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Posso citar o meu próprio livro em meu artigo científico? O que é o autoplágio e o que devo levar em consideração?

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Devo citar um material que já publiquei em outro tipo de material que estou desenvolvendo?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos concentrar a nossa discussão em materiais autorais. Como sabemos, todo e qualquer material que escrevemos e submetemos a um evento ou a uma revista científica, isto é, que se encontra circulando na web, ele deixa de ser nosso e passa a ser de todos, no sentido de que pode ser citado por qualquer pessoa, incluindo você. Contudo, como sabemos, a fim de que um material possa ser citado, é preciso que respeitemos algumas regras. Além disso, quando discutimos sobre materiais que desenvolvemos e que desejamos citar o cuidado é ainda maior, visto que existe, hoje, uma prática de plágio que pode não ser conhecida por muitos, mas que tem sido verificada com rigor pela inteligência artificial. Estamos nos referindo ao autoplágio, que é quando reproduzimos de forma parcial ou na íntegra um material nosso que já se encontra em circulação na web.

Citar ou não citar um material que desenvolvi em meu artigo?

Para muitas pessoas a ideia de citar o seu próprio material, como é o caso de um livro, pode soar estranho. A fim de que essa situação fique o mais claro possível, é preciso que reflitamos sobre a prática da autocitação. Uma série de aspectos um tanto polêmicos perpassam por essa questão, como, por exemplo, até que ponto devo citar um material meu. Isso ocorre porque para que uma pesquisa possa ser considerada como científica, todas as informações e afirmações do texto devem partir de uma base teórica-metodológica. Caso essa citação não seja feita, você acabará cometendo plágio. O plágio é considerado como um crime, visto que entende-se que a apropriação de um texto, de forma total ou parcial, sem que os devidos créditos sejam atribuídos é uma prática criminosa, sujeita às punições. O autoplágio ocorre quando você usa todo esse material sem citar a si mesmo e sem rever a redação.

Quando há o risco do autoplágio?

Quando há o risco do autoplágio?

Quando um material se encontra em circulação na web e desejamos usá-lo, já estamos sujeitos a essa vulnerabilidade. Como o material está na rede, as informações estão sendo veiculadas e reproduzidas. Um mesmo texto passa pelas mãos de muitas pessoas, e, desse modo, precisa ser citado para que a autoria original seja resguardada. Com o aprimoramento de nossa inteligência artificial, as práticas de combate ao autoplágio ficaram ainda mais intensas. Antes, todas as obras eram publicadas majoritariamente em papel, de forma impressa. Assim sendo, havia uma maior facilidade para que partes desse texto ou ele como um todo fosse utilizado sem que o pesquisador fosse acusado de plágio. Essa prática nunca foi considerada como correta, isto é, reciclar partes de um texto já publicado, mas o controle deste ato era mais difícil.

A abrangência da inteligência artificial

A abrangência da inteligência artificial

Com a modernização e aperfeiçoamento da inteligência artificial, absolutamente tudo pode ser localizado de forma rápida e certeira, desde que tenha caído na web, desde uma apresentação no formato de powerpoint até um artigo científico. A partir do momento que este material encontra-se indexado, pode ser encontrado, basta que alguém compartilhe pela primeira vez para que o material circule em todo o mundo. Esses programas foram tão adaptados ao novo contexto que calcula-se o que foi falado de forma idêntica, apresentando a porcentagem de plágio. Assim sendo, se você publicar esse texto novamente sem qualquer tipo de adequação da redação, isto é, o texto é replicado de forma idêntica a uma nova produção, pode ter a certeza de que a inteligência artificial irá identificar todos os pontos em que os textos convergem, ou seja, onde há plágio.

Como evitar o plágio?

Como evitar o plágio?

