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Por que fazer um curso de mestrado? Aspectos básicos que você precisa saber sobre os cursos de pós-graduação – Como saber se estou no momento certo? – Curiosidades de investigação – Melhores momentos da live

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Aspectos básicos que você precisa saber sobre o ingresso em um curso de mestrado ou doutorado: como se preparar para ingressar na pós-graduação?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre este amplo universo que é a pós-graduação brasileira. A nossa discussão de hoje é fruto de uma live que realizamos recentemente. Nela, discutimos sobre alguns aspectos básicos que permeiam o ingresso e a manutenção de um pesquisador em um curso de mestrado ou de doutorado. Como sabemos, o preparo para ingresso em um programa desse tipo não inicia com o ingresso. Há uma série de variáveis que devem ser consideradas antes para que você se vincule a uma instituição, a um professor e a um grupo de pesquisa que estejam conectados com os seus interesses de pesquisa. Dito isso, ao longo desta discussão de hoje iremos elencar alguns aspectos essenciais discutidos na live que podem lhe ajudar a se preparar de uma melhor forma para ingressar neste programa. Não tenha medo, a sua presença enquanto cientista é fundamental para a academia.

Para o que serve um programa de mestrado?

Antes de qualquer outra coisa, deve ficar muito clara qual é a finalidade e a contribuição de um programa de mestrado para com o pesquisador interessado. Esta é uma pauta importante pois temos percebido que muitos alunos procuram por um programa de mestrado sem que saibam para o que eles servem e assim acabam se frustrando. Algo que deve ser pensado e levado em consideração é que o momento do mestrado e do doutorado é muito diferente dos outros anteriores (Ensino Fundamental I e II, Ensino Médio e a própria graduação). Há algumas particularidades sobre este momento de nossa trajetória que devem ficar claras. A questão está ligada também com o nosso contato com uma nova estrutura que é bastante diferente de qualquer outra com a qual já tivemos contato. Esta estrutura nova e altamente dinâmica também possui exigências e demandas que precisam ser consideradas.

A estrutura de uma instituição que oferta um curso de pós-graduação

Esta estrutura sobre a qual estamos nos referindo não é apenas física. Não se trata apenas do espaço geográfico com o qual devemos nos acostumar. É uma estrutura que exige de nós a adesão a um posicionamento mais responsivo e crítico. Temos que buscar por problemas que possam ser necessários, relevantes e urgentes para a sociedade na qual vivemos neste momento. Nesse sentido, somos colocados diante de problemas diversos que temos que resolver, isto é, precisamos encontrar respostas para eles. Não somos nós quem determinamos esses problemas. É a própria sociedade a partir de seus representantes que direcionam o olhar do pesquisador para certas reflexões que precisam de respostas e intervenções. Nem sempre as respostas apresentadas para este problema são coerentes. Assim, o pesquisador, para o bem ou para o mal, arca com esse ônus.

De onde surge o problema de pesquisa?De onde surge o problema de pesquisa?

É o próprio professor que orienta um certo aluno que faz com que ele chegue a esse problema de pesquisa relevante. No caso de uma disciplina que você está cursando neste programa, o professor responsável pode elencar problemas específicos àquele contexto que devem ser respondidos. Entretanto, a situação é mais complexa do que imaginamos. Durante toda a nossa vida respondemos a problemas diversos, porém, nem sempre eles são relevantes para a sociedade, o que não deve ocorrer na pós-graduação. Este é um momento bastante rico de nossa trajetória, pois é chegado o período em que conseguimos elencar problemas reais, urgentes e de interesse coletivo que necessitam de uma resposta (e de uma solução ou proposta de intervenção, no caso de pesquisas que permitem chegar a este tipo de proposição). Temos, neste momento, a chance de elencar um problema e lapidá-lo ao longo de um estudo sério.

