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Posso ir da graduação direto para o doutorado?

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Como faço para ingressar em um curso de mestrado ou de doutorado?

Como faço para ingressar em um curso de mestrado ou de doutorado?

Olá, tudo bem? Em nossa conversa de hoje iremos discutir novamente sobre o universo da pós-graduação, você sabe como faz para ingressar nesses cursos?

É muito comum você se candidatar aos cursos à medida que obtém os títulos.

Por exemplo, para ingressar em um mestrado, você deve já ter se graduado e, consequentemente, para que você possa ingressar em curso de doutorado, precisará ser mestre.

Contudo, foi-nos perguntado se é possível ir da graduação direto para o doutorado, isto é, pulando a fase do mestrado.

Antes de respondermos a essas questões, gostaríamos de apresentar a você algumas dicas para que se prepare para o processo seletivo, pois é muito mais comum que você tenha que passar por um processo desse tipo para ingressar nesse curso de mestrado ou doutorado do que pular um nível, embora, como iremos conversar, seja possível.

O preparo para ingressar na pós-graduação

Entra ano e sai ano e uma mesma indagação tende a permanecer: o que devo fazer para ingressar em um curso de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado acadêmico, embora as dúvidas sejam pertinentes, também, aos cursos profissionais)?

Embora a dúvida possa parecer “batida”, diversos posts nas redes sociais apontam essas dúvidas.

Um dos pontos cruciais que todos devem considerar nesse processo de preparação para ingressar na pós-graduação é a leitura atenta do edital e, a partir das recomendações, prepara-se para as diversas etapas com antecedência.

Há casos de pessoas que se preparam por anos até que ingressem nesses cursos.

Preparar-se por muitos anos pode parecer ser bastante tempo, mas, sobretudo no caso de pessoas que precisam conciliar o trabalho com os estudos e a família, é preciso investir tempo (às vezes, anos) para ler a bibliografia e conseguir se preparar.

A importância dos editais nos processos seletivos

A importância dos editais nos processos seletivos

Tudo começa com os editais. Sem um edital, um processo seletivo não pode ocorrer. Nele, você encontra todas as informações sobre as etapas diferentes do processo seletivo.

Ele contempla desde os dados sobre a inscrição, até as linhas de pesquisa e, em alguns casos, nomes dos possíveis orientadores de cada linha de pesquisa, as datas das provas, indicações para apresentação do currículo Lattes, normas para a elaboração e formatação do projeto de pesquisa, dentre outras recomendações.

Manter esse documento sempre com você é essencial, sobretudo para que não se perca diante de tantas datas e normas.

Do mesmo modo, anotar em post ou grifar as informações importantes desse documento pode ajudar lhe a lidar com todas essas etapas da melhor forma.

Atenção: o não atendimento a quaisquer indicações do edital pode acarretar a sua eliminação, inclusive no momento da inscrição.

Conheça o programa que deseja ingressar

Antes mesmo de começar a realizar a leitura atenta do edital do programa que deseja ingressar, há um passo de suma importância que você deve cumprir: conhecer, em detalhes, o programa do qual deseja fazer parte.

Por conhecer, gostaríamos de enfatizar a importância de compreender quais são as linhas de pesquisa, quem são os orientadores e o que costuma despertar a atenção desses orientadores.

Do mesmo modo, saber qual é a quantidade de créditos acadêmicos (atividades fora da pesquisa que precisam ser desempenhadas para que você possa obter o título), quais são as disciplinas oferecidas pelo programa, quais são as metodologias mais comuns e qual é a estrutura do trabalho final são os primeiros passos para se compreender a lógica de uma instituição.

Caso seja possível, frequentar disciplinas como ouvinte para conhecer o espaço físico da instituição e o professor-orientador, também é ideal.

Converse com o possível orientador

Tão importante quanto entender a lógica de funcionamento da instituição que deseja ingressar e, se possível, o espaço físico dessa universidade e a forma pela qual as disciplinas são ofertadas, é interessante, também, ter um contato prévio com o orientador que deseja.

O principal desafio é fazer com que esse professor aceite te orientar.

Em muitas das vezes, temos em mente uma determinada ideia, mas ela não é bem aceita pelo orientador.

