado de tranquilidade e paz ao praticante, lhe trazendo benefícios e amenizando todos os sintomas de ansiedade, depressão e síndrome do pânico. A atividade física regular também pode auxiliar na redução dos sentimentos de ansiedade e estresse, bem como o aumento da autoestima (KAISER, 2001).

OBJETIVO

Identificar o impacto da prática de Atividades e Exercícios Físicos em indivíduos com transtornos psicológicos – depressão, ansiedade, esquizofrenia e transtorno do pânico.

METODOLOGIA

O presente estudo se caracteriza como uma revisão de literatura. Foram pesquisadas as seguintes bases de dados: SciELO; Google Acadêmico e PubMed.

Nas bases selecionaram-se os idiomas Inglês e Português. “Utilizou-se os cruzamentos das palavras-chave “depressionandphysicalexercise”; “anxietyandphysicalexercise”; physicalexerciseandschizophrenia”; “panicdiscorderandphysicalexercise”; para as bases em inglês, posteriormente “depressão e exercício físico e fisiopatologia”; “ansiedade e exercício físico”; “exercício físico e esquizofrenia”; “síndrome do pânico e exercício físico”; para as bases em português.

Após este processo, foram estabelecidos os critérios de inclusão e exclusão, para a seleção do conteúdo teórico encontrado nas bases de dados. Assim, foram selecionados (critérios de inclusão) os artigos que se enquadravam nas seguintes determinações: Ser compatível com o tema. Ser um trabalho qualitativo ou quantitativo; poderia incluir qualquer tipo de população: gêneros e idades diversificados.

Da mesma forma, não foram inclusos os artigos (critérios de exclusão) que se enquadrassem nas seguintes determinações: Não realizaram intervenção com exercício físico ou atividade física e que não trabalhou com as patologias em questão.

Após esses procedimentos (levantamento bibliográfico), obteve-se o arcabouço bibliográfico para o trabalho. Este trabalho foi então associado ao fichamento e à documentação do que foi lido, abrangendo as informações relevantes ao estudo em questão. O material fichado foi então organizado dentro de seções ou subseções, dentro do assunto a ser estudado, e ocorreu o cruzamento das ideias de diversos autores sobre cada tema.

Fez-se a leitura de resumos e artigos pertinentes ao assunto, encontrados nestas bases de dados, para ser de conhecimento à pesquisadora quais eram os temas que estavam sendo abordados neste estudo. Selecionaram-se os artigos de interesse para a pesquisa.

REVISÃO DE LITERATURA

ANSIEDADE

Segundo APA (American PsiquiatricAssociation – 2014), a ansiedade consiste em uma antecipação de ameaça futura, sendo mais frequente associada a uma tensão muscular e vigilâncias permanentes em preparação para um perigo, aliado a comportamentos de cautela ou esquiva. O transtorno ansioso configura-se por uma dificuldade de relacionamento interpessoal, baixa autoestima e vitimização (FERNANDES et al., 2014), sendo um estado psicológico e fisiológico caracterizado por componentes somáticos (emocionais, cognitivos e/ou comportamentais) (CUNHA, 2013). Sua manifestação fisiológica é representada por meio do SN Simpático e Parassimpático, onde os níveis de energia do corpo são controlados para que a ação de luta e fuga seja preparada (MORAES; SILVA, 2015).

A hipótese fisiológica mais aceita para a origem da doença ocorre quando um antagonista benzodiazepínico reduz ou bloqueia a sensibilidade do sítio de ligação com o ácido gama-aminobutírico (GABA) causando a ansiedade. De acordo com Thirlaway e Benton (1992), é possível identificar a emoção da ansiedade ocorrendo em três níveis: reações fisiológicas (alteração nos batimentos cardíacos, na respiração etc.), sentimento (vivência de medo e apreensão) e pensamentos catastróficos.Entre os sintomas mais frequentes estão: taquicardia, distúrbios de sono, sudorese, vertigens, distúrbios gastrintestinais e náuseas (HOLLANDER, 1994).

DEPRESSÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde (2010), a depressão é dos mais sérios problemas de Saúde Pública no século XXI. Estima-se que 17% das pessoas adultas sofram de depressão em algum período da sua vida.

A depressão é uma condição clássica que é representada pelo transtorno depressivo maior. Ele é caracterizado por episódios distintos de pelo menos duas semanas de duração (embora a maioria dos episódios dure um tempo consideravelmente maior) envolvendo alterações nítidas no afeto, na cognição e em funções neurovegetativas, e remissões interepisódicas. (Manual Diagnóstico e Estatístico da Associação Psiquiátrica Americana em sua quinta edição – DSM-V, 2014).

