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Entrevista de mestrado – Como funciona? Como são feitas as perguntas? Conceitos básicos que você precisa saber sobre essa etapa do processo seletivo

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A organização de um processo seletivo: os elementos básicos que você precisa levar em consideração sobre as perguntas que podem ser feitas na entrevista

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre uma questão essencial para você que pretende prestar um processo seletivo para ingresso em um curso de mestrado ou de doutorado. Como ressaltamos em nosso post, é fundamental que você leve em consideração que cada instituição pode estabelecer as suas próprias regras e que elas têm a ver com os interesses daqueles que organizam o processo e avaliam os candidatos (o seu currículo e a proposta de projeto, por exemplo). Todavia, hoje o nosso olhar irá se concentrar em uma questão típica a uma fase específica do processo seletivo. Estamos nos referindo à etapa da entrevista. Um processo seletivo é composto a partir de uma série de fases. No momento da entrevista, o professor irá avaliar se os seus interesses de pesquisa estão conectados, se você é engajado com a pesquisa e o seu histórico nessa grande e complexo universo que é a academia.

As incertezas de um  pesquisadorAs incertezas de um  pesquisador

Um pesquisador que deseja ingressar em um programa de mestrado ou doutorado possui uma série de incertezas, inseguranças e medos que podem acabar atrapalhando se esses sentimentos não forem bem administrados. Grande parte desse temor associado ao processo seletivo está ligado ao momento da entrevista. São muitas as pessoas que nos requerem algumas dicas que podem lhes ajudar a se preparar para a entrevista. Há algumas questões que podem ser feitas (embora de forma particular em cada instituição) sobre as quais podemos discutir aqui. A pergunta que irá nos guiar hoje está ligada justamente ao temor dos pesquisadores quanto às questões que podem ser feitas pelo pesquisador de cunho mais pessoal, profissional e acadêmico. A primeira delas é quanto ao tempo que essa entrevista pode durar e a segunda, por sua vez, está ligada à quantidade de perguntas (que pode variar).

Os formatos de pesquisa que uma banca pode esperar

Uma questão que está bastante ligada às perguntas que podem ser feitas por uma banca está ligada aos formatos de pesquisa que um orientador (avaliador) pode ter em mente e que espera que o candidato fale mais sobre. Os focos em uma entrevista podem ser os mais diversos. Por exemplo, pode ser que o orientador que está te avaliando pode dar preferência para a proposição de questões que apontem a ele se você tem domínio sobre o tema, linha teórica e abordagem metodológica que deseja seguir. Contudo, as questões também irão depender do nível daqueles que estão competindo por essa vaga (no programa e com esse orientador em específico). Algo importante que você deve considerar é que se existem muitos alunos que na escrita do projeto demonstram um certo domínio dessa linha de pesquisa, a seleção pode ser mais rigorosa. Isso acontece quando demonstram um desenvolvimento sólido do projeto.

O rigor de um processo seletivoO rigor de um processo seletivo

Como reiteramos, o rigor de um processo seletivo depende, sobretudo, do nível de profundidade do projeto de pesquisa a ser apresentado pelos pesquisadores que estão competindo por essa vaga, nessa linha de pesquisa específica. Essa profundidade é notada quando há um problema de pesquisa bem definido, um arcabouço teórico bem apresentado, uma proposta viável. Assim, os professores fazem uma avaliação prévia desses alunos. Dessa forma, para que consigam escolher os alunos, analisam, antes de tudo, a capacidade pesquisa desses candidatos. Nesse sentido, quanto maior for o seu engajamento com as atividades acadêmicas (como a publicação de artigos em periódicos e a apresentação em eventos com apresentação de trabalho), maiores serão as chances de você se tornar uma prioridade para esse professor.

O que os professores avaliam?

