O universo do mestrado e/ou doutorado: as características fundamentais de um curso de pós stricto sensu e o que você deve saber sobre o processo seletivo para ingresso nas universidades

Olá, tudo bem? Em nosso post iremos refletir sobre uma questão que afeta todos os que desejam ingressar na pós-graduação stricto sensu, isto é, em um curso de mestrado e, também, de doutorado. A primeira coisa que você deve saber é que esses cursos são voltados para os que almejam uma carreira muito específica, que é voltada tanto às atividades de pesquisa como à docência, porém, aqui, o intuito é o de lecionar em instituições de ensino superior. Contudo, muitos têm se questionado se é possível ingressar em uma universidade pública para fazer esse curso de mestrado e/ou doutorado. É sobre essas questões que iremos discutir hoje e há certos aspectos que você deve manter em mente caso queira fazer esse curso no contexto público. A primeira coisa que se deve saber é que, de fato, há uma menor quantidade de vagas em relação às instituições privadas, mas não é impossível de ingressar, porém, alguns cuidados são cruciais.

Por que muitos acreditam que a pós-graduação nas universidades públicas é algo distante?

Há uma série de dúvidas frequentes que são deixadas em nossos canais, contudo, uma das mais recorrentes é, sem dúvidas, se é possível ingressar em uma universidade pública para fazer um curso de mestrado e/ou doutorado. Podemos afirmar que sim, embora o processo não seja fácil e esteja repleto de desafios que você precisará assumir, tanto antes de ingressar em um programa quanto após esse ingresso, o que implica uma mudança de mentalidade e também de postura. Quando falamos em mudança de postura, estamos nos referindo à desvinculação de uma prática com a qual estamos acostumados desde a infância: a postura passiva. Durante toda a nossa trajetória estamos acostumados apenas a absorver o conteúdo, o que não acontece em um curso de mestrado, sendo, para muitas pessoas, um grande desafio. Ele se dá porque nos adaptamos a um cenário que é totalmente novo e repleto de uma série de exigências.

Como posso fazer esse curso em uma universidade pública?

Como mencionamos, muitos acreditam que esta é uma questão muito distante, ou seja, não acham que estão aptos para ingressarem nesse tipo de ambiente, porém, é possível, mesmo que não seja um processo fácil. Entretanto, muitos se questionam se é possível fazer um tipo de curso específico nas universidades públicas: as especializações. A primeira coisa que você deve saber é que esse tipo de curso faz parte do lato sensu. Há instituições públicas que oferecem esses cursos. Contudo, é nosso dever lhe alertar que mesmo que algumas instituições públicas ofereçam esses cursos, nem sempre são gratuitos. Para ter acesso a essa informação, acesse o site da instituição e verifique se deve ser feito algum tipo de remuneração para que possa fazer esse curso. Se o seu objetivo é o de fazer uma especialização lato sensu, acesse esta aba e não a do stricto sensu (mestrados e doutorados).

Não confunda especializações com mestrados e doutorados

As especializações têm uma proposta muito diferente dos cursos de mestrado e de doutorado. Com isso, adentramos em nossa segunda questão: quem pode fazer uma pós em nosso país? Qualquer pessoa que tenha concluído um curso de graduação pode fazer esse curso. Seja o seu curso de graduação tecnólogo, uma licenciatura ou um bacharel, caso tenha obtido o certificado de graduado, poderá realizar um curso de pós-graduação, seja ele lato sensu ou stricto sensu. Desde que o curso de graduação, independentemente do formato, seja reconhecido pelo Ministério da Educação, poderá passar para o próximo nível. Você não precisa fazer um curso de mestrado e depois de doutorado depois da graduação caso não seja o seu interesse. Embora sempre discutamos sobre as características de um curso de pós-graduação lato sensu e stricto sensu, iremos retomar brevemente os seus principais pontos.

Quais são as características gerais de um curso lato sensu?

