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O que é parafrasear? Cuidados para não cometer plágio

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Características do plágio

Características do plágio

Olá, tudo bem? Em nossa conversa de hoje iremos retomar as nossas discussões sobre a prática do plágio para que você consiga evitar.

Como temos destacado ao longo de nossos posts, existem estratégias nas quais podemos nos apoiar para evitar esse tipo de prática e iremos nos concentrar em uma delas na nossa conversa: parafrasear ideias.

Contudo, antes de apresentarmos algumas dicas para que você consiga parafrasear as ideias de um autor de forma ética e legal, gostaríamos de retomar as características básicas do plágio e como os programas responsáveis por identificar esse plágio funcionam.

A primeira coisa que você precisa manter em mente é que um texto será acusado de plágio quando a produção por inteiro ou parte dela possuir trechos que são semelhantes aos dos materiais que já se encontram circulando na web.

Existem alguns cuidados que você pode tomar para evitar esse tipo de contratempo.

Os programas de anti-plágio

Temos discutido sobre os benefícios e malefícios dos programas de anti-plágio ao longo de nossas conversas, porém, é importante enfatizar que esses programas são dotados de uma linguagem bastante limitada, uma vez que respondem à lógica da inteligência artificial e, desse modo, mesmo que você faça o uso correto das citações diretas e indiretas, esse programa poderá acusar o seu texto de plágio.

Isso ocorre porque esses programas são programados para agir de uma determinada forma: ao analisarem o seu material e detectarem que mais de três palavras se encontram presentes em um mesmo trecho de um texto já publicado na web, o seu texto é acusado de plágio.

A melhor coisa a ser feita nesse tipo de situação é verificar quais são os trechos apontados como plágio e reformular o parágrafo.

Experimente usar termos e expressões diferentes para que não tenha problemas.

Parafrasear ou não?

Como parafrasear uma ideia sem que ela seja configurada como plágio?

Muitas pessoas se questionam se parafrasear uma ideia não configuraria como plágio.

A primeira coisa que você precisa manter em mente é que tudo irá depender da forma a partir da qual você irá transcrever essas ideias.

A depender da forma como você desempenha esse processo, o seu texto não será acusado de plágio.

Partiremos de duas questões essenciais para esclarecermos as dúvidas relacionadas a parafrasear.

A primeira delas é que alguns pesquisadores entendem que é possível inserir a paginação na citação indireta, caso a formatação não seja ABNT.

Com isso, precisamos enfatizar que, de fato, não é “impossível” não inserir a paginação nas citações indiretas, mas é o mais comum.

Como a ideia da citação indireta é justamente a sua interpretação sobre um conteúdo lido, dispensa-se a menção da paginação, pois nem sempre você está se apoiando em uma única frase para construir a sua argumentação.

Em que momentos devo mencionar a página?

Caso você tenha copiado um trecho de forma idêntica ao que foi exposto pelo autor no qual está se baseando, a menção da página é obrigatória.

Entretanto, não podemos repetir essa fórmula para as citações indiretas, porque não é a sua proposta, visto que, como afirmamos, para construir um capítulo nem sempre estamos nos apoiando apenas em um trecho/parágrafo e, desse modo, essa interpretação pode partir tanto de páginas diversas quanto de obras diversas.

Imagine ter que mencionar todas as páginas, daria bastante trabalho, concorda?

O mais adequado é que quando estamos escrevendo sobre o conteúdo de uma obra específica ou mesmo de um autor específico, que se faça uso das citações diretas, pois temos um foco, que é discutir especificamente sobre uma teoria/conceito à luz de um autor/obra já determinado.

Com isso, percebemos que, em certos momentos, acabamos partindo de um certo todo.

Tirando informações de diversos locais/áreas

Tirando informações de diversos locais/áreas

O conhecimento é multidisciplinar e, dessa forma, para que consigamos construir o nosso raciocínio, é de suma importância que partamos de diversos locais e, assim, precisamos nos permitir conhecer sobre uma determinado assunto a partir de diversos pontos de vista que nem sempre pertencem apenas a sua área.

Sendo assim, quando formos transpor esse conhecimento para o papel, nunca estamos nos apoiando em apenas um trecho/frase, mas sim em diversos locais, autores e áreas, o que dificulta a menção da página, a não ser que você queira destacar um trecho em específico.

