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Mestrado e doutorado – A ansiedade e a depressão no contexto da pós-graduação – Uma realidade de muitos – Como aprender a controlar esses problemas?

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Os transtornos mentais no contexto acadêmico: por que é importante cuidarmos da saúde mental ao adentrarmos no universo da pós-graduação?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre uma questão essencial, que é a saúde mental, ou a falta dela, no contexto acadêmico. Embora tenhamos feito o recorte para o universo da pós-graduação, não é incomum que alunos ainda na graduação desenvolvam esses transtornos, sendo os mais comuns a ansiedade e a depressão. Como temos reiterado ao longo de nossos posts, a partir do momento em que ingressamos em um programa desse tipo, temos algumas responsabilidades das quais não podemos nos desvencilhar, e, na verdade, são pressões postas tanto pelos órgãos reguladores quanto pelos próprios acadêmicos, pois eles são o motor desse sistema. Assim sendo, em virtude dessas pressões e cobranças diárias, muitos de nossos pesquisadores passam a adoecer por não conseguirem lidar da melhor forma com essa pressão, e, desse modo, iremos discutir sobre a saúde mental no âmbito da pós-graduação.

Por que devemos falar sobre transtornos mentais?Por que devemos falar sobre transtornos mentais?

Esta é uma temática bastante delicada e complexa, e, desse modo, deve ser debatida para que as dúvidas sejam esclarecidas, para que as pessoas que se enquadram nesse tipo de situação sejam orientadas. A pauta de hoje foi requerida por um pesquisador que nos acompanha em nossos canais oficiais. Ele nos solicitou uma discussão acerca da ansiedade no contexto da pós-graduação. Este pesquisador é aluno da graduação e bolsista no nível de iniciação científica. Muitas destas pessoas gostam da pesquisa, mas têm medo de prosseguir para a pós-graduação e muitas que já estão nesse universo também são afetadas. Assim, muitos se questionam sobre as melhores formas para lidar com esses anseios, aflições e elementos que despertam essa ansiedade. De antemão, gostaríamos de frisar que essa é uma questão muito pertinente, pois aflige mais pessoas do que imaginamos.

A ansiedade e a depressão na sociedade contemporânea

Como temos visto, a ansiedade e a depressão são patologias que, na sociedade contemporânea, têm se manifestado com muita frequência. As mais diversas esferas da vida humana são afetadas pelas pressões. Assim sendo, essas patologias, hoje, são problemas de saúde pública. O campo da pós-graduação desperta algumas complicações sobre as quais iremos discutir ao longo desta investigação. Os bolsistas são bastante afetados com essas pressões, sejam os de graduação ou de pós-graduação. o bolsista pode ser tanto aquele que recebe uma bolsa-taxa, que custeia, portanto, a mensalidade de seu curso. Não precisa de dedicação exclusiva, visto que não é uma bolsa para que desenvolva uma pesquisa. Temos, ainda, bolsistas que são remunerados, isto é, em tempo integral devem desenvolver pesquisas, já que os seus estudos estão sendo financiados por uma agência de fomento específica.

Os bolsistas em tempo integral

Aqueles que devem se dedicar exclusivamente às suas pesquisas são pressionados, pois devem demonstrar que esse dinheiro está sendo bem investido. Pessoas que estão nos cursos de mestrado e doutorado lidam com essa pressão independentemente de terem bolsas. Assim sendo, é comum que esses alunos encontrem-se em um quadro de depressão e/ou ansiedade. Trata-se de um ambiente muito novo, de modo que precisam se adaptar a ele e esse processo nem sempre é fácil. Você terá que lidar com pessoas detentoras de grande conhecimento e que estão há muitos anos estudando esse assunto. Ao adentrarmos nesses espaços, mesmo que tenhamos uma certa experiência, não podemos negar que estamos em um lugar novo. Além disso, é um contexto que exige dos seus alunos o tempo todo o desenvolvimento de práticas de pesquisa de forma muito massiva.

