Apontamentos sobre a quantidade de autores em um artigo
A primeira coisa que se torna necessária de saber quando se discute sobre a quantidade de autores necessária para ser citada em um artigo científico é que esta se configura de forma bastante relativa, pois, usualmente, as revistas científicas, tanto nacionais quanto internacionais, acabam por estabelecer essa quantidade, visto que é fornecido a elas certa flexibilidade. Dessa forma, esses números podem aparecer de formas diferentes, pois cada uma das revistas que se localizam nas mais diversas áreas, podem indicar a quantidade de autores necessária para cada artigo submetido, ou seja, enviado para uma possível publicação, caso o material acabe por ser aprovado. Mas agora você pode nos perguntar: Por que isso ocorre? Por que não há um número padrão para todas as revistas? Por que não posso me utilizar de quantos autores se mostrarem necessários para o artigo?
Infelizmente existe uma prática que se tornou, cada vez mais, comum, devido a revelação da hipocrisia humana no mundo acadêmico. Muitas pessoas que fazem parte deste meio acadêmico começaram a apontar que embora, na maioria das vezes, muitas pessoas sejam citadas em um mesmo artigo, não necessariamente todas elas participaram, ativamente, da pesquisa, ou seja, existem aqueles sujeitos que possuem o seu nome em um determinado artigo mas, em nenhum momento, colaborou para com seu processo de produção e/ou execução, o que fez com que as revistas científicas se tornassem mais rígidas em relação a quantidade de autores passíveis a serem citados em cada artigo, ou seja, elas passaram a determinar quantos poderiam ter os devidos créditos devido a esta tendência que se revelou bastante recorrente.
Artigo científico como crédito obrigatório
Alguns especialistas em identificar este tipo de conduta apontaram que muitos dos pesquisadores ficam desesperados ao ver o prazo para o cumprimento de créditos prestes a expirar e, dessa forma, acabam ficando desesperados pois precisam escrever e publicar o resultado dos seus trabalhos. Como não é uma prática recorrente a este tipo de perfil de pesquisador, visto que não há o hábito da publicação, eles acabam encontrando dificuldades para escrever e, com isso, acabam pedindo para que os seus nomes sejam colocados nesses artigos mesmo sem ter contribuído para que possam obter o título pretendido (de Mestre e/ou Doutor), pois sem o devido cumprimento dos créditos, mesmo que o trabalho deste pesquisador seja aprovado e bem avaliado, a ele não será concernido o título pretendido devido a falta de cumprimento desses créditos.
Isto é bastante complicado, pois nós que possuímos a experiência de comandar uma Revista Científica compreendemos que existem situações que possibilitam, sim, que essa quantidade de autores passíveis a compor um determinado trabalho seja um pouco maior.
Entretanto, é necessário dizer a vocês, que pesquisas de áreas específicas podem fazer com que os autores passíveis a serem citados precisem passar por algum tipo de redução.
Isto pode variar de acordo com as exigências de cada área e, principalmente, por contas das normas e diretrizes estabelecidas pela revista em que se deseja publicar o material. Existem aquelas que, independente da área, deixam essa quantidade mais livre, assim como há aquelas que preferem trabalhar com um número limitado por artigo para evitar essa tendência antiética de citar autores que não necessariamente fizeram parte, ativamente, do trabalho.
O que considerar antes adicionar muitos autores
Feitas essas considerações para você, sempre que desejar publicar um determinado material, sobretudo artigos científicos, você precisará se ater às normas estabelecidas pela revista pretendida, visto que este número de autores autorizados em um mesmo trabalho pode ser redefinida por cada revista, assim não deixe de olhar essas regras antes de submeter o seu trabalho para evitar este tipo de contratempo. Outra circunstância que pode influenciar na redução ou ampliação dos autores que se pretende citar é a forma deste trabalho, ou seja, a sua configuração e, também, o conteúdo deste artigo. A depender desses dois critérios é possível permitir que mais ou menos autores possam ser citados neste trabalho em análise.
