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Conscientização dos Ribeirinhos sobre a Importância da Preservação Ambiental do Rio Manso

RC: 19233
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/meio-ambiente/ribeirinhos

CONTEÚDO

GUIMARÃES, Ueudison Alves [1]

GUIMARÃES, Ueudison Alves. Conscientização dos Ribeirinhos sobre a Importância da Preservação Ambiental do Rio Manso. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 08, Vol. 11, pp. 39-48, Agosto de 2018. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/meio-ambiente/ribeirinhos, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/meio-ambiente/ribeirinhos

RESUMO

O presente artigo apresenta uma reflexão sobre como se pode relacionar e preservar de forma coesa, sem prejuízos para ambas as partes na questão em que envolve Educação Ambiental e uso dos recursos hídricos junto à modernização e desenvolvimento da construção de casas às margens do rio Manso, conhecido também como rio das Mortes. Os dados foram coletados a partir de questionários, palestras e visitas realizadas aos ribeirinhos que residem às margens do rio. Foram realizados estudos de conscientização com os residentes. Em cada pesqueiro foram realizadas as intervenções com os moradores propiciando um aprendizado presente e futuro sobre a importância da preservação do meio natural. Os resultados obtidos foram significantes, pois ajudarão na modificação do modo de ver os fatos e, por conseguinte isto pode levar a uma mudança de pensamentos e atitudes de vários ribeirinhos com relação a preservação das margens do rio, evitando futuros problemas ambientais.

Palavras-chave: Educação Ambiental, Modernização, Ribeirinhos, Aprendizado, Meio Natural.

1. INTRODUÇÃO

Este projeto tem como objetivo mostrar a importância do rio Manso para o município de Nova Nazaré-MT e consecutivamente aos ribeirinhos que residem à sua margem. Sendo que o rio é formado por uma complexa e variada biodiversidade que precisa ser preservada para manter sua originalidade natural.

Alvarenga (2004) ressalta que, as matas ciliares também conhecidas como vegetação ripária ou de galeria, consistem na flora existente às margens de cursos d’água. Essa vegetação ajuda na manutenção da qualidade da água e da estabilidade do solo para evitar processos erosivos, proteção dos cursos d’água do rio e fornecimento de alimento para os seres aquáticos e terrestres. Contribuem também para manter a estabilidade térmica da água e permitem a criação de caminhos para os animais silvestres.

Trabalhos e estudos voltados à preservação, recuperação e manutenção de matas ciliares são relevantes, considerando que a destruição destas áreas gera impactos na vida da população dependente desse equilíbrio ambiental, afetando todo um ciclo de vida situado nesta localidade. Devemos ter a ciência sobre a importância de passarmos aos ribeirinhos métodos e maneiras educacionais voltados para a preservação do meio natural no qual ele está inserido.

Nesse contexto, a compreensão das interações homem-natureza e de seus impactos pode ocorrer através da percepção ambiental, que permite a obtenção de conhecimentos socialmente elaborados e compartilhados, capazes de contribuir para a construção de uma nova realidade (JODELET, 2001). A percepção ambiental tem se destacado como fenômeno que associa a psicologia com a sociologia e a ecologia, auxiliando na compreensão das expectativas, satisfações e insatisfações da população no tocante ao meio ambiente e aos ecossistemas, relacionados à qualidade de vida e bem-estar social (OKAMOTO, 1996).

Macedo (2005) especifica que, o uso da percepção ambiental permite identificar como o homem se relaciona com a natureza, compreendendo o grau de conscientização do mesmo, em relação à problemática ambiental.

Nessa circunstância, o presente ensinamento tem por objetivo analisar as percepções e relações que os moradores do entorno e das proximidades do rio Manso apresentam em relação à mata ciliar, bem como sua importância e fragilidade.

