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As contribuições da sequência didática na educação física escolar: relato de experiência com a modalidade esportiva badminton no ensino fundamental

RC: 31356
383
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/didatica-na-educacao-fisica-escolar

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SILVA, Robson José de Moura [1], SANTOS, Luciano dos [2], CRUZ, Rodrigo Carvalho da [3], CRUZ, Renato Carvalho da [4], SOUZA, Rosimar Melo Gonçalves de [5], MEDEIROS, Francilene Matias Souza de [6], SOUZA, Geovania Maria Vieira de [7]

SILVA, Robson José de Moura. Et al. As contribuições da sequência didática na educação física escolar: relato de experiência com a modalidade esportiva badminton no ensino fundamental. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 06, Vol. 03, pp.05-18. Junho de 2019. ISSN: 2448-0959

RESUMO

Trata-se, aqui, da discussão sobre a importância da elaboração de sequências didáticas para melhor desempenho das atividades didático-metodológicas do componente curricular de Educação Física, tanto no que se refere a abordagem teórica quanto prática, apresentando um relato de experiência onde foi possível constatar os efeitos positivos de uma prática esportiva, especificamente Badminton, em aulas estruturadas sob a perspectiva de um formato de plano de aula engajado e efetivamente producente, tendo em vista a promoção de subsídios teóricos a favor do alcance das metas propostas para sua execução. Com o objetivo de analisar pressupostos teóricos e pragmáticos sobre organização de atividades didático-pedagógicas, o estudo buscou evidenciar as contribuições que propiciaram êxito na execução da sequência didática de Educação Física. Nosso aporte teórico contou com as contribuições de autores como Betti (1999), Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), Oliveira (2013), dentre outros que corroboram acerca da temática em questão. Nossa metodologia de estudo baseia-se nos pressupostos qualitativos, com vistas à pesquisa aplicada. O estudo enfatiza o compromisso em executar as práticas didático-metodológicas, referentes ao componente curricular de Educação Física, de maneira empenhada, expressado diante das possibilidades ofertadas por sequências didáticas.

Palavras-chave: Sequência didática, educação física escolar, badminton.

1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa tem em seu objeto de estudo a proposta de se trabalhar a modalidade esportiva Badminton através da organização e execução de uma sequência didática (SD) na disciplina de Educação Física (EF). Esta proposta está estruturada tanto nos aspectos teóricos e práticos acerca da referida modalidade quanto dos conhecimentos prévios e posteriores à realização desta pelos discentes, o qual foi norteado pelo objetivo principal de evidenciar as contribuições significativas que uma SD pode proporcionar, especialmente, à disciplina de EF, promovendo a qualidade e contemplando o aprendizado de maneira estruturada como viés ao alcance dos objetivos propostos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Sequências didáticas são propostas metodológicas estruturalmente organizadas em etapas, as quais buscam atingir, gradativamente, os objetivos propostos para a realização de determinada atividade pedagógica: aulas, projetos, seminários, dentre outras apresentações diversas, servindo como um instrumento de mediação e concretização entre as habilidades cognitivas dos aprendizes com as práticas pedagógicas já desenvolvidas rotineiramente em sala de aula, porém com maior teor de concentração. Uma SD sempre deve seguir as condições contextuais em que determinada escola/comunidade está inserida, fazendo-se uso de equipamentos e executando atividades de forma coerente e acessível. Uma proposta de SD que propicie maior chance de êxito de sua prática necessita ser construída reciprocamente em conjunto, envolvendo tanto os interesses do professor quanto o dos discentes, proporcionando uma prática mais fluente e condizente com os conteúdos programáticos de EF para o período letivo em vigência.

Trabalhar pedagogicamente a modalidade esportiva Badminton oportuniza a interação dos discentes, haja vista se tratar de um esporte que pode ser praticado individualmente e em duplas, inclusive, duplas mistas (um jogador masculino e outro feminino), além de se trabalhar aspectos relativos à competitividade sadia, explorar elementos teóricos como origem histórica, fundamentos, regras, equipamentos, países mais praticantes, campeonatos, além daqueles de natureza evolutiva da referida modalidade.

A construção de uma SD em EF com Badminton evidencia um olhar cauteloso e refinado sobre a proposta de qualidade de ensino, onde professores e discentes podem, juntos, interagir, satisfatoriamente, com vistas ao aprendizado integral e realmente significativo.