Os critérios diagnósticos de acordo com o DSM-V são humor deprimido na maior parte do dia (crianças e adolescentes pode ser humor irritável); acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia; perda ou ganho significativo de peso, sem estar fazendo dieta; insônia ou hipersonia quase todos os dias; fadiga ou perda de energia quase todos os dias; sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada e pensamentos recorrentes de morte (não somente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico.

Estudos afirmam que a dopamina tem associação fisiopatológica com os sintomas associados à depressão e à motricidade.

Conforme Comicb (2013) citado por Darabas (2016), a dopamina é um neurotransmissor sintetizado a partir de uma modificação enzimática de um aminoácido chamado tirosina. Este neurotransmissor tem a função cerebral associada com a motivação, a atenção, a recompensa e os sentimentos de prazer. Do mesmo modo que a serotonina ou 5-hidroxitriptamina (5-HT), que também é um neurotransmissor que existe naturalmente no cérebro, possuindo a função de conduzir a transmissão de uma célula nervosa (neurônio) para outra. A falta dessa substância pode resultar em carência de emoção racional, sentimentos de irritabilidade e menos valia crises de choro, alterações do sono e uma série de outros problemas emocionais.

A depressão precisa ser compreendida e tratada em toda sua complexidade, visto o imensurável transtorno que essa doença causa na vida de seus portadores e familiares. O acesso a informações dos benefícios preventivos e de tratamento aumentaria a procura pela prática da atividade física. A depressão causa estragos tão grandes que qualquer alternativa comprovadamente eficaz seria aceita por aqueles que sofrem dela. (GODINHO, 2016).

ESQUIZOFRENIA

O suicídio vem sendo o enfoque principal no que se diz respeito à mortalidade em pacientes com esquizofrenia, entretanto estudos mostram que entre as causas mais comuns de morte nesses pacientes, estão as doenças respiratórias, acidente vascular cerebral e infarto do miocárdio (NEWMAN, BLAND, 1991).

De acordo com MauerbergCastro (2011), a esquizofrenia é o transtorno mais comum do grupo de psicoses e é caracterizada pela incapacidade de expressão e comunicação, por afetividade inadequada ou por destruição da afetividade. “Esquizofrenia significa fragmentação da personalidade” (Mauerbergcastro, 2011, pg. 228). Considerada uma patologia complexa, apresenta manifestações psicopatológicas variadas em relação à percepção, emoção, comportamento, movimento e pensamento (SOUZA; COUTINHO, 2006). Segundo Gabbard, Beck e Holmes (2007) existem na esquizofrenia dois principais grupos de sintomas: os positivos e os negativos. Aqueles ditos positivos são decorrentes uma distorção do funcionamento normal das funções psíquicas, como as alucinações (visuais, olfativas, auditivas). O doente passa a ouvir vozes, principalmente quando está sozinho ou tem sensações de formigamento ou de modificações em seu corpo. Os sintomas negativos são caracterizados pela diminuição ou perda das funções psíquicas e incluem a diminuição da afetividade e da motivação, a pobreza do discurso e o retraimento social (LOUZÃ NETO, 1996).

Na esquizofrenia ocorre desequilíbrio de neurotransmissores, dopamina e serotonina, principalmente, à qual seria responsável pelas manifestações da doença.

Os medicamentos antipsicóticos são utilizados então para reequilibrar esses sistemas de neurotransmissão (LOUZÃ NETO, 1999).

A causa, ou causas, para essa doença ainda continuam desconhecidas, sabendo-se que se trata de uma doença no cérebro com manifestações psíquicas. O que parece estar relacionado com o seu aparecimento são fatores hereditários e ambientais (LOUZÃ NETO, 1999).

Ainda não se conhecem as causas exatas da esquizofrenia. Sabe-se que a hereditariedade é um fator importante, pois pessoas que têm um familiar com esquizofrenia têm maior chance de desenvolver a doença, mas ainda não se conhecem os genes envolvidos.

TRANSTORNO DE PÂNICO

A síndrome do pânico ou também transtorno de pânico, é um distúrbio psicológico que provoca na pessoa acometida, episódios repentinos e recorrentes de forte ansiedade e medo, acompanhado de uma série de reações físicas e emocionais como pavor, nítida sensação de que vai morrer enlouquecer, perder o controle (BRITES 2008).