Para que possamos apresentar esse conhecimento multidisciplinar do nosso ponto de vista e de forma científica, precisamos nos apoiar nos mais diversos autores e, nesse processo, devemos fazer uso de citações diretas e indiretas para interpretarmos esse conhecimento e para destaca-los, caso seja necessário/desejado.

Os artigos científicos dos doutores

Julgamos pertinente mencionarmos a questão, porque você irá perceber que os artigos científicos dos doutores, em muitas das vezes, apoiam-se em autores que já se encontram consagrados em sua linha de pesquisa, ou seja, escolhe-se por autores de maestria e que possuem uma reputação já consolidada no contexto acadêmico.

Apoia-se em autores que são basilares em um determinado assunto, em outras palavras, os critérios para seleção de autores são mais rigorosos.

Quando nos referimos a esses autores basilares, não estamos nos referindo, necessariamente, aos autores célebres de livros, pois, hoje em dia, os artigos científicos exercem uma função social bastante positiva.

Dessa forma, esses doutores acabam se apoiando nos artigos mais citados, de pesquisadores renomados.

É comum, também, que apresentem esses autores dos livros a partir de artigos que discutem sobre essas teorias/conceitos.

Discutindo sobre um conjunto de obras

Discutindo sobre um conjunto de obras

Outra tendência que também é bastante comum hoje em dia é discutir sobre um autor/teoria a partir da análise de um conjunto de obras.

Desse modo, procura-se por artigos que fazem essa discussão do todo produzido por um determinado autor basilar relacionado ao assunto que se deseja investigar.

Assim sendo, os autores que discutem sobre esses autores não se preocupam com a nomeação de obras: apresentam um panorama geral sobre o assunto debatido pelo autor basilar em questão e, para tanto, partem de diversos escritos para colocarem as suas próprias reflexões e indagações no texto.

Contudo, mesmo que as obras não sejam mencionadas, o conhecimento disposto por esses autores é muito profundo e detalhado.

É possível ter uma visão bastante global das ideias do autor como um todo.

Com isso, iremos, a partir de agora, entender como podemos interpretar de forma profunda essas ideias.

O conhecimento que nunca se esgota

O conhecimento que nunca se esgota

A primeira coisa que você precisa manter em mente em relação à interpretação científica de um trecho é que o conhecimento nunca se esgota.

Nesse sentido, você sempre terá uma ideia a ser acrescentada e, a cada leitura, você terá sempre algo novo para inserir em um texto, porém, dado os prazos, precisamos ter foco.

Contudo, reconhecemos que no início da pesquisa colocar essas dicas em prática não é tão fácil e, desse modo, iremos apresentar algumas dicas que podem te ajudar a interpretar de forma profunda esses trechos.

Entretanto, mantenha em mente que, de início, você pode continuar insatisfeito com a qualidade da sua argumentação.

Essa sensação é muito natural, pois é apenas com a prática que aprendemos a escrever de forma profunda e embasada.

À medida em que a pesquisa passa a ser um hábito, nossa escrita é amadurecida.

O que é parafrasear?

Caso você ainda esteja em dúvida sobre o que é parafrasear e como esse processo funciona, mantenha em mente que se trata do ato de interpretar esse trecho.

Você pode pegar uma frase ou um parágrafo (mais do que isso pode ser difícil) e irá colocar as suas ponderações, reflexões e inquietações sobre esse trecho em questão.

É muito importante que esse trecho seja transcrito com as suas próprias palavras, bem como é recomendado que evite fazer uso das mesmas palavras que o autor, pois o programa de anti-plágio poderá detectar que esses trechos são muito semelhantes, o que corrobora para com a sua reprovação.

Para que consigamos fazer uma interpretação de qualidade, alguns pontos devem ser levados em consideração.

O primeiro deles é o conhecimento vasto e profundo sobre a sua área, assim como sobre a sua linha de pesquisa (e como outras áreas pensam esse tema que está investigando).

O conhecimento amplo sobre a sua área/linha de pesquisa

Como fazer o conhecimento científico circular?

Para que você seja capaz de produzir citações indiretas, isto é, de interpretar os trechos lidos, é preciso que, antes de tudo, faça múltiplas leituras, pois apenas por meio do conhecimento profundo sobre um dado assunto é que nos tornamos aptos a escrever sobre ele.

