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Posso utilizar o TCC como Pré-Projeto? Elaborando um Pré-Projeto para ingressar em um curso de mestrado

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Estratégias para ingresso em um curso de mestrado: como preparar o meu pré-projeto para fazer parte desse programa?

Estratégias para ingresso em um curso de mestrado

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre uma poderosa estratégia de pesquisa, que, na verdade, é muito decisiva para aqueles que ainda estão tentando ingressar em um curso de mestrado ou doutorado ou que precisam desenvolver um pré-projeto. O mais comum é que logo na inscrição para participar do processo seletivo de ingresso o pesquisador apresente um pré-projeto. É importante destacar que esse pré-projeto não é algo definitivo, visto que ao longo de sua jornada de pesquisa, quando já estiver com um orientador, ele passará por uma série de reformulações. Contudo, mesmo que seja uma etapa preliminar da pesquisa, ela é indispensável. Dentre os principais benefícios de um pré-projeto, temos o fato de que ele faz com que o orientador que você deseja avalie se ele é ou não capaz de orientar o seu projeto. O mais comum é que ele adeque o seu projeto à linha/objeto de pesquisa com o qual trabalha.

As finalidades de um pré-projeto

Um pré-projeto pode ser apresentado em diversos momentos, porém, nesse post de hoje iremos nos concentrar nos projetos submetidos para ingresso em um programa de mestrado. A pauta de hoje surgiu em virtude de uma questão colocada por um pesquisador que nos acompanha. A dúvida é se um trabalho de conclusão de curso pode ser utilizado como pré-projeto. Há uma série de considerações que precisamos fazer quando discutimos sobre um pré-projeto. Como nesse caso o pesquisador deseja reaproveitar um trabalho já realizado, que é o TCC, para a elaboração de um pré-projeto para ingresso ao mestrado. A primeira coisa que você deve fazer se está pensando em ingressar em um programa de mestrado, há alguns mecanismos que você precisará verificar para que consiga cumprir todas as etapas do processo seletivo. O edital será o seu principal aliado.

O que analisar em um edital?

O que analisar em um edital?

Verificado que o processo seletivo para ingresso ao programa que deseja está aberto, é chegado o momento de analisar o edital. Lá há todos os requisitos que você precisará cumprir para que o processo seletivo transcorra da melhor forma. Os editais costumam apresentar as características de cada uma das fases que integram esse processo seletivo. O mais comum é que no próprio momento da inscrição você tenha que escolher uma das linhas de pesquisa do programa com a qual irá trabalhar. O pré-projeto deverá se encaixar dentro dessa linha de pesquisa. Além disso, há algumas provas que precisarão ser feitas, bem como pela entrevista com o orientador pretendido, e, ainda, o projeto passará por um processo de arguição. Precisamos destacar, também, que esses pré-projetos precisam se adequar à linha de raciocínio do programa. Os possíveis orientadores irão analisar esse pré-projeto.

A avaliação pelos orientadores

A avaliação pelos orientadores

Para entendermos como essa avaliação funciona, é preciso que compreendamos antes qual é a linha de raciocínio desses programas. Cada programa de mestrado possui uma quantidade específica de orientadores, porém, esses orientadores podem orientar uma quantidade específica de pessoas. Essa quantidade, por sua vez, é estipulada pela CAPES, que é quem regula a pós-graduação de nosso país. Assim sendo, via edital, entra-se com uma espécie de requerimento relacionado a essa quantidade de vagas. No caso de, por exemplo, haver cinco ingressantes, não significa que esse programa terá cinco professores disponíveis. Cada professor terá uma quantidade específica de alunos que pode orientar, sendo que muitos desses já possuem um número fechado de orientandos. Como essas questões são próprias à administração dessas universidades, não há muito o que ser feito no caso de uma recusa.