2. APORTE TEÓRICO

Nesta seção encontram-se os principais estudos elencados para contemplar a discussão sobre a organização de SD em contrapartida às práticas pedagógicas do componente curricular de Educação Física com a modalidade esportiva Badminton.

2.1 SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Sequências didáticas são propostas de atividades pedagógicas organizadas de maneira integral e por etapas, as quais o professor lança mão para organizar materiais, recursos e metodologias de forma a facilitar as possibilidades de ensino-aprendizagem sobre determinado conteúdo, temática ou conceito. Uma SD reúne estratégias para que uma aula possa ser executada seguindo uma linha de raciocínio que consiga concretizar os objetivos estabelecidos para que se conceba a prática do ensino-aprendizagem de forma orientada, evitando-se, assim, improvisos que possam desnortear a proposta inicial da tarefa.

A princípio, a expressão SD foi utilizada em instruções linguísticas para o ensino da língua francesa, em 1996, por estudiosos que identificaram a necessidade de unificar conceitos estruturais na área do ensino da linguagem. A princípio, a SD foi indicada aos estudos linguísticos com o intuito de superar as limitações advindas do ensino da gramática normativa tradicional, objetivando tornar claro, objetivo e, acima de tudo, significativo tal ensino. Porém, atualmente, SD podem ser adaptadas para serem aplicadas em outras disciplinas, como é o caso do foco do presente estudo, que contempla a ED.

A organização de uma SD é apresentada por Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) como “um conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito”, na qual se objetiva trabalhar determinada temática com ou sem a compreensão prévia do discente.

Figura 1 – Esquema de Sequência Didática

FONTE: Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004, p.98).

Notoriamente, uma SD é adaptável a situações e contextos específicos, além de ser flexível e seguir outras estruturas, também propostas por outros autores, no entanto, o que todas as SD compartilham em comum é a continuidade das fases em prol da construção do conhecimento na prática e de forma gradativa.

Do ponto de vista prático e viabilizador, uma SD é, simploriamente, uma formalização das práticas pedagógicas que os professores já realizam rotineiramente em seus planejamentos diários.

Em Oliveira (2013), SD é:

[…] um procedimento simples que compreende um conjunto de atividades conectadas entre si, e prescinde de um planejamento para delimitação de cada etapa e/ou atividade para trabalhar os conteúdos disciplinares de forma integrada para uma melhor dinâmica no processo ensino-aprendizagem (OLIVEIRA, 2013, p.39).

Conforme exposto no excerto acima, uma SD é um procedimento metodológico simples realizado à favor de uma prática de ensino-aprendizagem fluente entre os conteúdos normativos e a aprendizagem efetiva e significativa para a vida do discente.

Moreira (1995) identifica as circunstâncias em que ocorre aprendizagem significativa:

Para que haja aprendizagem significativa, duas condições são necessárias: 1) o material de aprendizagem deve ser potencialmente significativo, ou seja, se relacionar de forma não-literária e não intencional; e 2) o aprendiz deve apresentar predisposição para aprender, ou seja, deve ter em sua estrutura cognitiva ideias-âncoras relevantes com as quais o material possa se relacionar (MOREIRA, 2012, p.23).

Eis o papel diferenciador da disciplina de EF na formação discente, conforme exposto, para que haja aprendizagem significativa o discente deve sentir-se atraído para participar de uma aula que pressupõe enaltecer sua compreensão sobre determinada temática. Tendo em vista o estudo de uma modalidade esportiva, o professor deve lançar mão do máximo de subsídios que possam envolver a participação do discente em suas aulas, seja através do diálogo aberto, apresentação de documentários, prática esportivas, dentre outros.

2.2 PRÁTICA ESPORTIVA ESCOLAR

Desde a década de 50, a esportivização no Brasil ganhou os espaços escolares como lembra Betti (1999):

A esportivização inicia-se na década de 50, com o Método Desportivo Generalizado, atingindo seu auge a partir da década de 70, onde o binômio mais utilizado foi Educação Física/Esportes, chegando o governo a subordinar a Educação Física escolar ao esporte (BETTI, 1999, p.26).

O esporte era ensinado nas aulas de Educação Física sob a ótica do rendimento esportivo, e o professor era intitulado treinador/técnico. Neste momento o objetivo era formar os atletas que representariam o país em eventos esportivos. Porém, com o passar do tempo e a Disciplina de Educação Física cada vez mais perdendo o sentido e o significado de compor o currículo escolar, a exigência por mudanças que justificassem sua permanência eram evidentes e urgentes.

