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O que é o ProfEPT? O que é o ProfHistória? Compreendendo o universo dos mestrados direcionados – A valorização do currículo acadêmico

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O que são os mestrados direcionados: compreendendo este universo e quais são as opções que o pesquisador tem em mãos

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre uma questão que nos é muito clara: os tipos de mestrado. Como temos enfatizado ao longo de nossos posts, as próprias demandas dos acadêmicos fizeram com que novos modelos de curso fossem criados ao longo do tempo, de modo que, além do mestrado tradicional, temos, hoje, os mestrados profissionais, e, além disso, os mestrados direcionados sobre os quais iremos conversar hoje. Contudo, antes de concentrarmos a nossa atenção nesses cursos direcionados, em suas funções, objetivos e públicos-alvo, deveremos retomar algumas das características desses dois tipos de mestrado que mencionamos. Os mestrados tradicionais são aqueles que já conhecemos, essencialmente teóricos, portanto, esses são conhecidos como mestrado acadêmico. Nos mestrados profissionais, por sua vez, o aluno também cumpre as mesmas exigências, mas o trabalho final a ser apresentado é diferente, visto que é mais prático.

Compreendendo os programas direcionados

Como o próprio termo já diz, esses mestrados direcionam-se para públicos-alvo bem específicos. A nossa pauta de hoje surgiu de uma questão muito interessante que foi deixada em nossos canais oficiais: quais são os mestrados mais específicos ofertados em rede nacional, como é o caso, por exemplo, do ProfEPT e do Prof-História. Esses são exemplos de programas de mestrado que têm crescido muito nos últimos anos. Diante disso, nos foi questionado se essa tendência seria um modelo a ser aderido em um futuro próximo (ou não), deixando os currículos, de certa forma, mais “universais”. A primeira coisa que precisamos compreender nesse cenário é o que simboliza esses tipos de mestrados, o que implica retomarmos um pouco as nossas discussões sobre esses formatos de mestrado brasileiros. Um dos primeiros aspectos que precisamos mencionar é que esses mestrados voltam-se, sobretudo, para os professores.

Os mestrados voltados para os professores

Mestrados voltados aos professores

Os exemplos de mestrado sobre os quais iremos conversar hoje voltam-se aos nossos professores. Podemos mencionar alguns exemplos, como o ProfBIO, o ProfEPT, o Prof-História, O Pró-Letras e outros. Esses programas podem ser considerados como específicos porque o público-alvo que visam atingir são os professores que atuam dentro das salas de aula do ensino básico, seja no nível fundamental e/ou médio. São professores que estão na linha de frente do ensino, engajados, portanto, com as causas que perpassam por essa esfera. Quando nos é questionado se esses programas têm crescido, a resposta é afirmativa, visto que os órgãos que regulam a nossa graduação e pós-graduação, isto é, tanto a CAPES quanto o MEC observaram que há uma certa necessidade que não pode ser negada, tornando-se uma demanda. Esta necessidade está ligada ao aperfeiçoamento contínuo a ser almejado e buscado pelo docente.

A busca pelo aperfeiçoamento docente

A busca pelo aperfeiçoamento do docenteParte-se do pressuposto de que o professor que está todos os dias nas salas de aula precisa e necessita de um aprimoramento constante para que a qualidade do ensino seja mantida. Ele deve estar em constante aprendizagem para que consiga acompanhar as novas demandas sociais que repercutem, também, na esfera da escola. Além de ser inquestionável o fato desta ser uma demanda, é, na verdade, uma necessidade universal. Sobre esses tipos de mestrado direcionados aos professores, podemos destacar que fazem parte do stricto sensu, de modo que os pesquisadores se tornarão mestres ou doutores. São considerados como especiais porque se voltam aos professores. Eles são muito pertinentes em virtude de uma dicotomia: a de estar em sala de aula e trazer para essa sala de aula as demandas da vida social, representadas e trazidas pelos próprios alunos.