A quantidade de orientandos de um professor

Suponhamos que um professor possa orientar apenas cinco alunos, essa quantidade determinada é a sua máxima, de modo que em um ano pode não aceitar nenhum novo aluno, visto que já atingiu essa quantidade previamente estipulada. Um novo aluno poderá ser admitido apenas quando um desses cinco saírem do programa que, em geral, é quando defendem o trabalho, são aprovados e finalizam o vínculo com a instituição. A vaga ficará disponível apenas quando o pesquisador finalizar todas as suas pendências com a instituição e com o programa. Sem a aprovação na qualificação e na defesa, o orientador ainda estará com esse aluno e não poderá abrir novas vagas. Algo que você precisa saber é que os professores nesse processo de admissão é que esses orientadores estão ligados a uma linha de raciocínio muito específica. Todas as pesquisas estão ligadas a essa linha de raciocínio em questão.

É o aluno quem escolhe o tema?

É o aluno quem escolhe o tema?

Mesmo que o aluno não tenha ingressado ainda no programa, a escolha do tema não pode ser feita de forma aleatória e por razões pessoais. O tema precisará encaixar na linha de pesquisa com a qual o professor trabalha. No caso de nosso exemplo, o pesquisador deseja aproveitar um trabalho desenvolvido e aprovado na graduação. Contudo, a realidade é que dificilmente esse trabalho se encaixa em uma das linhas de pesquisa, a não ser que o seu orientador de mestrado (o que deseja) seja o mesmo que tenha orientado essa pesquisa na graduação. O fato é que para que você consiga ser admitido nesse programa, precisará eleger uma linha e durante todo o curso, desde o processo de inscrição, irá se adequar às exigências e demandas dela, que são representadas pelo orientador. Eventualmente, pode ser que você consiga dar continuidade a um estudo que você começou a desenvolver em um outro momento.

Quando consigo aproveitar um estudo anterior?

Tudo irá depender da flexibilidade fornecida por aquele que escolheu como orientador. Na maior parte dos casos, o mais comum é que desde o processo de inscrição você tenha em mente o que esse orientador/linha de pesquisa espera. Todas as suas escolhas precisarão estar ligadas às expectativas desse orientador. Leve em consideração, também, que o seu pré-projeto irá passar por uma avaliação que é feita por uma banca. Além disso, também precisamos destacar que o professor que possui uma vaga disponível irá avaliar uma série de questões. Como a quantidade de vagas costuma ser muito limitada, havendo vários interessados, são bastante criteriosos. Em primeiro lugar, avalia-se se o seu pré-projeto possui aderência com a linha de pesquisa com a qual ele trabalha. Avalia-se, ainda, quais são os autores com os quais você trabalha, assim como a forma como conceitos e teorias são articulados.

A importância de acessar o Lattes dos professores

Acessar o Lattes para compreender a linha de pesquisa do professor é essencial. A fim de que você consiga se sair bem neste processo seletivo, recomendamos que leia materiais desenvolvidos por esse orientador, bem como de seus orientandos, desde artigos científicos até dissertações e teses que ele orientou recentemente. É uma forma de ter certa noção acerca de como o seu pré-projeto pode enquadrar-se nessa linha de pesquisa em específico. Diante disso, precisamos esclarecer que é muito difícil que você consiga aproveitar um TCC nesse processo de formulação de um pré-projeto para ingresso em um curso de mestrado. Além disso, cada edital possui as suas próprias especificidades, de modo que há editais que requerem o preenchimento de tópicos específicos para que esse pré-projeto possa vir a ser aprovado. Podem indicar, inclusive, a quantidade mínima e máxima de palavras para cada tópico.

As especificidades dos editais

Além do fato de que um certo edital pode indicar o mínimo e o máximo de palavras para cada tópico, há aqueles que indicam apenas a quantidade de páginas permitidas. O mais comum em relação a um pré-projeto para ingresso no mestrado é que ele tenha entre sete e quinze páginas. Há, ainda, aqueles que indicam a quantidade de páginas para cada um dos tópicos determinados. Dentre os tópicos, temos a introdução/contextualização, referencial teórico, metodologia, cronograma de pesquisa e as referências. Contudo, a depender do edital, esses tópicos podem mudar bastante, visto que cada instituição opera a partir de um certo modelo de projeto. Temos, também, materiais que ao menos enquadram-se como projetos. Requer-se uma apresentação sobre a sua trajetória profissional, quais são os seus interesses de pesquisa e porque esse programa/linha de pesquisa foram escolhidos.