Antes de tudo, o projeto de pesquisa apresentado ao processo seletivo é o documento base analisado por esse professor que está em busca de alunos que estejam realmente conectados com a sua linha de pesquisa e com a forma com o qual trabalha (os processos de pesquisa que depreende em sua prática enquanto orientador). Nesse sentido, tendo o projeto em mãos, o professor irá analisar o quão viável é o seu projeto, isto é, quais são as chances reais de que ele possa ser executado da melhor forma possível. Para fazer essa aferição, o professor analisa quais são as chances de que esse projeto em questão possa ser desenvolvido dentro dos prazos estipulados pelo programa. Pode ser que o aluno ao decorrer do curso tenha que alterar a sua proposta de forma parcial ou total, porém, nesse momento, o professor está mais interessado em saber qual é a sua real capacidade enquanto pesquisador.

A análise do currículo LattesA análise do currículo Lattes

Além do projeto de pesquisa, o currículo Lattes também exerce um papel fundamental na análise que o seu professor fará de sua atuação enquanto acadêmico, sobretudo quando tem em mãos diversas propostas com as quais poderia trabalhar dentro dos prazos estipulados pelo programa. Os professores, ao abrirem o Lattes dos seus candidatos, querem saber se em algum momento da trajetória acadêmica desses alunos já se interessaram ou ainda se interessam pelas atividades acadêmicas. Além disso, uma outra questão para a qual buscam uma resposta é saber quais foram os motivos que conduziram esses candidatos a optarem por esse programa em específico e por ele, enquanto orientador. Essa é uma questão que pode ser feita durante o momento da entrevista. Se esse aluno desempenhou uma iniciação científica, se pertence ou pertenceu a um grupo de pesquisa, se publica e participa de eventos, ele tem altas chances.

A dinâmica acadêmica

Quanto mais engajado o candidato for com as atividades acadêmicas, mais familiarizado com a dinâmica acadêmica ele estará, logo, maiores serão as suas chances de aprovação por este orientador. É fundamental que você saiba que quanto maior a nota desse programa (atribuída pela CAPES), maiores serão as exigências quanto à produção de artigos (inclusive antes mesmo de você entrar, embora, em tese, não seja algo obrigatório, mas eleva as suas chances). Nesse sentido, a quantidade de publicações, para programas que seguem essa lógica, é um fator decisivo. Uma das estratégias empregadas para que o programa receba mais fomento é justamente o comprometimento com a publicação massiva e contínua de artigos científicos. Antes da entrevista os professores mapeiam os candidatos para obterem essa resposta. Assim, o nivelamento acaba recebendo uma atenção maior do orientador-avaliador.

O nivelamento analisado pelo orientador-avaliador

A partir do momento em que o avaliador tem em mãos projetos que demonstram que os candidatos estão em um mesmo nível de pesquisa (no sentido de maturidade acadêmica), o seu engajamento com as demais atividades acadêmicas acaba sendo priorizado nesse momento da avaliação que se dá por meio da entrevista. Essa prática torna-se comum porque parte-se do princípio de que o orientador já avaliou a sua capacidade de pesquisa, ele já conhece o seu potencial, porém, ainda precisa avaliar o seu engajamento com esse tipo de atividade. Assim, o interesse desse professor começa a variar a depender de entrevista para entrevista. Por exemplo, uma prática muito comum que ele poderá observar é a sua capacidade de empatia e tolerância às opiniões divergentes. A empatia é necessária porque em um curso de mestrado é comum que os pesquisadores caminhem de uma forma mais autônoma, independente.

A autonomia em pesquisa

Um elemento sem dúvidas que desperta a atenção do professor que deseja como orientador é a sua capacidade de agir de forma autônoma, isto é, quer pesquisadores que sejam capazes de caminhar com as próprias pernas, sem ficar dependente o tempo todo, já que ele tem outros alunos que também precisam de orientação. Não significa que esse professor irá abordar o aluno, porém, é fato que ele espera desse pesquisador que seja proativo, que não precisa ser acompanhado o tempo todo. Alguns aspectos que podem lhe ajudar a se preparar é manter em mente que esse professor quer saber se há a possibilidade da construção de um vínculo por meio da união de interesses de pesquisa. Também não são raros os casos de alunos reprovados na etapa da entrevista por agirem de uma forma grosseira, arrogante ou prepotente. Seja humilde antes de qualquer coisa e o resultado com certeza será satisfatório.