A exploração de conteúdos para além do que o vestibular pede

Exploração de conteúdosCom base em nossa própria experiência com o público jovem, temos percebido algumas de suas maiores dificuldades, assim como as suas próprias demandas. Temos percebido que as disciplinas com as quais esses alunos têm contato apresentam os conteúdos de forma massiva, porém, superficial. Tem-se, também, um problema relacionado à organização da grade curricular. Temos percebido que a distribuição das disciplinas não atende as necessidades e expectativas desses alunos. A cultura, as preocupações, as ambições e o contexto de vida desses alunos são aspectos deixados de fora, o que acaba os afastando do processo de aprendizagem, pois não se sentem contemplados com esse ensino. A situação é ainda mais delicada quando nos referimos aos alunos que encontram-se em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Muitos deles desde cedo são a fonte de renda da família.

O olhar atento ao contexto do aluno

Olhar atento ao contexto do alunoEsses programas irão sensibilizar os professores a olharem de outra forma para esses alunos e o seu contexto de vida. Esses alunos não costumam ter muito acesso, de modo que a escola é o único espaço onde podem conhecer, refletir e agir de outras formas em razão do contato com o conhecimento. Muitos desses professores lidam com alunos que estão imersos em situações muito complexas e delicadas, como é o caso daqueles que fazem parte do tráfico. O conhecimento pode transformar a vida desses alunos e o professor exerce um papel essencial nessa jornada de aprendizado. O desafio do professor é saber que tipo de ensino pode atingir esse aluno de forma positiva. Há alguns conceitos determinados pela grade curricular para cada nível, porém, mais importante do que aprender esses conceitos, é saber se, nesse momento, é o que ele precisa, de fato, aprender para se emancipar. Esse ensino deve atraí-lo.

Tornando o ensino mais atrativo em regiões delicadas

Tornando o ensino mias atrativoComo apontamos, diversos alunos que fazem parte de certas comunidades estão imersos em um contexto em que consumir drogas, por exemplo, é uma prática comum desde cedo. Crianças entre nove e dez anos costumam se inserir no mundo das drogas e os adolescentes no universo do tráfico. A grande questão que deve nortear o pensamento do professor é exatamente que tipo de ensino esse aluno precisa para que possa ser emancipado e ampliar as suas possibilidades para além daquilo que sempre foi a sua única opção. É preciso pensar em um conteúdo que realmente fará diferença na vida desse aluno. O ensino conteudista e preparatório (para vestibulares) pode não atrair a atenção desses alunos. É preciso que pensemos no Brasil real e, infelizmente, a quantidade de alunos imersos nesse contexto é alta. O Brasil real é composto para além dos muros da universidade.

As carências do Brasil

Vivemos em um país imenso, com carências que estão longe de serem solucionadas. Essas carências são urgentes e estão voltadas à atuação docente também. Esses professores precisam fazer a diferença nessas comunidades. Muitos professores, de fato, têm contato com uma parte do Brasil, que, para muitos, é definida como bonita. É o Brasil quem pode fazer parte desse contexto com mais oportunidades. Contudo, esta realidade é muito diferente daquela de um professor que leciona na periferia. Essas escolas, inclusive, são alvos de invasões de traficantes, podendo haver trocas de tiros, dentre outros problemas típicos a quem vive nesse contexto delicado. Estamos chamando a sua atenção para essas questões para que fique claro que cada comunidade tem as suas próprias necessidades e problemas. Esses programas ajudam o professor a lidar melhor com o seu contexto de atuação.

Os problemas educacionais de cada comunidade

Cada comunidade possui as suas próprias demandas e deficiências, porém, esses programas introduzem técnicas que podem ajudar o professor a se adaptar melhor nesse contexto e a oferecer um ensino mais atrativo para os seus perfis de aluno e da própria comunidade no qual está inserido enquanto docente. Cada comunidade tem os seus problemas específicos e quem está diretamente em contato com esses problemas são os professores que atuam em sala de aula. São esses professores que reconhecem quais são as demandas da comunidade e o que pode ser feito para que essas demandas sejam convertidas em ações efetivas e que podem reter com mais facilidade os alunos imersos nesse contexto. Acreditamos que os professores são um dos atores e talvez o mais importante, uma vez que  ele está em salas de aulas que podem possuir entre trinta e cinquenta alunos repletos de problemas e traumas.