Em meio a tantas exigências por mudanças, Betti e Zuliani (2002) esclarece que a educação física enquanto componente curricular da educação básica deve assumir, então, outra missão, a de apresentar e envolver o aluno na cultura corporal dos movimentos, habilitando o indivíduo que esta busca formar, representando e transformando-a.

E mesmo com todas as mudanças sofridas ao longo das últimas décadas, o esporte ainda é o conteúdo predominante nas aulas de Educação Física, mesmo que, com sentidos e significados distintos da ótica do esporte rendimento, pois, como destaca Betti e Zuliani (2002), é tarefa de a Educação Física oferecer suporte preparatório ao discente para que este seja um praticante consciente e dinâmico, que incorpore a prática esportiva aos demais elementos da cultura corporal em sua vida, para deles extrair o melhor proveito possível.

2.3 MODALIDADE ESPORTIVA BADMINTON

Considerado um esporte de rede/parede, o Badminton apresenta características semelhantes no formato do jogo em relação aos demais esportes igualmente classificados neste grupo característico, todavia, com algumas particularidades que o tornam dinâmico e atrativo em todas as faixas etárias escolares.

Para melhor entendimento dos esportes de rede/parede, Gonzales, Darido e Oliveira (2014) descrevem as características predominantes neste formato de jogo:

Esportes com Rede Divisória ou Muro/Parede de Rebote: são modalidades nas quais se arremessa, lança ou se bate na bola ou peteca em direção à quadra adversária (sobre a rede ou contra uma parede) de tal forma que o rival não consiga devolvê-la, ou a devolva fora do campo adversário ou pelo menos tenha dificuldades para devolvê-la (GONZALES, DARIDO, OLIVEIRA, 2014, p.61).

Uma das características que torna o Badminton uma modalidade esportiva significante no ambiente escolar é a motivação gerada pelos alunos que desde o início conseguem rebater a peteca e participar do jogo.

A Confederação Brasileira de Badminton CBBd (2015) em seu site oficial (vide referências), disponibiliza as regras desta modalidade esportiva e instrui que esta pode ser praticada ao ar livre, porém, o ideal é utilizar quadras cobertas e sem ocorrência de ar, para não alterar o trajeto da peteca nos lançamentos dos comprometer do jogo.

Ainda, de acordo com a CBBd (2015), o jogo de Badminton é disputado em 3 (três) jogos com pontuação máxima de 21 (vinte e um) pontos, podendo se desdobrar até os 30 (trinta) pontos, para cada jogo disputado em caso de empates (em 20×20), persistindo sem a diferença de 2 (dois) pontos, até 29×29. Este formato de disputa segue igual para o jogo de simples (individual), de duplas (masculino e feminino) e duplas mistas (um jogador masculino e um feminino). As dimensões da quadra apresenta uma notável diferença entre o jogo de simples e o de duplas. As estratégias do jogo também sofrem adequações, e os fundamentos seguem iguais para os dois formatos de jogo.

3. MATERIAL E MÉTODO

O presente estudo foi realizado através de abordagem qualitativa com vistas à pesquisa-ação, a qual é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com uma resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (GIL, 1999).

Proposta como uma sugestão de trabalho coletivo, a SD de Educação Física exposta, aqui, busca promover a harmonia entre a associação de elementos teóricos e práticos do trabalho com modalidades esportivas em sala de aula, desenvolvendo-se uma metodologia que preza pela organização didática de maneira contínua. A mesma pode ser adaptada de acordo com cada contexto onde será aplicada, observando disponibilidade de recursos para a consolidação de todos os seus objetivos. Para que se garanta a efetiva e significativa aprendizagem dos conceitos para estudo, tanto professor e discentes pesquisem juntos os temas a serem abordados para que todos possam compreender o campo de estudos em questão, cada um contribui para consolidação da SD de maneira colaborativa.

3.1 LOCAL E PARTICIPANTES DA PESQUISA

A presente pesquisa foi fruto do desenvolvimento de uma SD na Escola Estadual Mascarenhas Homem, localizada na Avenida Prudente de Morais, 2794, Lagoa Seca, em Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, pertencente à 1ª DIREC do referido estado.

A escola atende alunos da região e de bairros adjacentes. Conta com 9 salas de aula, uma quadra descoberta, um refeitório/pátio coberto, um dojô, sala de professores, secretaria, cozinha, almoxarifado, direção, sala de informática, biblioteca, 4 banheiros e estacionamento.