Saber, antes do processo seletivo, se o professor está disposto a orientar esse tema é crucial.

Caso ele não aceite, peça sugestões e se mostre disposto a desenvolver a pesquisa.

Se o tema não for atrativo para você, tente barganhar, de modo que os seus objetivos e o do seu orientador estejam bem alinhados, tentando, dessa forma, chegar a um consenso.

Nessa conversa, conhecer a metodologia com a qual ele trabalha e a linha teórica também é bastante importante.

Converse com os pós-graduandos, e, se possível, com o grupo de pesquisas

Converse com os pós-graduandos, e, se possível, com o grupo de pesquisas

A melhor forma de se conhecer o trabalho de alguém, além de conversar com a pessoa, é perguntando aqueles com quem o seu professor trabalhou.

Alunos que fazem parte do grupo de pesquisa associado ao seu professor podem passar dicas valiosas para que você possa, inclusive, escrever o seu projeto de pesquisa, bem como podem apontar quais foram os pontos mais explorados nas questões teóricas das edições anteriores dos processos seletivos, o que também pode te ajudar a se preparar.

Mantenha em mente que o projeto é como o seu cartão de visitas e, assim, os professores irão avaliar o seu conhecimento, a sua capacidade de planejamento, o seu nível de domínio da escrita científica e se a sua proposta se encaixa na linha de pesquisa pretendida.

No caso do doutorado, leva-se em consideração a originalidade da ideia e o quão inovadora ela é.

As provas: como se preparar?

As provas: como se preparar?

No mestrado, há, pelo menos, três etapas: a prova de conhecimentos gerais, a prova de proficiência em uma língua estrangeira e a entrevista com o possível orientador.

Antes disso, o seu currículo Lattes e o projeto de pesquisa são avaliados.

A melhor forma de se preparar para a prova de conhecimentos gerais é praticando as questões das edições anteriores.

É comum que no próprio site do programa você tenha acesso às provas dos últimos anos, incluindo as de proficiência em uma língua.

Solucionar os exercícios e treinar as traduções são técnicas que podem ajudar você a se sair bem no processo seletivo.

A entrevista, por sua vez, é uma conversa com o orientador.

Ele irá fazer perguntas sobre o seu projeto e, assim, dominar todas as etapas do projeto a fim de que seja possível apresentar boas respostas pode despertar o interesse desse possível orientador em sua pesquisa, sobretudo quando não há aquela conversa prévia.

É possível ir direto da graduação para o doutorado?

Chegamos à questão principal da nossa conversa de hoje: é possível pular a etapa do mestrado e ir da graduação direto para o doutorado?

Embora essa possibilidade exista, a prática não é muito comum no contexto brasileiro, mas, como ela existe, gostaríamos de apresentar a você a ideia geral desse avanço da graduação para o doutorado.

Há, também, alguns critérios que precisam ser considerados para que esse aluno-pesquisador esteja apto para pular um nível (o do mestrado).

O primeiro critério que deve ser levado em consideração é a área de atuação desse pesquisador em questão.

Na área das ciências médicas, sobretudo no caso dos alunos dos cursos de Medicina, essa realidade é mais comum.

Contudo, como enfatizamos, essa não é uma regra, pois, geralmente, respeita-se a tríade: graduação, mestrado e, por fim, ingresso no doutorado (havendo, após, o pós-doutorado e a livre docência).

Da graduação para o doutorado: como as outras áreas entendem essa possibilidade?

Ressaltamos que essa prática na área da Medicina é, de certa forma, comum, mesmo que não seja uma regra.

Todavia, em outras áreas, é, também, uma possibilidade.

É comum que na graduação alguns alunos desenvolvam o que é conhecido como Iniciação Científica (IC).

Alguns, desde o primeiro ano da graduação, desenvolvem pesquisas, inclusive com bolsas financiadas pelas agências de fomento.

Eles, então, possuem um contato prévio com a pesquisa e, geralmente, esse primeiro contato com a pesquisa é feito com vistas a ganhar mais maturidade teórica, metodológica e analítica, para, no doutorado, a discussão ser mais densa e, de fato, inovadora.

