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O que é a metodologia científica? Entenda quais são os aspectos relacionados à composição de um capítulo de método, seus métodos e principais instrumentos – Aula sete

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A metodologia nos trabalhos científicos: quais são os métodos, as suas principais características e como pode ajudar um texto a caminhar de uma forma mais coerente e sistemáticaA metodologia nos trabalhos científicos: quais são os métodos, as suas principais características e como pode ajudar um texto a caminhar de uma forma mais coerente e sistemática

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre uma questão fundamental que integra qualquer estudo. Estamos nos referindo à metodologia científica. Para muitos, esse é o grande tira-sono. Esse vídeo faz parte de uma sequência de textos que têm o objetivo de lhe ajudar a compreender as etapas fundamentais de uma pesquisa. São técnicas que ajudam você a entender, trabalhar e organizar as informações. Iremos apresentar os aspectos mais gerais. Todavia, não iremos conseguir apresentar todos os detalhes sobre cada um dos métodos. Na sequência, iremos oferecer aulas voltadas apenas aos detalhes de cada um dos métodos de pesquisa, seus instrumentos e ferramentas. O primeiro ponto a ser ressaltado é que aqui no Brasil nós não temos uma cultura que prepara os professores e demais acadêmicos para lidarem com os métodos de pesquisa. A concepção do material e a escrita carecem de tais subsídios.

A falta de unanimidade na metodologia

Devido a falta de uniformidade nos métodos de pesquisa, os professores entendem a metodologia científica de formas muito diferentes, o que afeta a condução dos estudos. A falta dessa unidade torna-se um problema porque desde a graduação o aluno acaba deixando a metodologia de lado, tratando-a como algo secundário. Mesmo antes dessa situação pandêmica, a metodologia já era tratada como segunda opção pelas instituições, pois muitas instituições não investiam na disciplina. As matérias consideradas como básicas, como a metodologia, eram ministradas online, como forma de contenção de custos. Muitos professores gravam essas aulas, de modo que a cada ano a instituição apenas disponibiliza os vídeos, não havendo uma renovação no quadro de professores. Essa situação é muito triste, pois, enquanto editores científicos, percebemos que esse é um dos principais motivos que reprovam os textos.

A metodologia como problema

A falta de método pode acarretar a reprovação do seu material científico. O problema torna-se evidente porque a nação brasileira não é incentivada a ler e escrever de forma científica. Nesse sentido, quando o pesquisador se depara com essa necessidade, acaba tendo que aprender a metodologia para que possa executar o seu estudo. Tudo aquilo que não aprendeu durante sua trajetória acaba sendo cobrado na execução do material. Um dos grandes problemas é olhar para a metodologia de um texto e notar que aquilo não faz sentido. O que foi desenvolvido não é adequado ao texto, o que significa que a metodologia foi utilizada de forma errônea. Há, também, aqueles métodos que, em um certo momento, tornam-se muito populares e todos querem usá-los. Contudo, não se sabe como utilizá-los, mas faz-se questão de estarem na moda.

As metodologias que estão “na moda”

Um exemplo de método que todos querem utilizar é a famosa pesquisa-ação. Em um certo momento, esse tipo de método explodiu e chamou a atenção de uma ampla gama de pessoas. Especialmente quando começou a ser empregada, era uma ferramenta muito nova, e, enquanto novidade, todos queriam utilizá-la. Assim sendo, diversos acadêmicos se apropriaram dela e quiseram levar para as instituições às quais estão vinculados. Contudo, mais do que o nome de uma metodologia, devemos compreender o que elas significam e como podem ser aplicadas. Ela deve suprir a necessidade do seu material. Assim, iremos apontar os principais métodos e os passos com os quais deve se preocupar ao longo da execução do estudo. Não podemos nos esquecer que nesse processo é fundamental que a sua metodologia seja capaz de atender aos seus objetivos geral e específicos.