Nossa geração tem testemunhado um crescimento econômico e um processo precedente, os quais, ao tempo em que trouxeram benefícios para muitas pessoas produziram também sérias consequências e ambientais sociais. […] É absolutamente vital que os cidadãos de todo o mundo insistam a favor de medidas que darão suporte ao tipo de crescimento econômico que não traga repercussões prejudiciais para as pessoas, que não diminuam, de nenhuma maneira, as condições de vida e de qualidade do meio ambiente. É necessário encontrar meios de assegurar que nenhuma nação cresça ou se desenvolva às custas de outra nação, e que indivíduo aumente o seu consumo à custa da diminuição do consumo dos outros. Os recursos do mundo deveriam ser utilizados de um modo que beneficiasse toda a humanidade e proporcionasse a todos a possibilidade de aumento de qualidade de vida. Nós necessitamos de uma nova ética global (CARTA DE BELGRADO apud DIAS, 2004, p.101-102).

Este registro, define-se que a Educação Ambiental deve ser multidisciplinar, continuada, integrada às diferenças da região inserida e voltada para os interesses da área estudada, permitindo que os ribeirinhos passam a analisar os impactos que uma sociedade gera sobre as outras e sobre o ambiente global.

A reforma dos processos e sistemas educacionais é central para a contratação dessa nova ética de desenvolvimento e ordem econômica mundial. Governantes e planejadores podem ordenar mudanças e novas abordagens de desenvolvimento que possam melhorar as condições do mundo, mas tudo isso não se constituirá em soluções de curto prazo se a juventude não receber um novo tipo de educação. Isso vai requerer um novo e produtivo relacionamento entre estudantes e professores, entre a escola e a comunidade, entre o sistema educacional e a sociedade (CARTA DE BELGRADO apud DIAS, 2004, p.103)

Considerando o importante papel desempenhado pelas matas ciliares e pela água em nossas vidas, não é difícil imaginarmos os inúmeros e quase incalculáveis prejuízos que a destruição das matas e a falta da água pode causar para os seres vivos. Além dos problemas de saúde, temos a desertificação do solo, assoreamento dos rios e posteriormente causando também uma redução na produção dos alimentos que são utilizados na maioria das vezes para a própria subsistência dos moradores.

De acordo com Martins (2009 apud DIAS, 2000), Educação Ambiental é definida como um processo no qual as pessoas aprendem como funciona o ambiente, como dependemos dele, como podemos interferir em seu equilíbrio e de que maneira podemos minimizar nossa interferência nesse sistema. Esta é um forte instrumento para garantir uma conservação futura dos recursos hídricos. Nos dias atuais, os indivíduos devem estar preparados para avaliar e identificar problemas ligados à questão ambiental.

Diante do trabalho exposto, pode-se dizer que um dos maiores instrumentos de controle da preservação das matas ciliares e qualidade da água do rio é a conscientização da população através da Educação Ambiental. Ressaltar também, que a escola é o principal veículo para informar e formar cidadãos conscientes que possuam um comportamento participativo para aderir métodos de Educação Ambiental.

Um objetivo fundamental da Educação Ambiental é lograr que os indivíduos e a coletividade compreendam a natureza complexa do meio ambiente natural e do meio criado pelo homem, resultante da integração de seus aspectos biológicos, físicos, sociais, econômicos e culturais, e adquiram os conhecimentos, os valores, os comportamentos e as habilidades práticas para participar responsável e eficazmente da prevenção e solução dos problemas ambientais e da gestão da questão da qualidade do meio ambiente. […] Para a realização de tais funções, essa educação deveria ter uma vinculação mais estreita entre os processos educativos e a realidade, estruturando suas atividades em torno dos problemas concretos que se impõem à comunidade; e enfocar a análise de tais problemas, através de uma perspectiva interdisciplinar e globalizadora, que permita uma compreensão adequada dos problemas ambientais (Dias, 2004, p.107).

Portanto, o presente projeto buscou levar conscientização com relação ao tratamento dado aos recursos hídricos. Na fase de formação, moradores devem ser preparados para lidar com os problemas ambientais que são cada vez, evidentes e pertinentes para a comunidade.