Se você deseja se aventurar no contexto da pós-graduação, saiba que há dois tipos de cursos que podem ser escolhidos. O primeiro deles é o lato sensu. Para que você possa atuar de maneira legal não precisa que o curso seja reconhecido pelo MEC ou pela CAPES. Os objetivos deste curso são mais inclinados ao mercado e, em geral, as pessoas que procuram já trabalham em um certo nicho e precisam de competências e habilidades mais específicas nesta área para que atuem de uma forma mais efetiva. Esses cursos costumam ser de curta duração, uma vez que os alunos precisam adquirir técnicas de maneira rápida. Esses cursos surgem para suprir as necessidades momentâneas e específicas naquele contexto, que amanhã podem não ser mais as mesmas. A finalidade principal desse tipo de curso é o de preparar os alunos rapidamente para que atuem no mercado e aumentem a produtividade da empresa.

Quais são as características de um curso stricto sensu?

O interesse aqui é outro. Os cursos formam professores universitários e pesquisadores. São mais teóricos e pouco práticos, pois demandam muita leitura, reflexão e produção de conhecimento intelectual. Em virtude do intuito desse tipo de curso, os alunos ficarão muito envolvidos com todas as atividades que perpassam pelos eixos do ensino e da docência. A fim de que esse tipo de pós-graduação possa ser identificado de uma maneira mais rápida pelos acadêmicos e pela sociedade em geral, atribui-se o nome aos cursos de mestrado e doutorado. A fim de que você possa chegar no doutorado, é preciso fazer e ser aprovado em um mestrado antes. Contudo, hoje iremos pensar nas formas de ingresso no lato sensu, especialmente nas universidades públicas. Em primeiro lugar, é preciso identificar a instituição e o curso que deseja realizar nesse espaço.

Como pesquisar o curso lato sensu?

O primeiro passo é acessar o site da instituição que você já tem uma noção de que oferece cursos de especialização. Lá, identifique a linha de pesquisa com a qual se identifica e deseja aprimorar o seu conhecimento prático. Algo que precisamos ressaltar mais uma vez é que a pós-graduação lato sensu não precisa ser reconhecida pelo MEC e pela CAPES, mesmo que seja ofertada em universidades públicas renomadas e reconhecidas. O MEC apresenta uma grade curricular que as instituições precisam seguir para que sejam avaliadas. Entretanto, a grade não consegue acompanhar a dinâmica do mercado e é essa dinâmica que faz com que um novo curso seja proposto e um outro seja extinto. Essas necessidades mudam muito rápido e a academia não consegue acompanhar. O reconhecimento que você precisará averiguar está ligado a uma outra questão.

O reconhecimento pela empresa

A fim de que um curso e um título seja bem aceito pelo aluno que busca pelo lato sensu, este deve estar preocupado com outro tipo de reconhecimento: aquele obtido pela empresa na qual está vinculado. Analise se essa instituição, a área na qual deseja se especializar e se o curso é bem-vindo pelos gestores, pois, ao contrário, a especialização pode não render bons frutos, sobretudo se você almeja uma promoção de carreira com esta especialização. Além disso, é de suma importância que você leve em consideração que esse tipo de curso irá lhe fornecer um título muito específico, que é o de especialista. Você não será reconhecido como um mestre ou doutor e, caso o seu objetivo seja o de lecionar nas universidades, sobretudo nas públicas, no futuro, poderá ter que realizar um curso de mestrado e/ou doutorado para ampliar as suas possibilidades de atuação, seja no mundo corporativo, seja no acadêmico.

Quais os cursos devem ser reconhecidos pelo MEC/CAPES?

Se o seu objetivo é o de atuar na carreira acadêmica, terá que mudar de estratégia, pois, como afirmamos, os cursos lato sensu não precisam de reconhecimento do MEC/CAPES, porém, com isso, as suas possibilidades são um pouco mais restritas, de modo que, caso queira migrar para o contexto acadêmico, precisará realizar um novo curso, devendo este ser reconhecido pelo MEC/CAPES para que possa receber o equivalente a um mestre e/ou doutor. Todo curso de pós-graduação stricto sensu, isto é, mestrado ou doutorado, obrigatoriamente, devem passar por esse crivo. Dito isso, adentramos em uma terceira questão que nos foi colocada. Muitos querem saber como funciona um curso de pós-graduação. Se estamos falando de lato sensu, caímos em um contexto se, a discussão é sobre o stricto sensu, deparamo-nos com um outro tipo de cenário. Tais questões devem ficar muito claras.