Atualmente, a referida escola atende tanto turmas dos Anos Finais do Ensino Fundamental quanto do Ensino Médio, das quais, a turma selecionada para aplicação da pesquisa foi a do 8º ano, do turno matutino, possuindo 36 alunos, com faixa etária entre 13 e 18 anos. A SD foi proposta dentre o período de 13/03/2019 a 27/03/2019.

3.2 A SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Após selecionados local e os participantes da pesquisa, fez-se necessário definir os módulos da SD, está composta por 3 (três) etapas: Apresentação da Situação; Módulos e Produção Final. Após a apresentação da situação, o professor poderá realizar uma avaliação diagnóstica prévia aos módulos a serem seguidos, a qual investigará o quanto os discentes conhecem acerca dos aspectos que envolviam a modalidade esportiva Badminton.

Para melhor compreensão sobre a SD em questão, a Tabela 1 descreve, sucintamente, cada uma de suas etapas. A pesquisa prévia, a qual foi mencionada anteriormente, encontra-se discutida nos resultados e no Apêndice A.

Tabela 1 – Etapas do desenvolvimento da SD

1ª ETAPA – Apresentação da Situação
O professor lançará mão da apresentação da modalidade esportiva através de explanação oral sobre Badminton, na oportunidade, apresentará os principais eventos nacionais e mundiais, seus atletas, países praticantes, instrumentos, records, dentre outros.
2ª ETAPA – Sequência Didática
Módulos Conteúdos Metodologia e ferramentas
I Badminton – Avaliação Diagnóstica. Aplicação de questionário subjetivo.
II Badminton – O que é e como se joga? Apresentação de vídeos e discussão.
III Badminton – Fundamentação Técnica Básica. Experimentação prática dos Fundamentos da Modalidade.
IV Badminton – Jogo com regras adaptadas. Apreciação dos equipamentos e de suas funções.
V Badminton – Fundamentação Teórica das Regras. Apresentação dos fundamentos da modalidade.
VI Badminton – Jogo com regras. Simulação de uma partida de Badminton.
3ª ETAPA – Produção Final
A finalização da SD se dará pela encenação de um evento competitivo da modalidade em questão e será organizado pelos alunos que no momento serão (atletas, técnicos, árbitro e comissários), sendo esta uma ferramenta que revelará o avanço ou não do conteúdo abordado durante a SD.

FONTE: Própria (2019).

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Aqui serão discutidos os reflexos da utilização da SD em aulas de EF, seguida da análise da prática desenvolvida com base à fundamentação teórica selecionada.

4.1 1ª ETAPA (PRÉ SEQUÊNCIA DIDÁTICA)

A etapa inicial da SD foi realizada através da apresentação das principais características esportivas do Badminton, onde o professor buscou envolver os conhecimentos prévios dos discentes com informações novas. Na oportunidade, foi apresentado o portal oficial online da referida modalidade esportiva, no qual se encontram dados imprescindíveis à execução do esporte.

4.2 2ª ETAPA (MÓDULOS)

MÓDULO I: BADMINTON – AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA.

Nesse primeiro módulo, buscou-se realizar uma sondagem sobre aquilo que os discentes compreendiam sobre a modalidade esportiva em estudo. Essa etapa foi fundamental para prepará-los à aquisição dos futuros conceitos teóricos e práticos da modalidade Badminton. Foi possível identificar na atividade de sondagem, fatos importantes como o desconhecimento total da modalidade por parte de alguns alunos como é o caso da aluna Evilly, que acreditava ser o Badminton, um jogo de equipes onde cada uma teria que proteger seu núcleo ao mesmo tempo em que tentaria roubar o núcleo das demais equipes, e o aluno Gabriel Henrick que achava ser esta modalidade, um jogo de tiro.

Figura 2 Atividade de sondagem

Fonte: Própria (2019).

Na oportunidade, o professor questionou o interesse dos discentes em descobrir as características da modalidade Badminton e, sempre que possível, realizar partidas durante as atividades físicas. Essa abordagem convida o discente a experimentar uma nova atividade física diante as possibilidades de aprendizagem significativa.

MÓDULO II: BADMINTON – O QUE É E COMO SE JOGA?

Nesse Módulo, o professor apresentou a origem da modalidade esportiva Badminton, assim como suas curiosidades, seus esportistas recordistas, eventos nacionais e internacionais, campeonatos olímpicos, dentre outros aspectos relativos ao esporte. O professor também utilizou recursos midiáticos como vídeos instrutivos com orientações das regras simples de Badminton, partidas, dentre aqueles orientadores sobre o uso dos instrumentos.