A Sociedade Brasileira de Psiquiatria (2003) fala que a síndrome do pânico é uma doença psiquiátrica causada por um desequilíbrio químico no cérebro que impede a captação normal da serotonina e dispara sem motivo aparente o Sistema Nervoso Simpático, produzindo noradrenalina em grandes quantidades, provocando assim, sintomas físicos reais como taquicardia, tremores, sudorese, náusea, tensão muscular, parestesia (formigamentos) e algumas distorções de percepção, como a sensação de que a situação não é real, por exemplo.

Sheehan (2000) explana:

O transtorno ou síndrome do pânico implica a vivência inadequada de um elevado estado de excitação equivalente ao que o corpo produziria na preparação para enfrentar um perigo real ou fugir dele. Essa resposta hiper-reativa do sistema nervoso autônomo pode levar a pessoa a sentir sintomas físicos associados à reação de ‘lutar ou fugir’ em situações cotidianas completamente inofensivas. (SHEEHAN, 2000, p. 15).

Os sintomas psíquicos encontram-se o medo intenso (de morrer, de perder o controle, de enlouquecer) e sensações de irrealidade ou estranheza referidas ao ambiente (“desrealização”) ou a si mesmo (“despersonalização”) e a ocorrência simultânea de quatro sintomas, dentre os acima descriminados, são suficientes para demonstrar a existência da doença (BIRCHALL; BRANDON; TAUB, 2000).

De acordo com os critérios da American Psychiatric Association, (1994) para o diagnóstico de crise de pânico devem estar presentes quatro ou mais dos sintomas listados acima, os quais se iniciam agudamente e atingem sua máxima intensidade dentro de uns dez minutos, esvanecendo-se num período variável deminutos a uma ou duas horas.

De acordo com Kapczinski (2004), os ataques de pânico em geral têm uma duração de 20 a 40 minutos e são seguidas de sensações de cansaço, fraqueza, pernas bambas, como após um esforço físico intenso ou um grande susto. Depois de chorar, descansar ou dormir um pouco, o indivíduo volta ao normal.

Resultados das buscas nas bases de dados através das palavras-chave

Bases de Dados Ansiedade e Exercício Físico Depressão e Exercício Físico Esquizofrenia e Exercício Físico Síndrome do Pânico e Exercício Físico
Enc. Rel. Util. Enc. Rel. Util. Enc. Rel. Util. Enc. Rel. Util.
Google Scholar 1977 10 2 267 19 8 484 93 3 7340 41 3
PubMed 0 0 0 73 10 0 648 144 1 92 18 0
SciELO 46 3 1 135 7 3 373 0 0 3 3 0
Total 2023 13 3 475 36 11 1505 237 4 7435 62 3

Fonte: Autores.

Legendas:Enc: Encontrados; Rel: Relacionados; Util: Utilizados.

RESULTADOS

No quadro, listaram-se as bases de dados que trouxeram referências nas pesquisas sobre o tema em questão e colocou-se o número encontrado em cada uma delas, somando-se um total de 348 artigos relacionados ao tema. Foram aplicados os critérios de inclusão e não inclusão anteriormente descrita em “metodologia”. Contabilizando um total de 19 artigos retirados para o desenvolvimento da pesquisa.

Os quadros a seguir, ilustra um resumo dos estudos apresentados, com as seguintes características: Tema/autor; Objetivo; Metodologia; Resultados e Conclusão.