O artigo tem como visão consistir, valorizar e informar os moradores que residem às margens do rio Manso, sobre a importância da preservação das matas ciliares, qualidade da água, reconhecer a importância dos recursos hídricos, diagnosticar e classificar as condições básicas do recurso hídrico de sua comunidade, estudar as maneiras de conservação e preservação dos recursos hídricos, propor, desenvolver e aplicar a Educação Ambiental demonstrando problemas cotidianos relacionados às matas ciliares e água, incentivar os moradores a desenvolver princípios e maneiras que contribuem para o desenvolvimento da Educação Ambiental.

A educação Ambiental não deve ser tratada como algo longe da rotina dos ribeirinhos, mas como parte inerente de suas vidas. É de suma importância a conscientização da preservação do Meio Ambiente para a nossa vida e todos os seres vivos, afinal vivemos nele e necessitamos que todos os seus recursos naturais sejam sempre puros e preservados. A compreensão quanto a essa preservação deve ser repassada as pessoas mais idosas moradoras à margem do rio, dando prioridade para iniciar mais cedo com seus descendentes, pois é muito mais fácil fazer as crianças entenderem a importância da natureza e quando esse ensinamento inicia logo, elas com certeza vão crescer com essa ideia bem formada. Desenvolvi as atividades com os moradores de maneira bem superficial e interdisciplinar priorizando a participação e entendimento de todos.

Segundo Loureiro (2006), por meio da participação da sociedade é possível ampliar a relação educação-ambiente, onde estamos inseridos e de que somos parte, buscando alternativas para os problemas socioambientais. Neste conceito, a participação da comunidade é muito importante nas práticas da Educação Ambiental. Tendo uma visão de diferentes valores para que a comunidade inserida compreenda com clareza a importância de se fazer praticas educativas, buscando sanar danos futuros ao meio natural.

Segundo Trevisol (2010), diante da complexidade ambiental, o conhecimento é extremamente importante na construção de novos valores, novas autonomias, tanto no sentido de instigar as atitudes, bem como, de acentuar a compreensão das relações entre a humanidade e a qualidade ambiental.

A compreensão, conscientização e sensibilidade da sociedade estudada juntamente com a inserção da Educação Ambiental em relação a preservação da mata ciliar, buscando adquirir uma nova visão de sustentabilidade, mantendo o equilíbrio do meio natural, tendo uma vida saudável dos moradores e do próprio ecossistema.

De acordo com Morin (2000), o enfraquecimento da visão global conduz a diminuição da responsabilidade da sociedade, onde cada cidadão se torna responsável apenas por suas ações, desfazendo-se seus vínculos com a humanidade e, consequentemente despreocupar-se com o bem-estar de todos. Com isso, cada cidadão não deve apenas pensar em si, visto que este está inserido na sociedade e, esta necessita de ações em benefício de todos, bem como do ecossistema. Ainda, de acordo com o autor, o aumento da problemática ambiental resulta da expansão da tecnologia e do crescimento populacional, pois atualmente percebemos que, quanto mais um determinado local se desenvolve, mais degradação ocorre.

Para reduzir os danos ambientais há o surgimento de estudos, práticas e maneiras, que podem proporcionar uma harmonia equilibrado entre os ribeirinhos e o meio ambiente, buscando a preservação e manutenção dos recursos naturais.

2. MATERIAL E MÉTODO

2.1 ÁREA DE ESTUDO

A pesquisa e palestra foi realizada às margens do rio Manso, localizado a 10 quilômetros do município de Nova Nazaré-MT. Sendo uma área com grande potencial turístico. Possuindo uma infraestrutura voltada para o atendimento de turistas com grande número de pesqueiros para lazer, e tem como principal característica a pesca, importante para a sobrevivência de muitos de seus moradores locais.

A região, na qual está inserida a área de estudo, encontra-se sobre o clima tropical, com verão chuvoso e inverno seco. Devido às características físicas da região, e os remanescentes de vegetação, define que a vegetação original do local é formada pelo Cerrado.

2.2 INSTRUMENTO E PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

O referido estudo foi realizado em duas etapas com procedimentos sistemáticos para obtenção de dados e a análise histórica e cultural da relação dos ribeirinhos com o rio.