As exigências potencializadas

Os alunos que ingressam em um programa de mestrado ou doutorado serão cobrados por leituras diárias e pela concretização dessas em novas produções. A depender do contexto no qual está imerso, poderá ter que ler mais de dois ou três livros por semana para que a sua dissertação ou tese possa ser desenvolvida no tempo proposto pelo seu orientador e pelo próprio programa no qual está vinculado. Quem não está acostumado com essa rotina massiva de leitura e produção de conteúdos científicos pode ter um choque cultural, pois são práticas incomuns em outros contextos. É interessante pontuar que aquelas pessoas que saem da graduação e trabalham muitos e muitos anos no mercado, quando retornam para esse contexto acadêmico acabam demorando um pouco mais para se adaptarem a esse novo contexto. É comum que essas pessoas se sintam tristes e desapontadas ao lidarem com essas demandas.

As dificuldades para se adaptar a um novo ambienteAs dificuldades para se adaptar a um novo ambiente

Pessoas que estão transitando do meio corporativo para o acadêmico levam mais tempo para entenderem como esse universo funciona e quais são as exigências que terão de cumprir ao longo desse curso. Como se trata de um outro mundo, até que você aprenda a lidar tanto com os jargões de área quanto os gerais, voltados à produção científica em si, leva um tempo. É como se você estivesse entrando em um novo país, e, assim, precisa aprender uma nova língua e uma nova cultura. Retomando a nossa discussão sobre os bolsistas, eles são bastante afetados, pois, como dinheiro público está sendo investido, ele precisa demonstrar resultado. Assim, é comum que tenha que apresentar relatórios. Como o governo investe mensalmente dinheiro em sua pesquisa, ele precisa saber onde ele está sendo aplicado, bem como se a sua dedicação é, de fato, satisfatória e exclusiva.

A demonstração dos resultados de uma pesquisa

A depender do seu programa e das exigências de seu orientador, além da apresentação de um relatório, deverá publicar artigos científicos, participar de eventos científicos com apresentação de trabalhos, dentre outras atividades acadêmicas. Para que o seu relatório seja aprovado, ele precisa ser assinado pelo seu orientador, e, sem isso, poderá haver pendências administrativas. Se o relatório não for aceito, você terá que devolver todo o dinheiro que foi investido em sua pesquisa. Essa é uma questão delicada, mas devemos conversar sobre ela. Muitas pessoas realmente desenvolvem os estudos de forma séria, aplicando o dinheiro investido na ciência. Contudo, a agência pode não aceitar esse relatório. Pode-se abrir um processo, desde que o aluno seja capaz de comprovar que esse dinheiro foi gasto com questões acadêmicas e que o estudo foi, de fato, desenvolvido como acordado no termo de aceitação.

A prestação de contas

Como é dinheiro público que está sendo investido nesse estudo, a prestação de contas é uma prática comum. Assim, se qualquer quantia nessa prestação não bater, você poderá ter que responder judicialmente. No caso das pessoas que pretendem realizar um curso de mestrado ou doutorado dessa forma, bate, de fato, um desespero, porque a responsabilidade é enorme, sobretudo no que toca à comprovação de que o dinheiro está sendo investido na pesquisa. Um dos principais mecanismos que deverão ser cumpridos ainda em relação à prestação de contas é a apresentação de um relatório com os resultados dessa pesquisa na qual o dinheiro público foi aplicado. Entretanto, a situação passa a ficar desequilibrada a partir do momento em que o professor assume uma postura abusiva. É comum que peçam para que esses alunos escrevam, por exemplo, um artigo científico em poucos dias, o que o deixa tenso e mal.

As pressões postas pelos orientadoresAs pressões postas pelos orientadores

Essas pressões, na verdade, advém de uma instância maior, porém, com frequência, os professores exigem de seus alunos a escrita e submissão de artigos em pouco tempo; a participação com assiduidade nos eventos com apresentação de trabalhos; participação em grupos de pesquisa, dentre outras atividades. Assim, muitos dos alunos ficam amedrontados e sem saberem como devem começar a executar tais atividades. Além disso, hoje, lidamos com o excesso de informação, o que por si só já nos deixa um pouco perdidos. Não podemos encarar essa ansiedade ou depressão como algo que nós mesmos provocamos: é o próprio sistema e as suas pressões que nos deixam um pouco perdidos, sobretudo nos momentos iniciais de uma pesquisa, de ingresso em um novo contexto. Isso decorre do fato de que diversas das exigências cobradas são estranhas e confusas nesse primeiro momento para os alunos, o que gera medo.