Quadro 1 – Artigos de pesquisa de campo

Artigo/Autor Objetivo Metodologia Resultado Conclusão
Efeitos do exercício físico e da atividade física na depressão e ansiedade em indivíduos idosos.CHEIK (2003) Avaliar a influência do exercício físico e da atividade física, nos aspectos psicológicos (índices indicativos para depressão e ansiedade), em idosos com mais de 60 anos. 54 idosos saudáveis (66,85 ± 4,42 anos), de ambos os sexos, que foram subdivididos em 3 grupos: Grupo A – controle; Grupo B – grupo de Desportistas; Grupo C – grupo de lazer; Na avaliação inicial foram aplicados o Inventário Beck (indicativos de depressão) e o Idate Traço/Estado (ansiedade), também foram realizados um teste ergométrico com eletrocardiograma (para estimativa do VO2) e exames laboratoriais. Não foram observadas alterações significativas nos escores de nenhum grupo, permanecendo sua classificação de baixo grau de ansiedade inalterada. Práticas regulares de exercícios físicos orientados são indicadas para a depressão e ansiedade em idosos com mais de 60 anos.
Escores de depressão, ansiedade e qualidade de vida em idosos após um programa de exercícios aeróbios.ANTUNES (2005)  Examinar o efeito de um programa de exercício físico aeróbio na intensidade do limiar ventilatório-1 nos escores indicativos de depressão e ansiedade e na qualidade de vida de idosos saudáveis. 46 voluntários sedentários saudáveis com idades (66,97 ± 4,80), que foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos: 1- Controle (orientados a não alterar suas atividades rotineiras e a não se engajar em um programa de exercício físico) e 2- Experimental (participantes de programa de exercício em bicicleta ergométrica, três vezes por semana, em dias alternados, na intensidade do VT-1, por seis meses). Submetidos a uma avaliação pelas escalas: GDS (depressão),STAI traço/estado (ansiedade) e SF-36 (qualidade de vida). O grupo experimental obteve redução dos escores de depressão e ansiedade e aumento da qualidade de vida, enquanto que no grupo controle não foram observadas alterações. Programa de exercício em bicicleta ergométrica na intensidade do VT-1 é suficiente para promover modificações favoráveis nos escores indicativos de depressão e ansiedade e melhorar a qualidade de vida de idosos.
Percepção dos praticantes de exercício físico sobre a relação entre a prática regular do exercício e a diminuição do grau de depressão.GODINHO (2016) Detectar os principais benefícios psicofisiológicos da prática regular do exercício físico. 102 pessoas de idade entre 20 a 65 anos, indivíduos que praticam exercício físico de forma regular, no mínimo 3 vezes por semana (seja em projeto social de esporte e lazer ou em academias), que precisavam está ativos por um período mínimo de 6 meses, e pessoas que praticavam exercício físico de forma irregular orientado, classificados como insuficientemente ativos e sedentários segundo a classificação do IPAQ-versão curta (objetivo de identificar o nível de atividade física), utilizando o Inventário de Beck (para mensurar o nível de depressão). Níveis leves de depressão nos dois grupos e nível moderado nas mulheres que não praticavam nenhum exercício orientado. Pessoas que praticam exercício físico de forma regular podem estar mais protegidas contra desordens depressivas, além de poder proporcionar uma diminuição no grau de depressão.
Atividade física e esquizofrenia: Percepção dos pais ou responsáveis. SLOBODA (2002) Investigar a prática da atividade física no cotidiano do familiar esquizofrênico, considerando a percepção dos pais ou responsáveis. 75 familiares esquizofrênicos (46 homens e 29 mulheres), com idades entre 13 e 66 anos. Na coleta de dados utilizou-se uma entrevista, tendo como informantes os pais ou responsáveis pelos Familiares Esquizofrênicos. No tratamento estatístico utilizou-se a análise descritiva (distribuição em frequências e percentagens) e medidas de associação qui quadrado (÷²). Os valores percentuais de Familiares Esquizofrênicos que praticavam atividade física foram respectivamente 25,3%. Os resultados mostraram que do total da amostra pesquisada (75 indivíduos), somente 19 FEs faziam atividade física. A caminhada foi o tipo de atividade física mais praticada, citada pelos informantes (60,0%), com o grau de intensidade, de leve a moderado, com uma frequência quase diária e com uma duração de 30 a 90 minutos.
Aplicação da musculação em pessoas com ansiedade, depressão e síndrome do pânico.ARCOS (2014) Compreender até que ponto a prática regular de musculação contribui para o controle e prevenção de ansiedade, depressão e síndrome do pânico. 10 pessoas do gênero feminino com idade entre 30 a 65 anos, realizando um treinamento de musculação três vezes semanal durante o período de 90 dias. Foram aplicados dois questionários, escala de depressão de Beck (pré e pós-treinamento). Com a prática regular da musculação moderada, obtivemos benefícios significativos, reduzindo as probabilidades dos indivíduos portadores de ansiedade, depressão e síndrome do pânico ter crises demasiadas. Treinamento de musculação com intensidade moderada obtém resultados satisfatórios, devido à liberação de alguns hormônios de suma importância para estes sujeitos, uma proposta é adequar esse treinamento na mesma intensidade, mas durante um longo prazo e diversificando os exercícios propostos.