Por exemplo, se o material que eu, enquanto parecerista, estou avaliando, caracteriza-se como um artigo científico de revisão bibliográfica, e propõe, como autoria, cerca de até 7 autores, precisa ser uma revisão muito complexa e difícil para que todas essas pessoas possam ser citadas. Um dos critérios para que todas pessoas que desejam ter os devidos créditos atribuídos possam ser citadas é que essa revisão apresente, por exemplo, materiais internacionais. Ou seja, eu, enquanto parecerista, não posso aprovar a publicação de um artigo científico que possui cerca de sete páginas para oito autores. É necessário que haja certo equilíbrio para que todos esses possam ser citados. Uma dica para isso é aumentar o número de páginas e enriquecer a bibliografia com os mais diversos materiais que precisam ser apontados, explicitamente, no corpo do texto, sobretudo no marco teórico.
Fatores analisados pelos pareceristas
Todos esses fatores são relevantes e devem ser considerados na hora de se aprovar ou negar uma determinada quantidade de autores. É preciso que haja certa harmonia entre a quantidade de autores e de páginas para que esses possam ser creditados neste trabalho. Assim, podemos afirmar que para artigos científicos de revisão bibliográfica, por exemplo, as revistas delimitam que até cinco autores podem fazer parte de um mesmo trabalho. Porém, é importante que você entenda que este número não é decisivo, pois existem revistas que permitem a menção de apenas três autores em um mesmo trabalho, assim como existem aquelas em que sete autores possam compor uma mesma proposta, tudo irá depender, principalmente, da quantidade de páginas do seu trabalho.
Quais as ocasiões em que pode citar muitos autores?
Existem casos em que muitos autores podem ser mencionados, porém, é necessário que haja uma justificativa plausível para tal. Se você deseja que nove autores façam parte do seu estudo, é muito importante que a densidade do artigo a ser submetido seja bastante nítida, ultrapassando a quantidade desse número de páginas exigido para que mais autores possam ser citados, ou seja, exemplos de análise e o marco/fundamentação/embasamento teórico bastante profundos são critérios decisivos para que seja permitido o aumento na quantidade de autores a serem citados. Geralmente pesquisas de mercado conseguem justificar e defender a sua necessidade de possuir uma quantidade maior de envolvidos neste processo de produção e/ou execução do artigo posto para análise.
Quando você vai para laboratórios, trabalha com planilhas, parte para o campo, uma maior quantidade de envolvidos se torna, sim, necessária, pois, assim, os pareceristas entenderão que o estudo apenas pode tomar forma e ser executado a partir de uma rede colaborativa. Então, só para recapitular, para que você consiga publicar um artigo em que nove pessoas estão envolvidas, ou seja, citadas neste trabalho, é importante que você tome ciência de alguns critérios que serão analisados pelo corpo editorial da pesquisa, como o conteúdo e a forma deste artigo, ou seja, a presença dos nove envolvidos deve ser justificada por meio da extensão e da profundidade do artigo proposto para esta revista.
Motivações para que um artigo seja recusado
É importante que você saiba que, em algumas revistas, a quantidade massiva de autores pode funcionar como um critério de exclusão. No caso da nossa revista, a Núcleo Científico do Conhecimento, orientamos que até sete autores podem ser indicados em um mesmo trabalho, porém devemos considerar a área do estudo proposto. No caso do aparecimento de artigos com a citação de nove autores nós até podemos aceitar, desde que a presença de todos esses autores seja justificada no andamento do artigo, do contrário a presença de outras essas entidades tona o trabalho inviável, o que pode fazer com que ele seja reprovado, pois não atendeu aos critérios propostos pela revista para que um artigo possa possuir uma quantidade maior de pessoas envolvidas.
Para nos auxiliar neste processo, fazemos uso da avaliação por pares, por exemplo, foi atribuída a mim e a mais um Doutor a avaliação de um determinado estudo para que este não seja reprovado injustamente. Nessa perspectiva, a avaliação é feita às cegas para que nenhum julgamento prévio acerca de determinada pessoa/pesquisa afete na avaliação do material. É nosso papel dizer se, para esta investigação em análise, depois de analisado o trabalho em sua completude, é realmente necessária a presença de nove autores, por exemplo. Caso o parecer de um trabalho seja negado, significa que a densidade e a extensão do trabalho não conseguirão justificar a presença de todos esses envolvidos em um mesmo trabalho.