O capítulo de materiais e métodos

Iremos iniciar essa discussão apresentando os aspectos básicos aos quais você deve se ater no capítulo de materiais e métodos do seu estudo. Geralmente, quando discutimos sobre a metodologia científica, quer-se saber qual foi o método que você escolheu para tornar o seu estudo passível de ser executado. Ele sempre serve para que um professor seja capaz de alcançar aquilo que foi prometido ao leitor (problema de pesquisa, questão norteadora e objetivos). Todavia, a pesquisa precisa ser sistematizada, isto é, seguir um passo a passo bem definido. Essa é uma questão que afeta qualquer tema, área e linha de pesquisa. Toda e qualquer área deve seguir esse sistema. Há coisas que podem e aquelas que não podem ser feitas em uma pesquisa. O capítulo de materiais e métodos é chamado dessa forma porque discorre-se sobre as suas escolhas metodológicas.

A relação do método com o problema de pesquisa e os objetivosA relação do método com o problema de pesquisa e os objetivos

Você perceberá que todo método de pesquisa perpassa pelo problema de pesquisa, sendo este um fator determinante. Essa é a primeira pergunta a ser feita é procurada em um estudo. Quer-se saber qual é o seu problema de pesquisa. Essa é uma tendência mundial, então devemos ter muito claro em mente essa consciência. Todo trabalho científico é desenvolvido para resolver um certo problema. Os objetivos também influenciam nas suas escolhas metodológicas. Os seus objetivos devem ser capazes de responder a pergunta problema, e, para isso, o método deve ser suficiente. A metodologia aponta como você desempenhará esses passos. São caminhos que empregamos para que o material seja desenvolvido da forma mais tranquila e sistematizada possível. A maior parte dos materiais inicia a partir de uma perspectiva múltipla de metodologias, mas o pesquisador precisa de um certo direcionamento.

As etapas de uma pesquisa

Se você propõe a realização de um levantamento teórico, automaticamente, o seu estudo será entendido como uma pesquisa bibliográfica, independentemente do tipo de revisão que você está propondo. Essa escolha já aponta qual será a metodologia seguida pelo estudo. No caso de uma pesquisa bibliográfica, será questionado se ela foi feita a partir de um estado da arte. Essa escolha também já seria uma etapa, um outro método. Infelizmente, não temos essa cultura em nosso país, logo, os métodos tendem a ser reduzidos a uma coisa só, de modo que as suas particularidades tendem a ser apagadas, justamente em virtude dessa consciência sistematizada. Outro ponto que nos preocupa bastante são as confusões feitas em virtude do desconhecimento dos reais aspectos das pesquisas quanti-quali. Essa classificação está ligada à abordagem. Ela, por si só, não é suficiente para abordar todos os aspectos de um método.

As especificidades de uma metodologia

Quando você opta por realizar um estudo de caso, automaticamente, você irá recair na abordagem qualitativa. Por outro lado, se você deseja estudar a representatividade a partir de um N específico precisará partir de uma abordagem quantitativa para compreender as especificidades de um dado contexto. Antes de compreendermos os aspectos mais gerais dos principais métodos, é importante que você saiba que essa metodologia deve ser capaz de tornar os seus objetivos passíveis de serem executados. Os objetivos, por sua vez, devem responder a sua pergunta de pesquisa, logo, devem ser bem delimitados. Não devemos inventar objetivos e também não podemos nos esquecer de que menos é mais. A metodologia demonstra como você irá atingir os seus objetivos e responder a sua pergunta, com o intuito de resolver um dado problema.

Preocupe-se com as suas possibilidades metodológicas

Nesse primeiro momento, você precisará se preocupar com os métodos que podem ser admitidos em virtude de sua proposta de pesquisa. Em outras palavras, você deverá se preocupar com os tipos de pesquisa com os quais pode contar. O primeiro deles é a pesquisa exploratória. Nesse tipo de pesquisa, o pesquisador realiza um levantamento de dados. Na etnográfica, por sua vez, o foco reside no entendimento das características comportamentais relacionadas a um dado grupo social. A pesquisa discursiva, por sua vez, não irá apenas levantar dados, mas sim discutir sobre eles (é nesse sentido que se diferencia da exploratória). Nessa discussão, geralmente, contrapõe-se teorias e pontos de vista de um conjunto de autores ligados ao assunto/perspectiva teórica adotada. O pesquisador também pode realizar uma pesquisa investigativa. O objetivo é investigar tão somente um determinado assunto.