Treinamento de força diminui os sintomas depressivos e melhora a qualidade de vida relacionada à saúde em idosas. BRUNONI (2015) Avaliar os efeitos do treinamento de força, com prescrição baseada na percepção de esforço, nos sintomas depressivos e na Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS)de idosas. 24 idosas (idade de 65,6 ± 4,5 anos), submetidas a um treinamento de força duas vezes por semana, durante 12 semanas com intensidade prescrita através da escala de percepção de esforço de BORG. Utilizou-se a escala de depressão geriátrica (EDG) para rastreio de dos sintomas depressivos. Para avaliação da QVRS, utilizaram-se o Questionário de Qualidade de Vida Short Form-36 (SF-36). Para comparação das variáveis pré e pós-treinamento foi utilizado o teste de Wilcoxon. Foi encontrada uma redução dos sintomas depressivos, bem como da frequência de idosas com pontuação indicativa de episódio depressivo atual, após o treinamento de força. O treinamento de força, baseado na percepção de esforço, foi um método efetivo para uma redução nos sintomas de depressivos das participantes bem como para melhorada QVRS relacionada à saúde nas seguintes subescalas do SF-36: vitalidade, capacidade funcional, estado geral da saúde e saúde mental em idosas.
Eficácia do exercício físico nos sintomas de pacientes com depressão. BARBANTI (2012) Verificar a melhora dos sintomas depressivos em pacientes com depressão que participaram em exercícios físicos avaliados através do Inventário de Depressão de Beck (BDI). 64 pacientes entre 20 e 60 anos de ambos os sexos (44 do sexo feminino e 20 do sexo masculino. Todos os participantes com depressão tomavam medicamentos e realizaram as atividades. O Inventário de Depressão de Beck (1988) é provavelmente a medida de auto avaliação de depressão mais amplamente  usada tanto em pesquisa como em clínica. Pode-se verificar que na prescrição do exercício para pacientes com depressão as atividades estimulam a melhora dos sintomas da depressão. Os exercícios produzem mudanças positivas nos sintomas de depressão: falta de satisfação, tristeza, auto acusações, irritabilidade, indecisão, fadiga, e distúrbio do sono.
Relação entre exercício físico, depressão e índice de massa corporal.VASCONCELOS-RAPOSO (2009) Conhecer a relação entre o exercício físico, a depressão e o índice de massa corporal (IMC). 175 participantes (43 do sexo masculino e 132 do sexo feminino) com idades compreendidas entre os 18 e 27 anos. Os instrumentos utilizados foram o Inventário de Depressão de Beck (BDI), numa versão adaptada e validada para a língua portuguesa, e uma adaptação da escala de exercício físico proposta por Prochaska, Sallis, e Long (2001). Apontam para uma correlação negativa entre o exercício físico e a depressão, com significância estatística. Confirmaram-se estudos prévios que evidenciaram os efeitos positivos do exercício físico sobre a depressão.
Exercício físico resistido crônico promove regulação da pressão arterial e pode influenciar na recuperação da síndrome do pânico: Estudo de caso.CANÁRIO (2009) Comparar as respostas da pressão arterial e o comportamento da síndrome do pânico em um estudo de caso. O estudo foi realizado com uma pessoa do gênero feminino, com faixa etária de 56 anos, 74,2 kg, 153 cm de estatura, obesa (IMC= 32), portadora de síndrome do pânico, utilizando-se o protocolo de Guedes (1985) e antes de iniciar o programa de treinamento, a mesma foi submetida a um teste ergométrico. Foram avaliados de forma subjetiva, podendo-se verificar uma melhoria dos sinais e sintomas desta patologia na voluntária. Os exercícios resistidos em forma de circuito, em intensidade moderada, realizado três vezes por semana diminui a pressão arterial após vinte e quatro sessões de treinamento.
Preferências de atividade física de indivíduos diagnosticados com esquizofrenia ou transtorno bipolar. SUBRAMANIAPILLAI (2016) Determinar se há diferenças nas preferências de PA entre indivíduos diagnosticados com diferentes distúrbios psiquiátricos, em particular esquizofrenia ou transtorno bipolar (BD). 100 pacientes com esquizofrenia, sendo  os participantes divididos em 3 programas: Programa A (não proporcionaria nenhuma atividade fitness). No Programa B (os participantes recebem ferramentas de monitoramento e associações de ginástica). E Programa C (os participantes seguem um programa predeterminado uma vez por semana durante 12 semanas que inclui uma sessão de PA aeróbica e um componente educacional). Mini International Neuropsychiatric Interview (para confirmar os diagnósticos de esquizofrenia) Não houve diferenças estatísticas entre grupos em qualquer recurso de design de PA preferido entre aqueles diagnosticados com esquizofrenia ou BD. Essas descobertas podem ser usadas para adaptar uma intervenção de atividade física para adultos com esquizofrenia ou BD.