A importância do papel social dos professores

Além dos nossos professores terem que lidar diretamente com esses alunos, há, também, os pais desses alunos, a coordenação e a direção e todo o ecossistema que dá vida a essa comunidade na qual o professor está inserido. Assim sendo, dentre as questões que podem ser feitas a esses professores tem-se o que eles podem fazer a fim de que consigam se especializar e atender melhor às demandas dessa comunidade. Deve ter claro em mente, também, como esse mestrado pode contribuir para com a sua prática enquanto docente. As ações e projetos a serem executados na comunidade também podem ser frutos desse curso de mestrado. Temos, de fato, uma tentativa de universalização, porém, esses programas voltados aos professores caminham para além dessa tentativa. O mestrado é interessante porque fornece, sim, uma promoção de carreira, porém há benefícios para além desse plano material.

As vantagens de um mestrado direcionado

A remuneração desse professor é uma das principais vantagens oriundas da realização de um curso de mestrado. Alguns professores, além de terem os seus salários aumentados, também recebem alguns outros tipos de incentivos. Alguns desses são incentivados a adentrarem nesses mestrados para que realizem pesquisas que possam contribuir para com o aperfeiçoamento da sua prática docente. Podemos citar um exemplo: há casos em que, sobretudo em municípios pequenos, há apenas uma educadora especializada em educação inclusiva, podendo atuar tanto na rede municipal quanto na municipal. Como essa educadora acabou ficando sobrecarregada, resolveu fazer um curso de mestrado para aprender mais sobre a temática, e, assim, instruir os demais colegas para que se tornassem capazes, também, de orientar esses alunos que precisam de atenção especial.

Um pouco mais sobre as características dos programas especializados

Você perceberá que sempre um programa acompanhar a sigla PROF significa que ele volta-se aos professores. Geralmente, após a sigla, esses programas inserem a disciplina em questão, como é o caso da biologia, das letras, da história e demais licenciaturas. Esses programas são bastante vantajosos pois irão propiciar que o professor utilize a sua bagagem de sala de aula ao longo de todo o mestrado. Essas experiências são muito importantes, pois são elas que farão com que os professores que fazem parte desse mesmo programa cheguem a soluções que possam contribuir com o seu contexto real de atuação. Cada realidade pode demandar um sistema, uma técnica ou um protocolo específico para que essa prática docente possa transcorrer de uma forma muito melhor. Os currículos passam, também, a ser melhor aproveitados nessa prática. Esses programas, na verdade, são essenciais ao mundo atual.

O ensino que não atende a todas as necessidades

Embora esses programas sejam muito inclusivos e atentos às mais diversas realidades, lidamos, ainda hoje, com um ensino que tem muita dificuldade para contemplar as especificidades de seus educandos. Também tem-se questionado as instituições de ensino acerca da falta de apresentação de resultados rápidos e aplicáveis ao contexto real do ensino. Nós temos currículos bons, com conteúdos muito importantes e que não devem ser excluídos. Apenas precisamos pensar em formas para que esses conteúdos sejam, de fato, compreendidos pelos nossos alunos, eles precisam os atingir para que o aprendizado seja efetivo. Com esse post, estamos frisando que os professores que estão na linha de frente nessas comunidades escolares têm a capacidade necessária para compreenderem as demandas reais do nosso ensino.

Algo que precisa ser levado em consideração, também, é que podemos falar com propriedade acerca da realidade que nos cerca. Não há um ensino homogêneo, visto que cada região possui as suas próprias lutas diárias. Não podemos definir uma prática docente a partir de achismos. É apenas quem está dentro das salas de aula daquele contexto que podem afirmar com toda a certeza necessária quais são os problemas e as possíveis soluções para o seu enfrentamento. Essa realidade deve ser debatida por todos os profissionais, desde aqueles que estão dentro das creches até aqueles que lecionam no ensino fundamental e médio. Esses professores precisam ter contato com programas específicos para que a sua prática docente possa ser aperfeiçoada da melhor forma possível. Teoria e prática devem andar juntas.

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