O mecanismo mais simples é o emprego da citação direta. Para que ela seja realizada de forma correta, basta realizar o recuo de quatro centímetros e diminuir o tamanho e o espaçamento entre linhas. Se esses cuidados não forem tomados, a inteligência artificial irá identificar que esse trecho trata-se de um plágio e o material não será aprovado. Se a revista publicar o seu material desta forma, ela será punida e entrará em uma lista chamada “black list”. O mesmo vale para qualquer outro tipo de site que subir esse material. Caso detecte-se que essa prática é recorrente, você, enquanto autor, entrará na black list. Dessa forma, o primeiro aspecto ligado à autocitação está ligado justamente a essa necessidade que acabamos de apresentar. Contudo, há um outro ponto para além da inteligência artificial que você deve levar em consideração no que toca ao autoplágio.

Os pesquisadores de renome e a autocitação

Algo que ocorre com uma certa recorrência em relação aos pesquisadores que já possuem certo renome na academia é o fato de que as pessoas depositam confiança naquilo que ele em específico fala. São pessoas que dedicam muitos anos de suas vidas em uma mesma área e linha de pesquisa. Essas pessoas se destacam porque dão continuidade a uma mesma pesquisa por muitos anos, de modo que as discussões são muito profundas, em razão dessa experiência com o tema, com a área e com a linha de pesquisa. Algo interessante que podemos destacar sobre os profissionais com esse tipo de inclinação é que bebem de uma mesma fonte por vários anos, de modo que realmente entendem todos os pormenores desse autor/teoria. Os resultados de toda essa experiência podem ser desdobrados, por exemplo, em um livro. Contudo, eles podem nascer de outros estudos, sendo eles mais antigos ou atuais.

Os desdobramentos a partir de uma mesma pesquisa

A partir de um mesmo estudo, o pesquisador pode elaborar uma série de materiais. Em geral, esses profissionais dedicam todo um livro a fim de que respondam uma única pergunta, porém, todas as faces que perpassam por essa questão são desdobradas de forma minuciosa. Contudo, em um segundo livro, essa mesma discussão pode ser expandida e ganhar um novo foco. Muitos detalhes sobre esse campo de atuação são explanados ao longo de um ou mais livros. Entretanto, o que gostaríamos de enfatizar com esse processo é que embora as discussões, em sua maioria, sejam independentes, pode ser que esse autor tenha que recorrer aos seus livros anteriores para retomar esse conceito em que se dedicou a explicar em uma única obra. Isso ocorre porque é muito mais útil aproveitar essa discussão do que reescrever uma discussão que já possui a devida maturidade. Cada obra tem o seu interesse específico.

Os interesses com uma dada obra

A prática da autocitação pelos autores renomados acaba sendo muito constante porque com cada uma das obras publicadas, havia um objetivo específico em jogo, uma temática. O ideal é reaproveitar essa discussão, fazendo uso, nesse processo, dos mecanismos devidos, como é o caso da citação direta. O autor irá, portanto, citar essa obra anterior, de modo que caso você queira maiores informações sobre ela, precisará ir até a fonte. Assim sendo, apenas entendamos que a prática do autoplágio pode soar como estranha caso esses cuidados não sejam tomados. Não se esqueça da inteligência artificial. É um mecanismo do qual não conseguimos escapar. Desse modo, qualquer material que você sabe que já está na internet, seja seu ou de outra pessoa, cite-o. Seja em uma live, em um evento, em uma cerimônia religiosa, enfim, em qualquer lugar, aquilo que circula deve ter a sua fonte preservada.

Entenda o processo de continuidade dos estudos

Após entender a lógica da inteligência artificial, é fundamental, também, compreender como os estudos podem ser desenvolvidos de forma sequencial sem que o autor recaia na prática do plágio. Precisamos chamar a atenção para o fato de que quanto mais tempo de experiência na área o autor possui, maior será o seu fornecimento de materiais, sejam eles livros ou outros. Além disso, diversos autores optam por escrever esses livros a partir de uma ordem sequencial, de modo que uma discussão apenas fará sentido caso você consulte e entenda os volumes anteriores sobre a temática. Embora diversos autores transitam entre diversos eixos de um mesmo campo, sempre haverá aquela linha temática com a qual terá uma maior familiaridade e é ela que fará com que ele seja reconhecido e tenha renome. Essa mesma linha de raciocínio pode perpassar por uma vasta gama de dimensões, o que enriquece seu repertório.