A primeira etapa foi realizada uma pesquisa onde participaram 20 moradores entre 18 e 60 anos. Foram aplicadas entrevistas, entre os meses de janeiro a junho de 2018, constituídas por 15 questões estruturadas, as quais abordaram aspectos relacionados à percepção que os moradores apresentam no que rege às modificações no uso das matas ciliares, importância do rio, destino de resíduos e alterações na paisagem. A análise da percepção ambiental dos ribeirinhos ocorreu por meio da identificação em seus discursos, da importância que este recurso hídrico representa para sua comunidade.

Para Boni (2005), o método de entrevistas, é utilizado quando se deseja obter o maior número possível de informações sobre determinado tema e também para obter um maior detalhamento do assunto em questão. A técnica de entrevistas atende principalmente finalidades exploratórias, sendo bastante utilizada para o detalhamento de questões e formulação mais precisas dos conceitos relacionados.

Na segunda etapa foi realizada uma palestra para toda a população ribeirinha, tendo apoio e participação ativa da Secretaria do Meio Ambiente do município, onde a mesma disponibilizou biólogos para ministrar os ensinamentos aos moradores.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO DE ESTUDO

Constatei que, na maioria, os entrevistados são economicamente ativos e trabalham em outros municípios.  A maioria dos entrevistados residem em outros munícipios, e a minoria reside às margens do rio. Em relação ao grau de escolaridade poucos moradores possuem curso superior, sendo que a maior parte tem apenas o ensino médio e fundamental, existindo também alguns analfabetos.

Os entrevistados em grande parte residem nos pesqueiros durante finais de semanas ou feriados, sendo poucos os que moram devidamente no local, pagando uma pessoa para cuidar do terreno, na qual efetuaram melhorias. Quando questionados sobre a aquisição de seus pesqueiros, foram unânimes em dizer que o terreno é próprio por compra e todas as residências possuem acesso à energia elétrica.

3.2 USO DO RIO E SUA RELAÇÃO AMBIENTAL

Em relação ao destino do lixo, todos os entrevistados afirmam que existe coleta na localidade feita pela prefeitura municipal. A coleta é feita somente para o lixo seco produzido sendo os próprios moradores responsáveis pelo lixo orgânico produzido.

Muitas famílias relataram que queimam o lixo orgânico o que acaba poluindo o solo, meio ambiente e o leito do rio, outras fazem o procedimento correto produzindo adubo orgânico usado em plantações de verduras e legumes para seu consumo.

A educação ambiental na escola é um instrumento eficaz para criar e aplicar formas sustentáveis de interação entre o homem e a natureza (SANTOS, 2007 e CUBA, 2010) e se apresenta como desafio nas reflexões propor­cionadas pela escola (ZAKRZEVSKI, 2004).

A utilização do adubo orgânico, produzido com lixo doméstico, aumenta as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo na produção de diferentes gêneros alimentícios. Entretanto, alguns ribeirinhos consideram a utilização de agrotóxicos como método mais alternativo e eficaz, levando o desperdício do lixo orgânico pela queima do mesmo acarretando danos ao meio natural.

De acordo com Machado (2003, p.131), a base empírica do conhecimento local da população sobre os rios de uma bacia hidrográfica deve ser valorizada, devido ao fato de possuir um forte valor socioambiental, pois a água faz parte da história dos indivíduos e da comunidade, ganhando sentidos simbólicos e culturais.

Infelizmente, em pleno século XXI, moradores locais, poder público e empresas privadas não levam em consideração conceitos básicos de preservação ao meio natural. Muitos moradores acabam construindo suas residências muito próximo às margens do rio danificando drasticamente a mata ciliar.