Quadro 2 – Artigos de revisão de literatura

Artigo/Autor Objetivo Metodologia Resultados Conclusão
Transtornos de ansiedade
e Exercício físico.
ARAÚJO (2007)
Revisão de artigos que discutem a influência do exercício físico nos transtornos de ansiedade. Foi realizada uma pesquisa no Medline, no período de 1966 a 2006, utilizando-se os descritores: anxiety, panic, phobicdisorders, exercise, physical fitness, além de referências cruzadas dos artigos selecionados e análise adicional de referências na literatura específica do tema. Os achados demonstram desenhos heterogêneos assim como limitações metodológicas. As publicações mais recentes são promissoras e acenam para a utilização de exercício físico aeróbio como auxiliares das terapêuticas tradicionais no tratamento dos transtornos de ansiedade. Verificou-se que os exercícios aeróbios cuja intensidade não ultrapasse o limiar de lactato podem ser o mais apropriado.
Os benefícios da atividade física para indivíduos portadores de depressão.OLIVEIRA (2016) Identificar os benefícios da atividade física para indivíduos portadores de depressão. Serão livros, artigos científicos, revistas cientificas conceituadas, periódicos e sites especializados, com os seguintes descritores: benefícios da atividade física e depressão, atividade física e qualidade de vida, neurociência e depressão, psiquiatria e depressão. A atividade física é um dos tratamentos não farmacológicos para pessoas acometidas por distúrbios mentais e principalmente com a depressão, pois estudos asseguraram que a atividade física em intensidade moderada é benéfica na depressão leve, sendo também, juntamente com os psicotrópicos receitados pelos médicos, complemento para o tratamento da depressão severa. Orienta-se uma prática multidisciplinar entre os profissionais de saúde, visando o melhor tratamento para o paciente.
Possíveis relações entre esquizofrenia e atividade física: Uma Revisão Temática.FERREIRA (2012) Salientar as dificuldades e a importância da atividade física no auxílio do tratamento de doenças mentais, mais especificamente da esquizofrenia. Palavras-chave: Práticas Corporais, Transtornos Mentais, Qualidade de Vida, Doença Neurodegenerativa, Saúde. Com a utilização de atividades físicas é demonstrado ser um método eficaz e importante na aquisição de benefícios psicológicos e fisiológicos, a qual proporciona melhores condições de saúde e qualidade de vida. Com relação à melhora de sintomas específicos da esquizofrenia, não é possível afirmar que a atividade física pode cessar o seu aparecimento.
Transtorno do pânico e exercício físico, uma revisão de literatura.CASANOVA (2009) Visa subsidiar o profissional da área de Educação Física no tratamento desses sujeitos e ao mesmo tempo permitindo um novo campo de atuação. Foram pesquisadas as seguintes bases de dados: Medline, Psycinfo, Biological Abstracts, Bireme, Lilacs, Scielo, Web of Science e Web Spirs. Se concentrou entre os anos de 1986 à 2008, utilizou-se as palavras-chave “upheaval of panic” para as bases em inglês, posteriormente “transtorno do pânico” para as bases em português e finalmente “transtorno del pánico” para as bases em espanhol. Os exercícios físicos com intensidade alta (acima do limiar de lactato) devem ser evitados, bem como treinamentos intervalados que propiciam as sensações semelhantes aos ataques. Os exercícios físicos aeróbios são os mais indicados para promover melhora da aptidão física e dos sintomas normalmente observados. Entretanto devem ser prescritos com um volume (tempo ou distância) baixo ou moderado, ou seja, sem ultrapassar o limiar de lactato.
Efeitos psicofisiológicos do exercício físico em pacientes com transtornos de ansiedade e depressão.BATISTA (2016) Revisar estudos sobre o efeito do exercício físico no comportamento de pessoas com ansiedade e depressão e entender os mecanismos neurofisiológicos e seus fatores psicofisiológicos e psicossociais. As principais fontes de estudo livros, artigos de revistas advindos de buscas interativas às bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde, US National Library of Medicine and National Institute of Health, Scientific Eletronic Library Online, publicações preferencialmente a partir de janeiro de 2006. O exercício físico no cronograma terapêutico do depressivo ou ansioso apresentou melhoras significativas e, sua interrupção, provocou retrocesso no processo de reabilitação. Promove “efeitos colaterais” como melhora sobre parâmetros crônicos como diabetes e hipertensão (recorrentes em vários depressivos e ansiosos), e prevenir doenças como o câncer, osteoporose e o AVC.
O efeito antidepressivo do exercício físico em indivíduos com transtornos mentais.PULCINELLI (2010) Revisar estudos que investigaram a ação antidepressiva do exercício físico no tratamento terapêutico de transtornos mentais. O levantamento bibliográfico foi realizado na base de dados Medline, Embase, Sport Discus, PsycLit, PsicoInfo, WebSciense, usando os seguintes unitermos: physical exercise, physical activity, mental heath, mental disorder, depression. Consultados estudos publicados entre os anos 2000 e 2009 Aparentemente não há impedimentos quanto aoemprego do exercício físico (principalmente o aeróbico) como meio terapêutico adjunto ao tratamento psiquiátrico. É apropriado recomendar o exercício físico em combinação os tratamentos psiquiátricos tradicionais.
Importância da pratica de exercício físico regular para pessoas com depressão.DARABAS (2016) Investigar como o exercício físico pode contribuir para a saúde e qualidade de vida das pessoas com depressão. Bases de dados Scielo/Pubmed, Medline (Bireme), LivRe e de livros técnicos, utilizadas palavras-chave combinadas como: exercício físico, depressão, exercício físico com a depressão e benefícios do exercício físico,priorizadas as publicações feitas a partir do ano 2000. Pode-se constatar que o exercício físico, como auxiliar no combate à depressão, gera resultados fisiológicos, psicológicos e no convívio social dos doentes. Um programa de exercício físico prazeroso e que favoreça o convívio social das pessoas acometidas pela depressão é um aspecto muito importante a ser considerado, pois o aumento dos relacionamentos sociais para estes indivíduos favorece a diminuição dos sintomas da doença.
O exercício físico e os aspectos psicobiológicos.MELLO (2005) Trazer parte dos estudos sobre um assunto pouco explorado: a relação entre o exercício físico e os aspectos psicobiológicos. Palavras-chave: Psicobiologia. Atividade física. Sono. Memória. Dependência e depressão. Exercício físico sistematizado pode acarretar diversos benefícios tanto na esfera física quanto mental do ser humano, proporcionando uma melhor qualidade de vida. O exercício físico provoca alterações fisiológicas, bioquímicas e psicológicas,portanto, pode ser considerado uma intervenção não medicamentosa para o tratamento de distúrbios relacionados aos aspectos psicobiológicos.
A atividade física na saúde mental: uma revisão de literatura.PARSANEZE (2013) Analisar resultados dos estudos que demonstraram os benefícios da atividade física para indivíduos com transtornos psiquiátricos. Bases de dados foram utilizadas: OneFile (GALE; SciELO, CrossRef; Directoryof Open Access Journals, DOAJ, SciELOBrazil, ScientificElectronic Library Online), Dialnet, MEDLINE (NLM), Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal, Sci Verse Science Direct (Elsevier). Foram usados os seguintes descritores para localização das referências “saúde mental e atividade física“, “doença mental e atividade física“, “esquizofrenia e atividade física“, “transtorno psiquiátrico e atividade física“, “transtorno bipolar e atividade física“. Um programa de atividade física é importante na prevenção e tratamentos de problemas secundários, tais como: ganho de peso, dislipidemia e hipertensão arterial, aumentando o risco para a incidência de diabetes melitus e doença cardiovascular. A atividade física demonstra ser um aliado importante no tratamento da saúde e reinserção social desses indivíduos.