Caso essa pesquisa por você desenvolvida esteja apta a se tornar uma tese, o seu professor, que deverá estar ligado ao programa relacionado à sua linha de pesquisa, pode solicitar que você ingresse no doutorado direto, pulando o mestrado.

Por que o mestrado é importante?

Casos como esse, em que a etapa do mestrado é pulada, são mais raros porque o mais adequado é que o pesquisador tenha a experiência do mestrado para ganhar ainda mais maturidade teórica, analítica e metodológica.

Essa etapa é entendida por muitos como essencial pois, como ressaltamos, é no mestrado que a realização de uma pesquisa de forma mais séria e madura se torna comum.

Casos em que a pessoa passa direto para o doutorado da graduação são menos comuns porque é muito difícil que um pesquisador, por mais que tenha iniciado o seu contato com a pesquisa desde o primeiro ano da graduação, tenha essa maturidade.

É no mestrado que ela é construída e é por isso que os programas das instituições de ensino dificilmente irão abrir mão dessa etapa.

Essa questão também está ligada com o cumprimento dos créditos acadêmicos.

Como os créditos acadêmicos interferem na resistência em admitir não mestres e doutorados?

O cumprimento dos créditos acadêmicos não é uma realidade dos cursos de graduação e, assim, por mais que o pesquisador saiba como funciona a pesquisa, a experiência do cumprimento dos créditos acadêmicos ele ainda não teve, o que colabora para que a admissão de graduados nos cursos de doutorado seja bastante rara.

Os créditos acadêmicos podem ser cumpridos a partir da participação em eventos científicos da sua área e aos da sua instituição com apresentação de trabalho, a partir da publicação de artigos científicos e por meio da frequência em uma determinada quantidade de disciplinas.

Essa quantidade não é a mesma nos cursos de mestrado e doutorado.

No mestrado, há menos, justamente porque se entende que esse é o primeiro contato do pesquisador com o mundo da pesquisa. Pessoas que pulam o nível do mestrado, geralmente, cumprem mais créditos, por terem pulado a etapa do mestrado.

O tempo e como influencia na pesquisa

O tempo e como influencia na pesquisa

 

Há de se destacar que o período, em média, que se leva para terminar o mestrado e o doutorado é de seis anos e, desse modo, a carga de créditos é distribuída ao longo do período do mestrado e do doutorado para que o pesquisador não fique sobrecarregado.

Assim sendo, ao pular a etapa do mestrado, o pesquisador deverá cumprir uma quantidade bastante exaustiva de créditos a fim de que possa obter o título de doutor.

Estamos falando de mais de oitenta créditos, o que, geralmente, leva-se em média seis anos para que sejam eliminados, imagine ter que cumprir todos eles em quatro anos (período, em média, para que o doutorado seja concluído, quando não se pede prorrogação do prazo).

A vantagem de pular um nível é que ao invés de você apresentar, como trabalho final, uma dissertação e uma tese, bastará a tese, contudo as exigências desse tipo de trabalho são mais rígidas, em razão da inovação.

É vantajoso ou não pular o nível do mestrado?

Apenas você terá a resposta para essa questão, porém, há algumas coisas que podem ser levadas em consideração nessa análise.

Os créditos possuem um peso bastante grande nesse exercício de autorreflexão.

Mantenha em mente que tudo precisará ser cumprido em dobro e em menos tempo, ou seja, são mais artigos científicos, mais apresentações em eventos e mais disciplinas.

Sem esses créditos, você não conseguirá obter o título de doutor.

É preciso, também, tomar cuidado com as instituições que oferecem esse caminho e que anulam a etapa do mestrado.

Há algumas que fazem falsas promessas e propõem um caminho, aparentemente, mais fácil para que você possa usufruir dos benefícios do título de doutor.

Entretanto, verifique se elas estão regularizadas perante a CAPES, pois, caso não estejam, o título não terá validade em território nacional, uma vez que a convalidação não será possível e, dessa forma, todos os seus esforços terão sido em vão.

É comum que o cumprimento dos créditos nessas instituições transcorra da melhor forma, porém, na hora de fazer essa convalidação, o pesquisador é barrado, pois, sem a regulamentação, a convalidação é inviável.

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