Segundo Ferreira, D. T. A. M. (2014, p. 82), “a falta de conhecimento e planejamento na instalação de alguns empreendimentos, associada a uma gama de normas técnicas que ignoram as relações simbólicas dos ribeirinhos com seu ambiente de construção cultural, acarreta inúmeras perdas como: o sofrimento gerado pela perda da paisagem, a falta de recursos naturais de uso cotidiano como a água, e às vezes a necessidade de mudar de seu local natural”

A falta de mata ciliar na beira do rio são um dos problemas encontrados no local, respeitando cada vez menos as margens dos rios, logo quando chove todo os poluentes e resíduos são jogados diretamente no leito do rio, aumentando drasticamente sua poluição, e causando cada vez mais o assoreamento, um problema grave que muitos rios brasileiros vêm passando.

3.3 MUDANÇAS NA PAISAGEM NATURAL E IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR

Grande porcentagem dos entrevistados (80%) apontam alterações no meio natural e na mata ciliar nas proximidades de seus terrenos, enquanto 20% alegaram não ter visto qualquer alteração na paisagem local. Os moradores, relataram que as mais expressivas alterações ocorridas no meio natural, foram produzidas pela derrubada da mata para instalação de moradias e construção de portos para desembarque e embarque de canoas e passagem para descer a margem do rio.

A maioria dos ribeirinhos do rio Manso (85%), ao serem questionados se sabiam o conceito de matas ciliares, tiveram total segurança ao confirmarem ter conhecimento do tema. E muitos deles revelaram conhecer a função desta formação vegetal natural.

Tomando como base as respostas dos moradores do rio Manso, percebi que a maioria deles tem noção da importância e das funções que a mata ciliar exerce, porém apresentam dificuldade em cita-las e acabam destruindo para construir suas residências. Tendo muito o que aprender sobre métodos e maneiras para sanar de vez o desmatamento da mesma.

A proposta tem como base o diálogo e a educação ambiental, visando a articulação e organização do núcleo municipal e a implementação de apoio a Educação Ambiental juntos aos moradores. A proposta busca ações conjuntas entre a sociedade e o poder público, seguindo as seguintes especificações:

Reforçar a construção política da relação das Prefeituras Municipais em torno do Comitê e da participação efetiva das mesmas na implementação do processo de gestão dos recursos hídricos; organização de equipe dirigida à formação e capacitação de agentes ambientais e de recursos hídricos oriundos da comunidade, em conjunto com cada um dos municípios; campanha de mobilização social envolvendo a comunidade em geral e os escolares nas atividades de gestão ambiental e de recursos hídricos; distribuição de materiais com o objetivo de educação ambiental (DOTTO, 2009, p.74).

Os resultados revelam que muitos ribeirinhos retiram árvores das margens do rio, por falta de conhecimento e conscientização e acabam pensando apenas em construir suas casas próximas a margem do rio para facilitar seu acesso.

A educação ambiental não deve apenas informar e construir um senso de responsabilidade, mas também mudar o comportamento das pessoas, criando maneiras e práticas que atitudes sejam efetivas na sociedade. A escolarização de membros da família do grupo pesquisado, é condizente com a visão que eles possuem sobre a importância das matas ciliares, na drenagem das águas do rio Manso. A informação é socializada entre os membros da família (ALTIN, et al., 2013).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui que os ribeirinhos que residem a margem do rio Manso, localizado no município de Nova Nazaré – MT, têm conhecimento de que a presença da mata ciliar é importante para preservação do meio natural e evitar futuros desastres ambientais. No, contudo, a implantação de práticas que resulta na preservação da vegetação do entorno do rio, não está sendo desenvolvida por muitos dos moradores estudados.

Os moradores afirmam que o mencionado recurso hídrico que os cerca, será imprescindível no futuro, revelando que a falta de cuidado pode gerar consequências futuras, tornando-se serio motivo de preocupação.

Maioria dos ribeirinhos principalmente os que têm um tempo menor de moradia no local, se preocupam menos com a preservação ambiental do espaço destruindo de forma abusiva as matas ciliares que protegem o rio, construindo casas muito próximo da margem do curso de água corrente prejudicando o meio natural.

Poucos moradores têm conscientização de preservar a mata ciliar, tendo destaque aqueles que possuem um conhecimento mais sofisticado em relação a preservação e manutenção da formação vegetal original.