DISCUSSÃO

Alguns autores não apontam diferenças entre atividade e exercício físico. No entanto, vale destacar a importância do discernimento entre o conceito de Atividade Física que é uma expressão genérica que pode ser definida como qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso, e do Exercício Físico (um dos seus principais componentes), que é uma atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem como objetivo final ou intermediário aumentar ou manter a saúde/aptidão física (CHEIKE, 2003).

Paralelamente às terapias medicamentosas, têm sido sugeridas outras formas de tratamento, dentre elas, a prática de exercício físico que, em vários casos, tem efeitos similares ao uso de remédios e terapias (NACI; IOANNIDIS, 2013). Segundo Marin-Neto (1995), durante a realização de exercício físico, ocorre liberação de substâncias pelo organismo, propiciando um efeito tranquilizante e analgésico no praticante regular, que frequentemente se beneficia de um efeito relaxante pós-esforço e, em geral, consegue manter-se um estado de equilíbrio psicossocial mais estável frente às ameaças do meio externo.No que concerne aspectos fisiológicos temos: o aumento no transporte de oxigênio para o cérebro, a síntese e a degradação de neurotransmissores, liberação de serotonina e diminuição da viscosidade sanguínea (MELLO et al., 2005). No nível psicológico, ocorre a diminuição da ansiedade, melhora na autoestima e cognição, além de reduzir o stress (PEREIRA, 2013).