Como surgem as peculiaridades de uma instituição de ensino?

Os editais são muito diferentes porque estão ligados a uma série de variáveis. Cada instituição de ensino possui as suas próprias motivações, interesses e inclinações. Além disso, a linha de aderência que a instituição deseja também determina quais serão as pesquisas que serão aceitas a partir da disponibilidade dos orientadores de cada uma das linhas de pesquisa. Atentar-se às normas postas pelo edital é de vital importância para que esse projeto possa ser aprovado. Também é de suma importância que tomemos cuidado com um processo de pesquisa essencial: a delimitação do tema. Embora sempre destaquemos que é crucial delimitar o tema antes de qualquer outra etapa da pesquisa, é fato que esse projeto precisa ter muito claro a sua linha de pesquisa primeiro, pois sem encaixar-se nessa linha de pesquisa, é muito difícil que capte a atenção do orientador desejado.

Por que é preciso seguir uma linha de pesquisa?

Após conhecer os professores das linhas de pesquisa do programa e eleger uma com a qual trabalhar, é preciso verificar como os projetos têm sido integrados à lógica desse professor, pois, ao contrário, será difícil chegar a uma aprovação nessa etapa do processo seletivo. Embora saber delimitar um tema seja essencial, se você não tem algumas prioridades já bem definidas, o processo pode não funcionar. Então, antes de se preocupar com o tema em si, preocupe-se em saber quais são os temas que interessam o seu professor. Para isso, o Lattes é uma poderosa ferramenta. O mais indicado é que você faça uma varredura das produções recentes que ele orientou e/ou publicou, visto que os interesses de pesquisa de alguns anos atrás podem não ser mais os mesmos nesse momento. A delimitação geral de um tema é muito mais produtiva quando você já está dentro de um programa de mestrado e/ou doutorado.

Quando a delimitação do tema pode me ajudar?

Estando dentro de um programa de mestrado, você já terá mais claro em mente quais são os autores, teorias e conceitos que são bem aceitos pelo seu orientador, o que lhe auxiliará a chegar a um tema que possa ser consenso entre você e o seu orientador. Contudo, aqui estamos falando de um outro contexto. No caso de você ainda está pleiteando uma vaga em um programa desse tipo, os cuidados com o tema são outros. Uma série de fatores próprios a essa etapa deverão ser pensados antes do tema em si. A política de seleção de uma dada instituição é um desses fatores.  Suponhamos que você seja da área do Direito e que o corpo docente da instituição que você deseja é composto por personalidades como juízes, desembargadores e promotores, os professores darão prioridade para pesquisadores que atuem nessas áreas em específico. Pessoas com outras inclinações podem não ser aceitas.

A inclinação acadêmica do corpo docente

A inclinação acadêmica do corpo docente

Continuando com nosso exemplo, podemos destacar que esses professores darão prioridade para pessoas que tenham projetos que se concentrem nesses campos de atuação específicos. Além disso, você também deve levar em consideração que esses programas trabalham com notas, de modo que quanto mais conceituado o programa, mais complexo será o processo seletivo, assim como as exigências que você precisará cumprir para que possa vir a ser aceito. Hoje, a lógica da produção em massa sustenta esse universo, de modo que os professores dão prioridade para aqueles alunos que produzem ou que tenham aptidão para produzir diversos materiais acadêmicos.

Alunos com inclinação acadêmica são os que conseguem pontuar melhor nesses processos seletivos, já que o seu engajamento e comprometimento com a pesquisa serão notados pela banca que irá avaliar o pré-projeto, sobretudo pelo orientador desejado pelo candidato. Além disso, se você não é aluno da casa e não conhece como ela funciona, alguns desafios poderão ser ainda mais expressivos. Entender a lógica dessa instituição é fundamental, visto que ela irá se manifestar em todas as etapas do processo seletivo, inclusive no processo de elaboração do pré-projeto a ser submetido. Estamos pontuando todos esses aspectos para que você entenda que a dinâmica da academia é diferenciada e repleta de regras não discutíveis.

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