Explore as bases de dados e escolha boas palavras-chave: sem esse contato prévio com o conteúdo que deseja investigar, será muito difícil fornecer ao seu leitor uma visão ampla sobre o tema.

Ao transcrevermos essas ideias, nem sempre estamos nos apoiando em uma única frase, porém, para que tenhamos uma visão global sobre esse tema, é preciso que conhecemos as produções mais basilares e, também, as mais recentes sobre esse assunto em questão.

Investigue, também, como funciona a sua área, a sua instituição e o seu orientador.

Isso é fundamental pois nem sempre usar poucos autores é autorizado, segundo a lógica desses acadêmicos.

Usar ou não diversos autores?

Existem áreas que não avaliam bem materiais que citam diversos autores para interpretar um único trecho, porém, em outras áreas, a dinâmica é inversa: caso você não cite diversos autores para comprovar a sua afirmação, o texto poderá não ser aceito.

Assim sendo, em algumas áreas, a exigência maior é que você se concentre em um obra/autor e, em outras, essa lógica não se sustenta e não é bem aceita.

Mantenha claro em mente que a lógica das humanas é muito diferente das exatas, que, por sua vez, difere-se do modo de funcionamento das biológicas.

Cada uma entende o fazer científico de uma maneira.

Os métodos a serem empregados para a confecção desses materiais são igualmente distintos, pois parte-se de abordagens e objetivos bastante diferentes.

Um mesmo método pode ser universal a todas as áreas, mas ele nunca será empregado da mesma maneira.

Cuidado com os recortes

Ao interpretarmos as ideias de diversos autores que comporão os nossos textos, fazemos certos recortes.

Devemos tomar cuidado para que o texto não perca sentido ao apresentarmos as ideias dos autores.

Apenas compilar as ideias de diversos textos sobre um assunto não configura como uma intepretação, isto é, uma mera junção de conceitos não fará do seu texto científico.

Há, também, quem copie e cole as ideias desses autores, mudando apenas as palavras para que o texto não configure como plágio.

Tome cuidado. Além dessa prática abrir portas para as acusações de plágio, o material pode ser alegado como insuficiente, não em termos de quantidade de autores, mas em virtude da apresentação de uma discussão que não é profunda.

O material precisa ser embasado e, nesse processo, não basta, apenas, mencionar os autores, elas precisam ser devidamente exploradas.

A importância dos fichamentos

A importância de se verificar a legislação atual

É preciso que aprendamos a ser humildes ao produzirmos pesquisa.

Com isso, estamos enfatizando a importância de reconhecer os nossos cientistas e citar as suas ideias.

Caso você não esteja habituado com esse tipo de escrita, a melhor forma de reverter essa situação é por meio da prática. Comece escrevendo fichamentos.

Evite o processo de copia e cola: interprete os trechos de um capítulo citando a fonte e explorando essa ideia, mas não force, a pesquisa precisa soar natural.

O fichamento é uma das ferramentas mais poderosas que temos em mãos para aperfeiçoarmos a nossa escrita.

O fichamento é um resumo acerca do que foi lido, mas as discussões são mais profundas e detalhadas, uma vez que você precisa apresentar um panorama geral sobre o assunto debatido.

Nesse fichamento, ao detectar que a ideia é relevante, faça uso das citações diretas e indiretas.

Cuidado com as questões éticas e legais

Todo e qualquer estudo científico perpassa por questões éticas e morais e, dessa forma, ao produzir o seu texto, é crucial que você tome alguns cuidados.

Evitar o “copia e cola” e a má exploração dos dados lidos são os principais.

Mantenha distante da sua mente a ideia de que o ato de parafrasear é composto pela retirada de trechos de uma obra.

Você pode se basear neles, mas as suas observações não podem ser idênticas às desse trecho em questão.

Cuidado também para não cair na ideia de que para evitar o plágio basta usar palavras sinônimas.

Esse “truque” não funciona, o texto será acusado de plágio.

Por fim, a última dica que gostaríamos de destacar é: exercite a busca pelo conhecimento.

Tente ler regularmente sobre os assuntos, pois é apenas dessa forma que você terá uma visão global e atualizada sobre a sua área, sobre a sua linha de pesquisa e sobre o seu tema de pesquisa.

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