Na ocasião, o professor levou à classe os instrumentos de partida do Badminton (Raquetes e Petecas), além de referenciar os demais equipamentos, como a quadra de jogo e a rede. Nessa etapa os alunos puderam apreciar/manusear os equipamentos para familiarizarem-se com os mesmos, incitando a perspectiva da prática esportiva.

MÓDULO III: BADMINTON – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICA BÁSICA

Nesse módulo foram demonstrados aos discentes, genericamente, os fundamentos básicos da modalidade em ambiente aberto e possível de experimentar na prática. Todos os alunos aceitantes ou não de participação na pesquisa puderam experienciar os fundamentos, uns com mais habilidades, outros com dificuldades, mas, com sucesso na execução por todos.

MÓDULO IV: BADMINTON – JOGO COM REGRAS ADAPTADAS.

Nesse Módulo, o professor montou toda a estrutura no pátio coberto e delimitou o espaço adaptando-o para a prática do Badminton. Todos os alunos presentes puderam experimentar jogar livremente a modalidade na área delimitada assim como nos espaços paralelos. As regras de saque e quantidade de pontuação foram adaptadas para que o tempo da aula pudesse atender a todos de forma igualitária.

MÓDULO V: BADMINTON – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DAS REGRAS.

Nesse módulo foram apresentadas as regras gerais do jogo de Badminton (CBBd, 2015) referentes à:

  • Início do jogo;
  • Posição na quadra no começo de uma partida;
  • Posição de quem serve;
  • Serviço;
  • Durante o jogo;
  • Servindo ou recebendo do lado errado;
  • Quando ocorre o Let;
  • Quando ocorre Falta;
  • Tempo durante o jogo;
  • Fim do jogo;
  • Quadra;
  • Rede (CBBd, 2015).

MÓDULO VI: BADMINTON – JOGO COM REGRAS.

Nesse módulo, os alunos puderam jogar respeitando todo o aprendizado das regras e dos fundamentos, assim como, orientar os colegas que não estivessem seguindo o que se esperava, o que se configurou como um momento para aprendizado mútuo e compartilhamento de saberes. Na ocasião, o professor orientou os alunos para o encerramento da SD no próximo encontro, que se dará pela simulação de um evento competitivo e os próprios alunos encenaram os papéis de atletas, técnicos, árbitros e comissários.

4.3 3ª ETAPA – PRODUÇÃO FINAL

Com o intuito de avaliar os reflexos positivos e/ou negativos de SD em aulas de EF, a produção final deu-se através da organização de um evento competitivo encenado pelos alunos, onde, estes fariam os diversos papéis do evento (atletas, técnicos, árbitros e comissários). Foi possível analisar que a SD foi significativa e satisfatória em termos de apropriação da modalidade Badminton pelos alunos que serviu para o enriquecimento da cultura corporal, além, dos aprendizados “ocultos” (superação, ajuda ao próximo, dentre outros). É possível afirmar que o aprendizado atingiu níveis entre bom e excelente pela totalidade da turma.

Figura 3 Encenação de um evento competitivo de Badminton

Fonte: Acervo próprio (2019).

5. CONCLUSÃO

Diante da análise dos resultados obtidos, pôde-se inferir que a proposta da SD foi efetivada com êxito, pois se constatou que os discentes, em sua maioria, conseguiram assimilar os conceitos propostos e trabalhados de maneira realmente significativa, exercitando o aprendizado através de discussões e na prática.

Para que uma SD produza efeitos significativos na aprendizagem de um discente, ela deve considerar o aprendizado como uma contínua soma de informações, onde o aprendiz estará diante da aquisição de novas informações que deverão ser incorporadas a sua estrutura cognitiva, isto é, a nova informação evoluirá em uma nova concepção a partir do momento em que ele assimila, criticamente, do assunto explanado e levar consigo um novo ponto de vista a ser aplicado em suas futuras práticas escolares, familiares, sociais, dentre outras.

A metodologia selecionada e aplicada para a execução da SD demonstrou a importância em se trabalhar os conteúdos programáticos de forma diversificada, quebrando a rotina tradicional acadêmica, na qual o professor lançou mão a ferramentas auxiliares como vídeos e representações. Seguindo-se as recomendações instrutivas da prática do Badminton, disponíveis em site oficial da modalidade, os alunos foram apresentados à base de informações orientadoras e seguras, garantindo maior credibilidade na aprendizagem de técnicas e dados gerais.