A investigação profunda de um problemaA investigação profunda de um problema

A partir do momento em que ingressamos em um curso de mestrado ou doutorado é chegado o momento em que conseguimos investigar de forma profunda e detalhada um dado problema relevante, de interesse coletivo e não individual. Embora esta seja uma prática de pesquisa rica e essencial, é algo que pega muitos desses alunos de surpresa. É muito natural que as pessoas se sintam despreparadas ao assumirem este tipo de compromisso. A dificuldade começa justamente com a identificação e escolha de um problema que seja interessante. É importante ter essa consciência porque o mestrado é a porta de ingresso para o mundo da pesquisa. Na sequência você poderá realizar um curso de doutorado, porém, precisará desenvolver e ter aprovada uma dissertação. Dominar os aspectos relacionados à proposição de um problema é o primeiro passo nessa jornada acadêmica.

Benefícios de um curso de mestradoBenefícios de um curso de mestrado

Aproveite essa etapa tão importante que é a realização de um curso de mestrado para aprender a elencar e responder a problemas de forma coerente e consciente. Nesse sentido, o grande desafio é entender como esse problema de pesquisa pode ser construído. O problema deve ser capaz de estimular e promover um dado conhecimento que possa solucionar uma dada pauta. O problema faz com que criemos uma certa curiosidade pelas etapas que integram a investigação científica. É uma atitude que se espera de um aluno que se encontra em um curso de mestrado e precisa desenvolver um estudo desse tipo. Para que o aluno seja reconhecido como um investigador, ele precisa partir de problemas de pesquisa coerentes. Toda a investigação parte de um problema elencado pelo próprio pesquisador, porém, este não pode ser de índole individual, mas sim social.

A parceria com o orientador

Como elencar um problema de pesquisa não é uma questão simples, a parceria com o orientador nesse momento de delimitação é essencial. É claro que precisamos reconhecer que ninguém sabe tudo, uma vez que o próprio conhecimento não pode ser esgotado, porém, este professor tem um rico arsenal de informações que podem lhe ajudar a chegar no melhor problema para a sua proposta de pesquisa. Todos nós sabemos de algo que o outro não sabe. Dessa forma, quando somamos esforços, a pesquisa ganha uma robustez muito maior. Tanto o orientador quanto o orientando que precisa de ajuda nesse processo sabem de algo e juntos podem chegar a melhor proposição, o que torna o trabalho de pesquisa de fato coletivo, social, e não individual. O papel do orientador nesse processo é saber como conduzir esse aluno da melhor forma possível para que a pesquisa seja crível e relevante para a sociedade.

O papel social desempenhado pelo orientador

A missão primordial de um orientador é saber como conduzir o seu aluno durante toda a jornada de pesquisa, tendo como objetivo fazer com que ele desenvolva uma pesquisa capaz de contribuir verdadeiramente com a sociedade. Contudo, mesmo que a ajuda do orientador seja indispensável para que o aluno consiga chegar a este problema, quando ele próprio elenca há uma certa satisfação. É uma forma de conhecer a fundo o objeto de investigação. É justamente esse objeto que irá nortear o estudo do início ao fim. Ao longo de todo o período desse curso o aluno terá esse objeto como interesse de pesquisa. É esse objeto que fornece ao pesquisador subsídios para que ele possa responder ao seu problema de pesquisa. Há certas respostas que são provisórias. É o caso daquelas pesquisas que são iniciadas em um curso de mestrado e continuadas em um doutorado.

A falta de consciência sobre a pesquisa e os seus malefícios

Existem algumas questões que fazem com que um aluno ao ingressar em um programa de mestrado desenvolvam alguns transtornos mentais (como a ansiedade e a depressão, mas não só). Dentre elas, devemos mencionar a falta de consciência quanto ao modus operandi desse universo. O aluno deve procurar por esse conhecimento antes mesmo de ingressar em um programa desse tipo. Do ensino infantil até a graduação o aluno desempenha um papel mais passivo no processo de ensino-aprendizado. Ele escuta e reproduz. Na pós-graduação, o exercício é oposto: ele é agora sujeito ativo e deve contribuir tanto quanto o professor que o ensina no processo de ensino-aprendizado. Até mesmo na pós lato sensu o aluno recebe essas informações e absorve. Essas informações servem para um fim apenas (realizar uma atividade avaliativa).