Busque pelo equilíbrio corporal

Uma estratégia que temos em mãos a fim de que possamos lidar melhor com essa situação é o equilíbrio corporal. A sua vida como um todo precisa de equilíbrio para que consiga viver de forma leve. Contudo, para que cheguemos a esse tão sonhado equilíbrio, algumas estratégias são de vital importância, como a realização de exercícios físicos de forma frequente, procurar pela ajuda de um profissional e, além disso, algo essencial: desligar-se um pouco. Temos percebido que grande parte dos alunos desses programas, sobretudo os bolsistas e interessados em ficar por muito tempo nesse universo acadêmico, têm uma espécie de vício. Diversos acadêmicos sentem a necessidade de falarem das suas pesquisas vinte e quatro horas por dia ou sobre elementos que perpassam por esse cenário, sem que se desliguem um pouco desse contexto.

Consequências do “vício” na academia

Pessoas que têm esse hábito que acabamos de apontar não conseguem desligar, de modo que quando saem com alguém para lanchar, ver um filme ou qualquer atividade semelhante, tornam a discutir tão somente sobre a academia, sem que vivam aquele momento de fato. São pessoas que apenas estão falando sobre estudos, sobre prazos de artigos e demais atividades produtivas, sobre eventos, dentre outros assuntos semelhantes. O desafio é aprender a lidar com essas emoções e saber viver cada momento de forma equilibrada. No mundo acadêmico, chegamos ao tão sonhado sucesso quando aprendemos a lidar com essas emoções, sejam elas positivas ou negativas. Cuidar da saúde mental é essencial. A meditação, por exemplo, é uma prática que costuma ajudar muitos a chegarem a esse equilíbrio. Tire um tempo para a sua família e para todos com quem costuma se relacionar, pois assim nos fortalecemos.

Cuidados com a saúde mentalCuidados com a saúde mental

Tirar um tempo do seu dia para cuidar de sua espiritualidade também é uma forma de chegar a esse equilíbrio. É de suma importância que você encontre esse equilíbrio, pois, sem ele, você acabará adoecendo em virtude dessas mais diversas pressões que nos são postas a cada novo dia. É fato que qualquer espaço com o qual nos vinculamos nos coloca algumas demandas, de modo que esse equilíbrio é essencial para qualquer contexto. Mudam as demandas, mas não mudam as pressões. A demanda do mundo acadêmico e intelectual, de modo que você será cobrado a cada dia pelo exercício dessa capacidade intelectual que deve ser desenvolvida e aprimorada a cada dia. As atividades físicas são essenciais para que aprendamos a lidar com certos tipos de hormônios. A meditação também é crucial para que você consiga se desligar um pouco e chegar ao tão sonhado equilíbrio.

O que desperta a ansiedade e a depressão na sociedade contemporânea?O que desperta a ansiedade e a depressão na sociedade contemporânea?

Hoje, todos nós somos afetados pelas mais diversas pressões, independentemente de classe social, gênero, ocupação profissional, formação, faixa etária etc. Pessoas dos mais diversos contextos tornam-se alvos da ansiedade e da depressão em seus mais diversos níveis, sejam esses quadros mais leves ou mais graves. São diversos os motivos que desencadeiam esses problemas. Por exemplo, se você não tem uma boa alimentação, alguns nutrientes ficarão em falta, e, dessa forma, o quadro da depressão pode acabar sendo potencializado. Esses aspectos devem ser considerados mesmo pela população mais jovem, porque nenhum de nós estamos isentos dessas influências. A carreira acadêmica não é diferente de nenhuma outra, então, precisamos cuidar de nossa saúde mental. Tome cuidado com as ideias pré concebidas sobre esse universo, pois podem gerar frustrações. Nem todos são colaborativos e ajudam.

Existem questões políticas com as quais precisamos lidar para nos adaptarmos a esses espaços e a busca por reconhecimento em um certo núcleo/grupo de pesquisa. Somam-se a essas outras pressões voltadas ao processo de produção dos materiais científicos ao longo dessa jornada. A fim de que você consiga se adaptar a esse novo contexto, precisará adotar algumas estratégias, porém, não é apenas no contexto acadêmico que elas se tornam primordiais. Cada esfera necessita de técnicas específicas para que as pessoas atinjam o almejado sucesso. No caso da academia, estratégias para publicação de materiais serão indispensáveis. Estratégias para se enturmar nesse mundo, pessoais e de pesquisa também são cruciais. Há, por exemplo, pesquisadores que se especializam em uma única área e aqueles que transitam entre várias. Analise qual a melhor para o seu contexto.

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