Alimentando uma linha de raciocínio

Alimentando uma linha de raciocínio

Como mencionamos, certos autores tendem a alimentar uma mesma linha de raciocínio com novos materiais de forma periódica, consolidando-se nesse campo em específico. A fim de que consigam tratar sobre um mesmo pensamento, podem usar diversos autores, desde os mais canônicos até os mais modernos. A própria formação da carreira desses profissionais e a publicação de forma massiva de materiais nesse mesmo campo fazem com que esse autor obtenha certa expertise. É normal que esses autores recuperem as suas obras antigas em diversos momentos. Essa não é uma questão de ego, mas de aproveitar uma discussão que já se encontra ideal. Não tem motivos para reescrever essa discussão de forma idêntica. O que é interessante é apresentar uma visão atualizada sobre esse texto no âmbito da nova obra. Há o fato, também, de que certos autores dedicam-se em um momento específico a certos campos.

A mudança de campo ao longo dos anos

É fato que certos campos aplicam-se a uma série de áreas, como é o caso da metodologia. Assim sendo, é perfeitamente normal que autores que trabalham em campos mais flexíveis migrem entre linhas e áreas diversas ao longo de suas carreiras. Mesmo que esse autor já tenha escrito sobre esse assunto em outro momento, nada o impede de retomar essa discussão a partir de um novo ângulo, afinal, toda discussão é única e tem algo novo a acrescentar. A partir de uma discussão já existente, pode desenvolver um pouco mais certas faces, ou, ainda, substituir ou aperfeiçoar um ponto que já não é mais coerente a esse momento atual que estamos vivenciando. Entretanto, há, de fato, pesquisadores que não gostam da prática de autocitar. Enquanto seres humanos, temos o direito de termos os nossos próprios padrões de pesquisa, mas não significa que os nossos são melhores do que os dos outros.

A evolução da mentalidade

Enquanto seres humanos, a nossa forma de pensar, agir e refletir muda de forma constante, já que são as influências que recebemos dia a dia que formam as nossas percepções de mundo. A partir do momento em que nos inserimos nos espaços sociais, somos afetados pelas influências deles derivadas. Essas emoções e sentimentos também constituem o nosso eu. Assim sendo, você tem o direito de achar algo esquisito e de não querer replicar por soar estranho, mas pode, também, ter essa consciência acerca do aproveitamento de uma discussão, desde que esse seja feito da forma correta, isto é, empregando as técnicas de citação de maneira adequada. Todavia, por outro lado, se a todo o tempo você deseja escrever sobre teorias e conceitos diferentes, precisará tomar alguns cuidados, pois textos superficiais e nada profundos não têm nada a agregar para com a sociedade em que vivemos.

Por que a autocitação é algo benéfico?

Por que a autocitação é algo benéfico?

Seria inadmissível que uma pessoa que possua tanto conhecimento em um certo campo do saber não se cite, já que por muitos anos investigou esse cenário de forma muito minuciosa e profunda, desse modo, seria um verdadeiro desperdício não admitir o reaproveitamento de uma discussão anterior. Esses autores são referências, visto que dedicam toda a sua carreira a investigarem as fontes originais que integram o campo de atuação por eles escolhido. Alguns desses dedicam-se por tantos anos a esses autores, teorias e conceitos específicos de modo que, no Brasil, não existe ninguém que seja capaz de falar sobre tais de uma forma tão profunda quanto.

Dessa forma, claro que outros autores sempre são bem-vindos, visto que enriquecem toda e qualquer discussão, mas é muito mais interessante que esses autores aproveitem todo o arcabouço construído ao longo desses anos em produções acadêmicas das mais diversas, desde um livro até um artigo científico. Se você é um pesquisador que já está há um tempo trabalhando com uma certa linha de pesquisa, dar continuidade aos seus estudos é uma poderosa estratégia de pesquisa que pode agregar muito valor ao seu currículo. Suponhamos que você tenha um primeiro livro sobre sustentabilidade e um segundo sobre um ponto específico dela, poderá aproveitar grande parte desse primeiro volume, desde que respeitadas as técnicas de pesquisa.

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