Por que a pós-graduação stricto sensu causa estranhamento?

Como o aluno está acostumado a desempenhar esse papel mais passivo, ao chegar no pós stricto sensu pode estranhar o seu modo de funcionamento por não estar acostumado a assumir essa atitude mais ativa quanto ao uso do conhecimento. O aluno-pesquisador não pode mais permanecer nesse estado passivo. Ele produz conhecimento o tempo todo para que a sociedade possa evoluir. O aluno nesse momento precisa participar dessa produção, criar e fazer com que o conhecimento circule não apenas no interior da instituição na qual está vinculado. Contudo, para que inicie a sua pesquisa, precisa encontrar um problema de pesquisa coerente com a sociedade e com a proposta do estudo. Entretanto, o pesquisador precisa se acostumar com esta nova tendência, pois não foi treinado para este exercício. Há também uma outra variável que não poderíamos deixar de mencionar.

O pesquisador que trabalha e as suas dificuldades

Especialmente os pesquisadores que não são bolsistas precisam trabalhar a fim de que possam levar este curso adiante, porém, a dedicação a pesquisa pode ser comprometida. Há, também, aqueles que realizam este curso porque está conectado ao seu dia a dia de trabalho e pode contribuir para que a sua prática seja mais efetiva. Em ambos os casos a dedicação a pesquisa não é a mesma de um pesquisador que não precisa trabalhar. Essas questões também interferem na proposição de um problema de pesquisa coerente, porque o aluno com esse perfil pode acabar propondo um falso problema, isto é, uma questão que não agrega. Esse problema é colocado, inclusive, como um motivo para a realização desse mestrado, porém, ele não se sustenta e perde a sua coerência. É uma questão grave, pois esses alunos ao chegarem nos primeiros seis meses ou um ano de curso podem se ver frustrados e bastante insatisfeitos.

Por que o aluno de pós-graduação fica infeliz?Por que o aluno de pós-graduação fica infeliz?Por que o aluno de pós-graduação fica infeliz?

Não são raros os relatos de alunos que apontam que não estão insatisfeitos com os seus cursos de mestrado. Nesse sentido, o professor que investiga junto a esse aluno os fatores que podem estar gerando esse desconforto com a pesquisa pode acabar recaindo em questões psicológicas que estão afetando este pesquisador. Contudo, a situação é problemática desde o começo, uma vez que o pesquisador ingressou nesse curso tão somente porque foi requisitado pelo chefe ou porque desejava um título. A liberdade de escolha para ingresso nesse programa é um fator chave para que o aluno se sinta confortável ao longo desse curso. Quando o mestrado é imposto, as chances de o aluno não conseguir se adaptar são muito altas. O mundo da pós-graduação está ligado a um momento de nossa trajetória que aprendemos como aprender. Aprendemos o exercício crítico da carreira acadêmica.

O exercício crítico da pesquisa

Dentre os compromissos que assumimos quando ingressamos em um programa de mestrado e doutorado há a necessidade de exercermos a nossa capacidade crítico-reflexiva para que produzamos pesquisas seguras e de qualidade. A fim de que possamos desenvolver pesquisas sérias, é preciso que partamos de outros estudos. São eles que fornecem bases para que não recaiam em meros achismos e no senso comum. É o embasamento que faz com que estejamos de fato produzindo ciência. Nesse sentido, passamos a refletir sobre a realidade de forma crítica e científica.

Ao ingressarmos neste mundo, a nossa missão é a de prestar contas para a própria sociedade. Esta prestação pode se dar por meio da produção de artigos científicos, uma vez que é uma forma de demonstrar os resultados da sua dissertação ou tese em andamento. A contribuição com a sociedade por meio do conhecimento é uma forma a partir da qual podemos exercer a nossa própria cidadania. É preciso ter coragem para afirmar que concorda ou não com algo e, mais importante, os motivos para isso (sempre nos embasado em autores). A pesquisa é altamente dinâmica e flexível. Esteja atento às demandas elencadas por ela própria.

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