Quais são as semelhanças entre um curso de graduação e o lato sensu?

Há alguns elementos que aproximam esses dois tipos de cursos, isto é, a graduação e o lato sensu, ou seja, as especializações. Tais semelhanças dizem respeito a forma como absorvem o conhecimento, quanto ao trabalho final e quanto às exigências curriculares, pois ambos têm como objetivo fornecer conhecimento que será aplicado no campo prático, porém, a graduação é mais genérica, logo, as especializações aperfeiçoam esses conhecimentos genéricos. Há um professor que apresenta o conteúdo, as suas técnicas e competências enquanto o aluno absorve de maneira passiva. O trabalho final solicitado também é semelhante, de modo que este pode ser um artigo científico ou uma monografia/TCC. Ao longo das disciplinas, esses alunos podem ter que realizar atividades avaliativas a fim de que o professor avalie se estão aptos para obterem o título pleiteado (de graduado ou especialista, respectivamente).

O formato de ensino do lato sensu

Se o seu objetivo é o de ingressar nesse tipo de curso, é fundamental que saiba um pouco mais sobre o tipo de postura esperado do aluno. Assim como na graduação, irá absorver todo esse conteúdo e será avaliado ocasionalmente. Como você é visto como sujeito passivo, não terá que fazer grandes e profundas pesquisas ao longo desse curso. Não terá que produzir uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado, como acontece no stricto sensu. Há, claro, algumas exigências que devem ser cumpridas a fim de que seja um especialista. O objetivo é o de absorver todo o conhecimento e adquirir técnicas, competências e habilidades que possam otimizar a sua prática de trabalho em uma área muito específica, porém, ainda se trata de um sujeito passivo. Você receberá a todo o momento uma ampla gama de informações. Não terá que produzir resultados acadêmicos a todo o momento, como no outro eixo.

Como posso saber se uma universidade pública oferece uma especialização?

Com isso, adentramos em uma questão fundamental na nossa conversa. Muitos querem saber se há em nosso país universidades públicas que oferecem esse tipo de curso, pois, como sabemos, nem todos têm como pagar por esse curso, sendo essa a realidade da maior parte dos brasileiros. Esses cursos existem e, na verdade, a maior parte das universidades que oferecem cursos de mestrado e doutorado também possuem os seus programas lato sensu. Há o caso de instituições que criam esses cursos para que atendam necessidades de um público específico, sendo esse, na verdade, o intuito da pós lato sensu. Já notamos casos, por exemplo, de universidades que passaram a ofertar cursos de especialização em economia criativa ao notarem a crescente desse interesse. Também criam cursos que atendem demandas de empresas com necessidades específicas.

Qual o objetivo da criação de um curso lato sensu?

Como mencionamos, eles nascem com o intuito de contribuir com uma área que está com alguma lacuna que precisa de soluções rápidas. Contudo, não basta que as lacunas sejam identificadas, é necessário que os profissionais que trabalham nessas áreas sejam capacitados para colocarem essas soluções em prática. É esse o intuito da pós lato sensu e é por isso que muitos cursos surgem para suprir demandas momentâneas específicas, logo, deixam de ser ofertados à medida em que a lacuna é sanada, visto que, a cada dia, o mercado tem outras necessidades. É um contexto altamente dinâmico e que demanda cursos, disciplinas e sujeitos que estejam aptos a captar essa mudança da melhor forma possível, o que implica agilidade, dinamicidade e versatilidade. Nem sempre a graduação fornece essas habilidades, pois, como frisamos em outros momentos, os cursos são genéricos e básicos.