Os autores afirmam que os exercícios podem trazer benefícios para as pessoas com distúrbios psicológicos, e demostra ser um aliado importante no tratamento da saúde e reinserção social desses indivíduos. Pois estes, além de ingerirem altas doses de medicamentos, costumam ser sedentários e propensos ao desenvolvimento da Síndrome metabólica (LEIBOVICH, 2007).

A InternationalFederationof Sport Medicine (FIMS) 1992, e a InternationalSocietyof Sport Psychology (ISSP) (1992), também reconhecem a importância da prática de exercícios físicos para a saúde e seus benefícios psicológicos positivos, tanto em indivíduos sadios quanto naqueles com os mais variados tipos de patologias.

Para Blasco (2000), a maioria dos estudos considera a hipótese de que o exercício reduz os sintomas de estresse psicológico e fisiológico.Guszkowska (2004), as melhorias no estado psicológico podem ser obtidas através de exercícios aeróbicos que envolvem grandes grupos musculares (Jogging, natação, ciclismo, caminhada), de intensidade moderada e baixa. Eles devem ser realizados de 15 a 30 minutos e, preferencialmente, de três a cinco vezes por semana em programas de duração superior a 10 semanas.

De acordo com Faulkner e Taylor (2009), o tipo e a quantidade de exercícios físicos voltados à promoção da saúde mental devem ser individualizados e supervisionados abrangendo exercícios aeróbicos e de força muscular.

Em relação ao desenvolvimento dos exercícios anaeróbicos, pesquisas prescrevem programas compostos por 10/12 exercícios de força envolvendo vários e grupos musculares, com uma sobrecarga entre os 60-85% da força máxima, com 6-16 repetições e que ocorram pelo menos três vezes por semana durante pelo menos oito semanas (LANDAAS, 2005). Para Marzoline et al. (2009), quando combinado com exercícios de força, o exercício aeróbico mostrou ser eficaz para a regulação da glicose, ganho de massa muscular, redução da massa gorda e ganho de força muscular e capacidade aeróbica.

Os fatos científicos não são conclusivos quanto à intensidade, e exercícios de baixa à moderada foram os mais observados. Entre tanto, estudo realizado por Martinsen et al (1998) demonstraram que 59 pacientes diagnosticados com o transtorno do pânico toleraram a prática de exercícios físicos vigorosos que produzem elevados níveis de lactato sanguíneo (média de 10,7 mmol/l), em comparação com estudos que utilizaram de 5 a 6 mml/l de infusão de lactato.

Analisados em conjunto, estes estudos sugeriram que indivíduos com transtorno do pânico são tolerantes à exposição aguda ao exercício físico (sessão única).

Algumas pesquisas sugerem que exercícios físicos podem auxiliar na terapia de reabilitação em pacientes com distúrbios psicológicos (ANTUNES,2001), (FOX, 1994), (MARIN-NETO, 1995), (MARQUEZ FILHO, 1995), (McARDLE, 1992), atuando como catalisador de relacionamento interpessoal e estimulando a superação de pequenos desafios (ANTUNES, 2001).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora seja confirmada a relação benéfica entre exercício físico e as patologias, o mesmo não se apresenta como fator de cura, ou seja, age como coadjuvante no tratamento dos distúrbios psicológicos.  Segundo os estudos analisados, os exercícios físicos aeróbios são indicados com maior frequência, sendo também que, os exercícios resistidos contribuem, desde que aplicados moderadamente, resultando numa série de alterações fisiológicas e bioquímicas envolvidas com a liberação e ativação de neurotransmissores e receptores específicos auxiliando a redução do quadro, o equilíbrio entre eles, proporciona bem-estar, humor, sensação de prazer, melhora do sono, autoestima entre outros. Além de promover melhoria dos sintomas, o exercício físico é promissor em termos de saúde pública diminuem gastos com remédios e com tratamentos cognitivo-comportamentais e, também, os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos.

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[1] Orientadora, Bacharel em Fisioterapia pelo UniÍtalo, Especialista em Anatomia Macroscópica pelo Centro Universitário São Camilo, Mestranda em Farmacologia e Fisiologia pela UNIFESP, Docente do Curso de Educação Física do UniÍtalo.

[2] Discentes do Curso de Educação Física – UniÍtalo.

[3] Discentes do Curso de Educação Física – UniÍtalo.

[4] Discentes do Curso de Educação Física – UniÍtalo.

[5] Discentes do Curso de Educação Física – UniÍtalo.

[6] Discentes do Curso de Educação Física – UniÍtalo.

[7] Discentes do Curso de Educação Física – UniÍtalo.

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Daniel Vitor Lima Santana

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