Os tipos de pesquisa e a abordagemOs tipos de pesquisa e a abordagem

Como vimos, os tipos de pesquisa são os mais inúmeros. O tipo de pesquisa adotado irá determinar qual é a característica principal que define o seu estudo. Definido o tipo de pesquisa, o pesquisador irá escolher a abordagem que guiará o estudo. Ela pode ser qualitativa, quantitativa ou quanti-quali. A pesquisa qualitativa, como o nome indica, está preocupada com a qualidade do estudo. A quantitativa, por sua vez, com a quantidade, mensuração, estatística. A quanti-quali mescla as duas abordagens e as suas principais características. Por exemplo, se você deseja investigar como os trabalhadores da indústria de bebidas lidam com um dado fenômeno no cotidiano de trabalho, você irá selecionar esses trabalhadores, definir um N e compilar o máximo de respostas possíveis que permitam que você chegue a esse N. Temos, então, uma abordagem quantitativa.

As ferramentas

Certas ferramentas metodológicas permitem que transformemos esses achados em dados relevantes à discussão. Ainda considerando esse exemplo, se o pesquisador tem o interesse, além de compilar os dados junto aos funcionários da indústria de bebidas, quer conversar com os CEOs para compreender esse fenômeno, que deverá partir de uma abordagem qualitativa. A abordagem é necessária para que o pesquisador investigue as percepções desses CEOs sobre um dado fenômeno. Para isso, aplicar um questionário aberto ou semiaberto é a melhor escolha. A fim de que você possa obter essas informações, eles deverão ser entrevistados. Se você propõe esses dois tipos de tratamento de dados, a pesquisa recairá tanto no domínio da pesquisa quantitativa (eixo dos trabalhadores) quanto no da qualitativa (percepções dos CEOs).

Todo estudo trabalha com uma população e amostra?Todo estudo trabalha com uma população e amostra?

Definidos o tipo de pesquisa e a abordagem do estudo, também é necessário que você deixe claro ao leitor qual é a população com a qual você irá trabalhar, pois resulta dessa população a sua amostra, já que não é possível trabalhar com toda uma população, sobretudo no caso de populações muito amplas. A população é quem você irá investigar. Essa questão apenas se encaixa nos estudos aplicados. Pesquisas teóricas não têm esse tipo de preocupação. Um estudo pode, sim, ficar apenas nessa veia mais discursiva, bibliográfica, investigativa. Além da revisão bibliográfica, o estudo pode, também, propor uma revisão bibliométrica, em que o pesquisador parte de estudos já publicados e, assim, não irá aplicar nada. Pode, também, desenvolver uma revisão sistemática ou integrativa. No caso desses estudos, não é necessário preocupar-se com a abordagem, população e amostra.

Preocupações de um estudo aplicadoPreocupações de um estudo aplicado

Se a sua pesquisa é aplicada, questões como abordagem, população e amostra precisam ficar muito claras ao seu leitor. Se a sua pesquisa se concentra nesse domínio, precisará deixar muito claro ao leitor quais são as principais características inerentes à população com a qual está trabalhando, bem como ao contexto com o qual essa população se relaciona. Suponhamos que você tenha o objetivo de investigar a população de uma certa cidade, isto é, um espaço geográfico específico, você precisará esclarecer os principais pontos sobre esse contexto. Tudo aquilo que você utilizar como ferramenta deve ficar muito claro. Além disso, essas ferramentas devem ser validadas. Não podemos fazer qualquer tipo de pergunta sem que esta tenha sido validada antes, ou, caso haja tempo disponível, elas deverão ser submetidas e aprovadas pelo comitê de ética. Todo estudo aplicado precisa de perguntas já aprovadas.

Precisa-se, então, de perguntas que não foram contaminadas, ou seja, manipuladas. Para isso, é necessário que essas questões já tenham um certo nível de validade, o que implica buscar por essas perguntas. É uma forma de tomar certos cuidados éticos, pois, assim, o pesquisador não está induzindo a pesquisa a chegar a um resultado sem atenção aos cuidados científicos. Nessa seara, há métodos empregados para que uma dada população seja ou não inclusa. Contudo, essas últimas questões aplicam-se apenas àquelas pesquisas que possuem esse viés mais prático. O problema de pesquisa e os objetivos são aspectos que definirão se a sua pesquisa precisará ou não ater-se a essas ferramentas mais aplicadas. As ferramentas estão ligadas às formas a partir das quais os seus dados serão tratados. Nesse sentido, há uma série de formatos que você pode empregar para que o estudo seja viável.

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