Tenho como sugestão que o governo Estadual e Municipal criem métodos para incentivar esses moradores a terem uma conscientização maior pela preservação das matas ciliares e diminuírem os agentes poluidores jogados no leito do rio, além de criarem Políticas Públicas para fortalecer a fiscalização nas áreas mais prejudicadas pela sociedade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALTIN, A. et al. Environmental awareness level of secondary school students: A case study in Balıkesir (Türkiye). Procedia – Social and Behavioral Sciences, p 1208-1214, 2014.

ALVARENGA, A. P. 2004. Avaliação inicial da recuperação de matas ciliares em nascentes, 194f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) UFL, 2004.

BONI, V.; QUARESMA, J. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. Tese – Revista eletrônica dos pós-graduandos em sociologia política da UFSC. Santa Catarina, v. 2, n. 1, p. 68 – 80, 2005.

CUBA, M. A. Educação ambiental nas escolas. ECCOM, v. 1, n. 2, p. 23-31, 2010.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 9° ed. São Paulo: Gaia, 2004. 541 páginas.

DOTTO, Carlos R. D. Histórico da Construção da Proposta da “REA Vacacaí” – Período de 2000 a 2009 – REA – Rede de Educação Ambiental da Bacia Hidrográfica dos rios Vacacaí e Vacacaí-Mirim. Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Rurais. Santa Maria/RS, 2009.

FERREIRA, D. T. A. M.; MARQUES, E. E.; BUENAFUENTE, S. M. F.; SOUZA, L. B.; GRISON, M. da. G.; LIMA, A. M. T. de. Perdas simbólicas e os atingidos por barragens: o caso da Usina Hidrelétrica de Estreito, Brasil. Desenvolvimento e Meio Ambiente, Curitiba, v. 30, p. 73 – 87, 2014.

JODELET, D. Representações sociais: um domínio em expansão. In: JODELET, D. (Org.) As representações sociais. RJ. EDUERJ. 2001.

LOUREIRO, C. F. B. Problematizando conceitos: contribuições a práxis em educação ambiental. In: Pensamento complexo, dialética e educação ambiental. São Paulo: Cortez, 2006.

MACEDO, R. L. G. Percepção, conscientização e conservação ambientais. Lavras: FAEPE, 2005.

MACHADO, C. J. S. Recursos Hídricos e Cidadania no Brasil: Limites, Alternativas e Desafios. Ambiente e Sociedade, São Paulo, v. VI, n. 2, p. 121 – 136, 2003.

MARTINS, S. V. Recuperação de matas ciliares. Viçosa: Aprenda Fácil, 2001.

MORIN, Edgar- Os sete saberes necessários à educação do futuro / Edgar Morin; tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya; revisão técnica de Edgard de Assis Carvalho. – 2. ed. – São Paulo: Cortez; Brasília, DF : UNESCO, 2000.

OKAMOTO, J. Percepção Ambiental e Comportamento. São Paulo: Plêiade, 1996, 200p.

SANTOS, E.T.A. 2007. Educação ambiental na escola: conscientização da necessidade de proteção da camada de ozônio. [dissertação]. 53 f. Curso de Pós-Graduação em Educação Ambiental da Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria. 2007.

TREVISOL, J.V. et al.; A Educação Ambiental em Bacias Hidrográficas: uma experiência nas escolas públicas do Rio do Peixe (SC). Rev. eletrônica Mestr. Educ. Ambient. ISSN 1517-1256, v. especial, 2010.

ZAKRZEVSKI, S. B.; SATO, M. Sustentabilidade do meio rural: empoderamento pela educação ambiental. Perspectiva, Erechim, v. 28, n. 101, p. 7-16, 2004.

www.unesp.br/prograd/PDFNE2005/artigos/capitulo%202/qualidadedagua.pdf. MARTINS, Luís André. et.al. Qualidade da água: Conservação, preservação e educação ambiental-conscientizando alunos da 5ª série. Acesso em 25/04/2018.

[1] Licenciatura em Geografia

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Ueudison Alves Guimarães

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