Como se dá o processo de aceitação ou negação de propostas?
Esses critérios de aceitação ou negação de um material, geralmente, são estabelecidos de formas diferentes em cada revista científica, então alguns que aplicamos no Núcleo Científico do Conhecimento, podem não ser identificados em outras, visto que é permitido, a cada revista, inserir as suas próprias marcas. No nosso caso, em específico, conforme apontamos mais acima, para que um estudo seja aprovado para publicação em nossa revista, é necessário que essa presença seja justificada tanto em termos de densidade do conteúdo apresentado e defendido quanto em termos de extensão. Aqui, nós já nos deparamos com um trabalho em que a primeira revisão do material, ou seja, aquela conhecida como revisão técnica, convocou a responsável para avaliar se aquele estudo em específico justificava a presença de uma determinada quantidade de autores. Esse material, posteriormente, foi enviado para que outros pares pudessem analisar sem a presença da responsável, cujo intuito era a análise da justificativa para a indicação daquela quantidade de envolvidos.
Qual são os apontamentos feito pelos pareceristas?
O principal apontamento feito pelos pareceristas é que esse artigo precisa, de alguma forma, revelar-se como representativo e participativo para que muitas pessoas possam compô-lo, assim, muitas das pesquisas não conseguem defender essa necessidade e acabam tendo as suas propostas negadas, às vezes, nas mais diversas revistas. Espera-se que, não importando se foi em maior ou menor grau, mas sim a participação ativa, que apenas aqueles que se envolveram, expressivamente, tanto na produção quanto na execução de um determinado trabalho sejam devidamente citados. Entretanto, como apontamos no começo dessa conversa, existem pesquisadores que não conseguem cumprir os créditos necessários e, dessa forma, acabam pedindo para que os seus nomes sejam incluídos em pesquisas outras para que esses créditos sejam cumpridos para que o seu título possa ser obtido após a sua aprovação na chamada Defesa de Mestrado. É por conta dessa conduta que as revistas aderiram a essa postura de restringir a quantidade de autores a depender do material submetido para uma eventual análise.
O papel do parecerista
Nós, desempenhando o papel de parecerista, como notamos que a qualidade da pesquisa é inferior a quantidade de pessoas envolvidas não deixamos este trabalho passar, pois podemos notar que o desempenho do trabalho, tanto em termos de forma quanto de conteúdo não corresponde ao que se espera quando há inúmeras pessoas envolvidas em um mesmo estudo, dessa forma, no caso da Núcleo Científico do Conhecimento, quando identificamos essa conduta, após as devidas análises, não aceitamos o trabalho para publicação até que este passe por um processo de adequação às nossas normas e diretrizes, para que, feitas as alterações, ele possa ser, finalmente, aprovado pela nossa equipe. Esse processo é fundamental pois revela (ou não) a seriedade do material o que acarreta (ou não) em sua aprovação.
Exige-se esta postura pois o estudo científico precisa ser, sobretudo, “limpo”, para tanto, é necessário que ele seja analisado a partir dos mais diversos critérios para que se analise se esse estudo é, de fato, sério e denso, visto que essa é uma das exigências as quais esse artigo precisa responder para que possa veiculado, circulado e, assim, citado. A principal dica que queremos passar com essa conversa é que se você possui um amigo com esse perfil, evite colocar o seu nome se este não participou de forma colaborativa pois colocando o seu nome, caso no momento da análise detecta-se a falta da seriedade exigida, o seu trabalho pode ser reprovado e, assim, sua pesquisa pode ser comprometida. Nunca se esqueça que é o seu nome e o da sua pesquisa estarão em jogo, então não deixe de avaliar os riscos antes de colocar o nome dessa pessoa que não colaborou, de nenhuma forma, para com a produção e/ou execução da pesquisa. Isso é importante pois caso esse autor que você citou precise apresentar, em algum momento, o trabalho que publicou com você para outras pessoas, não conseguirá defendê-lo, mesmo carregando os devidos créditos pela pesquisa.