Utilizar-se de novos recursos que auxiliem a dinâmica do ensino-aprendizagem parte do esforço e compromisso do educador para com o público discente, de forma a garantir a melhor qualidade possível do ensino, independentemente de onde e como se encontra o contexto social das comunidades escolares, pois, conforme apresentado, o ato de planejar deve ser realizado sempre como uma tarefa reflexiva, levando-se em conta as possibilidades de o discente expressar suas concepções acerca do conteúdo que será alvo de estudos e deste ser capaz de interagir de forma a beneficiar-se. O ato de planejar não deve limitar-se à mera reutilização de planos de aula de anos letivos anteriores, tal reaproveitamento deve atualizar-se sempre diante das mudanças sociais que se instauram no meio educacional; novas tecnologias, mudança de carga-horárias, legislação, novas orientações normativas, dentre outros.

A utilização de SD em aula de EF foi a oportunidade de alinhar os ensinamentos de natureza teórica à prática, utilizar-se de recursos auxiliares contribuiu significativamente para efetivação dos objetivos propostos para concretização da SD, proporcionando momentos de satisfação entre professor e discentes, somados às boas condutas de respeito, compromisso e assiduidade às aulas, tudo isso influenciará na reprodução de novas atividades base à proposta de SD.

REFERÊNCIAS

BETTI, Mauro, ZULIANI, Luiz Roberto. Educação Física Escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – 2002, 1(1):73-81.

CANAL Rio 2016. Aprenda a ensinar: Badminton – Transforma Rio 2016. Publicado em 1 jul. de 2015. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=c69APHCG4dw Acesso em: 20 mar. 2019.

CANAL Sikana Brasil. Regras de simples | Badminton. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=PtUjgeMPRHs Publicado em 16 nov. 2016. Acesso em: 20 mar. 2019.

CONFEDERAÇÃO Brasileira de Badminton. Disponível em: http://www.badminton.org.br/ Acesso em: 16 mar. 2019.

DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michele; SCHNEUWLY, Bernard. Seqüências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. . In: SCHNEUWLY, Bernard.; DOLZ, Joaquim. e colaboradores. Gêneros orais e escritos na escola. [Tradução e rganização: Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro]. Campinas-SP: Mercado de Letras, 2004.

GIL, Antônio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

GONZALEZ, Fernando Jaime, DARIDO, Suraya Cristina, OLIVEIRA, Amauri Aparecido Bássoli de. Práticas Corporais e a Organização do Conhecimento: 2 Esportes de marca e com rede divisória ou muro/parede de rebote. Maringá/PR: EDUEM, 2014.

MOREIA, M. A. (1995), Monografias n° 11 da série Enfoques Teóricos. Porto Alegre. Instituto de Física UFRGS.

OLIVEIRA, Maria Marly de. Sequência Didática Interativa no Processo de Formação de Professores. Petrópolis/RJ: Vozes, 2013.

[1] Mestrando em Ciências da Educação (Instituto de Ensino Superior do CECAP), Especialização em Cinesiologia, Biomecânica e Treinamento Físico (Universidade Gama Filho), Licenciatura Plena em Educação Física (Universidade Estadual do Rio Grande do Norte).

[2] Mestrando em Ciências da Educação (Instituto de Ensino Superior do CECAP), Especialização em Ensino da Língua Inglesa (Universidade Estadual do Ceará), Graduação em Letras (Universidade Estadual do Rio Grande do Norte).

[3] Mestrando em Ciências da Educação (Instituto de Ensino Superior do CECAP), Especialização em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Estrangeira (UNINTER).

[4] Mestrando em Ciências da Educação (Instituto de Ensino Superior do CECAP), Especialização em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Estrangeira (UNINTER).

[5] Mestranda em Ciências da Educação (Instituto de Ensino Superior do CECAP), Especialização em Psicopedagogia (UNP).

[6] Mestranda em Ciências da Educação (Instituto de Ensino Superior do CECAP), Especialização em Ciências da Religião (FATIN).

[7] Mestranda em Ciências da Educação (Instituto de Ensino Superior do CECAP), Especialização em Psicopedagogia Institucional e Clínica (FACEN).

Enviado: Maio, 2019.

Aprovado: Junho, 2019.

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Robson José de Moura Silva

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