Administre as suas emoções

Como mencionamos, alguns alunos podem ser brilhantes, porém, as suas ações podem impedir a sua aprovação em um programa de mestrado. Nesse sentido, o professor irá verificar se você é uma pessoa aberta ao debate, se pratica a empatia e se consegue caminhar de forma mais autônoma. Assim sendo, ele procura saber qual é o seu nível de conhecimento sobre esse mundo, sobre as suas exigências e se você está disposto a se dedicar de forma integral a essas atividades. A arrogância e a demonstração de que você não tem muito tempo para se dedicar a essas atividades são aspectos que certamente terão um peso muito grande nessa avaliação. O tempo é uma questão frequentemente questionada. A maior parte das pessoas que estão vinculadas a essas instituições estaduais ou federais não trabalham para se dedicarem unicamente à pesquisa. Nesse sentido, esse também pode ser um aspecto decisivo.

A questão da dedicação exclusiva

Não é nosso papel aqui questionar essa exigência, mas devemos destacar que muitos desses pesquisadores, em virtude das exigências postas por esses programas, não possuem famílias ou outro tipo de trabalho. Nas instituições privadas, a situação é um pouco diferente, porque é comum que as pessoas trabalhem (essa prática de trabalho pode ser aproveitada na pesquisa, inclusive) e que já tenham famílias (o que culmina um nível de dedicação um pouco menor). A sua disponibilidade para fazer viagens (até as cidades nas quais os eventos que terá que participar serão realizados) e se você não tem certos problemas pessoais e interpessoais que podem atrapalhar o cumprimento dos prazos também são questões a serem investigadas por esses professores. Pensemos um pouco nessa questão do prazo, que é essencial a nossa discussão.

Os prazos em um programa de mestradoOs prazos em um programa de mestrado

Antes de você ingressar em um programa desse tipo, é de suma importância que você mantenha em mente que precisará lidar, pelo menos, com dois prazos diferentes: aqueles postos pelos programas aos quais os pesquisadores estão vinculados e aqueles determinados pelos orientadores. O tempo mínimo de um mestrado é de dezoito meses e o ideal é de vinte e quatro. O tempo máximo, com prorrogação, permite que o curso seja estendido até os trinta meses. Todos os seus prazos e determinações devem ser cumpridos ao longo desse período. Quaisquer problemas que possam lhe impedir de cumprir esses prazos podem comprometer a sua carreira e o próprio programa. Existem aspectos da sua vida particular que podem impedir o andamento do estudo e é por isso que eles são questionados na entrevista.

Zele pelo bom andamento da sua pesquisaZele pelo bom andamento da sua pesquisa

Os professores são muito criteriosos porque entendem que aspectos problemáticos da vida externa impedem sim que o aluno consiga focar e se dedicar tão somente à pesquisa e às atividades acadêmicas. Quando descumprimos os combinados, prejudicamos, além de nós mesmos, o programa, o orientador e todos aqueles colegas que fazem parte dessa rede mediada por esse orientador (grupo de pesquisa, por exemplo). Não nos esqueçamos que para que esse professor tenha bolsas e verbas para investimento nas pesquisas, é preciso que haja o engajamento dos membros que compõem essa instituição, o que inclui os alunos. Essas questões são feitas tão somente para que o professor saiba se há fatores externos que podem lhe prejudicar nesse momento.

Há muitos alunos que não têm noção do quanto a pesquisa irá exigir de si e mesmo com um emaranhado de problemas a serem resolvidos antes que consigam focar, de fato, na pesquisa, resolvem ingressar nesses programas. Muitos acham que mesmo ingressando em um mestrado conseguirão investir nas estratégias de promoção de carreira, ter um filho, cuidar de pessoas que são dependentes dele, dentre outros problemas. O mesmo vale para as pessoas que têm uma rotina muito cheia, um estilo de vida muito agitado. Essas condições não permitem que o pesquisador foque no que realmente importa nesse momento, que é a pesquisa. Esses programas exigem muito tempo de leitura, escrita e envolvimento. Há uma série de atividades que irão exigir muito tempo e foco. Invista quando a sua vida estiver equilibrada.

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